Capítulo 4

Era uma noite tranquila, e a luz da lua filtrava-se pelas cortinas do apartamento de Luna, criando um ambiente sereno. Ela se sentava à mesa, revisando anotações para a escola, mas sua mente estava longe. Pensava em Sebastian, na conexão crescente entre eles e nos riscos que envolviam sua nova vida.

Luna decidiu dar uma pausa e se levantou para preparar um chá. Enquanto esperava a água ferver, sua mente divagava. Lembrava-se da última vez em que estivera com Sebastian, quando ele havia segurado sua mão com tanta intensidade que quase a fez esquecer de tudo ao redor. O calor de seu toque ainda ardia em sua pele.

O som de um leve toque na janela fez com que Luna se virasse rapidamente. Para sua surpresa, viu Sebastian, que a observava com um sorriso travesso. "Posso entrar?" ele perguntou, com um brilho nos olhos.

Com o coração acelerado, Luna correu até a janela e a abriu, permitindo que ele entrasse. "O que você está fazendo aqui?" perguntou, tentando esconder a animação em sua voz.

"Queria ver como você estava. Depois daquela missão, fiquei preocupado," disse Sebastian, com um olhar sério, mas com um toque de suavidade.

Luna fez uma expressão de agradecimento. "Eu estou bem. Apenas pensando nas coisas." Ela sentou-se na mesa novamente, e Sebastian puxou uma cadeira, sentando-se ao seu lado.

"Você foi incrível naquela noite. Corajosa. Não sei como conseguiu," ele disse, admiração clara em sua voz.

"Obrigada. Eu só... queria ajudar," respondeu Luna, olhando para baixo, um pouco tímida.

Sebastian se inclinou mais perto, tornando o ambiente carregado de eletricidade. "E você fez isso. Mas preciso que você saiba que se alguma coisa acontecer, estarei sempre aqui para te proteger."

Luna olhou em seus olhos, sentindo-se vulnerável e ao mesmo tempo segura. "Eu confio em você, Sebastian. E, honestamente, isso é novo para mim. Essa conexão que temos, essa luta... tudo isso."

Ele sorriu levemente, como se entendesse o que ela queria dizer. "Eu também sinto isso. É como se estivéssemos ligados por algo maior."

A tensão no ar se intensificou. Luna sabia que havia algo mais profundo entre eles, algo que ia além da amizade. "Sebastian, você já pensou no que isso significa? O que estamos fazendo?"

Ele hesitou por um momento, sua expressão se tornando mais séria. "Sim, e isso me preocupa. Estar próximo de você me faz sentir vivo, mas ao mesmo tempo, é arriscado. O mundo em que vivemos é complicado."

"Eu não quero que isso acabe, Sebastian. Não quero perder você," disse Luna, sua voz quase um sussurro.

Sebastian se inclinou ainda mais perto, e Luna podia sentir seu calor. "Nem eu quero perder você. Você é importante para mim."

As palavras flutuavam entre eles, carregadas de emoção. Luna sentiu seu coração disparar e, por um momento, tudo ao seu redor desapareceu. Era apenas ela e Sebastian, presos em uma bolha de sentimentos.

"Eu sempre vou lutar para te proteger, Luna," ele continuou, com um olhar intenso.

Então, como se guiados por um impulso, seus rostos se aproximaram. Luna fechou os olhos, e o mundo se apagou por um instante. Quando seus lábios finalmente se encontraram, foi suave e hesitante, mas cheio de promessas. O toque foi como um alívio, um momento de conexão que parecia preencher o vazio que ambos sentiam.

Luna se afastou lentamente, o olhar de Sebastian ainda preso no dela. "Uau," ela murmurou, ainda atordoada pelo beijo.

"Uau mesmo," ele respondeu, com um leve sorriso, quebrando a tensão.

Os dois riram nervosamente, sentindo a fragilidade e a força do momento ao mesmo tempo. Era um novo começo, uma nova fase em seu relacionamento, mas também trazia consigo o peso dos desafios que ainda viriam.

"Devemos ser cuidadosos, mas não quero que isso nos impeça de sentir," disse Sebastian, seu tom mais sério agora.

"Eu também não. Vamos enfrentar isso juntos," afirmou Luna, sua determinação renovada.

Sebastian sorriu e segurou a mão dela. "Sempre juntos."

A conversa continuou, e eles se perderam em um mundo onde o perigo não existia. Falaram sobre sonhos, medos e esperanças. Era uma pausa necessária antes de se lançarem novamente à luta.

Após horas conversando, a noite avançou, e Sebastian percebeu que era hora de ir. "Preciso voltar antes que alguém perceba que estou fora. Mas prometo que estarei aqui amanhã," ele disse, levantando-se.

"Eu também vou sentir sua falta," respondeu Luna, um pouco triste ao vê-lo partir.

Ele sorriu de forma reconfortante e se dirigiu até a janela. "Fique segura, Luna. Estou sempre pensando em você."

Com essas palavras, ele desapareceu na escuridão da noite, deixando Luna sozinha, mas com um coração cheio de novas esperanças e a certeza de que algo especial estava crescendo entre eles.

A luz da manhã filtrava-se através das nuvens, criando um céu cinza que combinava com o estado de espírito de Luna. Ela estava nervosa, mas determinada a descobrir mais sobre o mundo de Sebastian. Após a conversa emocionante na noite anterior, sentia que precisava entender melhor o que significava estar envolvida com um vampiro.

Sebastian a havia convidado para a mansão, prometendo que teriam um momento a sós para conversar. Com o coração acelerado, Luna atravessou o portão imponente da propriedade, admirando os jardins bem cuidados que cercavam a casa. Cada passo em direção à entrada aumentava sua ansiedade.

Assim que chegou à porta, Sebastian a recebeu com um sorriso caloroso. "Oi, Luna! Estou tão feliz que você veio."

"Oi, Sebastian! Obrigada pelo convite," respondeu Luna, tentando esconder seu nervosismo.

"Venha, vamos para o meu quarto. É onde podemos conversar em paz," disse ele, guiando-a pela mansão.

A decoração era elegante e antiga, com móveis de madeira escura e quadros emoldurados que pareciam contar histórias de um tempo longínquo. Luna se sentia um pouco deslocada, mas a presença de Sebastian tornava tudo mais acolhedor.

Ao chegarem ao quarto, Luna notou que era amplo e bem iluminado, com janelas que davam para o jardim. Havia uma atmosfera tranquila ali, quase mágica.

"Então, o que você gostaria de saber?" Sebastian perguntou, fechando a porta e se sentando na beirada da cama, olhando para ela com um olhar atento.

Luna hesitou por um momento, lembrando-se de todas as perguntas que a atormentavam. "Eu... tenho muitas dúvidas sobre vampiros. Como vocês vivem? E se humanos e vampiros podem, tipo, viver juntos ou se casar?"

Sebastian sorriu, apreciando sua curiosidade. "É um tópico complicado, mas vou tentar explicar. Vampiros vivem de forma discreta. Precisamos do sangue humano para sobreviver, mas tentamos ao máximo não machucar ninguém e evitar interferir na vida dos humanos."

"Então, você se esconde por causa disso?" perguntou Luna, um pouco triste com a ideia.

"Sim, é uma necessidade. E a relação entre um humano e um vampiro é considerada um tabu perigoso. Não é fácil, especialmente se o vampiro não consegue se controlar," respondeu ele, com um tom sério.

Luna se aproximou, buscando os olhos de Sebastian. "E você? Consegue se controlar?"

"Sim, eu consigo," ele disse, sua voz firme. "Sempre me esforço para não colocar ninguém em risco."

"Isso é bom de ouvir," ela disse, sentindo um alívio.

"Vampiros também têm algumas limitações. Por exemplo, apenas os vampiros nascidos ou os que têm mais de 100 anos conseguem andar ao sol sem problemas," continuou Sebastian.

Luna franziu a testa, intrigada. "E isso significa que você não pode andar ao sol? Isso deve ser... complicado."

"É um desafio, mas aprendemos a nos adaptar. E há muitas coisas que podemos fazer à noite," ele respondeu, tentando tornar a conversa mais leve.

"Mas e quanto a filhos? Um humano e um vampiro podem ter filhos juntos?" A pergunta escapuliu dos lábios de Luna, e ela imediatamente se sentiu um pouco envergonhada.

Sebastian hesitou por um momento. "Só ouvi falar disso uma vez. A mulher humana morreu no parto. Não é algo comum, e a maioria dos vampiros não acredita que seja possível."

"Uau, isso é tão triste," Luna disse, sentindo uma onda de empatia.

"É, mas não precisamos pensar nisso agora. O importante é o que sentimos um pelo outro e como podemos lidar com isso," respondeu Sebastian, seu olhar profundo.

Luna se perdeu nos olhos dele por um momento, sentindo a intensidade da conexão entre eles. "Eu só quero saber mais sobre você, sobre nós. Esse mundo é tão diferente do que eu conhecia."

"Eu entendo. E quero que você saiba que, não importa o que aconteça, estarei aqui para te proteger e te apoiar," disse Sebastian, com um sorriso sincero.

"Obrigada, isso significa muito para mim," respondeu Luna, sentindo-se mais confiante.

"Se você quiser, posso te mostrar mais sobre o mundo dos vampiros. Temos lugares seguros onde podemos nos encontrar e conversar. E você pode conhecer mais sobre nossa história," ele ofereceu, seus olhos brilhando com entusiasmo.

"Isso seria incrível! Eu adoraria aprender mais," disse Luna, animada com a ideia.

"Ótimo! Podemos começar amanhã à noite. Há uma biblioteca secreta na mansão cheia de livros sobre nossa história e curiosidades sobre o mundo dos vampiros," Sebastian disse, com um ar de mistério.

"Uma biblioteca secreta? Uau, isso soa emocionante!" Luna exclamou, os olhos brilhando.

"Sim, e eu prometo que será uma aventura. Mas, por favor, lembre-se de que é um mundo perigoso. Precisamos ser cautelosos," ele alertou, sua expressão séria.

"Eu entendo. E estou pronta para isso. Só quero saber mais e, quem sabe, descobrir um jeito de lidar com tudo isso," respondeu Luna, determinada.

Sebastian se aproximou um pouco mais. "Você é muito corajosa, Luna. Estou feliz por você estar disposta a enfrentar isso."

Luna sorriu, sentindo-se motivada. "Acho que só preciso de um pouco de orientação. E você é a pessoa certa para isso."

"Então, vamos juntos. E, acima de tudo, nunca se esqueça de que você não está sozinha nessa," disse Sebastian, segurando a mão dela.

Enquanto suas mãos se entrelaçavam, Luna sentiu um calor crescendo entre eles, um sinal de que estavam prontos para enfrentar o que quer que viesse em seu caminho. Sabia que estava se aventurando em um mundo desconhecido, mas, com Sebastian ao seu lado, sentia que aguentaria tudo.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo