LouiseJÁ TEM ALGUNS DIAS que estamos morando em nossa casa. Josh está pintando o quarto do nosso bebê, e decidimos pintá-lo com uma cor neutra, um cinza bem clarinho.Depois do dia que eu encontrei Alex e Teresa no café, ainda não tive coragem de perguntar para o Josh quando foi que aconteceu a tal festa, pois estou com medo da sua resposta não ser o que espero.— Meu Deus, Louise — Scar fala assim que entra na cozinha da minha casa. — Que casa linda. — Foi o Josh que escolheu — digo e nos sentamos à mesa.— Ele tem muito bom gosto. — Puxa saco. — Ela ri. Agora, eles voltaram a conversar, e fico feliz que tudo esteja indo bem. — Preciso te contar uma coisa — digo enquanto corto uma fatia de bolo de cenoura com calda de chocolate, o seu preferido.— O que é? — ela pergunta, receosa. — Fez o bolo que eu mais amo... Tu tá querendo algo impossível, não é?! — Ela ri.— No dia que fomos para a clínica fazer alguns exames, encontramos Teresa e Alex... — Ninguém além de mim e Josh sabia do
JoshMinhas mãos suam. Nunca imaginei que me casaria com a mulher que amo. Uma entrevista trouxe à tona todos os meus sentimentos por ela. A intenção de contratá-la era apenas para conquistar o seu amor e confiança. No fim, ela trabalhou apenas algumas semanas para mim e depois aceitou o pedido idiota de ser a minha esposa. Sou grato por isso.Estou no altar, esperando por sua entrada. Matthew e Adam, meus padrinhos, estão ao meu lado. Meu irmão sumiu; eu e o meu pai não sabemos onde ele está. Scar e Claire são madrinhas da Louise e estão deslumbrantes. Meus pais estão na primeira fileira, acompanhados da mãe de Louise. Temos poucos convidados, mas Anna veio acompanhada dos trigêmeos e sua esposa. Não temos daminhas nem pajens. Volto a mim quando a pequena orquestra começa a tocar a marcha nupcial. Louise aparece com o seu pai, caminhando em minha direção. Temos dois fotógrafos para registrar esse momento incrível. Louise está deslumbrante em seu vestido branco, que acentua seus sei
LouiseDEPOIS DE DANÇARMOS até os meus pés doerem, decidimos encerrar a festa, pelo menos para nós dois. Nos despedimos de todos e caminhamos para a saída da chácara. Josh quis ir até o lado de fora para vermos os fogos que soltaram.Tudo está perfeito!Depois que o silencio volta a tomar conta, Josh faz sinal para que o segurança traga o nosso carro.Ouço um barulho de pneu, mas um barulho super alto, não consigo definir de qual lado está vindo e qual tipo de veículo que é.— Merda! — Josh grita e, nesse momento, aparece um carro prata do nada e em alta velocidade. Quando eles se aproximam, o vidro se abaixa. O passageiro simplesmente saca uma arma, aponta em direção do meu Josh...E atira.— Não! — grito com todas as minhas forças. Josh se vira e me abraça, me protegendo das balas que o atingem. Geme com cada bala que penetra alguma parte do seu corpo. — Josh, por favor! — imploro.Ouço mais alguns tiros. Desta vez, vêm dos seguranças.O carro arranca enquanto tento me apoiar no po
Louise Hoje faz quatro dias que estou internada. Não estou comendo, não consigo. Tento, mas sempre acabo vomitando.— Minha filha, você precisa comer. Precisa ir para casa — minha mãe diz quando a enfermeira traz a sopa. — Você precisa ficar bem, para quando o Josh acordar.Ele pode acordar a qualquer momento, a cirurgia foi um sucesso.Sempre vou vê-lo no horário de visita, o que conforta o meu coração. Mas ver que ele ainda está pálido, com os lábios roxos, e isso me deixa triste demais.— Pronto! — falo quando termino de comer a sopa. Não vou negar que dessa vez estava com um gosto maravilhoso.— Agora, podemos ir ver o Josh — minha mãe afirma e me ajuda com o suporte do soro.Segundos depois, estamos entrando no quarto do Josh.Tem uma enfermeira mexendo nele, o rosto oculto por estar de costas para mim.— Prontinho, senhor Brown — a enfermeira fala e ouço alguém rindo.Eu congelo. Acho que estou ouvindo coisas, pois a risada é do Josh.— Obrigado. — Ouço novamente sua voz rouca.
LouiseEU E SCARLETT, minha irmã, estamos na cozinha, sentadas à mesa com o aroma do café fresco pairando no ar. Era mais um de nossos momentos tranquilos, antes da agitação do dia começar.— Vamos, Louise.Respiro fundo.— Tá bom, Scar. Eu vou — respondo, dando um gole no café ainda quente.— Sabe que eu te amo, né?! — Ela me abraça com carinho.— Eu também te amo. — Um sorriso involuntário surge em meu rosto.— Posso saber aonde vocês vão? — meu pai pergunta, assim que entra na cozinha.— Em um dos jantares da família do Adam — Scar explica a ele e se vira para mim no mesmo instante, parecendo se dar conta de algo apenas agora. — Ah, você precisa de um vestido.— Não posso ir de moletom?— Não, né – responde e revira os olhos.Ela já me falou muitas vezes sobre a empresa, mas acabei nunca prestando a devida atenção. Tento disfarçar ao tomar mais um pouco do café e, por sorte, o assunto foi para o trabalho.— E quando que é a sua entrevista?— Hoje, após o almoço — falo, sem muitas e
LouiseDECIDO USAR UMA SAIA preta lápis, com uma fenda em um dos lados, camiseta social vermelha e um blazer preto por cima. Faço um rabo de cavalo para ajeitar o cabelo.Me olho no espelho, gostando do que vejo, pois até que fiquei bem vestida desse jeito. Esse tipo de roupa costuma me apavorar, gosto mais de peças básicas e sociais. O lado bom de trabalhar com os meus pais era poder usar moletom e não ouvir reclamações, a não ser da minha mãe, mas eu escolhia ignorá-la.Caso eu consiga a vaga, terei que usar roupas assim todos os dias, o que me lembra de que terei que renovar o meu guarda-roupa.Quando começo a fazer uma maquiagem bem básica, ouço uma buzina e nem preciso olhar pela janela para saber que é a Claire.— A porta está aberta — grito da janela e volto a me maquiar.Claire é minha amiga desde o primeiro ano do ensino médio. Nossa amizade dura há quase dez anos. Temos muito carinho uma pela outra e passamos por muita coisa juntas.O fato de ela sempre ter sido popular e ar
LouiseDEPOIS DE UM LONGO TEMPO de constrangimento, tanto meu quanto dele, enfim consigo colocar a cabeça no lugar para dar continuidade à conversa.— Obrigada — agradeço, meio sem jeito.— Só um momento. — Ele aperta um dos botões do telefone que está na sua mesa. — Anna, pode vir aqui, por favor?— É claro que sim, Josh — ela fala e então desliga.— Como vai seu relacionamento com o Alex?Sou pega de surpresa, pois estranho a sua pergunta. Não é muito comum que conversemos sobre meu namoro.— Bem, eu acho. — Você acha? — pergunta, todo risonho.— Era pra termos almoçado hoje, mas ele não foi. — Josh arqueia uma das suas sobrancelhas e, quando ele ameaça a dizer algo, a Anna entra.— Estou aqui. — Ela segura alguns papéis em uma das mãos, a outra está apoiada em suas costas, como se doessem. — Parabéns, Louise.— Obrigada, eu acho.— Não ligue quando ele ficar nervoso e começar a gritar — ela brinca. — Eu não grito — ele afirma.— Isso é verdade — digo, sem perceber, e ganho a aten
LouiseASSIM QUE EU CHEGO à porta da sala, paro e respiro fundo.— Droga — resmungo.— O que foi? — Scar pergunta.— Esqueci de vestir um roupão.— Huuuum — O riso malicioso de Scar não me ajuda em nada. — Será que foi por isso que o Josh tentou te beijar?— Fique quieta — repreendo-a, sentindo minhas bochechas esquentarem antes de entrar na sala. — Josh, aqui está.— Obrigado. — Ele sorri e se levanta rapidamente, pegando a pasta das minhas mãos. — Quer mais café? — Scar pergunta, e percebo o olhar curioso de Josh. — Eu pego pra você. — Ela não espera por sua resposta e já vai pegando a xícara da sua mão.— Scar. — O que foi, Louise? — devolve uma pergunta, escondendo algo por trás das palavras. — O Brown nunca veio aqui, temos que ser educadas. — Ela ri e sai da sala.— Ela não é mais tão tímida. — Pois é, Scar se soltou depois que cresceu — falo e me sento na poltrona ao lado do sofá.— E você? — Ele me encara e seus olhos azuis brilham. — Está cada vez mais linda — diz e contin