Yesenia— Tem um kit de primeiros socorros no gabinete debaixo da cuba — abro a porta do gabinete e encontro a maleta de primeiros socorros, a coloco sobre o mármore ao lado da cuba de lavar as mãos e ao abri-la levo o segundo choque da noite, ali não continha apenas gaze e algumas soluções para a limpeza de feridas, havia pinças, tesouras, fios de sutura, cateteres de punção, seringas, agulhas, bolsas de soro fisiológico e glicosado, e algumas drogas, como adrenalina, noradrenalina e dobutamina.— Isso é um inferno de uma maleta de primeiros socorros — falo perplexa, não estava gostando do que estava descobrindo e estava com medo da explicação de Axel.Visto as luvas, abro uma gaze e soro fisiológico, disponho na bancada e peço para Axel tirar o pano que estava pressionando a ferida, o processo de coagulação estava bom e já havia parado de sangrar. Limpo a ferida para obter mais clareza e vejo o projetil em seu musculo, ele teve sorte que não foi profundo o suficiente para precisar d
AxelQueria pegar o pescoço dessa mulher e esganar com toda a minha força, desejaria estar morta quando finalmente a encontrasse, ela apenas estava arrumando problemas e confusão por onde passava, entretanto ontem o limite foi ultrapassado, o atentado contra minha vida foi maior e o meu maior medo era não poder viver tudo o que ainda tinha para viver ao lado de Yesenia.Sabia que era um perigo me envolver com Yvy assim que a vi trajando seu terninho apertado, os seios quase pulando para fora da contenção da blusa. Eu simplesmente a queria e a tive, o problema é que não foi uma relação puramente carnal, desde o começo havia algo a mais, uma sensação de pertencimento.Ontem era um dos melhores dias da sua vida e eu estraguei tudo. Planeja um jantar digno da sua comemoração e passar a noite enterrado nela, sabia que tinha algo de errado quando Cosmo me ligou, porém mesmo assim insisti em ir. Fazia quase dois meses que os ataques aos meus estabelecimentos tinham cessado, pensei que quem e
Yesenia— Vou providenciar sua admissão para a maternidade — sorrio tentando transmitir conforto para a paciente gravida que acabou de dar entrada no pronto socorro com contrações — Doutora Anya é a melhor médica obstetra do hospital, você está em boas mãos.Sento-me na minha mesa e começo a dar a entrada da paciente no sistema, porém a visão do marido da paciente segurando suas mãos tentando confortá-la faz meu peito apertar.Mais de duas semanas sem falar com Axel e ele ainda me mandava mensagens todos os dias, estava respeitando o fato de que precisava ficar sozinha por um tempo, mas estava me vigiando, como sempre.Assim que comecei a trabalhar no hospital, um segurança apareceu na minha frente e se apresentou, garantindo que não iria interferir no meu trabalho e até o momento estava cumprindo isso, não o via em lugar nenhum, contudo, percebia a sua sombra sempre presente.Sentia tanta saudade de Axel, as vezes pensava em ignorar tudo o que me disse e ir atrás dele, mas não era tã
AxelEstava me sentindo nervoso demais, meu coração batia forte contra a caixa torácica e minhas palmas estavam suadas, ameaçando tremer. Respiro profundamente buscando autocontrole e a compostura que esse momento necessitava. Dei a Yesenia o tempo que ela precisava para colocar sua cabeça em ordem, mesmo que estivesse sangrando por dentro. Esse tempo apenas serviu para que eu percebesse como ela era preciosa na minha vida, Yvy se tornou uma parte vital de mim e estava com medo do que ela falaria hoje.Bato na porta e ela abre, vestindo um pijama simples de alcinha e uma calça folgada, era linda de qualquer jeito, seja trajando aquele terninho apertado que a deixava apetitosa ou um pijama.— Ei — ela diz e retorce as mãos na sua frente, tão ou mais nervosa quanto eu — Entre.Entro na sua casa e espero ela fechar a porta, a acompanho até a porta e nos sentamos no sofá, ela pega uma pasta que estava na mesa de centro e a aperta em suas mãos.— Obrigado por vir.— Você sabe que eu viria
AxelMinha boca começa a salivar enquanto assisto a aureola e o bico escurecido de Yvy durinhos pelo vento frio que vinha da sacada do quarto, seus seios que já eram grandes, agora não cabiam mais em um sutiã, ela aderiu aos tops para sustentar melhor os dois montes que eu idolatrava. Estavam pesados e com as veias aparentes, se já estavam assim aos cinco meses de gestação, não conseguia pensar como ficariam aos nove meses.Estava aproveitando todas as transformações do seu corpo que estava abrigando meu filho. Um menino que seria criado para tomar o comando um dia, porém não seria criado da mesma forma que eu. A diferença entre mim e meu pai é que ele não me amava, e se amava, nunca demonstrou.Amava essa criança que estava crescendo no ventre da mulher que eu venerava, senti-lo se mexer se tornou o ponto alto do meu dia, era um menino forte que não dava muito descanso para Yvy.Cubro seus seios com o lençol e me levanto, faltava uma hora para amanhecer, porém minha mente estava inqu
Axel— Yvy? — atendo a chama, contudo, não é sua voz que ouço.— É Axel? O namorado de Yesenia?— Sim, está tudo bem? — levanto-me nervoso com um pressentimento ruim.— Yesenia foi ao banheiro do restaurante, mas não voltou. Encontrei seu celular no corredor e há sinal de briga no banheiro, a polícia já foi acionada...Desligo e ligo para Cosmo, minhas mãos mal conseguindo segurar o celular.— Coloque todos na rua a procura de Yesenia — digo e desligo rapidamente, ele saberá o que fazer.Acesso o sistema de rastreamento no computador, porém Yvy simplesmente sumiu.[...]Yesenia.— Pode ir, feche a porta ao sair — ouço uma voz feminina, abro os olhos e fecho-os instantaneamente ao sentir dor apenas pelo simples ato de abrir os olhos. Tento novamente e ao abri-los vejo uma mulher vestida totalmente de preto, uma arma pousava na mesa ao seu lado e ela olhava fixamente para mim — Até que não demorou para acordar — sua voz fria deixa um pressentimento ruim no ar.Mexo a cabeça fazendo minh
Yesenia— Vá embora — digo e cambaleio em direção a mesa pegando a arma. Ele me observa atentamente e se aproxima apontando para o que parecia ser a trava de segurança — Vá agora — peço novamente, me sentindo cada vez mais fraca.Estava com medo de desmaiar, a perda de sangue estava cobrando o preço.O menino deixa a sala e desfaleço na cadeira aguardando a volta da mulher que destruiu minha vida, a imagem ficava se repetindo na minha mente a todo momento.Seu pequeno peito lutando para expandir.As respirações diminuindo até que se foi.Nunca saberia qual era a cor de seus olhos, se teria o mesmo tom de pele de seu pai, se teria os cabelos tão escuros como os meus.Seu pai...Uma gargalhada escapa da minha garganta, que pesadelo infernal.Tudo por causa de poder.A porta se abre e lá está ela, olhando para mim atônita e observando atentamente a arma em minha mão desfalecida.— Aquele menino maldito... — murmura, todavia logo retoma a compostura decidida e felina, como se comandasse t
Axel— Quero que Caim seja enterrado aqui — Yesenia aponta para a primeira árvore que fica ao lado da entrada de pedras da floresta. Uma arvore com folhas de tons amarelados, verdes e vermelhos — Não quero colocá-lo em um cemitério, quero que fique perto de nós — assinto e coloca a bolsa com seus pertences do hospital em cima da mesa que fica na beirada da piscina.— Pode trazê-lo para mim? — pego o pequeno caixão no escritório e volto para a área da piscina, pouso o caixão na mesa e me sento ao lado de Yvy. Ela respira profundamente e abre a tampa.Ele está da mesma forma que deixei, com meu terno enrolado envolta de seu corpinho, se não soubesse que estava morto, poderia dizer que simplesmente estava dormindo.— Talvez ele tivesse uma chance se fosse para a UTI neonatal — ela pega sua mãozinha e a acaricia — Eu sempre vou amá-lo.— Sempre iremos amá-lo — digo e pego sua outra mãozinha sentindo a pele macia — E sempre iremos tê-lo aqui, conosco.[...]YeseniaDurante a meia hora segu