Me abaixei para abraçá-lo. Ele pendurou no meu pescoço quase me derrubando. Ele é muito fofinho, em todos os sentidos. Muito querido e gordinho com um sorriso muito sincero, simpático e com seus ricos olhinhos, o que é uma característica de todos da família.
- Você estuda na mesma escola que nós?
- Não, eu estudo em outra escola, pelo menos até as férias de inverno, depois o papai disse que irá me trocar para a escola que vocês estudam.
- Vamos, Ravy! Tchau, Keisla, até mais!
- Até mais, senhor!
Rafael entrou com nossas coisas largando no tapete.
- Você se importa de sentar no chão?
- Não. – Respondi sentando. – O que você não entendeu do trabalho?
- O começo, o meio e o fim!
- Vamos iniciar com o começo. A estrutura do corpo molecular...
-
- Sua ingenuidade chega a ser bonitinha! Mas estamos falando de drogas de verdade, coisa pesada. Além do álcool. Ele chegou a vir totalmente bêbado para a aula. Os pais dele não sabem mais o que fazer com ele, já foi internado mais de uma vez no ano passado. O tiraram da escola que estava colocando-o aqui! Coisa que eu não entendo, ele ficou no período da noite, o pior de todos! Mas não me preocupo com ele, já é um caso perdido. AGORA VOCÊ NÃO! Você tem um futuro muito promissor, é inteligente e sabe o que quer.- Exato! Eu sei o que eu quero. Não irei usar drogas.- Mas nosso medo é de acontecer de você ser drogada. Não sabemos exatamente o que ele pode ser capaz, embora eu ache que ele não faria nada contra você, pois me parece que está apaixonado. Porém não sabemos o que passa naquela cabeça. Tem tudo para
- Quero saber o que aconteceu! Você brigou comigo porque não queria mandar o Lorran passear, e do nada dá um pé nele!- Do nada, não! Ele me encheu a cabeça com aquela história de comprar a casa na praia. Eu não aguentava mais ouvir ele falando que no verão todos nós iríamos para lá como uma grande família e que daí eu poderia escolher ele para namorar, e que não sei mais o que! Fora o fato da Barbara não ter vindo...- Não foi só isso!- Não foi só isso! Mas isso foi o grande detonador da bomba. Não deu mais. Duas horas de vinda, eu queria só deitar e dormir um pouco e ele não calava a boca. EU ODEIO PRAIA!- Não grita! Irá acordar meio acampamento!Eu estava escovando os dentes em uma pia que tinha do lado de fora de um galpão próximo ao nosso
- Você é especial, Kei! Os professores gostam de você. Mas voltando ao Otávio! Ele disse que se não terminasse com você ele iria dar um jeito de fazer você terminar comigo. Por esse motivo, eu achei que ele pudesse ter falado das minhas notas com você.- Mas não falou nada. Eles estão preocupados, acham que você pode me oferecer drogas ou algo do tipo.- Eu nunca faria isso com você! Não sou louco. Quer dizer, não a este ponto. Ficou bom?- Sim! Ficou muito bom!Almoçamos conversando, terminamos de comer e depois que limpamos a cozinha fomos assistir desenhos. Eu fiquei sentada no tapete do quarto dele, enquanto ele deitou na cama e acabou dormindo. Eu me ajeitei para voltar para a escola. Chamei-o para ele me levar de volta.- Por que me deixou dormir?- Você não estava com sono?- Acha mesmo que dormir é mais importa
Embora seja a última semana de aula antes das férias de inverno, estávamos tendo aula de verdade, com matéria nova. Eu como sempre com um fone no ouvido prestando atenção na explicação da nossa professora de química, envolvida no mundo da tabela periódica, onde um dos elementos, mais especificamente o cobre, é motivo para questionar a maturidade de 98% dos alunos do ensino médio. Pois então, esta aula estava por incrível que pareça, sendo levada tão a sério que a professora olhou para mim, que estava quieta no meu canto, pois, uma adolescente ouvindo seu walkman não quer guerra com ninguém! Mas tinha que sobrar para mim, justo para mim, que acredito ser a única que estava prestando atenção de fato na aula. A professora olhou para minha linda pessoa, que correspondi encarando-a aguardando sua fala, que não demorou muito para
Ok, vamos dizer que hoje ela usou de toda sua criatividade, gostei. Saímos para o pátio para procurar folhas de árvores, mato, galhos, tudo que estivesse disposto sem estragar nada. Foi muito divertido, embora meus traços artísticos não fossem um destaque, se duvidar, eu consigo fazer uma linha torta mesmo utilizando uma régua. Mas as formas estampadas no meu papel amarelo, ficaram no mínimo interessantes, assim por se dizer. Cheguei a sentir orgulho da minha criatividade naquele momento. Chegou a hora da saída, recolhi meu material me sentindo o verdadeiro “Pablo Picasso”, entreguei a folha para a professora que colocou na pilha junto com as demais entregues pelos meus colegas. Saímos falando de como a aula havia sido divertida e interessante. Cheguei ao portão da escola e avistei Rafael parado um pouco mais a frente. Fui ao seu encontro, ele pegou minha mão e beijou-a dando um leve sorr
- Credo, isso deve estar podre, já!- Tá nada, fiz agora de manhã.Fiz cara de nojo, aquilo parecia ter azedado.- Se vomitar, irá ficar aqui sozinha, só isso que tenho para te dizer.- Obrigada, amiga!- Nossa amizade resiste a quase tudo, amiga. Vômito não é uma delas, pode ter certeza.- Por que você está com ele?- Eu gosto dele. E não tenho compromisso nenhum até que todos saibam.- Está errado assim mesmo! Você sabe! Isso já deveria bastar.- Olha só, isso não interfere na nossa amizade, então... Deixa assim como está, amiga! Não se envolva nas minhas encrencas.- Você que sabe! Já é irresponsável o suficiente para não saber o que está fazendo!- O que?- Nada, deixa quieto!Ficamos aguardando o retorno
- Veja bem se os momentos priorizados valerão ao pena no futuro.- Sempre vale a pena de alguma forma!Sentei na minha cadeira, estava pegando meu fone para ouvir música quando o sinal tocou. Fiquei aguardando os demais alunos entrarem e começarem as trocas de informações do que realizaram nas férias. E eu... Eu não tinha nada para contar, a não ser que havia ido ao parque de diversões.- Cadê a professora?- Será que ela não veio?- Tomara, vou lá ver já venho. - Clayton saiu da sala voltando logo em seguida. – Kei, seu príncipe encantado está chegando.Certo, acho que pela primeira vez eu agi igual a horrível interpretação feita da minha pessoa no início do ano letivo. Saí da sala e o abracei, ali no meio do corredor, igual cena de cinema, me pendurei no seu pescoço, ele me abra&cced
- Venha!Meu pai se aproximou de nós.- Entre, eu quero conversar com ele a sós!Respirei fundo, não tenho coragem de retrucar meu pai quando ele fala sério comigo. Entrei e avistei todos sentados em volta da maior mesa que temos dentro do galpão, me aproximei deles.- Senta aqui, Kei. – Alicea arredou para o lado.Dei um meio sorriso e sentei-me ao seu lado. Minha mãe, então começou a falar.- Estava pensando em começarmos os ensaios mais cedo nos finais de semana, logo será a final regional, vocês têm que estar preparados para a pressão que irão passar. Já consegui patrocínio para a comida e pessoas para me ajudarem a fazer café, almoço e janta. Não podem ficar sem comerem, precisam estar bem alimentados e descansados.- Eu concordo, acho que quanto mais tempo passarmos juntos, mais teremos a