Axel— Yvy? — atendo a chama, contudo, não é sua voz que ouço.— É Axel? O namorado de Yesenia?— Sim, está tudo bem? — levanto-me nervoso com um pressentimento ruim.— Yesenia foi ao banheiro do restaurante, mas não voltou. Encontrei seu celular no corredor e há sinal de briga no banheiro, a polícia já foi acionada...Desligo e ligo para Cosmo, minhas mãos mal conseguindo segurar o celular.— Coloque todos na rua a procura de Yesenia — digo e desligo rapidamente, ele saberá o que fazer.Acesso o sistema de rastreamento no computador, porém Yvy simplesmente sumiu.[...]Yesenia.— Pode ir, feche a porta ao sair — ouço uma voz feminina, abro os olhos e fecho-os instantaneamente ao sentir dor apenas pelo simples ato de abrir os olhos. Tento novamente e ao abri-los vejo uma mulher vestida totalmente de preto, uma arma pousava na mesa ao seu lado e ela olhava fixamente para mim — Até que não demorou para acordar — sua voz fria deixa um pressentimento ruim no ar.Mexo a cabeça fazendo minh
Yesenia— Vá embora — digo e cambaleio em direção a mesa pegando a arma. Ele me observa atentamente e se aproxima apontando para o que parecia ser a trava de segurança — Vá agora — peço novamente, me sentindo cada vez mais fraca.Estava com medo de desmaiar, a perda de sangue estava cobrando o preço.O menino deixa a sala e desfaleço na cadeira aguardando a volta da mulher que destruiu minha vida, a imagem ficava se repetindo na minha mente a todo momento.Seu pequeno peito lutando para expandir.As respirações diminuindo até que se foi.Nunca saberia qual era a cor de seus olhos, se teria o mesmo tom de pele de seu pai, se teria os cabelos tão escuros como os meus.Seu pai...Uma gargalhada escapa da minha garganta, que pesadelo infernal.Tudo por causa de poder.A porta se abre e lá está ela, olhando para mim atônita e observando atentamente a arma em minha mão desfalecida.— Aquele menino maldito... — murmura, todavia logo retoma a compostura decidida e felina, como se comandasse t
Axel— Quero que Caim seja enterrado aqui — Yesenia aponta para a primeira árvore que fica ao lado da entrada de pedras da floresta. Uma arvore com folhas de tons amarelados, verdes e vermelhos — Não quero colocá-lo em um cemitério, quero que fique perto de nós — assinto e coloca a bolsa com seus pertences do hospital em cima da mesa que fica na beirada da piscina.— Pode trazê-lo para mim? — pego o pequeno caixão no escritório e volto para a área da piscina, pouso o caixão na mesa e me sento ao lado de Yvy. Ela respira profundamente e abre a tampa.Ele está da mesma forma que deixei, com meu terno enrolado envolta de seu corpinho, se não soubesse que estava morto, poderia dizer que simplesmente estava dormindo.— Talvez ele tivesse uma chance se fosse para a UTI neonatal — ela pega sua mãozinha e a acaricia — Eu sempre vou amá-lo.— Sempre iremos amá-lo — digo e pego sua outra mãozinha sentindo a pele macia — E sempre iremos tê-lo aqui, conosco.[...]YeseniaDurante a meia hora segu
AxelSinto Yesenia tentando se desfazer dos meus braços e abro os olhos para vê-la se sentar na cama e soltar um suspiro cansado, nenhum de nós dois estávamos conseguindo dormir muito bem nas duas últimas semanas, o peso em nossa mente nos deixava constantemente exaustos e não nos deixava dormir.— Yvy?— Pode voltar a dormir, estou bem — me sento e envolvo sua cintura descansando minha cabeça em seu ombro, ela olhava fixamente para a varanda aberta observando o local onde nosso filho foi enterrado.— É difícil dormir tendo a consciência de que ela está lá embaixo no porão — ela olha para baixo e sigo seus olhos vendo a blusa manchada de leite — E meus seios estão doendo constantemente, tanto leite desperdiçado.— Vou pegar a bombinha — beijo a lateral do seu rosto e me levanto da cama — Tente não pensar nela, sei que é duro pedir isso, mas em breve ela vai sair daqui e irá para um local feito especialmente para ela, onde passará o resto de seus dias.Atênia aguentou a fome corroendo-
Axel— Hoje estamos aqui presentes para celebrar a união de Yesenia Davis e Axel Devenuto no matrimônio — o juiz de paz diz e aperto a mão de Yvy arrancando um sorriso de seus lábios — O matrimonio não deve ser levado levianamente, não se trata apenas da união de dois corpos, mas também da união de duas almas que irão traçar uma longa caminhada juntos no decorrer da vida — admiro o longo vestido branco deslumbrante de Yvy e a forma como destacavas seus seios pesados, era um vestido simples, porém perfeito para a ocasião — Antes de seguirmos para os votos, vocês gostariam de dizer algumas palavras? — ambos assentimos e o juiz de paz incentiva Yvy com o olhar a começar.— Faz cinco meses que Caim se foi — ela começa a dizer e olha para cima com um sorriso leve no olhar observando as folhas se movimentarem, o vento nesse momento é mais forte, parece que ele está aqui presente conosco — E tenho certeza que está feliz ao ver seus pais celebrando a união deles embaixo da árvore onde está de
— Perséfone!!! — ouço minha mamãe gritando meu nome. Será que ela ainda não entendeu que eu já era uma mocinha e sabia me virar sozinha?— Te encontrei! Meu amor, você sabe que não pode vir para a floresta sozinha, somente acompanhada de mim ou do seu pai — ela para na minha frente respirando muito rápido e coloca as mãos nas costas, mamãe ultimamente estava sempre com dor e sua barriga grande parecia que ia cair no chão de tão grande!— Eu sou uma mocinha! Meu papai disse!— Querida, você só tem 5 anos! — uma borboleta bonita com cores azuis nas asas pousa na minha mão e mostro para mamãe.— Olha mamãe, que bonita!— É linda! Agora vamos voltar e mostrá-la para o seu pai, que tal?— Vamos, mas acho que papai vai gostar dela assim — aperto a borboletinha na minha mão e ela morre — Olha como ela tá melhor assim mamãe — mostro meu trabalho com orgulho.— Meu Deus... — mamãe parece triste e sinto muita vontade de chorar. Por que ela tá triste comigo? — Você é a cópia do seu pai, não tem
Vamos conhecer a história da maravilhosa Perséfone?(...)— Perséfone!!! — ouço minha mamãe gritando meu nome. Será que ela ainda não entendeu que eu já era uma mocinha e sabia me virar sozinha?— Te encontrei! Meu amor, você sabe que não pode vir para a floresta sozinha, somente acompanhada de mim ou do seu pai — ela para na minha frente respirando muito rápido e coloca as mãos nas costas, mamãe ultimamente estava sempre com dor e sua barriga grande parecia que ia cair no chão de tão grande!— Eu sou uma mocinha! Meu papai disse!— Querida, você só tem 5 anos! — uma borboleta bonita com cores azuis nas asas pousa na minha mão e mostro para mamãe.— Olha mamãe, que bonita!— É linda! Agora vamos voltar e mostrá-la para o seu pai, que tal?— Vamos, mas acho que papai vai gostar dela assim — aperto a borboletinha na minha mão e ela morre — Olha como ela tá melhor assim mamãe — mostro meu trabalho com orgulho.— Meu Deus... — mamãe parece triste e sinto muita vontade de chorar. Por que e
1, 2, 3.Conto mentalmente e respiro fundo em busca de ar.Dói demais.Porém eles ainda não sabem que posso me adaptar a dor.Respiro fundo.De novo.Mais uma vez.Expiro.Deixo o ar ir embora para repetir o processo mais uma vez.O próximo golpe não dói tanto, sinto que meu corpo está entrando em estado de entorpecimento.Eles não irão conseguir arrancar uma reação de mim, não irei deixar.Eu sou a filha do diabo.Mas o que eles ainda não sabem, é que sou pior que o Diabo.E nada vai me parar quando minha vingança cair sobre eles.Nada.