(Ethan)Só o cheiro do tesão de Ella me deixava desnorteado.Meu autocontrole era posto à prova toda vez que ela se entregava assim, vulnerável, suada, arfante. Eu a queria de uma forma selvagem e crua, do jeito que meu instinto exigia. Mas antes que pudesse continuar o que pretendia, o som de batidas fortes na porta me fez despertar.A respiração acelerada do guardião do lado de fora indicava urgência.Ella se encolheu, surpresa, cobrindo-se apressadamente com o roupão. Seus olhos estavam arregalados, confusos.Me levantei num instante e olhei para ela.— Se vista.— O que foi? — ela perguntou, mas meu tom não permitia discussão.— Apenas obedeça, Ella.Ela hesitou, mas logo saiu apressada para o quarto.Caminhei até a porta e a abri. O guardião à minha frente estava ferido, a respiração pesada, e suas roupas estavam sujas de sangue seco e poeira. Provas de uma luta intensa. Mas o que chamou minha atenção foi a pequena caixa em suas mãos.O cheiro metálico me atingiu antes mesmo de e
(Ella) O carro desacelerou conforme nos aproximávamos do nosso território, e meu estômago se revirava com a incerteza. O medo pelo meu pai me corroía, e minha mente não conseguia evitar imaginar todas as possibilidades do que poderiam ter feito com ele. Meu peito estava pesado, e a sensação de felicidade que havia sentido horas atrás parecia um sonho distante, substituída por uma angústia sufocante. Ao olhei pela janela, vi uma movimentação intensa. Homens e mulheres se reuniam em grande número, machos e fêmeas de firme, preparados para a batalha. Ethan havia reunido um exército. Meu coração acelerou, e antes que eu pudesse reagir, Ethan desceu do carro com sua presença dominante e confiante. Eu estava prestes a abrir a porta quando alguém entrou e me envolveu em um abraço caloroso. Liora. — Está tudo bem? — ela perguntou com um tom genuíno de preocupação. Eu balancei a cabeça, sentindo minha garganta apertar. — Não… Eu estava tão feliz, Liora. Mas foi tudo por água abaixo
(Ethan)O medo e a fúria estavam em conflito dentro de mim enquanto observava Ella, sentada ao meu lado, com as mãos crispadas sobre as pernas. A escuridão da noite era quebrada apenas pelas luzes fracas dos postes e pelo brilho inquieto da lua, que testemunhava o que estava prestes a acontecer.O medo era uma emoção que eu raramente admitia sentir, mas naquele momento, ele me consumia por inteiro. Não era o medo da batalha ou da morte — essas coisas sempre foram uma constante na minha vida. Era o medo de perdê-la. De vê-la escorregar pelos meus dedos, de ser incapaz de protegê-la. De falhar com a única coisa que realmente importava para mim.Eu queria dizer algo, confortá-la, mas sabia que palavras não mudariam a realidade cruel que enfrentávamos. Em vez disso, tirei minha pele de urso e coloquei sobre seus ombros. Ella não reclamou, mas também não me agradeceu. Seus olhos estavam fixos à frente, transbordando determinação e uma fúria que espelhava a minha.— Não quero falar sobre is
(Ella)Ver meu pai ali me deixou tão assustada, triste e com raiva que meu peito parecia pequeno demais para conter todos os sentimentos que me tomavam. Sua pele estava marcada por hematomas, seus olhos estavam inchados, e havia sangue seco em seu rosto. O homem que me criou, que segurou minha mão quando eu era pequena, agora estava ali, fraco e machucado, sendo tratado como nada.E então, havia Lucian. Seu cinismo me corroía por dentro. Como alguém com o mesmo sangue de Ethan podia ser tão diferente? Ele não tinha nada a ver com meu marido. Enquanto Ethan era força, proteção e honra, Lucian era apenas maldade pura. Eu via em seu rosto o prazer sádico que sentia ao ver minha dor. E o pior era que eu não era a única que sentia isso. Os homens e mulheres ao seu redor estavam tensos, mas não por respeito — era medo. Eles o seguiam porque não tinham escolha. Porque Lucian era um monstro.Meu coração batia forte, mas eu precisava manter a cabeça erguida. Eu não podia demonstrar medo. Minha
(Ethan)Ella estava imóvel.Eu via seus olhos arregalados, o corpo tenso e o peito subindo e descendo de maneira irregular. Algo estava errado. Eu senti o cheiro do medo exalando dela, misturado à raiva e ao nojo.Foi então que percebi.O desgraçado do meu irmão estava encostando seu pau sujo nela.O toque de Lucian sobre minha fêmea, o modo como ele sussurrava em seu ouvido, como se a tivesse sob seu domínio, me fez ver tudo vermelho. Meu lobo rugiu dentro de mim, urrando por sangue.Ella tentou se soltar, mas ele era mais forte.E então, vi seu olhar suplicante para Bryce. O vampiro assentiu, compreendendo o que precisava fazer.O movimento dele foi o gatilho.Ella gritou, engasgando quando Lucian apertou ainda mais sua garganta.Meu rugido foi ensurdecedor.Minha visão ficou turva de ódio. Meu lobo assumiu o controle, mas antes que eu pudesse atacar, Bryce agiu.Tudo aconteceu em um segundo.Lucian gritou quando Ella cravou as unhas no braço dele. Por um breve instante, ele afrouxo
(Ethan)Meu lobo estava inerte, mas atraído como nunca. Eu me aproximei lentamente, cada passo pesado pela confusão e pela incredulidade que se formava dentro de mim. Aquele lobo de pelagem pálida, quase translúcida sob a luz fraca da floresta... não podia ser. E, ao mesmo tempo, eu sabia que era. Me ajoelhei, ainda em minha forma de lobo, e toquei meu focinho na pele dela, farejando sua essência. O aroma que explodiu em meus sentidos era inconfundível: minha Ella. Minha fêmea.Meus músculos tremeram enquanto eu me transformava de volta. Senti a pele queimar, os ossos se moldarem, os músculos se rearranjarem. Me ergui, nu, suado e sujo de sangue. Joguei os cabelos para trás e fiz um coque improvisado com uma tira de couro do meu pulso. Bryce se aproximou junto com Caelan. Eu ergui a mão num gesto firme.— Ninguém toca nela. — minha voz soou mais baixa do que o normal, quase um rosnado. — Achem a pele que ela usava antes disso acontecer.Caminhei até ela. Ella estava nua, encolhida, os
(Ella)Eu não sei descrever o que senti. Foi como se meu corpo tivesse sido atravessado por uma força que não era deste mundo. Um calor imenso, envolvente… mágico. Não era só físico — era espiritual, ancestral. Como se algo tivesse despertado dentro de mim, algo selado por séculos, esperando pelo momento certo para emergir. E então eu o vi.O lobo de Ethan.Poderoso. Selvagem. A pelagem prateada estava tingida de vermelho, não só pelo sangue dos inimigos, mas também pelo dele. Seus olhos — os mesmos olhos que sempre me encontraram nos momentos mais escuros — agora ardiam num vermelho profundo, feroz. E mesmo naquela forma monstruosa, eu soube que era ele. Meu lobo. Meu companheiro.Foi a última coisa que vi antes da escuridão me puxar novamente, mais forte do que nunca.---Meus dedos tatearam algo quente e firme. Pele. Respiração pesada. Um som baixo escapou dele quando minhas unhas travaram em seu abdômen. Eu reagi por instinto, ainda grogue, tentando entender se estava sonhando ou
(Ethan)Ella segurava firme nos meus pelos enquanto eu corria pela floresta. Seus dedos afundados em mim, suas pernas apertadas ao redor do meu corpo. Eu podia sentir seu calor, seu cheiro, sua excitação escorrendo — e tudo isso alimentava o meu lobo.Eu queria que ela sentisse a conexão. Que se integrasse à natureza. Porque quando a gente descobre quem é de verdade, tudo muda. O mundo ganha cor, cheiro, som. E Ella estava perto disso. Ela ainda não podia se transformar — fêmeas grávidas não podiam, poderia machucar o filhote. Mas ela se casou com um alfa. Me escolheu. E isso significava que com o tempo, ela pegaria minhas habilidades também.Ela era minha. Minha fêmea. Minha companheira. E mesmo que seu sangue fosse metade humano, o que corria nas veias agora era mais do que isso. Eu sentia. O filhote sabia. E o lobo também.Meu lobo estava faminto. Insano. E não por carne.Por sexo.Eu sabia que ela também sentia isso. A pulsação acelerada. O corpo molhado. O desejo latente. Era alg