AISHASaí da entrevista no Le Faux com o coração batendo forte de alegria. Trabalhar naquele restaurante não era apenas um emprego, era meu bilhete para longe da dependência e dos olhares sufocantes da alcateia. Queria construir algo meu, sem qualquer cobrança ou sendo lembrada de que eu era defeituosa.Enquanto caminhava em direção ao meu bistrô favorito, perto da faculdade, avistei Maitê me esperando do lado de fora. Ela parecia ansiosa. Nosso abraço foi cheio de animação e emoção. Mal conseguia conter o sorriso que parecia grudado no meu rosto.— Maí, eu consegui! Fui aceita no Le Faux. — Mal pude esperar para dividir minha felicidade com ela.Maitê sorriu amplamente, seus olhos brilhando com alegria genuína por mim.— Eu estava certa de que você ficaria, Aisha. Caso não a contratassem, eles seriam uns imbecis. Estou muito feliz por você! Esse é só mais um passo para sua liberdade.Havia compartilhado com Maitê meu desejo de deixar a comunidade onde morava, mas que ainda dependia
Passamos mais um tempo ali, conversando sobre meus planos, as oportunidades que o emprego no Le Faux poderia trazer e o quanto estávamos animadas para as novas fases de nossas vidas.Maitê falou sobre suas próprias ambições, ela tentaria uma vaga na empresa concorrente de seu pai, o que me surpreendeu.— Como assim? Vai mesmo tentar uma vaga lá? — Perguntei, com uma ponta de admiração.— Não quero crescer na empresa simplesmente porque sou a filha do dono, Aisha. Quero ser bem mais do que isso. Quero ter prestígio na minha área por mim mesma, não pelo meu sobrenome.Concordei, admirando a coragem de Maitê. Sabia o quanto podia ser difícil desafiar as expectativas da própria família.— Esse é um desafio e tanto, Maí, mas estou aqui para te apoiar, sempre. E tenho certeza de que você é determinada e capaz para isso.Ela me olhou com gratidão e, naquele momento, senti o peso do que aquilo significava para ela. Essa era mais do que uma ambição… era uma luta para construir sua identidade e
Kathy parecia ainda mais irritada ao observar o olhar de Black em mim, mas mudou seu foco em seguida, me observando e a Martín, mas eu permaneci em silêncio, sem dizer nenhuma palavra. Quando meus olhos voltaram a encarar Martín, observei um pequeno vislumbre de seu lobo, que ele tentou disfarçar bem.— Quero uma garrafa do seu melhor vinho, por gentileza. Pediremos nossos pratos quando nossos convidados chegarem. — Disse Martín.— Claro, senhor. Irei providenciar a bebida solicitada.Dei as costas a eles e saí dali, tentando disfarçar meu corpo trêmulo. Não acreditava que, de tantos restaurantes na região, aqueles idiotas escolheram justamente vir para este.— Aisha, você deseja trocar de mesa? — Quinn perguntou, analisando-me.— Não é preciso, Quinn.— Owen me informou sobre o comentário idiota que fizeram com você. Se não se sentir confortável em atendê-los, podemos fazer uma troca com outra mesa.Fiquei tensa com essa informação, ainda mais pelo termo com o qual Black me chamou. M
KIRONNão estava muito animado para aquela noite. No entanto, não podia cancelar aquela reunião com o alfa. Meu humor não era dos melhores. Já havia levantado toda a ficha daquele garoto.Ele havia assumido o lugar do pai recentemente, e três dos seus lobos foram mortos por Maximus. Participaria daquele encontro apenas como uma forma de cortesia para demonstrar estarmos empenhados em capturar aquele lycan.Ao entrar no restaurante Le Faux, fui imediatamente atingido por um aroma familiar e intoxicante: era ela, minha Aisha. Meu coração acelerou e meus olhos começaram a varrer o ambiente em busca dela, mas não a vi em canto algum.Fui conduzido à mesa dos nossos anfitriões e, ao me aproximar, finalmente a encontrei. Ela não fazia parte do grupo, mas sim da equipe de funcionários daquele restaurante. Aisha estava deslumbrante, mesmo que em seu uniforme. Cada gesto seu parecia puxar meus sentidos, impossibilitando-me de me concentrar em outra coisa.Meu lycan ansiava por tê-la em meus br
AISHAEu estava entre a perplexidade e a hesitação enquanto Kiron me segurava gentilmente em seus braços. Meus olhos encontraram os dele, buscando respostas que eu ainda não tinha certeza se queria encontrar.Ele me encarava com uma intensidade que fazia meu coração acelerar e, ao mesmo tempo, uma calma reconfortante que me fazia questionar minhas próprias dúvidas.Quando ele disse que eu era a outra metade dele, com uma voz suave, mas carregada de convicção, eu não sabia mais como agir.Senti sua mão acariciar delicadamente meu rosto, enviando um arrepio suave pela minha pele. Eu queria acreditar nele, queria me permitir acreditar naquelas palavras, mas como explicar minha ligação com Martín? Kiron seria o milagre da segunda chance?Nunca vi isso acontecer. Kiron inclinou-se para mais perto, seus lábios quase tocando os meus, mas ele hesitou, dando-me espaço para decidir. Meus olhos se fecharam involuntariamente, meu coração batendo forte enquanto esperava pelo próximo movimento.Sen
KIRONQuando Aisha me conduziu até aquele sofá e sentou-se sobre mim daquela maneira, lutei internamente para controlar meu lycan. Eu sabia que marcar Aisha como minha era um passo inevitável, mas queria que isso acontecesse com o consentimento dela.Enquanto fazíamos amor, meu desejo de marcá-la se intensificava. Eu sentia minhas presas ameaçando sair, a necessidade primal de cravar meus dentes no pescoço de Aisha quase insuportável.Mas, com uma força de vontade tremenda, eu me segurei. Cada vez que o impulso surgia, eu lembrava ao meu lycan o que ela representava para nós dois, e que talvez, se fizéssemos isso antes de revelar toda a verdade para ela, Aisha nunca nos perdoaria.Sabia que ela podia sentir que nossa conexão era palpável, mesmo que ainda não tenha se transformado em sua loba e não sentisse plenamente o vínculo predestinado entre nós.Eu precisava revelar para ela minha verdadeira identidade. Eu não era apenas um lycan comum. Era o rei dos lycans. Isso significa que, a
Aquele lobo ofegava, claramente assustado, mas não sentia pena alguma. A imagem de Aisha, sua dor, seu sofrimento, passava pela minha mente como um filme torturante. Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de ajudá-la a superar isso, de fazê-la sentir-se segura novamente.— Se eu souber que qualquer outro colocou as mãos nela de novo, vão desejar nunca ter cruzado meu caminho. — Disse, minha voz baixa e ameaçadora. — Eles terão o mesmo fim que você, lento.Antes de deixar aquela sala, chutei aquele lobo idiota algumas vezes, até quebrar algumas de suas costelas. Sabia que dentro de algumas horas ele estaria recuperado devido à sua condição de lobo, mas faria questão de voltar aqui ou enviar um dos meus homens para causar o mesmo estrago nele novamente.— O que você pretende fazer agora? — Petrus perguntou.— Preciso descobrir quem sabia disso. E espero que seja um grupo restrito, porque estou disposto a acabar com aquela alcateia se todos estiverem envolvidos.— Uma coisa na fala
Ele pareceu desnorteado por um momento, lutando contra aquela ordem. O ar estava carregado de tensão e expectativa. Maximus caiu de joelho, tremendo enquanto lutava contra a loucura que o dominava. Meus olhos fixaram-se nele, intensos e determinados.— Maximus, escute-me bem… — disse, minha voz ganhando uma firmeza inquebrantável. — Como seu rei, eu ordeno que você volte à sua humanidade.Maximus estremeceu, os olhos piscando em confusão enquanto ainda resistia. Meu comando, impregnado de autoridade régia, era uma força que nenhum lycan podia resistir. Era uma ordem que vinha do mais profundo laço de lealdade e submissão que unia todos os lycans ao seu líder supremo.— Você é mais do que a besta que a dor tentou criar. — Continuei, minha voz tentando penetrar a mente de Maximus. — Volte para nós. Volte para sua humanidade.Maximus rosnou, tentando lutar contra o poder irresistível da minha ordem. Mas era inútil. Meu comando ressoava dentro dele como um eco profundo, chamando a parte d