Capítulo 6

ZAHARA

Depois que terminamos de almoçar, nossos pais foram para dentro de casa e convidei Theodoro para sentar na beira da piscina. Por causa do calor, coloquei os pés para dentro da água, quando na verdade eu queria mesmo era dar um mergulho. A temperatura da água estava extremamente convidativa.

— Aquilo que você falou no almoço é verdade? — perguntei despretenciosamente.

— Sobre o quê?

— Sobre estar esperando a pessoa certa para se casar?

— Digamos que foi a coisa certa a se dizer naquele momento para que não continuassem a me importunar.

— Então você estava mentindo descaradamente para todos nós, Theo?

— Mentir é uma palavra muito pesada, digamos só que enganei. E você falou sério?

— Falei.

— Então Zahara Milani, a grande atriz, está à procura de um marido?

— Pode-se dizer que sim.

— E já tem alguém em vista?

— Mais ou menos.

— E o sortudo já sabe?

— Na verdade, ainda não falei com ele.

— E por que não fala?

— Porque ele está bem na minha frente, mas é um tremendo de um playboy pegador. — Resolvi arriscar para ver a reação que ele teria.

— Zah. — Seus olhos arregalados e a cara de espanto foram o suficiente para que eu entedesse.

— Relaxe, eu estava só brincando com você. 

— Por um momento achei que estivesse falando sério.

— Você é meu amigo, mas poderíamos ser amigos com benefícios, não acha?

— Está falando sério? Essa é uma proposta muito indecente.

— E por que não? Eu sei que você está doidinho para me beijar.

Quando Theo aproximou a boca da minha orelha, achei que ele iria me beijar, mas ele apenas sussurrou:

— Sabe que nossos pais estão nos observando e provavelmente comentando, né?

— Sim, eu sei. Podemos nos encontrar hoje à noite? — sugeri.

— Claro! — Um sorriso surgiu em seu rosto carrancudo. — Onde prefere ir?

— Pode ser aquele restaurante famosinho do centro?

— Que horas?

— Umas 20h?

— Ótimo. Combinado. 

Ficamos sentados na beira da piscina por mais algum tempo até que ele pareceu se lembrar de alguma coisa e começou a procurar no bolso da calça jeans.

— Aqui está. — Ele estendeu a mão com a minha pulseira. — Dona Ana achou caída debaixo da cama.

— Obrigada! Eu nem tinha percebido que tinha perdido minha pulseira.

Meu celular começou a tocar interrompendo nosso momento, tirei os pés da água e fui até a minha bolsa, peguei o aparelho e vi que tinha chegado uma mensagem do novo número que o infeliz do meu ex estava usando.

— Aconteceu alguma coisa, Zah? — Theo perguntou da beira da piscina.

— Era só uma mensagem de trabalho.

Guardei o celular de volta na bolsa e voltei a me sentar ao lado de Theo, mas estava me sentindo tensa. Eu teria que pedir ajuda a minha agente para resolver esse problema.

— Animada para gravar o próximo filme?

— Mais ou menos.

— É sobre o que?

— Um romance em que uma garota acaba sendo ajudada por um mafioso e eles acabam se apaixonando.

— Parece interessante. Você prefere fazer esses tipos de filme ou filmes de ação?

— Ambos, mas os filmes de ação tem uma carga de adrenalina maior e os romances, geralmente são mais calmos.

— Entendo. E já sabe quem vai ser o seu par no filme?

— Ainda não sei ao certo, mas parece que vai ser o Arthur Rolland. Conhece ele?

— Já devo ter visto algum filme com ele, mas, no momento, não me recordo.

Depois que saí da casa dos meus pais, os seguranças me acompanharam de volta ao hotel. No silêncio do quarto, liguei para Jenna e expliquei tudo para ela, enviei para ela tudo o que ele tinha me enviado e pedi que notificasse a equipe para irem atrás de Giovanni.

Eu estava animada de poder voltar a sair com Theodoro de novo, já que tínhamos perdido esse costume depois que terminamos a faculdade e fui morar no exterior. Nas poucas vezes em que tive um descanso entre uma gravação e outra, eu quase não voltei para casa, havia sempre algum um jantar, um soirée com algum patrocinador, alguma sessão de fotos para marcas famosas para me impedir.

Passei a tarde toda buscando informações sobre Theo, mas as poucas notícias relacionadas a Theodoro Castro que apareciam na internet era sempre relacionado a empresa e a sua família. Ele tinha fama de playboy pegador, mas não vi nenhuma dessas mulheres ao lado dele, talvez fosse porque ele nunca as levou a sério ou nunca viu um futuro com elas.

Quando a noite finalmente chegou, optei por um vestido vermelho, era um pouco mais justo do que eu gostaria, mas era o único que era fresco o suficiente para se usar na noite brasileira. Um pouco de maquiagem era o suficiente, só para o caso de ser flagrada por algum paparazzi que possa estar me seguindo e um par de saltos altos.

Conrad e Lucila me ajudaram a sair do hotel sem ser notada. Assim que cheguei à porta do restaurante, informei ao maître que Theodoro Castro estava a minha espera e ela rapidamente me levou até a mesa reservada. Logo que Theo notou minha presença, ele se levantou e me cumprimentou com um abraço e depositou um beijo na minha bochecha.

— Você está linda, Zah.

— Obrigada! — Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse.

— O que vai querer beber?

— Um vinho seria bom.

Theo fez sinal para um dos garçons, que rapidamente se aproximou e nos entregou a carta de vinhos. Acabei deixando que ele escolhesse, afinal ele estava mais familiarizado com esse restaurante do que eu. Dei uma olhada ao redor, talvez esperando ser surpreendida por um paparazzi indesejado.

— Não precisa se preocupar porque aqui você não será incomodada.

— Como pode ter certeza?

— O dono daqui é um amigo meu e eu tomei a liberdade de informá-lo que a minha companhia da noite era uma mulher fantástica e famosa e ele se encarregou de tomar as precauções para a sua segurança.

— Não precisava fazer isso.

— A sua segurança é importante, Zah.

O garçom, primeiro serviu um pouco do vinho na taça de Theo e depois que ele aprovou, o homem encheu nossas taças.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo