JOHN COOPER:
Quando vi Bianca na porta do meu escritório, a reconheci imediatamente. Aqueles olhos grandes e assustados ficaram gravados em minha memória. Fiquei completamente atordoado, tanto pela lembrança dela fugindo desesperada naquele parque, quanto pela sua beleza surreal. Ao me aproximar, agora podendo enxergá- la com clareza, observo cada detalhe dela. Seus cabelos castanhos, são longos e levemente ondulados. Mesmo usando saltos altos, continua pequenina, sua cabeça, fica na altura dos meus ombros. Ela usa um terninho elegante, porém, justo e consigo perceber o quanto seu corpo é perfeito, quadris ligeiramente largos e cintura fina.
Seu rosto tem traços delicados e algumas sardas completam a pele clara, tornando-a incrivelmente meiga e sexy simultaneamente. Por um momento, me perco na mistura perfeita de verde-claro com azul, de seus olhos brilhantes. É como, olhar para o mar.
Me sinto completamente encantado, David disse que ela era bonita, mas se esqueceu de mencionar, que ela é deslumbrante. Além de culta e inteligente, como pude constatar durante a entrevista, Bianca é uma das mulheres mais lindas que já vi. E mesmo que tente, não consigo conter minha mente maligna, que viaja em pensamentos impuros. Ao vê-la partir, sem nenhuma explicação, me desespero, pensando que não a verei novamente. E sem pensar duas vezes, digo que o emprego é dela.
— Desculpe! O que disse? — Indaga, incrédula.
— O emprego é seu, pode começar amanhã? — Solto de uma vez e ela arregala os olhos.
— Mas… eu achei… — Bianca tenta falar, mas a impeço de concluir.
— Eu me expressei mal, não quis ofendê- la, me desculpe! Você é mais do que qualificada para a vaga. Se quiser, está contratada. — Oferto e ela abre um sorriso lindo, que aquece o meu coração.
— Oh! Nossa, é claro que eu quero. Muito obrigada, Sr. Cooper!
— Pode me chamar de John! — Sugiro.
— Eu acho melhor mantermos as formalidades, Sr. Cooper.
Ótimo, agora estou me sentindo um velhinho caduco. Mas ela está certa.
— Como quiser! Bem, então você começa amanhã, tudo bem? — Pergunto, sentindo uma estranha expectativa.
— Sim, amanhã está ótimo! — Concorda, me estendendo a mão. E quando a pego, sinto como se uma corrente magnética me atingisse. Parecendo sentir o mesmo, ela afasta a mão e sorri com timidez. — Bem, muito obrigada novamente, não irei mais tomar o seu tempo, até amanhã. — Despede-se, abrindo a porta para sair.
— É… — Ela se vira para me encarar. — Eu levo você! — Proponho e me arrependo imediatamente. —
Como assim, Jonathan? Cristo, estou parecendo um adolescente desesperado.
— Não é necessário, Júlia já deve estar à minha espera. Mas mesmo assim, obrigada! Tenha um bom dia, Sr. Cooper. — Responde convicta
— Bom, sendo assim, tudo bem! Amanhã, meu motorista te pegar às oito, ok?
— Sim, estarei pronta! Até amanhã, Sr. Cooper!
— Até amanhã, Bianca! — Mais uma vez, recebo seu sorriso fascinante, e ela se retira da sala, me deixando sozinho.
Derrotado e atordoado, me jogo em minha poltrona. Sentindo-me sufocando, arranco a gravata e abro os primeiros botões da minha camisa. Porra, essa menina, mexeu comigo de alguma forma, estou atraído, é inegável. Mil vezes, porra!
Entrevistá-la foi um martírio, já que o tempo todo, meu p@u latejou incontrolavelmente dentro das minhas calças. Passo algum tempo olhando para o teto, me sentindo inerte. Até que, sem se dar ao trabalho de bater, David invade meu escritório.
— Nossa, que cara é essa? O que houve? — Indaga, ao me ver imóvel.
— Nem sei por onde começar! — Respondo, levantando-me.
— Isso tem a ver com a sua nova babá? Quais foram as conclusões? — Cheguei à duas!
— E quais são? — Indaga ele.
— A primeira, é que você estava redondamente certo, e ela está contratada. — Em meu bar, sirvo dois copos do meu melhor Uísque, o entrego um e brindamos.
— Disso eu já sabia, qual é a segunda?
— A segunda, é que você estava redondamente certo, e eu estou fodido, muito fodido. — Afirmo e viro a dose de uma vez só. O filho da puta, cai na gargalhada.
— Devo reiterar, que eu avise! — Se gaba, ainda rindo. — E como irá conviver com ela?
— Manterei distância, isso, definitivamente, não pode acontecer. — Declaro sem nenhuma convicção.
— Eu duvido muito, que você irá resistir, meu amigo! — Provoca com deboche.
— Ela é apenas uma garota e, além disso, agora é minha funcionária, você sabe da mi… — Ele me interrompe.
— Sim, a sua regra estúpida, eu sei, e acho uma merda! Quanto a idade, foda-se! Sua vida está passando diante dos seus olhos, porra! Cara, pare de se privar de viver.
— Não posso, não com ela! A garota já sofreu muito, não posso ser mais um canalha na vida dela. — Explico e ele revira os olhos.
— Como sabe que ela sofreu?
— Longa história, mas resumindo, ela deu a entender que sofreu uma relação abusiva. Provavelmente, veio para Sydney fugindo do embuste. — Explico e ele arregala os olhos.
— Porra, isso a Júlia não mencionou. Mas que merda! — Alega, estupefato.
— Sim, por isso, preciso manter distância dela! Jamais a faria sofrer, jamais teria apenas uma noite com ela. Bianca merece um homem de verdade, não um canalha.
— Então não seja um! Esqueça o passado, não seja burro! Não é porque uma mulher te magoou, que todas irão fazer o mesmo. — Argumenta, e reviro meus olhos. — Você está de quatro por ela, paixão à primeira vista. Não precisa ser muito inteligente para perceber.
— Cala a boca! — Digo e ele faz sinal de zíper na boca.
— Não falo mais nada, quer perder a chance de ser feliz? Vá em frente, quando vier chorar, mandarei você ir à merda.
— Olha quem fala, o cara que está morando no escritório! — Zombo e ele ri.
— Faça o que eu digo, meu amigo! E não, o que eu faço! — Solta a frase feita e se retira sorrindo de lado.
Não posso misturar as coisas, isso é apenas uma atração momentânea, por uma mulher bonita. Preciso aliviar essa tensão sexual e não me faltam opções para fazer isso.
♤♤♤
Antes mesmo de terminar meus compromissos do dia, decido ir para casa mais cedo. Passo no quarto de Lilly, que dorme tranquilamente. Deposito um beijo em sua cabeça e falo baixinho:
— Durma bem, amor do papai!
Vou para o meu quarto e após um banho quente, visto-me com uma camisa preta e calça jeans, penteio os cabelos para trás, como sempre e me perfumo. Em seguida, parto para o encontro com a mulher que marquei mais cedo. Chego ao restaurante e sou recebido pela hostess.
— Senhor Cooper, é um prazer recebê-lo, sua acompanhante já lhe espera em sua mesa, me acompanhe por favor!
— Obrigado! — Agradeço e a acompanho até o local reservado para mim.
Ao notar a minha presença, a bela mulher se levanta com um sorriso de orelha a orelha.
— Boa noite, querido! — Se aproxima e planta um selinho em meus lábios.
— Boa noite, Mel! Como está? — Pergunto, ao puxar a cadeira, para que ela se sente novamente.
— Muito bem, mas com saudades!
— Eu também! — Minto e ela sorri.
Melissa, apesar de ser americana, tem descendência asiática, silhueta esguia, cabelos lisos e olhos puxados. Ela é modelo, uma das Angel’s da Victoria’s Secret. Sim, eu sei, saio muito com modelos. Mas ela é ótima na cama e é disso que eu preciso agora, sexo casual, sem compromisso e sem expectativas. É a única maneira de limpar minha mente e parar de pensar na nova babá de minha filha.
Jantamos e até que a conversa foi agradável, embora eu me sentisse inquieto o tempo todo, como se aquilo fosse errado. E quando fomos ao apartamento de Melissa não foi diferente. Assim que chegamos, ela pulou em cima de mim como de costume, e enquanto nos beijávamos, passou a desabotoar a minha camisa. Caímos no sofá e faço o máximo de esforço possível, para me entregar ao momento, para me desligar de tudo e ter uma boa noite de sexo com aquela mulher. Entretanto, eu não consigo. Merda, Bianca! Saia da minha cabeça! Afetado pela minha mente perturbada, meu membro parece simplesmente morto. Melissa o acaricia, e me olha incrédula.
— John, ainda não está duro? — Não respondo, apenas solto uma lufada no ar. — Calma, amor! Vou te ajudar. — Ela desliza o corpo para baixo, e antes que suas mãos cheguem ao zíper da minha calça, eu a impeço.
— O que foi? — Questiona ofegante.
— Mel, eu preciso ir! — Informo, colocando-me de pé.
— Mas, por quê? O que aconteceu? — Indaga se levantando.
— Nada, eu só… eu não estou afim! Me desculpe, não é nada com você! — Justifico e abandono o apartamento dela.
De volta em meu carro, me debruço sobre o volante, com a cabeça fervilhando em pensamentos. Passo algum tempo ali, apenas pensando nela. Porra, mas o que é isso, estou obcecado? Nervoso por não conseguir controlar minha própria mente, ligo o carro e dirijo para casa.
Ao chegar, vou direto para o bar do meu escritório. Encho um copo de uísque e levo com a garrafa para o quarto. No banheiro tomo uma dose de uísque, tiro a roupa e entro no chuveiro. Bianca volta a me perturbar e inexplicavelmente, fico duro feito cimento. Só pode ser brincadeira. Sem ter outra opção, com a água fria caindo sobre o meu corpo, me masturbo enlouquecidamente, pensando nela, imaginando seu corpo nu, seu cheiro e qual será o gosto de seu beijo. Com a testa encostada no box, chego ao ápice e ejaculo chamando por ela.
— Oh, Bianca! Ah! Porra!
Depois de finalmente relaxar meu corpo, termino o banho e chego a uma conclusão.
Isso não funcionará, não consigo. Eu não posso contratá-la, não posso.
BIANCA OLSEN. Saio da sala de John, o mais rápido que consigo. Do lado de fora, solto todo o ar, que estava preso em meus pulmões. Relaxo os ombros e tento controlar meus batimentos irregulares. Céus, mas o que foi isso? Tive que mentir para ele, e disser que Júlia já estava à minha espera. Se dentro daquela sala enorme ele já me tirou o fôlego e me deixou atordoada, imagine a tortura que teria sido, passar tanto tempo com ele no carro? — Bianca? — Edna me chama e toca em meu ombro, me tirando do transe. — Está tudo bem? — Sim, é… estou bem, obrigada! — Certo, então venha comigo, tenho algumas informações para te passar. — Solicita e faço o que ela pede. Após conversar com Edna, ligo para Júlia avisando que a entrevista acabou, e pouco tempo depois ela chega para me buscar. — Conte-me tudo, não me esconda nada! — Exige, assim que entro em seu carro. — Contratada! — Exclamo, sorrindo. — Ah! Eu sabia! Que maravilha, amiga! — Nos abraçamos e depois ela me questiona, enquanto da
Desperto, com os raios solares invadindo o quarto, pela janela entreaberta. Enrolo um pouquinho na cama, até que finalmente me levanto, seguindo para o banheiro. Após um banho relaxante, escolho uma roupa bem básica. Jeans, camiseta branca e tênis. Não tem erro.Começo a descer com a minha mala pela escada, quando o vejo vindo em minha direção.— Bom dia, Bianca! — Diz, pegando a mala das minhas mãos.— Sr. Cooper, bom dia! O que faz aqui? — Pergunto surpresa. O homem está ainda mais bonito. Vestido casualmente, com um suéter preto e calça jeans. Por um instante, meus olhos vagam pelo seu corpo, até que o ouço limpar a garganta.— Bem é que… eu precisava conversar com você! — Revela, visivelmente desconfortável. Termino de descer, ficando frente a frente com ele. — Pois não, sobre o que gostaria de conversar? — Ele demora alguns segundos para responder, parecendo estar buscando as palavras.— Na verdade, eram apenas algumas recomendações, mas posso fazê— las quando chegarmos em casa
BIANCA OLSENQuando John estaciona na entrada de sua mansão, mesmo antes de descer do carro, admiro a beleza do lugar. A casa é enorme, com um lindo e vasto jardim e uma vasta área de lazer. Assim como a casa em que cresci. Meu novo chefe, desce do carro e antes que eu possa abrir a minha porta, ele o faz. — Obrigada! — Agradeço e ele sorri.Assim que saio do carro, avisto uma garotinha correndo e deduzo que seja Lilly. Ela é linda, cabelinhos ruivos, bochechas redondas, e quando se aproxima mais, consigo ver em seu rosto, muitas sardas parecidas com as minhas e os lindos olhos verdes. Me encanto assim que a vejo. — Papai! — De frente com ele, Lilly pula em seu colo. — Oi, amor, como você está? — Ele pergunta a enchendo de beijos.— Estou bem papai, estava brincando no playground com a tia Soraya. — Explica e o pai sorri. — E com a tia Cami, não é Lilly? — Uma mulher exuberante, acrescenta se aproximando.Acho que nunca vi ninguém tão bonita, os cabelos são loiros e longos, ela é
JOHN COOPERFui à casa de Júlia, com o intuito de dizer a Bianca que não poderia contratá-la, já havia até conseguido outro emprego para ela, na casa de um amigo meu, que acabou de ter filho. Entretanto, ao vê-la, simplesmente não consegui. Sinto como se precisasse mantê-la por perto, como se precisasse protegê-la, e não consigo ir contra os meus instintos. Mesmo que isso signifique, ter que controlar, vinte e quatro horas por dia, a atração latente, que sinto por ela.Após deixá-la acomodada em seu novo quarto, desço para meu escritório e assim que entro, Camilla se pendura em meu pescoço, tentando me beijar. Rapidamente seguro os braços dela, e a afasto de mim. — Benzinho, o que foi? — Questiona. — Não me chame assim, você sabe que eu odeio. — Repreendo, sentando-me em minha poltrona. — Desculpe, amor! — Camilla, nós terminamos, esqueceu? O que você quer? — Eu quero você, pensei bem e não irei aceitar isso! Estávamos bem. O que houve? Foi algo que eu fiz? — Não foi nada com
BIANCA OLSENQuinze dias depois… Soraya me ensinou toda a rotina de Lilly e já está em licença maternidade. Nós nos demos muito bem, e estou completamente apaixonada por ela, é uma criança de ouro. Meus dias nesta casa têm sido tranquilos, os outros empregados me receberam muito bem e me apeguei rapidamente a Christina, a governanta da casa. John está sempre por perto, e isso, fez com que os outros empregados estranhassem. Christina até deixou escapar, que ele não costumava estar tão presente, antes da minha chegada. Me sinto tão intimidada por ele, que chega a ser desconfortável ficarmos no mesmo ambiente. Estou claramente atraída, entretanto, tenho me mantido o mais longe possível dele. Por uma lista com incontáveis motivos, isso, definitivamente, não pode acontecer. Aproveitei o dia lindo e ensolarado, para praticar minha ioga matinal na pequena e secreta praia, que fica próximo à mansão. O lugar é lindo, e também deserto, com areia branquinha e águas cristalinas. Ao fim do meu
JOHN COOPEREsses dias se passaram, na velocidade da luz. Bianca e Lilly estão como unha e carne, nunca vi a minha filha tão feliz. Ela ama Soraya, mas com Bianca é algo único, um carinho que nunca a vi demonstrar antes, nem por mim. O que não é de se espantar, já que Bia é um doce, não só com ela, mas com todos ao seu redor. Meiga, atenciosa e carinhosa. Trata Lilly com tanto amor, que até me aquece o coração. Eu não nego, que sou a porra de um mulherengo. Entretanto, tenho uma única regra, não me envolvo com funcionárias. Isso me mantém longe de problemas e torna minha vida mais fácil, quando quero me afastar. Mas admito que estou fascinado e loucamente atraído por essa garota. Mesmo sem nunca ter, nem ao menos beijado ela, sonho com isso todas as noites. Todavia, Bianca não demonstrou nenhum interesse por mim. Continua me tratando de senhor e só fala comigo quando necessário, então mesmo que seja uma tortura continuo respeitando o espaço dela.Quando nos esbarramos no saguão, prec
BIANCA OLSENLilly foi com o tio visitar os avós e eu aproveitei o resto do dia de folga. Deitei na cama, acompanhada do meu Kindle, uma boa xícara de chá e dos com meus óculos de grau, sim, sou bem míope, e passei a tarde inteira, presa em um livro de romance, que Júlia havia me indicado. É da autora brasileira Elisa Bianchi, a história é linda e fala sobre novos começos e segundas chances. Será que eu terei uma segunda chance? E o amor verdadeiro, ainda está esperando por mim?Quando penso nisso, inexplicavelmente à imagem de John, vem em minha mente. Acorda para a vida, Bianca! O homem é seu chefe! Sacudo a cabeça, como se esse movimento, fosse limpar meus pensamentos errôneos, e volto a me concentrar em minha leitura. Pouco tempo depois, recebo uma ligação de Júlia: — Oi amiga! — Oi, gatinha! O que está fazendo?— Lilly foi para a casa dos avós. Estou de folga então, adivinha? — Lendo, aposto! — Exatamente, inclusive, que livro incrível, já estou nos últimos capítulos. — Comen
JOHN COOPER:O dia foi infernal no escritório, passei o dia todo preocupado e só me acalmei, quando Edgar me ligou, avisando que ele e Lilly, haviam chegado bem na fazenda dos meus pais. São apenas duas horas de estrada, mas mesmo assim, fiquei angustiado. Sou um pai superprotetor, me julgue. Ao final da minha última reunião do dia, mal sento na cadeira e David invade minha sala, como de costume. — Se anima, nós vamos sair! — Impõe e nego com a cabeça. — Nem a pau, estou morto! Vou direto para casa!— Porra nenhuma, , vamos! Você está precisando! — Eu, ou você? — Não consigo conter o riso. — Nós dois, estamos fodidos, cansados e você sem sexo. — Ele debocha, sentando-se na cadeira à minha frente.— Pelo menos, não fui expulso da minha própria casa! — Zombo e ele ri. — Pelo menos, não estou apaixonado pela babá da minha filha! — Touché, filho da puta! — Então, já que não tem coragem de se declarar para a garota, nada melhor do que tomar umas, ouvindo um bom e velho rock 'n' roll.