Capítulo sete

BIANCA OLSEN

— O quê? — Pergunta espantada, com os olhos castanhos arregalados.

— Ele… ele me bate, Júlia. Me espanca há dois anos. Eu precisei… Precisei atirar, ou ele me mataria. — Explico.

— Santo Deus, mas que desgraçado, maldito! — Vocifera, revoltada. — Vem comigo!

— Para onde? — Questiono, assustada.

— Lá em cima, teremos mais privacidade. Vamos! — Justifica, me conduzindo para o andar de cima.

Qualquer outra pessoa entraria em pânico, mas Júlia não. Além de ser uma mulher deslumbrante, negra, alta, com um corpo escultural e longos cabelos cacheados. Júlia é inteligente, brilhante, eu diria, e tem sangue frio para lidar com qualquer situação. Não é à toa, que ela é uma excelente advogada.

No quarto dela, sentamo-nos na cama, uma de frente para a outra. Minha amiga, segura minhas mãos e diz:

— Amiga, me conta tudo em detalhes, como foi isso?

— Nem sei por onde começar. Me desculpe por chegar assim, mas eu não sabia o que fazer. — Confesso, aflita.

— Eu estou aqui, para
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