Diana Rodrigues Enquanto eu escrevia minhas exigências, percebi que ele estava pensativo. Na verdade, não sabia o que se passava em sua mente, nem na minha. Não sabia o que fazer ou como agir.Incluí em minhas exigências o pagamento integral das minhas contas e um lugar seguro para minha mãe e meu irmão morarem, já que eu iria para outro país e tinha medo de que Juninho pudesse fazer algo contra meu irmão. Queria alguém para me ajudar e, é claro, levaria José comigo. Não iria para outro país sozinha com um homem que não conheço. Pedi o direito de ir e vir, sem ser impedida de sair do país ou mantida em cárcere privado. Tinha medo de algumas histórias que ouvi de mulheres que foram para países do Oriente Médio e foram obrigadas a se prostituir e tiveram seus passaportes confiscados. Sabia que lá não teria direitos, a menos que meu marido permitisse. Embora soubesse que não podemos generalizar, já ouvi relatos de mulheres que se casaram com homens da região e se deram mal. Algumas acab
Diana Rodrigues "Teremos um casamento com um juiz?" perguntei."Sim ou não terá validade. Você quer uma taça de champanhe?" - ele parecia querer comemorar."Eu não sei. Meu estômago está revirando.""Está passando mal?""Estou nervosa.""Entendo." Ele me observou. "Você quer trocar de roupa?""Não." Só então percebi que ainda estava usando a mesma roupa suja de ter me ajoelhado ao lado de Alex quando o encontrei."Bom, então vamos nos sentar e aguardar. Você vai gostar de Kudsi.""É um deserto? Digo, lá é cheio de areia como a gente vê na TV?""Não, Kudsi tem uma parte que é um deserto, mas tem um lugar que é cheio de formações rochosas, é lindo lá. Você pode ir passear por lá quando quiser." Eu pensei que ele fosse se oferecer para me levar, mas ele não disse nada."Eu irei."Ele se levantou e foi até um armário. O abriu e o observou por um tempo, mexeu os braços, imagino que fosse um cofre. Retirou uma pasta e duas caixinhas pretas que foram colocadas em cima da mesa. A pasta, ele
Said, leve a minha esposa para o hospital." - Olho para ele, que me olha de lado. Foi a única reação que ele teve."Boa tarde, senhora.""Boa tarde, Said", eu respondo."Diana, não é?" - Nós seguimos até o elevador."Sim, eu sou a Diana.""Vocês se casaram? Quando?" - Ele está surpreso."Antes do almoço de hoje. Nem eu mesma estou acreditando.""Você sabe onde está se metendo?""Não sei, Said. Só sei que deve ser melhor do que estou passando, se você quiser ver meu irmão lá no hospital e a situação em que o deixaram." - Eu estava falando demais. - "Faz tempo que você trabalha com Aslan?""Sim, há muito tempo para saber que você terá muitas guerras em Kudsi. E já que se casou com Aslan e vai para lá, tome cuidado com as pessoas e principalmente com a noiva dele.""Ela é tão perigosa assim?""Berna é de uma família perigosa e eles podem fazer algo com você.""Isso está me dando medo."Chegamos à recepção do hotel. Eu, Said e também a minha gerente, Sônia. Lá estava ela, com um sorriso no
"Eu sei que ele é rico, mas não quero ficar me aproveitando e pedi a ele que deixasse minha família em segurança.""Sua família provavelmente já deve ter uma nova casa, um carro blindado e seguranças na porta, disso você pode ter certeza.""De onde você tirou tudo isso, Said? Carro blindado?" - dou uma gargalhada."Todos os carros dele são blindados, menos o Trovão Azul." - ele dá um sorriso de lado e balança a cabeça como se lembrasse de alguma coisa."O que é Trovão Azul?""Nada. Esqueça. Vamos para o hospital e providencio uma roupa para você."Seguimos para o hospital. Eu precisava ficar um pouco mais com minha família. Estava tão preocupada com minha mãe, como ela ficaria aqui sozinha e doente. E o meu irmão daquele jeito, me deixava a cada minuto que passava mais preocupada. Chegando lá, eu tive uma grande surpresa. Minha mãe estava sentada ao lado da cama do meu irmão e aparentemente estava plena. Nem parecia a mulher que estava deitada na cama poucas horas atrás. Eu decidi não
Aslan Murabak Said levou Diana e eu agora preciso resolver a situação dela como tal, Juninho. Já fiz as minhas pesquisas sobre o cara e sei que ele é um homem perigoso e devo tomar muito cuidado com ele. Provavelmente, ele vai querer me fazer pagar mais e devo estar preparado para isso. Já tenho a mala com dinheiro e assim que meu segurança voltar, nós iremos encontrar o bandido que anda assombrando a família da Diana.Sento na poltrona do meu quarto e fico pensando como será a minha vida. Não imaginei que fosse me casar, muito menos dessa forma. Na verdade, eu sempre fui diferente dos meus irmãos. A princípio, Aisha não podia brincar com a gente, mas depois de um tempo, minha mãe deixou ela se juntar a nós, pois a pobre criança estava ficando tão triste por estar sozinha e ver que os garotos podiam brincar e se divertir, e ela não. Então, a garota ia entrar numa depressão profunda. Crescemos nós três juntos, uma irmandade, algo raro em nosso país. Mas eu sempre fui um pouco mais dist
Aslan Murabak "E vocês vão me impedir de levá-la?", provoco."Mano, se tem grana e nós temos prestígio, tá ligado? Nós botamos pra quebrar quando não sai do nosso jeito." Ele mexia a mão enquanto falava. "A garota tem família aqui, o irmão dela tá quebradão. Eu dei um jeito nele, muleque sem noção, Paulão. Pegou meu carro sem permissão e acabou com o meu bebê. Eu fiquei puto, aquele filho da puta. Eu queria socar um tiro na boca dele.""Um milhão pelo seu carro", falo para o Juninho e olho para o Paulo. "Trezentos para você, é pegar ou largar. A família de Diana já está sob minha proteção. Seria uma idiotice vocês quererem brigar comigo.""Acha que não temos uns caras que também sabem fazer coisas ruins?" Dessa vez, Juninho me provoca."Paulo, saiba que eu posso fazer coisas piores com vocês. Não se esqueça de que eu conheço muitas pessoas e que essas pessoas fariam qualquer coisa para me agradar. Consigo trazer pessoas para o meu lado que talvez vocês, que têm 'prestígio', não consig
Diana Rodrigues "Não estou conseguindo dormir de tanta ansiedade. Sei que Aslan saiu e eu não tenho nenhuma ideia para onde ele foi. Não é que eu esteja com ciúmes, pois não temos nada. Tenho que me acostumar com isso, afinal, nosso casamento não tem nenhuma validade e não passa de um contrato. Mas pela primeira vez, me sinto estranha. Pensar que ele saiu na nossa noite de núpcias... dou uma gargalhada. E digo a mim mesma: não crie expectativas, Diana. Pego meu telefone e disco o número."José, não estou conseguindo dormir.""Amiga, nem eu. Estou tão eufórico que você não tem noção. Eu sempre sonhei em me hospedar aqui e hoje estou realizando meu sonho" – nossas ansiedades são diferentes."Você está chorando?" – ele estava."Sempre foi um sonho. Eu sei que nunca iria realizar e hoje posso estar aqui como hóspede. Você não tem noção de como estou feliz por poder pedir comida no restaurante sem me preocupar com o valor, por não ter dinheiro para pagar. Isso é emocionante.""Eu não comi
Diana Rodrigues Vamos nós mesmos levar nossas malas, não podíamos ser reconhecidos. Usei óculos de sol, um chapéu e um lenço, já que estávamos na parte da manhã. Estava me sentindo uma atriz de filme. Já José colocou roupas diferentes das que ele estava acostumado, junto com boné e óculos. Um segurança nos aguardava e descemos pelo elevador juntos. Quem nos visse nunca diria que éramos os mesmos funcionários do hotel. Em um andar aleatório, o elevador abre suas portas e Sirlene entra e me olha. Eu abaixo a cabeça e José se esconde atrás do segurança. Ela abre um sorriso mostrando todos os dentes para ele. Depois olha no espelho e arruma seu batom, que fica no bolsinho do uniforme."Estão de saída?" - ela pergunta."Sim" - José faz uma voz diferente e ridícula."Gostaram da hospedagem? É muito importante para nós sabermos se os clientes estão sendo bem atendidos.""Claro, estava perfeito como sempre, e agradeça a equipe, pois a limpeza é excelente" - José responde - "Diga à sua gerente