Lucca
A pouco tempo meu pai decidiu se aposentar, deixando a empresa nas minhas mãos e nas mãos do meu irmão mais velho, Vincenzo. Sou o CEO em quanto o Vince é o Vice, além de cuidar da parte jurídica como ninguém. Eu e meu irmão temos 4 anos de diferença, nos divertimos muito juntos e na adolescência, mesmo com a diferença de idade, ele me levava para sair, "paquerar com as gatinhas " como ele dizia. Temos uma Irmã caçula que é nosso maior tesouro, o nome dela é Elisa, ela é linda e nós sempre cuidamos dela como nosso cristal. Elisa é uma garota meiga, decidida, engraçada e às vezes sem filtro — Talvez seja a idade! — Na maioria do tempo está em casa estudando. Meus pais sempre foram unidos, abertos a conversas, nunca senti que não pudesse contar algo para eles e isso se repete com meus irmãos.Tenho uma fama de ser meio rude, mas só não sou muito de "mimimi", amo minha família e eles sabem disso, não que viva dizendo, mas já disse algumas vezes e assim como eu, eles sabem que faço tudo por eles, que são minha base. Foram as pessoas que nos ensinaram a que nada na vida vem de graça. Meu pai construiu tudo o que tem hoje com muito esforço e apoio incondicional da minha mãe. Eles se conheceram no início da faculdade, desde então nunca mais se largaram. Dona Paola embarcou no sonho dele, ajudou, deu forças e hoje somos a maior empresa de tecnologia do país, uma das maiores do mundo, com outras sedes espalhadas não só aqui, como na Itália e em Dubai. Tenho orgulho do meu velho e acho incrível a relação que tem com minha mãe. É perceptível o amor, respeito e cumplicidade que existe entre eles mesmo depois de tantos anos.Não consigo me ver numa relação assim, até por conta dos meus gostos um tanto peculiares. Eu curto a prática do BDSM, gosto que me obedeçam, dominar, dar prazer extremo e receber prazer em troca. Muitas pessoas acham que essa prática é só bater, dor e ponto final, porém é sobre os limites do corpo, sobre o prazer intenso, respeito, disciplina e consenso.Me interessei sobre o assunto aos 18 anos e desde então, não parei mais. No começo era curiosidade, eu sabia que sexo baunilha não me satisfazia por completo, mas só fui entender isso depois que conheci o BDSM, a Madame Dayse foi a responsável por me ensinar tudo que sei e que fez desabrochar o Dom que já existia dentro de mim. Por esses motivos, minhas relações são baseadas em contratos, que podem durar muitos meses ou não. Às vezes vou a um clube que é muito bem frequentado, discreto e poucas pessoas têm acesso. Lá me divirto, bebendo, vendo alguma cena e de vez em quando arrastando alguém para um jogo sem contrato ou compromisso, só prazer. Alguns adeptos do BDSM, as vezes gostam só do jogo na questão de testar os limites de seus bottons, sem envolver o ato sexual em si.Muitos dizem que sou mulherengo, mas ao meu ver, só dizem isso porque nunca apareço assumindo alguém publicamente. Peguei a coleira da minha última submissa faz 6 meses e desde então não tive mais nenhuma, pelo menos não por contrato, só no clube se sentisse interesse. Minha família sabe dos meus gostos desde sempre e nunca me julgaram, pelo contrário, lá em casa o assunto sexo nunca foi tabu, então tudo fica mais fácil.Meu irmão já é mais galinha — apesar de eu saber que algo já o machucou no passado, ele nunca disse nada, mas a família toda sabe que algo o machucou — ele gosta de pegar várias, às vezes sei que frequenta um clube de swing. Já fui conhecer, mas não é minha praia, meu negócio é outro.Enfim... hoje acordei cedo, fui dar uma corrida no Central Park como gosto de fazer alguns dias da semana, em outros, malho na academia que tenho na cobertura mesmo.Depois da corrida, chego no meu apartamento onde Marta já está com o café posto na mesa. Ela é como uma segunda mãe para mim, cuida da cozinha e das minhas roupas, a limpeza do apartamento é por conta de outra mulher que vem duas vezes na semana. Depois de tomar banho, vestir meu terno preto, camisa branca, gravata azul da cor dos meus olhos, calçar o sapato e botar meu relógio, ponho perfume, tomo um café rápido me encaminhando para a empresa. Hoje o dia será torturante, tendo em vista que eu mesmo vou entrevistar as candidatas a serem minha secretária, espero não me irritar tanto.Chego na empresa, cumprimentando alguns funcionários com um aceno de cabeça e subo para o meu andar. Antes de ir para minha sala, passo na do meu irmão que já está aqui olhando alguns contratos, vendo se está tudo certo com a parte jurídica. Assim que entro, ele logo solta o seu primeiro comentário.—E aí irmãozinho, alegre com as entrevistas? — Bufei revirando os olhos. Vicenzo me conhece e sabe que odeio essas coisas, fora que na maioria das vezes, as mulheres fazem de tudo para chamar atenção, isso não é só comigo, meu irmão também passa por esse tipo de coisa, mas no caso dele, as vezes ele cai matando e depois deixa as mulheres quebradas chorando atrás dele. O Vince não as engana, ele sempre deixa claro que é só sexo casual e nada mais. No meu caso isso já não rola, porque uma foda no escritório de forma simples e rápida não me satisfaz.—Estou, não está vendo meu sorriso de felicidade?? — O bastardo ri da minha cara e mando dedo para ele, já saindo de sua sala e indo em direção a minha. Vicenzo apesar de mais velho, é bem mais zombeteiro e gosta de me irritar.Chego em minha sala, sento na cadeira e respiro fundo esperando a primeira candidata. No total foram três que passaram na "peneira ", digamos assim. Minutos depois, a recepcionista do andar avisa que a primeira está entrando e como imaginei.... Muito bonita, porém sem um pingo de interesse no trabalho. Na cara dela, no enorme decote que ela faz questão de puxar ainda mais para baixo, o olhar dela para mim, me fazem ter certeza que ela não será a escolhida e assim também acontece com a próxima que até tentou se jogar em mim por cima da mesa, acreditam?Cazzo!!!Quando a louca sai, me levanto me dirigindo até a parede de vidro, a vista da cidade me acalma e eu definitivamente estou precisando disso. Pouco tempo depois escuto baterem na porta, mando entrar. Escuto a porta abrir, se fechar, mas me mantenho de costas esperando ver se a mulher que entrou vai falar ou fazer algo, mas nada acontece, então me viro para olhá-la e...Puta que pariu!!! Mil vezes Cazzo!A mulher parece um anjo de tão linda e delicada. Ela parece estar em um tipo de transe, então resolvi trazê-la para o mundo real. Vou em direção a mesa pegando o papel que contém seus dados, Luíza Milani — até o nome é bonito — Mando ela sentar dando início a entrevista. É focada, mostrou muito interesse, é inteligente, fala quatro idiomas e não deu em cima de mim nenhuma vez. Na verdade, ela parece nervosa e até envergonhada. Sou bom observador. O fato de ser um Dominador, curtir um pouco de voyeurismo me faz ser um ótimo observador das ações e reações do corpo humano, fora que aqueles olhos cor de âmbar tão claros que beiram o verde são muito transparentes, não é difícil lê-la. Ela veste uma saia preta mídi, uma camisa bege e vez ou outra aperta os dedos em quanto cora um pouco as bochechas.Interessante!Acabo por contratar Luíza e a partir de amanhã ela será minha secretária, quando a levo até a porta apertando sua mão como forma de cumprimento, acontece algo estranho. Sinto um choque passar pelo meu corpo não conseguindo entender o que havia acontecido, ela também sentiu porque tira a mão rápido demais da minha. A observo indo para o elevador podendo agora a prestar atenção em seu corpo — Delizia! — Cintura fina, bunda média empinada e arredondada, os seios não prestei atenção mas pareciam ser de médios para grandes, devem caber perfeitamente em minhas mãos — mas que porra é essa que estou pensando? Não sou assim — Balanço a cabeça dispersando os pensamentos, indo para minha sala, voltando ao trabalho que por sinal tem muito para fazer.A noite quando chego no apartamento, depois de jantar e tomar banho, aqueles lindos olhos veem na minha cabeça sem parar. Só consigo pensar que pelo jeito dela, se eu tentasse algo e mostrasse quem sou, ela não aceitaria. Provavelmente sairia correndo para bem longe de mim.Com esses pensamentos borbulhando na cabeça, acabo dormindo e pensando naquela Delizia dos olhos cor de âmbar esverdeados, mais claros que já vi.— Eu quero você, chefe!
LuízaChego em casa depois das compras que fiz, que se resumiram em roupas para trabalhar e que deem para variar entre elas, porque não tenho grana para estar comprando roupa o tempo todo não.Aproveito o resto da tarde para organizar a casa, meu quarto, minhas coisas e roupas novas. Quando termino tudo, tomo um banho tranquilo de banheira que me fez até cochilar, depois do banho visto uma camiseta grande, short de moletom, seco os cabelos já visando que amanhã trabalho e vou para a sala esperar os meus amigos loucos chegarem. Não demora para que os dois entrem em casa batendo papo com sacolas de comida chinesa nas mãos. Nos cumprimentamos, sentamos no chão ao redor do centro começando a comer e conversar:—Mas e aí Luluzinha, conta para a gente... como foi a entrevista? — Pergunta Emma agoniada.—Estava nervosa, só tínhamos eu e mais duas mulheres, fui a última a ser chamada, quando entrei na sala achando que seria entrevistada pelo RH ou um Senhor rechonchudo, dei de cara com o CEO
Lucca Sexta-feira chega e o dia na empresa hoje foi uma loucura, principalmente tendo que escutar aquela voz doce que imagino gemendo enquanto me chama de Senhor. Vendo aqueles olhos que transmitem inocência, mas ao mesmo tempo medo e força, aquela bunda redondinha sob aquele vestido colado, andando de lá para cá para me entregar papéis ou passar minha agenda do dia. Como quero estapear aquela bunda empinada.Cazzo!Meu irmão conheceu Luíza e assim que a viu jogou seu charme que claramente, não funcionou com ela, pelo contrário, a mulher foi indiferente, mas o tratou com toda educação do mundo, o que o fez se fazer de ofendido para mim. E dizer: —Essa é difícil irmãozinho e tem cara de inocente! Mas a beleza dela é surreal! — Olho para ele de cara feia e ele franze o cenho para mim, certamente tentando entender o porquê da minha reação. Mas nem eu mesmo sei. Final de expediente chegou e agora estou no meu quarto, me arrumando para uma festa BDSM privada na casa de um amigo meu, o M
LuízaEscuto um barulho irritante, tento tapar os ouvidos, mas não adianta. Grito, desistindo completamente me sento na cama e pego o causador dessa barulheira sem fim, arregalo os olhos saindo em disparada para o banheiro tomar o banho mais rápido da minha vida — Ai meu Pai eterno, segunda semana no trabalho e já vou chegar atrasada. INFERNO!Saio do banho voando, troco de roupa igual a uma desesperada, pego minha bolsa, chaves de casa e corro para rua atrás de um táxi, olho o relógio e já são 07:20h, nunca que chego na empresa em dez minutos. Entro no táxi pedindo para o moço acelerar o máximo que der nesse trânsito louco de Nova York, chegando em frente da empresa, respiro fundo, pago o taxista e desço correndo. Dou bom dia ao pessoal que fica na entrada, solto um tchau para Lisa indo na direção do elevador, quando aperto o trigésimo andar que as portas começam a se fechar uma mão segura as portas dando passagem para meu querido chefe adentrar o elevador com sua total imponência.
LuccaSegunda-feira chega até que bem rápido e eu passei o final de semana inteiro, remoendo o que o Mike me disse na sexta, sobre minha submissa ideal, talvez, só talvez, realmente deva estar onde não procurei ou pelo menos bem mais perto que imaginei.Todas as vezes que fechava os meus olhos pensando nisso, só enxergava aquela Ragazza dos olhos mais lindos que já vi.Nunca em toda minha vida me senti assim, como se estivesse perdendo completamente o controle, afinal, sou um Dominador e porra, controle é algo que devo ter, porém, ela me tira do eixo sem fazer absolutamente nada. Preciso muito saber que poder é esse que a Srta. Milani tem sobre mim e o meu amigo aqui embaixo. SIM, o que tenho entre as pernas não pode ver, nem pensar nela que já b**e continência, pronto para a batalha.Estou chegando atrasado na empresa — coisa que eu não gosto — graças aquela Feiticeira. Desde que pus os olhos nela, não consigo tira-la da minha cabeça, fiquei tanto tempo divagando que perdi a porra da
LuccaDepois de minutos que pareceram horas, nos encarando em absoluto silêncio, ela respira fundo como se buscasse as palavras certas ou até mesmo coragem para poder em fim falar.—Senhor, er... Lucca — porra, meu nome saindo dessa boca carnuda e bem desenhada quase me mata. Ela está nervosa. Não para de apertar os dedos. — Quero ser a mais sincera que posso, pelo menos até onde eu consigo, está bem?Aceno com a cabeça para que ela prossiga.—No dia da entrevista, quando nossas mãos se encostaram... — rapidamente a corto porque sei o que ela quer dizer.—Eu também senti Luíza! Você está falando do arrepio, da sensação de eletricidade que passou por nossos corpos, certo? — Ela balança a cabeça em positivo.—Então... depois disso, fiquei tentando entender o que havia acontecido. Eu nunca senti aquilo com ninguém na vida! Não que eu tenha tido muitas oportunidades de sentir algo assim — ela fala a última parte quase num sussurro, mas eu escuto muito bem e admito que acho muito bom saber
LuízaAcordo mais cedo que o normal, estou ansiosa e ainda pensando na conversa que tive com o Senhor.... Quer dizer.... Com o Lucca. Eu aceitei jantar com ele, onde estava com a cabeça? Ele vai ver na hora que esse rostinho lindo aqui é uma frígida cheia de traumas e inseguranças.Vou até cozinha onde encontro a Emma fazendo nosso café da manhã, ela para, olha pra mim e fala :—O que aconteceu Lu? E nem adianta mentir porque eu te conheço bem! — pergunta me analisando.Respiro fundo porque não é fácil esconder algo dessa mulher, então jogo logo tudo que aconteceu de uma vez em cima dela. Emma desliga o fogão, sai do AP em quanto fico sem entender absolutamente nada, até vê-la aparecer novamente arrastando um Adam com cara amassada de sono querendo entender onde está acontecendo o incêndio. A Emm como boa profissional da fofoca, conta tudinho ao Dam que fica olhando para mim por um tempo até dizer:—Sol dos meus dias, conta para a gente o que está se passando nessa sua cabecinha linda
LuccaEstou encostado no meu carro esperando Luíza, quando ela aparece linda, numa roupa casual, mas extremamente sexy. A calça marca muito bem suas curvas. Ela se aproxima de mim toda linda, os cabelos escuros e longos caindo como cascatas sobre suas costas, os olhos grudados nos meus, muito linda mesmo.—Você está linda Luíza, de verdade mesmo! — Ela cora, sorri e agradecendo o elogio.Abro a porta para que ela entre no carro e no caminho vamos em um silêncio confortável, só a música da rádio que é ouvida dentro do carro. Chegando no meu prédio, o porteiro abre liberando minha entrada no subsolo para guardar o carro. Desço, dou a volta e abro a porta para ela.—Obrigado! — Apenas sorrio.Vamos para o elevador, digito o código e subimos para a cobertura. Então Luíza resolve quebrar o silencio.—Esse prédio é incrível Lucca! — Novamente, meu nome saindo da sua boca me deixa em dúvida se prefiro Senhor ou Lucca.—É sim. Algo me diz que você vai amar a vista do meu apartamento — realmen
LuízaÉ chagado o momento, já estou tremendo por dentro, mas eu preciso falar. Não posso começar nenhum tipo de relação escondendo coisas assim do Lucca.—Vamos lá Bella, pode falar, mas se sinta pressionada. Fale apenas se estiver confortável — ele fala atencioso.—Não Lucca, eu quero falar. Preciso falar, na verdade — ele balança a cabeça em concordância e espera pacientemente que eu comece a falar — São duas histórias, a que me fez querer sair do Brasil assim que pude e a que me fez.... Enfim. Quando minha Avó morreu, eu tinha acabado de fazer 16 anos, morávamos numa cidade pequena do Rio de Janeiro, todo mundo se conhecia e como sabiam que eu havia ficado totalmente sozinha as pessoas da minha rua se revezava para "cuidar" de mim — faço aspas com as mãos, porque quem ficou com minha tutela mesmo foi a mãe da Emma — não haviam outros parentes e não queria terminar em um lar adotivo. Tia Amália é quem realmente cuidava de mim, mas ela tinha a Emma, o marido dela, trabalho, essas coi