Faltavam dois dias para o começo do cio de Theodore.
E o ômega se encontrava desesperado.
Além do seu cheiro ter ficado forte o suficiente para os alfas e betas da escola prestarem atenção em si, havia o fator Gabriel. Um certo alfa de um metro e oitenta, cujos olhos acastanhados acompanhavam cada passo seu mesmo de longe. Se antes já era fonte de rumores devido a sua classe e a história do Orkut, que continuava a se tornar popular, estar perto do seu cio estampava-o nas evidências.
Não tinha como passar despercebido pelos corredores, mesmo que ainda não sentisse nada dos sintomas de seu cio.
— Bem que eu gostaria de te ajudar, mas tenho alfas em minha sala também. — Lamentava Lilian cruzando os braços — Pelo menos ninguém parece ter comprado briga com você esses dias.
— Estão com medo que eu me jogue no colo deles pedindo p
Se para o ômega a ansiedade era grandiosa, para um certo alfa ela era atordoante no dia seguinte. Para o desagrado de Gabriel o dia se passara tão lentamente que desistira de prestar atenção na aula. Principalmente quando a cada cinco minutos olhava para a carteira vazia ao lado da sua, sinalizando a ausência de Theodore.Será que ele também estava ansioso?Após a aula terminar e Gabriel já estar se trocando no vestiário para o treino, não pode deixar de suspirar pela milésima vez. Agora, havia um outro alfa o encarando curioso, cruzando os braços ao se recostar no armário com um sorriso ladino.— Qual foi? Parece que nem queria estar aqui.— Não foge muito da realidade.— Onde mais queria estar?— Na minha casa.Rindo, Gabriel fechara a porta do armário e se sentara no banco para calçar os t&eci
O ômega se sentou ao seu lado, e Gabriel pudera se lembrar do quão feliz estava naquele momento. Segurando a mão dele a levando até seus lábios, pudera sentir uma pequena ponta da calmaria surgindo em seu peito.— Senti a sua falta hoje. — Admitia o alfa, distribuindo selares pelos nós dos dedos esguios de Theodore. — É horrível olhar para o lado e não te ver.Segurando a mão de Gabriel, Theodore sorria calidamente.— Agora estou aqui. Isso é tudo o que importa.Sim, isso era tudo o que importava. Theodore ao seu lado era tudo o que importava, ao ponto de deixá-lo nervoso daquela maneira. Justamente por ser ele mesmo.Sem aguentar mais segurar dos próprios desejos, Gabriel inclinou-se beijando serenamente os lábios de Theodore. Mantendo suas mãos unidas, levara a canhota livre para o rosto quente do ômega onde poderi
Ômegas são classes vulneráveis. São fracos, não sabem cuidar de si mesmos, precisam sempre estar sob a proteção de um alfa, pois, é a única classe que será capaz de protegê-los.Essa era uma das, dentre várias, lições valiosas que a família Jones passavam para as gerações seguintes. Toda vez que escutava aquele tipo de conversa, Gabriel ficava sem compreender o motivo de sua família paterna estar tão interessada em ser mais forte que as demais classes. Afinal, sua mãe nunca parecera fraca. Nem seu tio, muito menos o seu avô materno...A família materna eram um pouco sensíveis, mas bem legais se comparadas à família paterna. Sempre perguntavam como ele estava, como se sentia quando algo ruim acontecia, e seu avô fazia um pão delicioso quando o visitava no sítio.De fraco, el
A sexta-feira finalmente chegara para aqueles que continuaram suas vidas medíocres. A rotina de treino continuara mesmo com a ausência de um dos levantadores, surgindo cochichos pela escola toda justamente quando outros dois ômegas também se ausentaram.Dois ômegas em evidência.— Com certeza Gabriel está com a Sadie. — Dizia Fabiana, uma das amigas de Sadie, na roda de amigos durante o intervalo. — Ela vive se gabando que ele cuida bem dela, então é provável que estejam juntos.— Mas o Gabriel tem estado próximo daquele cara do segundo ano também. E se ele é um ômega, pode ter seduzido.— Ele sendo um alfa não se deixaria levar por essa baboseiras. Gabriel é forte, com certeza deve ter ido com Sadie. Não é Milles?Bebericando um refrigerante sem ter opinado até então, o alfa loiro ergu
Milles, continuava sentado ouvindo a bagunça toda. Era a segunda vez que sentia aquela sensação assustadora em seu corpo. Da última vez experimentou o prazer que Nicolas tinha de brigar com outras pessoas só para descontar sua raiva. Agora sentia algo angustiante e indescritível, mas que certamente passava longe de ser prazeroso.De olhos arregalados fitando as próprias mãos tremerem avermelhadas, o alfa levantou-se apressadamente do banco indo até o corredor onde ocorria a briga. Passando pelo aglomerado de jogadores que assistiam sem coragem alguma de intervir, Milles conseguira compreender o motivo quando finalmente alcançara a frente.O rosto de Nicolas estava completamente transformado, avermelhado em brasa com veias saltando em sua testa. Thunder tentava esconder o rosto entre os braços recebendo os socos direcionados sem pudor ou descanso.Precisava fazer alguma coisa.N&a
Os dedos finos se enroscavam nos fios loiros lisos, puxando-os sem usar a força. Os lábios de Nicolas dançavam sensualmente sobre os de Milles, transformando naquele beijo no toque mais essencial que aqueles dois garotos precisavam no momento.Um beijo de língua poderia ser a coisa mais proibida para um adolescente, pois envolveria intimidade além do que um simples beijo era capaz de proporcionar. Uma intimidade que deixava claro a sede de querer o outro, de lhe dar o consentimento para dar um passo além do considerado simples.Caminhando pelo vestiário mantendo Nicolas em seus braços, Milles trombara com o banco amadeirado onde deitara o ômega. Mantido preso nos braços finos de Nicolas, o alfa curvou-se sobre seu corpo sentindo o toque quente e úmido da língua naquele beijo intenso. Precisou se apoiar no banco, ficando de joelhos para se manter perto o suficiente sem desfazer o ó
— Não acredito que realmente não consigo andar.— Não acredito que só consegui fazer isso na terceira rodada.Nicolas envolvera os braços no pescoço de Milles prestes a estrangulá-lo, mas o menor dos movimentos já o fazia choramingar de dor. Abrindo um sorriso vitorioso, Milles ajeitava o capitão em suas costas segurando suas pernas ao carregá-lo pela escola já escura sorrateiramente.Tivera uma grandiosa sorte de ao saírem do vestiário não houvessem alguém por perto. Por Nicolas definitivamente não conseguir andar, Milles o carregava em suas costas se esgueirando pelos corredores da escola atento às vozes do professor Marcos chegando perto do vestiário.Avistando duas mulheres da limpeza correndo junto com o professor, Milles escondeu-se atrás de uma parede segurando firmemente as pernas de Nicolas. Provavelment
O vento gélido passava pela janela e balançavam as cortinas escuras sinalizando o começo de mais um dia. Abrindo os olhos claros, o ômega despertava do seu recém cio sentindo todo o seu corpo estremecer de frio.Olhando em volta, Theodore estranhava o ambiente em que se encontrava. Demorara alguns singelos minutos para lembrar estar na casa de Gabriel, onde passaram as noites juntos desde quarta-feira. Virando a cabeça, o ômega encontrara o alfa dormindo pesado segurando sua mão, e um sorriso despontara de seus lábios.Recordava-se com esplendor da primeira vez deles, apesar de ter perdido a consciência logo depois disso. Provavelmente o cio chegaria no seu ápice e Theodore não controlaria mais seus instintos, porém não ficara incomodado com aquilo.Não quando tinha Gabriel segurando sua mão mantendo os dedos entrelaçados.Desde o momento em