Capítulo onze

JOHN COOPER: 

Quando vi Bianca na porta do meu escritório, a reconheci imediatamente. Aqueles olhos grandes e assustados ficaram gravados em minha memória. Fiquei completamente atordoado, tanto pela lembrança dela fugindo desesperada naquele parque, quanto pela sua beleza surreal. Ao me aproximar, agora podendo enxergá- la com clareza, observo cada detalhe dela. Seus cabelos castanhos, são longos e levemente ondulados. Mesmo usando saltos altos, continua pequenina, sua cabeça, fica na altura dos meus ombros. Ela usa um terninho elegante, porém, justo e consigo perceber o quanto seu corpo é perfeito, quadris ligeiramente largos e cintura fina.

Seu rosto tem traços delicados e algumas sardas completam a pele clara, tornando-a incrivelmente meiga e sexy simultaneamente. Por um momento, me perco na mistura perfeita de verde-claro com azul, de seus olhos brilhantes. É como, olhar para o mar. 

Me sinto completamente encantado, David disse que ela era bonita, mas se esqueceu de mencionar, que ela é deslumbrante. Além de culta e inteligente, como pude constatar durante a entrevista, Bianca é uma das mulheres mais lindas que já vi. E mesmo que tente, não consigo conter minha mente maligna, que viaja em pensamentos impuros. Ao vê-la partir, sem nenhuma explicação, me desespero, pensando que não a verei novamente. E sem pensar duas vezes, digo que o emprego é dela. 

— Desculpe! O que disse? — Indaga, incrédula.  

— O emprego é seu, pode começar amanhã? — Solto de uma vez e ela arregala os olhos. 

— Mas… eu achei… — Bianca tenta falar, mas a impeço de concluir. 

 — Eu me expressei mal, não quis ofendê- la, me desculpe! Você é mais do que qualificada para a vaga. Se quiser, está contratada. — Oferto e ela abre um sorriso lindo, que aquece o meu coração.  

— Oh! Nossa, é claro que eu quero. Muito obrigada, Sr. Cooper!

 — Pode me chamar de John! — Sugiro. 

 — Eu acho melhor mantermos as formalidades, Sr. Cooper. 

Ótimo, agora estou me sentindo um velhinho caduco. Mas ela está certa.

 — Como quiser! Bem, então você começa amanhã, tudo bem? — Pergunto, sentindo uma estranha expectativa. 

 — Sim, amanhã está ótimo! — Concorda, me estendendo a mão. E quando a pego, sinto como se uma corrente magnética me atingisse. Parecendo sentir o mesmo, ela afasta a mão e sorri com timidez. — Bem, muito obrigada novamente, não irei mais tomar o seu tempo, até amanhã. — Despede-se, abrindo a porta para sair. 

— É… — Ela se vira para me encarar. — Eu levo você!Proponho e me arrependo imediatamente. —

Como assim, Jonathan? Cristo, estou parecendo um adolescente desesperado.

 — Não é necessário, Júlia já deve estar à minha espera. Mas mesmo assim, obrigada! Tenha um bom dia, Sr. Cooper. — Responde convicta 

— Bom, sendo assim, tudo bem! Amanhã, meu motorista te pegar às oito, ok?

— Sim, estarei pronta! Até amanhã, Sr. Cooper! 

— Até amanhã, Bianca! — Mais uma vez, recebo seu sorriso fascinante, e ela se retira da sala, me deixando sozinho. 

Derrotado e atordoado, me jogo em minha poltrona. Sentindo-me sufocando, arranco a gravata e abro os primeiros botões da minha camisa. Porra, essa menina, mexeu comigo de alguma forma, estou atraído, é inegável. Mil vezes, porra!

Entrevistá-la foi um martírio, já que o tempo todo, meu p@u latejou incontrolavelmente dentro das minhas calças. Passo algum tempo olhando para o teto, me sentindo inerte. Até que, sem se dar ao trabalho de bater, David invade meu escritório. 

— Nossa, que cara é essa? O que houve? — Indaga, ao me ver imóvel. 

— Nem sei por onde começar! — Respondo, levantando-me.

— Isso tem a ver com a sua nova babá? Quais foram as conclusões? — Cheguei à duas! 

— E quais são? — Indaga ele. 

— A primeira, é que você estava redondamente certo, e ela está contratada. — Em meu bar, sirvo dois copos do meu melhor Uísque, o entrego um e brindamos. 

— Disso eu já sabia, qual é a segunda?

— A segunda, é que você estava redondamente certo, e eu estou fodido, muito fodido. — Afirmo e viro a dose de uma vez só. O filho da puta, cai na gargalhada. 

— Devo reiterar, que eu avise! — Se gaba, ainda rindo. — E como irá conviver com ela? 

— Manterei distância, isso, definitivamente, não pode acontecer. — Declaro sem nenhuma convicção. 

— Eu duvido muito, que você irá resistir, meu amigo! — Provoca com deboche. 

— Ela é apenas uma garota e, além disso, agora é minha funcionária, você sabe da mi… — Ele me interrompe. 

— Sim, a sua regra estúpida, eu sei, e acho uma merda! Quanto a idade, foda-se! Sua vida está passando diante dos seus olhos, porra! Cara, pare de se privar de viver.

— Não posso, não com ela! A garota já sofreu muito, não posso ser mais um canalha na vida dela. — Explico e ele revira os olhos. 

— Como sabe que ela sofreu? 

— Longa história, mas resumindo, ela deu a entender que sofreu uma relação abusiva. Provavelmente, veio para Sydney fugindo do embuste. — Explico e ele arregala os olhos.  

Porra, isso a Júlia não mencionou. Mas que merda! — Alega, estupefato. 

— Sim, por isso, preciso manter distância dela! Jamais a faria sofrer, jamais teria apenas uma noite com ela. Bianca merece um homem de verdade, não um canalha. 

— Então não seja um! Esqueça o passado, não seja burro! Não é porque uma mulher te magoou, que todas irão fazer o mesmo. — Argumenta, e reviro meus olhos. — Você está de quatro por ela, paixão à primeira vista. Não precisa ser muito inteligente para perceber. 

— Cala a boca! — Digo e ele faz sinal de zíper na boca.

— Não falo mais nada, quer perder a chance de ser feliz? Vá em frente, quando vier chorar, mandarei você ir à merda. 

— Olha quem fala, o cara que está morando no escritório! — Zombo e ele ri. 

— Faça o que eu digo, meu amigo! E não, o que eu faço! — Solta a frase feita e se retira sorrindo de lado. 

Não posso misturar as coisas, isso é apenas uma atração momentânea, por uma mulher bonita. Preciso aliviar essa tensão sexual e não me faltam opções para fazer isso.  

♤♤♤

Antes mesmo de terminar meus compromissos do dia, decido ir para casa mais cedo. Passo no quarto de Lilly, que dorme tranquilamente. Deposito um beijo em sua cabeça e falo baixinho:

 — Durma bem, amor do papai! 

Vou para o meu quarto e após um banho quente, visto-me com uma camisa preta e calça jeans, penteio os cabelos para trás, como sempre e me perfumo. Em seguida, parto para o encontro com a mulher que marquei mais cedo. Chego ao restaurante e sou recebido pela hostess. 

— Senhor Cooper, é um prazer recebê-lo, sua acompanhante já lhe espera em sua mesa, me acompanhe por favor! 

— Obrigado! — Agradeço e a acompanho até o local reservado para mim. 

Ao notar a minha presença, a bela mulher se levanta com um sorriso de orelha a orelha. 

— Boa noite, querido! — Se aproxima e planta um selinho em meus lábios. 

— Boa noite, Mel! Como está? — Pergunto, ao puxar a cadeira, para que ela se sente novamente.

— Muito bem, mas com saudades! 

— Eu também! — Minto e ela sorri. 

Melissa, apesar de ser americana, tem descendência asiática, silhueta esguia, cabelos lisos e olhos puxados. Ela é modelo, uma das Angel’s da Victoria’s Secret.  Sim, eu sei, saio muito com modelos. Mas ela é ótima na cama e é disso que eu preciso agora, sexo casual, sem compromisso e sem expectativas. É a única maneira de limpar minha mente e parar de pensar na nova babá de minha filha.

Jantamos e até que a conversa foi agradável, embora eu me sentisse inquieto o tempo todo, como se aquilo fosse errado. E quando fomos ao apartamento de Melissa não foi diferente. Assim que chegamos, ela pulou em cima de mim como de costume, e enquanto nos beijávamos, passou a desabotoar a minha camisa. Caímos no sofá e faço o máximo de esforço possível, para me entregar ao momento, para me desligar de tudo e ter uma boa noite de sexo com aquela mulher. Entretanto, eu não consigo. Merda, Bianca! Saia da minha cabeça! Afetado pela minha mente perturbada, meu membro parece simplesmente morto. Melissa o acaricia, e me olha incrédula. 

— John, ainda não está duro? — Não respondo, apenas solto uma lufada no ar. — Calma, amor! Vou te ajudar. — Ela desliza o corpo para baixo, e antes que suas mãos cheguem ao zíper da minha calça, eu a impeço.

— O que foi? — Questiona ofegante. 

— Mel, eu preciso ir! — Informo, colocando-me de pé. 

— Mas, por quê? O que aconteceu? — Indaga se levantando. 

— Nada, eu só… eu não estou afim! Me desculpe, não é nada com você! — Justifico e abandono o apartamento dela. 

De volta em meu carro, me debruço sobre o volante, com a cabeça fervilhando em pensamentos. Passo algum tempo ali, apenas pensando nela. Porra, mas o que é isso, estou obcecado? Nervoso por não conseguir controlar minha própria mente, ligo o carro e dirijo para casa.

Ao chegar, vou direto para o bar do meu escritório. Encho um copo de uísque e levo com a garrafa para o quarto. No banheiro tomo uma dose de uísque, tiro a roupa e entro no chuveiro. Bianca volta a me perturbar e inexplicavelmente, fico duro feito cimento. Só pode ser brincadeira. Sem ter outra opção, com a água fria caindo sobre o meu corpo, me masturbo enlouquecidamente, pensando nela, imaginando seu corpo nu, seu cheiro e qual será o gosto de seu beijo. Com a testa encostada no box, chego ao ápice e ejaculo chamando por ela. 

— Oh, Bianca! Ah! Porra

Depois de finalmente relaxar meu corpo, termino o banho e chego a uma conclusão.

Isso não funcionará, não consigo. Eu não posso contratá-la, não posso. 

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