Axel
Nunca tive medo de fazer o trabalho sujo, de sujar minhas mãos e punhos com o sangue de outra pessoa, alguns tinham medo de mim por ver o prazer em meu rosto ao torturar pessoas, talvez até me definam como um homem demente ou doente, a verdade é que gosto de ser reconhecido assim, isto os faz se afastar de mim e não se intrometer nos meus negócios.
— Ele terminou de falar — Cosmo, meu homem de confiança se pronuncia atrás de mim e viro-me caminhando em direção ao balcão localizado em uma das partes mais abastadas de Southward Angel.
Empurro a porta de metal e encontro três de meus homens ao redor do corpo de um homem quase sem vida, seu tórax mal se move e ele sabe que não sairá vivo daqui hoje.
— A mulher está morta e eles se desfizeram do corpo — assinto, minha expressão se endurecendo a cada palavra que saí da boca de Thomas, um dos meus guardas — Aparentemente este homem faz parte de um grupo de criminosos que se instalaram na cidade há um mês, ouviram falar que você domina a cidade e resolveram mandar um recado ao matar uma das acompanhantes de luxo — puxo o ar para o meu pulmão várias vezes em uma tentativa inútil de me acalmar e ouvir o resto, ninguém vem na minha cidade, mexe com os meus negócios e mata uma das minhas meninas — Ao que parece eles não conhecem você o suficiente e não sabem com quem se meteram.
Não.
Eles realmente não sabem com quem se meteram.
Eu sou o diabo.
E o diabo não descansa até conseguir o que quer.
— Termine o trabalho e chame a limpeza, depois procure saber tudo sobre esse grupo e não retorne antes de obter as respostas — Thomas assente e sorri para o porco imundo que acabou de urinar no chão, viro-me para sair e paro ao passar por Cosmo — Não quero ser perturbado pelo resto da noite.
— Como quiser, senhor.
Sigo para o meu carro com um destino em mente, depois de um dia tenso apenas quero tomar um bom whisky e foder o resto da noite.
O whisky é um afrodisíaco para relaxar meu corpo e o sexo me faz esquecer o dia de merda.
Estaciono meu carro em frente ao bar do meu amigo e sócio Vladimir e observo que meu investimento valeu a pena.
Há alguns meses ele precisou de um empréstimo para abrir seu bar e por um momento hesitei, me perguntando se gostaria de entrar para esse ramo, entretanto agora vejo que não poderia ter feito melhor, ele transformou o bar em um ambiente luxuoso e confortável, nas últimas semanas me peguei aparecendo aqui para terminar o dia com algumas doses de whisky para em seguida ir para casa.
Vladimir se tornou o sócio ativo e eu o silencioso e tem funcionado muito bem até o momento, o bar se encontra em um bairro nobre da cidade e isso atraí homens de índole, que buscam um pequeno prazer na bebida antes de terminar o dia.
Caminho para a mesa afastada de todos os clientes e sento-me na cadeira observando o movimento da noite de sexta-feira, que é maior que os dias anteriores, as garçonetes trabalham ferozmente tentando obter o máximo de clientes possíveis e isso me faz sorrir, a disputa entre elas é algo engraçado de se ver, sendo que essas mulheres irão terminar a noite com meros duzentos reais de gorjetas, talvez menos.
Meus olhos passeiam pelo lugar e finalmente encontram o meu objeto de desejo, uma vez que é isto que as mulheres sempre foram para mim.
Yesenia serve seu cliente e me permito admirar seu corpo, algo que faço todas às vezes que decido terminar a noite bebendo whisky, não há como negar que a mulher é voluptuosa, seus seios mal se mantêm dentro de seu uniforme apertado e ela não faz isto para chamar a atenção como as outras. Seu quadril é deliciosamente largo, porém não há uma grama de gordura ali, mas é sua bunda que foi minha perdição no momento em pisei meus pés ali pela primeira vez.
Seus olhos escuros encontram os meus e ela sorri, suas feições delicadas, nariz arrebitado e seus cabelos negros caindo graciosamente por suas costas a fazem parecer um anjo.
Um anjo que eu quero corromper.
Ela vem até mim sem que eu precise chamar e seus olhos passeiam por meu corpo inconscientemente, ela está atraída por mim como eu esperava depois de algumas noites observando-a atentamente, assim ficará mais fácil seduzi-la, pois Yesenia não parece ser uma mulher que vai para a cama de um homem sem conhecê-lo primeiramente e preciso do seu corpo na minha cama.
O diabo sempre tem o que quer, e o que o diabo quer nesse momento é ela.
— Senhor, boa noite. Em que posso servi-lo?
— Traga-me uma água com gelo — sua testa forma um vinco adorável em confusão com a minha escolha.
— Não quer uma bebida?
— Eu não vivo de álcool, Yesenia — seu rosto começa a ficar vermelho escarlate, ela encara-me com seus olhos negros arregalados e se distancia de mim como se tivesse acabado de ser agredida.
— Desculpe-me.
— Está tudo bem, você não fez nada de errado, apenas traga-me a água — ela assente e foge de mim, todavia Yesenia ainda não sabe que essa noite irá terminar de forma divina.
Olho para o meu relógio e vejo que seu expediente irá terminar em cinco minutos, ela volta equilibrando a bandeja com apenas uma mão e coloca rapidamente o copo, assim como o gelo e a água, e tenta se afastar de mim o mais rápido possível, mas impeço-a segurando seu pulso firmemente.
— Venha dividir uma bebida comigo — peço, seus olhos se abrem em espanto e tenta novamente se afastar.
— Não posso, estou em horário de trabalho.
— Seu expediente terminou agora — o tom vermelho escarlate em seu rosto se aprofunda ao perceber que foi pega em uma mentira.
— Eu não posso, não te conheço e preciso ir para casa — retruca e por um instante penso que talvez ela tenha um namorado esperando-a em casa, porém estou pouco me fodendo para isso, status de relacionamento nunca foi um impedimento para mim.
— Esse é um ótimo momento para me conhecer, deixe-me te pagar um drink — levanto meu copo em saudação — ou talvez me acompanhe na água.
Ela morde seus lábios pensando no que fazer e sorrio de forma sombria enquanto assisto suas muralhas cederem.
— Tudo bem, irei pegar minha bolsa — ela se vira para pegar seus pertences e me pego sorrindo cada vez mais amplamente.
O que o diabo quiser, ele terá.
YeseniaRetoco cuidadosamente minha maquiagem antes de sair do banheiro e ir ao encontro de Axel, não vou mentir e dizer que estou chocada com seu pedido, seus olhares na minha direção sempre foi intenso, porém, também pensei que um homem com todo o seu porte jamais chamaria uma mulher que não é de seu nível social para uma bebida.Sejamos honestas, um homem como ele claramente quer me foder e deixar a paisana, claramente sou uma presa fácil e que pensa que vai cair na sua conversa, provavelmente cairei um pouco, porque vamos lá, o homem é lindo, mas também tenho dignidade. Minha mãe sempre me ensinou muito bem e nunca me deixarei ser um simples descarte.Sento-me frente a ele, nesse momento já me encontro mais plácida e não como um pimentão, que levou uma bofetada por causa da água.Seus olhos parecem memorizar cada traço do meu rosto antes de olhar definitivamente em meus olhos, ele acabou de ganhar um ponto por não deixar seus olhos seguirem para o resto do meu corpo.— Não sou de
YeseniaMeus pés estacam antes de entrar no bar.Será que ele estará aqui?Não que eu esteja ansiosa para vê-lo, a verdade é que não pensei por um minuto em Axel até o momento, entre acordar, ir para o estágio, voltar novamente para casa, estudar e me aprontar para o trabalho, o único momento que tive para pensar nele é agora, há poucos segundos de entrar para trabalhar mais uma noite.Não deveria estar ansiosa, mas estou.Há algo nele que me atrai, vejo homens bonitos todos os dias, contudo, algo na sua expressão me atrai imensamente.Como o mel atrai a abelha.Entro no estabelecimento e olho ao redor, em busca dele. Meus olhos demoram alguns segundos para localizá-lo no ambiente levemente escurecido, e lá está ele com o dono do bar, Vladimir.Marjorie está servindo a ambos com um largo sorriso no rosto, e o que me afeta é o sorriso que ele devolve a ela.Talvez em agradecimento?Marjorie é uma mulher linda e os homens seriam tolos se não lhe poupassem um segundo olhar, mas quando el
Axel— Esse menino será tão ruim quanto você é, Paolo — minha mãe diz enquanto assiste o que meu pai me fez fazer.Aos meus pés está a mais nova “puta” do meu pai, como ele próprio diz, “seus passatempos”, ela atentou contra a vida do meu pai na última noite e esse foi o seu erro, meu pai nunca deixaria algo assim passar.Eu tinha dez anos, mas me sentia muito mais velho que isso.— Pare de reclamar, Veka, você sabe que o menino foi feito para isso.— Somente quando você confessou depois do casamento quem realmente era — ela quase cuspe na face do meu pai, apenas não faz, porque sabe que sempre haverá uma retaliação.Mamãe era uma mulher tão bonita, hoje apenas vejo-a amarga e andando pelos cantos da casa falando sozinha.Ela nunca me tratou de forma ruim, sempre foi gentil e amorosa, entretanto, isso começou a mudar há alguns anos quando meu pai começou a me inserir nesse mundo, acho que ela não queria ver o que eu iria me tornar.— Você não me disse que iria me casar com o Diabo!—
AxelA primeira coisa que faço ao acordar no dia seguinte, é mandar uma mensagem para Yesenia. O fato é que não consigo tirar essa mulher da minha mente, meus pensamentos sobre ela são constante e inquietante, até mesmo pensei em deixar essa conquista de lado e seguir em frente, mas há algo nela que me envolve e preciso descobrir o que é.“Está disponível hoje?”Sua resposta não é imediata e eu também não esperava isso, o relógio a minha frente marca 9:28 da manhã, então nesse exato momento ela está dentro da UTI manipulando um acesso venoso central.Um pouco louco ter o conhecimento do que ela está fazendo nesse instante?Talvez só um pouquinho...Eu simplesmente quero saber como sua rotina funciona, as pessoas com as quais mantém contato, que devo dizer, não são muitas. Yesenia parece ser uma mulher solitária, de certa forma, se parece muito comigo.— Axel, o prefeito deixou alguns documentos para que você dê a sua aprovação — Cosmo diz depois de bater na porta e estender os documen
Axel— Mas e você? Tem uma boa relação com seus pais? — desperto dos meus pensamentos libidinosos que envolviam sua boca ao redor do meu pênis e o grunhido de apreciação que escaparia de seus lábios.— Ambos, tanto meu pai quanto minha mãe são falecidos. Meu pai morreu quando eu tinha 20 anos e minha mãe morreu três anos antes — sua expressão transmite compadecimento pela situação, contudo já faz 14 anos que isso ocorreu, e se soubesse das atrocidades que meu pai cometeu... Agradeceria por nunca ter conhecido um homem como ele.Pensando por um momento, hoje sou a cópia do que meu pai foi um dia, talvez seja apenas um pouco melhor comparado a ele, tenho muito dele em mim, vejo minha imagem no espelho todos os dias e percebo que carrego muito dele não apenas na aparência, mas dentro de mim também.— Já faz muito tempo — ela assente, todavia, percebo que Yesenia está sentindo sua própria dor com a perda recente da sua mãe, mesmo que tente não demonstrar.— O que você faz então? Em qual r
AxelEstava com uma dor de cabeça insistente já fazia dois dias, deveria ter percebido que as coisas estavam calmas há muito tempo, realmente não esperava problemas agora.Sei que em meu ramo de trabalho, o que mais surgirão são problemas, mas o fato é que eu estava focado demais em Yesenia para ficar atento ao que estava acontecendo.Meu maior foco agora é descobrir quem está por trás dos últimos acontecimentos.Pegar o que é meu...O que essa pessoa estava querendo dizer com isso?Nunca tomei nada de ninguém, apenas o que era meu.Seja qual for o plano, está sendo muito bem orquestrado, não é uma pessoa leiga no assunto, então tenho que quadruplicar minha atenção.— Axel — ouço o chamado de Cosmo e levanto o olhar, ele tinha 27 anos e aparentava muito bem sua idade, a barba loira assim como seu cabelo estava bem aparado e ele trajava um terno de corte perfeito, Cosmo era maduro e cumpria muito bem seu trabalho para sua idade — Recebi uma atualização sobre Yesenia, um de seus pacient
Axel— É um belo condomínio — Yesenia diz perdida pela paisagem do lado de fora do carro — É tão verde, diferente de todos os condomínios que já vi, a próxima casa deve estar a uns cinco quilômetros daqui.— Comprei a casa nesse condomínio, porque gosto da privacidade que ele me oferece e da natureza.— Combinação perfeita — e ela responde com um sorriso mais perfeito ainda.Entramos na rua da minha casa e logo a avisto, em tons de cimento e madeira, não era uma mansão, porque nunca senti necessidade disso, porém era agradável e me comportava muito bem.Estaciono o carro e antes que possa dar a volta para abrir a porta, ela mesma sai do carro, completamente animada.Foi uma ótima ideia adiantar nosso encontro para hoje, ela está em um estado melhor do que estava durante a manhã e tarde.Abro a porta de madeira e percebo como vê tudo ao redor entusiasmada.— Pode se aventurar pela casa, estarei na cozinha — aponta a direção oposta à sala — Sinta-se em casa.— Tudo bem, então já volto!
YeseniaPensei que depois de tantos anos eu não saberia mais beijar.Como estava errada...Meus lábios se movem em total sintonia com os de Axel, ele estava me guiando e eu o seguia, descobrindo os cantos de sua boca e acariciando a sua língua com a minha.O beijo que começou lento ficou mais urgente e antes que perceba, me vejo envolvendo seu pescoço e colando meu corpo no seu.— Yesenia... Sei que é totalmente desconexo o que vou falar agora... Mas a comida deve estar esfriando — rio da sua constatação e deito a cabeça em seu peito, sentindo e ouvindo seu coração bater rapidamente como o meu.— Então vamos comer![...]AxelNão sei de onde tirei forças para separar meus lábios de Yesenia, a situação estava esquentando muito rápido e minha cama estava logo ali do lado, porém me lembrei de tudo o que ela passou no dia de hoje e decidi parar de ser egoísta e pensar somente em mim, tudo o que mais queria era despir Yesenia, porém tudo no seria no seu tempo.— Essa mesa está muito bonita