Alguns meses se passaram, mais exatamente cinco, Valentim insistia em se casar. Com o apoio de Gioconda e Giulia, ele já decidiu que se mudaria definitivamente para a mansão depois do casamento e deixaria Francesca, sua mãe, no seu apartamento. Francesca também não saia mais da mansão. Vivia para paparicar a neta. Nina estava aflita. Deixou que Valentim marcasse o casamento que aconteceria em dois meses, mas não abria mão de tocar os negócios do pai que estavam em andamento. Luca se queixava muito, mas não deixava de acompanhá-la, por receio de que algo lhe acontecesse. Era mais um daqueles encontros perigosos em que Nina usava uma máscara para esconder a sua identidade. Os mafiosos pensavam se tratar de uma prostituta. Uma das tantas que Salvatore costumava sustentar. O fato de Nina saber tudo sobre os negócios do pai os deixava curiosos, pois suspeitar dela, jamais. Para eles a filha do grande Salvatore não passava de uma garota mimada, ingênua e doce. Mas aí é onde deixava a
Alguns dias depois, Nina foi ainda mais ousada, aceitando um encontro com Octávio num pequeno depósito. — Io acho desnecessário esse encontro com o sócio de tuo padre! Além de tudo foi tuo marido opressor! — Luca se queixava do lado da mesa. Nesse momento, Octávio entrou seguido por alguns seguranças afobados que tentavam contê-lo. — Pode deixá-lo! — Luca disse seco erguendo uma mão. Os homens acalmaram os ânimos e Octávio foi direto na direção de Nina dizendo: — Para mim você não precisa usar essa máscara! Eu nunca achei que fosse uma simples garota mimada, pois até tentou armar uma emboscada para mim que culminou com a… — Chega!— Nina gritou interrompendo Octávio. Houve um silêncio onde só se ouvia as respirações ofegantes. — Tu non precisa disso Nina! Não faz negócio com esse rato!— Luca disse vendo que a filha tirava a máscara num gesto brusco. Octávio riu sarcástico e disse apoiando as duas mãos na mesa, com o corpo inclinado para
Rita e Jane paralisaram. Nina aproximou-se das duas, só então se dando conta da situação. — Jane, você está grávida!— ela Exclamou surpresa. No momento em que Nina virou-se para Octávio, ele baixou a cabeça sem jeito. Ela se alterou. — Por que fez isso com a moça, Octávio? Você é pequeno! — Esse filho não é meu!— ele disse com voz firme. Nina se descontrolou e começou a falar sem parar: — E é de quem? Do espírito santo! Você é ridículo! Nunca percebeu o quanto essa garota te ama! Você é tão cego que não vê o quanto é amado! Esse filho é seu, eu posso garantir! — Ela disse que não é meu!— Octávio se defendeu. Nina olhou para Jane que ficou sem jeito e indagou: — Isso é verdade? Jane assentiu com a cabeça, mas permaneceu cabisbaixa. Nina olhou para Octávio e estava ainda mais indignada quando quis saber: — Ameaçou tirar o filho dela? — Não!— Octávio gritou desesperado. — Por que fez isso, Jane? Por que mentiu?— Nina insistiu olhando para a criada. — Eu não menti!— J
Nina chorou o seu pranto trancada no seu quarto, enquanto Valentim foi para o seu apartamento onde encontrou o ombro amigo da mãe. Francesca estava desolada com a descoberta do filho. Amava a neta e temia que Nina fosse embora do país com a pequenina. No dia seguinte, Jane acordou cedo para preparar o desjejum com Rita e pôs-se a desabafar: — Octávio falou para eu passar a dormir no seu quarto, como sua amante, claro! — E está se queixando de que? Vai ser madame, ao menos na cama!— Rita ironizou. Jane estava inquieta e ignorava as brincadeiras da colega. — Ele disse que não vai me tocar para não machucar o bebê! Rita desatou a rir. Octávio desceu um tempo depois e franziu a testa ao ver Jane lhe servindo. Ele fechou o semblante e apontou uma cadeira do seu lado enquanto dizia: — Sente-se aqui do meu lado, Jane! Deixei claro que você não é mais empregada desta casa! Jane ficou sem jeito e obedeceu. — Rita, arrume outra
Algum tempo se passou e Gabriel era a alegria da casa de Octávio que vivia mais presente e recusava alguns negócios escusos. Aparentemente, ele se afastava gradativamente dos caminhos tortos. — Parece que Octávio está tentando deixar a vida do crime! — Luizão comentava na mesa de jantar. — A mim parece um milagre! — Susan disse não muito convencida. Sophia suspirou pensativa. — Ele está mudando pelo seu filho, tentando diminuir as dores do seu passado. — Calma mãe! Vai chegar a sua hora! — Luizão disse carinhoso, tocando as mãos de Sophia. Susan levantou-se e foi pegar o filho Frederico dos braços da babá, deixando mãe e filho mais à vontade. — Ele nunca vai me perdoar, não é Luiz Henrique?— Sophia disse tristonha. Luizão olhou penalizado para a mãe e falou com voz embargada: — Estarei sempre aqui mãe! Eu sei que não lhe basto. Tem um vazio no seu coração que pertence ao meu irmão. Sophia baixou a cabeça e desabafou: — Eu perdi a i
Jane obedeceu e passou pela copa correndo. Rita riu achando graça. — Sei não, viu! Eu bem que avisei! Jane voltou um tempo depois, ajeitando o vestido e Octávio a olhou de rabo de olho. — O que lhe falta? Não a faço feliz?— ele quis saber. Jane se ajeitou na cadeira e não respondeu. Octávio respirou fundo e soltou os talheres calmamente antes de falar: — Sei que não pode se aborrecer, pois a Rita já me falou que o seu leite pode secar! Rita olhou na direção da cozinha ao ouvir o nome da colega. Rita tem sido um anjo. Devia a ela os paparicos de Octávio. — Eu faço o que quiser, é só pedir! — Octávio insistiu. Jane começou a comer em silêncio. Na verdade, nem sabia porque estava tão insatisfeita. Sempre soube que Octávio nunca se casaria com ela. Sempre pensou em ficar do seu lado evitando que ele se casasse com outra, mas no dia em que ele trouxe Nina, há um tempo atrás, lhe deixou insegura. E se ele quisesse criar o seu filho com outra m
Valentim chegou em casa e caiu num pranto, deixando a mãe preocupada. — Meu filho! Aconteceu alguma coisa? Meu Deus, que desespero é esse? — Ela vai embora, mãe! Ela vai me deixar pra sempre!— Valentim dizia entre soluços. Francesca também ficou em pânico com a possibilidade de ficar longe da neta. — Não Valentin! Nina prometeu que não separaria Valentina de você! Valentim secou as lágrimas desajeitadamente e declarou sua decisão: — Vou pedi-la em casamento, mãe! Se ela prometer deixar essa vida de bandida eu passo uma borracha no passado! Francesca deu um sorriso largo. — Isso é esplêndido meu filho! Sei que está fazendo isso pela sua filha, mas eu… Valentim interrompeu a mãe falando desesperadamente: — Eu a amo, mãe! Eu a quero, é isso! Ela abriu mão da nossa filha! Vou fazer isso por amor! Francesca estava chocada. — Eu sempre soube, meu filho! — Acha que existe a possibilidade de Nina me recusar?— Valentim indagou insegu
Jane abriu a porta do quarto ao lado e Octávio estava na sacada, pensativo de costas. — Preciso falar com você Octávio! — ela anunciou aflita. Octávio virou-se calmamente e ainda tinha o olhar perdido. — Venha Jane! — Eu não estou mais suportando essa situação— ela se queixou obedecendo. Jane já estava muito perto e Octávio apenas a fez sentar no seu colo, puxando-a sem delicadeza. — Eu..— ela tentou falar. — Quer o meu amor, não é?— Ele falava sedutor. — Eu…— foi apenas o que ela conseguiu falar antes de ser beijada. As mãos de Octávio deslizam rapidamente para debaixo do vestido usando o decote como porta. Jane suspirou impaciente, buscando forças para resistir, mas depois de tantos meses sem ser tocada, era impossível resistir às investidas do homem amado. Octávio levantou de repente e tomou Jane nos braços, carregando até a cama o seu corpo sedento. Jane pronunciava o nome de Octávio na esperança de iniciar um diálogo, mas