JOHN COOPER: Quando vi Bianca na porta do meu escritório, a reconheci imediatamente. Aqueles olhos grandes e assustados ficaram gravados em minha memória. Fiquei completamente atordoado, tanto pela lembrança dela fugindo desesperada naquele parque, quanto pela sua beleza surreal. Ao me aproximar, agora podendo enxergá- la com clareza, observo cada detalhe dela. Seus cabelos castanhos, são longos e levemente ondulados. Mesmo usando saltos altos, continua pequenina, sua cabeça, fica na altura dos meus ombros. Ela usa um terninho elegante, porém, justo e consigo perceber o quanto seu corpo é perfeito, quadris ligeiramente largos e cintura fina. Seu rosto tem traços delicados e algumas sardas completam a pele clara, tornando-a incrivelmente meiga e sexy simultaneamente. Por um momento, me perco na mistura perfeita de verde-claro com azul, de seus olhos brilhantes. É como, olhar para o mar. Me sinto completamente encantado, David disse que ela era bonita, mas se esqueceu de mencionar,
BIANCA OLSEN. Saio da sala de John, o mais rápido que consigo. Do lado de fora, solto todo o ar, que estava preso em meus pulmões. Relaxo os ombros e tento controlar meus batimentos irregulares. Céus, mas o que foi isso? Tive que mentir para ele, e disser que Júlia já estava à minha espera. Se dentro daquela sala enorme ele já me tirou o fôlego e me deixou atordoada, imagine a tortura que teria sido, passar tanto tempo com ele no carro? — Bianca? — Edna me chama e toca em meu ombro, me tirando do transe. — Está tudo bem? — Sim, é… estou bem, obrigada! — Certo, então venha comigo, tenho algumas informações para te passar. — Solicita e faço o que ela pede. Após conversar com Edna, ligo para Júlia avisando que a entrevista acabou, e pouco tempo depois ela chega para me buscar. — Conte-me tudo, não me esconda nada! — Exige, assim que entro em seu carro. — Contratada! — Exclamo, sorrindo. — Ah! Eu sabia! Que maravilha, amiga! — Nos abraçamos e depois ela me questiona, enquanto da
Desperto, com os raios solares invadindo o quarto, pela janela entreaberta. Enrolo um pouquinho na cama, até que finalmente me levanto, seguindo para o banheiro. Após um banho relaxante, escolho uma roupa bem básica. Jeans, camiseta branca e tênis. Não tem erro.Começo a descer com a minha mala pela escada, quando o vejo vindo em minha direção.— Bom dia, Bianca! — Diz, pegando a mala das minhas mãos.— Sr. Cooper, bom dia! O que faz aqui? — Pergunto surpresa. O homem está ainda mais bonito. Vestido casualmente, com um suéter preto e calça jeans. Por um instante, meus olhos vagam pelo seu corpo, até que o ouço limpar a garganta.— Bem é que… eu precisava conversar com você! — Revela, visivelmente desconfortável. Termino de descer, ficando frente a frente com ele. — Pois não, sobre o que gostaria de conversar? — Ele demora alguns segundos para responder, parecendo estar buscando as palavras.— Na verdade, eram apenas algumas recomendações, mas posso fazê— las quando chegarmos em casa
BIANCA OLSENQuando John estaciona na entrada de sua mansão, mesmo antes de descer do carro, admiro a beleza do lugar. A casa é enorme, com um lindo e vasto jardim e uma vasta área de lazer. Assim como a casa em que cresci. Meu novo chefe, desce do carro e antes que eu possa abrir a minha porta, ele o faz. — Obrigada! — Agradeço e ele sorri.Assim que saio do carro, avisto uma garotinha correndo e deduzo que seja Lilly. Ela é linda, cabelinhos ruivos, bochechas redondas, e quando se aproxima mais, consigo ver em seu rosto, muitas sardas parecidas com as minhas e os lindos olhos verdes. Me encanto assim que a vejo. — Papai! — De frente com ele, Lilly pula em seu colo. — Oi, amor, como você está? — Ele pergunta a enchendo de beijos.— Estou bem papai, estava brincando no playground com a tia Soraya. — Explica e o pai sorri. — E com a tia Cami, não é Lilly? — Uma mulher exuberante, acrescenta se aproximando.Acho que nunca vi ninguém tão bonita, os cabelos são loiros e longos, ela é
JOHN COOPERFui à casa de Júlia, com o intuito de dizer a Bianca que não poderia contratá-la, já havia até conseguido outro emprego para ela, na casa de um amigo meu, que acabou de ter filho. Entretanto, ao vê-la, simplesmente não consegui. Sinto como se precisasse mantê-la por perto, como se precisasse protegê-la, e não consigo ir contra os meus instintos. Mesmo que isso signifique, ter que controlar, vinte e quatro horas por dia, a atração latente, que sinto por ela.Após deixá-la acomodada em seu novo quarto, desço para meu escritório e assim que entro, Camilla se pendura em meu pescoço, tentando me beijar. Rapidamente seguro os braços dela, e a afasto de mim. — Benzinho, o que foi? — Questiona. — Não me chame assim, você sabe que eu odeio. — Repreendo, sentando-me em minha poltrona. — Desculpe, amor! — Camilla, nós terminamos, esqueceu? O que você quer? — Eu quero você, pensei bem e não irei aceitar isso! Estávamos bem. O que houve? Foi algo que eu fiz? — Não foi nada com
BIANCA OLSENQuinze dias depois… Soraya me ensinou toda a rotina de Lilly e já está em licença maternidade. Nós nos demos muito bem, e estou completamente apaixonada por ela, é uma criança de ouro. Meus dias nesta casa têm sido tranquilos, os outros empregados me receberam muito bem e me apeguei rapidamente a Christina, a governanta da casa. John está sempre por perto, e isso, fez com que os outros empregados estranhassem. Christina até deixou escapar, que ele não costumava estar tão presente, antes da minha chegada. Me sinto tão intimidada por ele, que chega a ser desconfortável ficarmos no mesmo ambiente. Estou claramente atraída, entretanto, tenho me mantido o mais longe possível dele. Por uma lista com incontáveis motivos, isso, definitivamente, não pode acontecer. Aproveitei o dia lindo e ensolarado, para praticar minha ioga matinal na pequena e secreta praia, que fica próximo à mansão. O lugar é lindo, e também deserto, com areia branquinha e águas cristalinas. Ao fim do meu
JOHN COOPEREsses dias se passaram, na velocidade da luz. Bianca e Lilly estão como unha e carne, nunca vi a minha filha tão feliz. Ela ama Soraya, mas com Bianca é algo único, um carinho que nunca a vi demonstrar antes, nem por mim. O que não é de se espantar, já que Bia é um doce, não só com ela, mas com todos ao seu redor. Meiga, atenciosa e carinhosa. Trata Lilly com tanto amor, que até me aquece o coração. Eu não nego, que sou a porra de um mulherengo. Entretanto, tenho uma única regra, não me envolvo com funcionárias. Isso me mantém longe de problemas e torna minha vida mais fácil, quando quero me afastar. Mas admito que estou fascinado e loucamente atraído por essa garota. Mesmo sem nunca ter, nem ao menos beijado ela, sonho com isso todas as noites. Todavia, Bianca não demonstrou nenhum interesse por mim. Continua me tratando de senhor e só fala comigo quando necessário, então mesmo que seja uma tortura continuo respeitando o espaço dela.Quando nos esbarramos no saguão, prec
BIANCA OLSENLilly foi com o tio visitar os avós e eu aproveitei o resto do dia de folga. Deitei na cama, acompanhada do meu Kindle, uma boa xícara de chá e dos com meus óculos de grau, sim, sou bem míope, e passei a tarde inteira, presa em um livro de romance, que Júlia havia me indicado. É da autora brasileira Elisa Bianchi, a história é linda e fala sobre novos começos e segundas chances. Será que eu terei uma segunda chance? E o amor verdadeiro, ainda está esperando por mim?Quando penso nisso, inexplicavelmente à imagem de John, vem em minha mente. Acorda para a vida, Bianca! O homem é seu chefe! Sacudo a cabeça, como se esse movimento, fosse limpar meus pensamentos errôneos, e volto a me concentrar em minha leitura. Pouco tempo depois, recebo uma ligação de Júlia: — Oi amiga! — Oi, gatinha! O que está fazendo?— Lilly foi para a casa dos avós. Estou de folga então, adivinha? — Lendo, aposto! — Exatamente, inclusive, que livro incrível, já estou nos últimos capítulos. — Comen