Estacionei o carro na garagem do prédio, com meu coração quase pulando para fora do peito de tão acelerado e forte que bate. Eu deixei minha mãe em casa, com um sorriso largo no rosto depois de mentir, dizendo que estava indo passear. Agora estou aqui quase sofrendo um colapso de tão ansiosa que estou. Eu apertei o número do apartamento, meu nervosismo aumentando a cada andar que passava. "Eu já estou no endereço." Enviei a mensagem depois de olhar em todos os cômodos do lugar e não encontrar o Bruno. Confesso que fiquei um pouquinho decepcionada por não encontrá-lo me esperando, mas também fiquei aliviada. Acabei rindo de mim mesma quando fiquei imaginando como seria nossa vida hoje, se eu não tivesse desistido. Talvez, nós estivéssemos vivendo em um lugar assim, bem decorado e ele me mimando. Eu seria tão feliz. Eu olhei a decoração. Eu não tive oportunidade de apreciar o bom-gosto do ambiente da outra vez, já que eu não estava sozinha. É muito requintado; tem quadros de artist
— Você ainda tem a cara de pau de negar. Você nega mesmo depois de ter se enfiado no carro dele no dia do seu casamento? Você é muito vadia! Ele passar as mãos nos cabelos e respira fundo várias vezes. Ele está com muita raiva, o olhar de assassino em série que ele me lança é prova disso. — Eu fugi no dia do casamento sim, eu não estou negando isso. Acredita em mim, essa foi a pior burrada que eu fiz na vida. — me encara com um sorriso sarcástico — Eu sei que você não acredita em mim, sei que você nunca vai acreditar, ou me perdoar. Ergui minha cabeça e respirei profundamente. Depois andei até a janela de três metros com uma vista linda. — Quando eu decidi voltar à cidade, a primeira coisa que eu pensei foi em como seria o nosso encontro. — virei-me, olhando-o, ele me olha de volta, seu olhar é uma mistura de raiva e desdém. — Eu acompanhei toda sua vida de longe. Eu vi você crescendo financeiramente; vi seu sucesso chegando; eu vi seu casamento, assisti tudo pelas redes sociais.
— Sua vadia! Você vai se arrepender de ter me dado esse tapa, sua puta! — Mal atravessei a porta e já ouço o homem gritar. — Eu só dei o que você merece. Seu porco nojento! — Agora é a voz da Mikaela que soa, pelo tom ela está bem nervosa. Eu sabia que ela ia acabar aprontando. Ela não me engana. Aproximei-me e o gerente Marcelo chama a atenção dos dois para minha presença. — Bruno, você já escolheu melhor suas funcionárias. Essa vadia derrubou bebida em mim e ainda ousou me estapear. — Roger, um dos clientes mais fiéis, reclama irritado. Seu terno italiano está manchado de bebida e seu rosto tem a marca de uma mão perfeitamente desenhada. Eu olhei para Mikaela, que se calou assim que cheguei. Fiquei irritado quando vi que seu rosto também está marcado. — O que aconteceu aqui? — perguntei entredentes. — Você não está vendo, Bruno? Sua funcionária derrubou bebida em mim e me agrediu. Eu sou um cliente vip, o mais fiel do seu estabelecimento, você não pode permitir isso! — Novamen
— O que você está pensando, Mikaela? — Perguntei, aproximando minha boca do seu ouvido. Quando sentiu minha respiração no seu pescoço, ela suspirou; seu suspiro foi tão profundo, que foi quase um gemido. Eu cheirei seu perfume, seu cabelo... ela ainda tem o mesmo cheiro de antes. Fechei os olhos e respirei fundo, eu tenho que controlar isso. Não posso fraquejar. — Bruno... — Ela sussurrou, quando eu apertei a mão que segurava seu braço. Sinto seu hálito no meu rosto; isso não continua tão igual. O hálito fresco, antes tinha só cheiro de morango, agora tem um cheiro diferente, mas continua me convidando para beijar. — Bruno... eu sinto tanto sua falta... — Ela sussurra as palavras, enquanto acaricia lentamente meu rosto. — seguro sua mão e a afasto bruscamente. Eu tenho que acabar com isso ou não vou resistir. Tenho que admitir que meu tesão por essa mulher continua tão forte quanto antes. Ela se aproxima novamente. — Bruno... eu... — Ela respira fundo. — Desculpa.— Você acha que
MIKAELA Não está sendo nada fácil trabalhar no clube. Eu pensei que seria uma garçonete normal, que atende os clientes com um sorriso forçado no rosto e só. Mas, eu subestimei o ódio e o desejo de vingança do Bruno. Esse trabalho é muito pior do que eu pensei. Os "clientes" que frequentam o clube, especificamente os vips, da sala onde trabalho, são muito nojentos e atrevidos; eles ficam tocando nos tocando, apalpando, é muito nojento, é horrível! As meninas que trabalham comigo gostam disso, elas se aproveitam desse atrevimento para ganhar gorjetas bem gordas. Eu até que ganho também, mas me sinto um lixo, este lugar me faz lembrar de um passado que eu luto todos os dias para esquecer. Eu fiz alguns amigos aqui, mas tem duas mulheres que resolveram fazer do meu inferno, o pior e mais atormentado possível.— Oi. Você está bem? — Uma das garçonetes, aproxima-se de mim — Meu nome é Brenda. Aperto sua mão e falo meu nome, forçando um sorriso para tentar parecer bem. — Não é sempre tã
— Você está bem, Mika? — Brenda perguntou, quando eu me escorei à parede. — Estou. Eu só estou um pouco tonta, acho que é porque não me alimentei direito hoje. — Ela me olha e arqueia a sobrancelha. — Eu acho melhor você falar com o tirano do nosso chefe, pede para ir descansar. Você não parece bem não. — Está tudo bem, eu aguento. Falta pouco para acabar o turno. — Mika, você pode parar se quiser, eu dou conta, não tem muito movimento. Eu só não vou lá conversar com ele para você, porque aquele ali me detesta. — Acabei rindo da cara que ela faz.Eu consegui terminar o turno, mas praticamente deixei todo o trabalho para a Brenda; ela é muito prestativa, me deu a maior força. Eu tive febre durante a noite e vomitei o pouco de comida que consegui engolir. Eu consegui baixar a febre com alguns antitérmicos, mas estou sentindo que a qualquer momento meu corpo vai desabar. — Mika, você não precisa trabalhar assim, olha só pra você, está pálida e com o olhar abatido. — Brenda falou ass
MIKAELA MORAES — Oi.Eu atendi sem nem olhar quem estava ligando, pensei que o Bruno fosse embora. Essa não é a melhor hora para ele ficar aqui. Depois de ouvir a voz da pessoa do outro lado, arrependi-me, a Danda parece que tem uma bola de cristal, só pode, ela liga justamente na hora que eu não posso falar abertamente. — Oi, Danda. — respondi, com a voz mais animada que consegui fingir. — Mika, você está bem? — Ela já iniciou a conversa perguntando pela minha saúde. — Claro que eu estou bem, Danda. Eu estou ótima — Bruno, que está parado bem à minha frente, estreitou os olhos ao ouvir minhas palavras — Eu já disse que você não precisa se preocupar, eu realmente estou me cuidando. — Estou ligando para saber como anda o seu tratamento. O doutor Archie ligou perguntando sobre sua condição, você pode me enviar os arquivos? — Engulo em seco quando ouvi suas palavras. Agora danou-se. — Irei providenciar e enviarei para você. — Mikaela, eu estou falando sério. Ele falou um monte de
— Está tudo bem, Mikaela. Não é necessário cobrir as horas, você estava de atestado médico. — Ah, é mesmo. Eu tinha me esquecido que as leis trabalhistas aqui no Brasil é diferente — forcei um sorriso. — Por que eu estou aqui então? — Nós vamos combinar um novo horário para você; agora irá trabalhar meio período. — Por quê? — Minha pergunta soou desconfiada. — Porque não queremos outra internação hospitalar no seu currículo. Eu também quero ressaltar que, na próxima vez que você esconder que está passando mal, vai levar uma advertência. — Agradeço por tudo, e sinto muito pelo transtorno. Ele só balançou a cabeça e me mandou sair. Quando passei pela porta, a Aruna estava chegando. — Olha só quem resolveu aparecer, a noiva cadáver — falou, com puro deboche. — É, eu estou de volta. Você sentiu minha falta Aruna? — perguntei, com meu melhor sorriso. — Eu? Se enxerga, "fia", para mim você nem deveria ter voltado. Nem você, nem a sonsa da sua amiguinha... Ela para de falar quando