AnushkaApós todas as cerimónias que levou cerca de três dias de rituais de um casamento tradicional, rituais estes que Baghat teve todo cuidado de cumprir mostrando realmente o quanto ele era devoto e o quanto se importava com a nossa religião, Baghat cumpriu o que prometeu, ele nos deu a chance de nos unirmos não importando a diferença social entre Kabir e eu, ele não fez perguntas de onde a nossa família estava e nem de onde a gente estava saindo. Sentia que lá no fundo ele pressentia a pesada história que carregamos por trás até chegar ali ir chorar nos pés dele para que nós ajudasse, Baghat não procurou saber de nossos precedentes porque na realidade é o que menos importa na união de duas lessou que se amam e têm o direito de ficarem juntas. Fomos agradecer a Baghat por ter nos concedido o nosso desejo pois se não fosse por ele eu ainda estaria chorando pelos cantos da casa dos Suryavant enquanto minha própria sogra né maltrata com afazeres de casa em excesso só para ter o gostin
AnushkaDecidimos passar semanas naquela pousada à beira mar em Tamil Nadu. Durante o dia a gente ia conhecer melhor a cidade que era bastante cultural, aquele lugar carregava sinais milenares que você dificilmente via em grandes cidades e embora Surat ser considerada uma cidade um tanto moderada, a cultura e a tradição estavam levemente se dissipando sendo substituídas pelos modos modernizados que a televisão internacional ensinava mesmo indiretamente, E também o número a população residente em Surat era um os fatores que não ajudava na preservação dos lugares histórico-religiosos, é bem verdade que em tudo que o homem bota a mão se estraga, mas ali em Madurai era uma vila com tão poucas pessoas e tão bem conservada que você se sentia como se tivesse voltado no tempo.Kabir e eu acabamos nos apaixonando por aquela cidade, acabamos nos aproximando do Chiman, o guia turístico que nos levou até o templo Meenakshi quando a gente chegou na cidade, ele nos levou a conhecer lugares incrívei
AnushkaMinha mãe me encarou brevemente um tanto assustada por me ver ali parada depois de um tempo e depois olhou pro Kabir pra logo depois olhar pra mão do Kabir e minha que estavam dadas processando em sua cabeça o fato, ela soltou um som inaudível e se ajoelhou claramente a contragosto para saudar o seu patrão que era o Kabir ali."Namastê, bem vindo de volta pra casa." Ela balbuciou sem ter mais nada o que dizer."Arebaguandi, mãe." Kabir segurou a mulher pequena e magra pelos ombros com gentileza a fazendo se levantar do chão. "Não precisa disso, sabe se alguém está em casa?" Ele entrou despreocupado."A essa hora do dia poucas pessoas estão em casa, senhor." Ela conta. "O senhor Garjan e o senhor Shankar estão na loja no Centro, a senhora Bhadrasri está no mercado junto com a sua filha que voltou pra casa, vai haver um jantar especial hoje a noite, então meio que estão todos ocupados.""Um jantar especial? Pelos vistos voltamos numa boa hora, amor!" Kabir falou animado e voltou
AnushkaEstou pensando na recepção decepcionante que tive quando voltei pra casa dos Suryavant. Eu estava esperando mesmo uma revolta grande dos Suryavant ao meu casamento com Kabir; estava esperando que eles brigassem, negassem nossa união aos berros, que gritassem com Kabir o chamando de nomes, estava até esperando que eles o expulsassem de casa por ele ter se casado com uma Dalit. Eu já tinha até me preparado pra um cenário como aquele, já sabia até as falas que diria para eles e estava até preparada para consolar Kabir caso ele ficasse emocionalmente abalado com o que a família dele faria com ele, mas o que aconteceu foi bem ao contrário e muito diferente do que estava esperando. Não que os Suryavant tivessem decidido mudar e se tornado uma família mais tolerante, eles não tinham mudado os seus preceitos e dava pra ver isso nitidamente da maneira que eu pegava eles me encarando com nojo de vez enquando, mas eles decidiram o pior, decidiram simplesmente ignorar minha situação. Dec
"Eu até acho positivo, amor." Kabir está falando enquanto brinca comigo na cama quando era hora de dormir, está espalhando beijos pelo meu corpo desnudo enquanto eu reclamo todas minhas frustrações nele. "É bom que eles nos ignorem, pelo menos assim a gente evita contenda.""Are, marido. Você está se contentando com pouco, não faz isso. Eles precisam enfrentar a gente de uma vez do que jogar toda sujeira debaixo do tapete." O repreendo. Sério que ele acha bom a falta de atenção que está recebendo da sua família? Ele dá de ombros."Ue, mas se evita problemas eu acho melhor assim. Você vai ver só, depois de um tempo, todos eles vão se acostumar com a ideia de ter você como minha mulher e todos nós ficaremos bem como uma grande e feliz família." Ele fala fazendo graça e começa a brincar com os meus seios com animação que claramente queria dizer que ele queria sexo, mas o que ele está falando não me está agradando."Shiva, deixa de dizer besteiras!" Me esquivo dos braços dele saindo da ca
DevaNa minha cidade sempre que a pessoa se sentia injustiçada por algo, ela podia ir até o chefe da aldeia submeter uma queixa e ser julgado de acordo para resolver o problema. Muitas brigas maritais e familiares se resolviam lá mesmo, o chefe tinha o poder de concentrar todo mundo em um só lugar, ouvir suas queixas e resolver os problemas destas pessoas. Hoje ele está resolvendo o meu problema, o tanto que Dinesh pediu para que eu recorresse à justiça local para recuperar minha casa, que é como se eu não tivesse escolha a não ser fazer o que ele disse.Naquela noite em que Abhiprithi não nos deixou entrar na mansão Bewa de qualquer jeito, Dinesh chamou um táxi e me levou até um motel na cidade onde eu pude tomar um banho, comer um lanche rápido e dormir na companhia dele, o vaso de cerâmica onde os restos mortais do meu pai descansava em cima da cômoda do quarto. Então pude dormir aquela noite mas, não que eu tivesse desistido de conseguir a minha casa que tinha sido tomada à força
Deva"Não!" Grito estupefata com esta condenação. "Por que está sendo tão radical comigo?" Ser retirada minha própria casa e ainda por cima estar proibida de morar naquela cidade onde nasci e cresci? Ele acha que tem esse direito..?"Aceite o seu destino, pecadora. Agradeça antes pelo bebê que está em seu ventre pois senão eu mandaria que lhe apedrejassem até a morte, quem sabe assim você pagava pela morte do Achalesvara." O chefe diz me fazendo enrugar os lábios numa expressão de ódio extremo, as pessoas ali presentes começaram a vaiar insatisfeitas pelo veredito do julgamento, só que ao invés de estarem a pedir para que Gyaneshwar diminuísse aquela sentença sendo justo comigo, as pessoas estão vaiando gritando pela minha morte, as pessoas querem que eu morra, elas querem me matar com as suas próprias mãos."Matem ela! Matem ela! Matem!" Eles gritavam furiosos, sinto uma dor aguda na testa e vejo um pé de bota caindo do outro lado no chão, alguém da população tinha jogado um sapato e
Quando chegamos em Varanasi, Dinesh quis alugar um quarto numa pousada nas margens do rio Ganges para que a gente pudesse pernoitar ali e logo mais no dia seguinte descer pro rio e ir deitar as cinzas do meu pai naquelas águas sagradas. So que a tarefa foi demasiado difícil de concretizar, pois estamos na época do Puja para Ganesh, uma festividade que acontece todo ano onde muitos devotos costumam ir até Varanasi para se mergulhar nas águas sagradas do rio afim de buscar uma santificação espiritual. Por isso, nesses dias é normal ver aquela cidade totalmente congestionada pelos devotos peregrinos vindos de todos os cantos do país e até vindo de fora do país."Eu acho melhor a gente ir embora e voltar daqui há algum tempo." Dinesh fala enquanto estamos olhando a movimentação das pessoas na rua lá embaixo do quarto do motel onde finalmente ele tinha conseguido achar um quarto que não tivesse sido reservado pelos visitantes da cidade. "Está muito cheio." Suspiro com aquela sugestão dele.