Início / Romance / Marry Me / O propriétário de tudo.
O propriétário de tudo.

Amélia Alder

Faço tudo o que me é pedido numa velocidade alarmante com medo que a proposta seja retirada e me olho no espelho com um pouco de receio em relação a imagem que estou vendo. Eu sempre fui pobre, nunca usei algo tão caro e nem me arrumei tanto, então estou me sentindo estranha e diferente, talvez até diferente demais. O vestido abraça as minhas curvas perfeitamente como se tivesse sido feito sob medida, os saltos deixam minhas pernas grandes e bonitas e a maquiagem realça pontos que eu nem sabia que tinha.

– Oh, você fez um ótimo trabalho – Alie me elogia quando chega até mim e j**a meus cabelos para o lado com a intenção de ver melhor. Ouvir um elogio me deixa um pouco aliviada, eu nunca lidei muito com maquiagem então apenas passei um batom e máscara de cílios porque era tudo que eu conhecia. – Você está linda!

– Sério? Para falar a verdade, estou me sentindo estranha – Respondo sinceramente e ela sorri. A única pessoa que já me chamou de bonita em toda a minha vida foi o meu pai, nem mesmo os meus namorados disseram algo assim.

Meu cabelo é loiro mel, meus olhos são claros e eu tenho uma boca em forma de coração que as pessoas sempre fazem questão de reparar. Em outras palavras, sou uma garota pobre com uma aparência mediana.

– Claro que sim, eu jamais te contrataria se não acreditasse no seu potencial e na sua beleza, afinal esse é um dos pré-requisitos para trabalhar com a gente. Sinceramente você tem muita sorte de ter uma beleza natural e eu garanto que logo você se acostumará a se ver assim, é apenas questão de tempo para isso. Agora que está pronta, vamos para o seu treinamento oficial.

Assinto e a sigo com um pouco de receio e, enquanto Alie caminha confiante, eu estou vacilando. Não tenho tanta experiência com saltos, então estou tomando o máximo de cuidado possível para não torcer o tornozelo ou cair por cima de alguém.

Entramos num salão lotado e eu abro a boca estupefata com tudo que estou vendo. O ambiente está lotado de homens e mulheres muito bem-vestidos, jogando em mesas de jogos que estou vendo a primeira vez na vida hoje e eu posso jurar que quase consigo sentir o cheiro do dinheiro, todas as pessoas aqui presentes tem mais dinheiro do que poderiam gastar. Vejo grandes quantidades de dinheiro nas mãos das pessoas que lotam o salão e fico pensativa. De onde vem tanto dinheiro? Vejo Alie se afastando e percebo que viajei, então dou uma pequena corridinha para alcançá-la, parando no balcão de um imenso bar onde champanhe e vinho estão sendo servidos em taças. Há garotas com vestidos parecidos com o meu andando pelo salão e distribuindo bebidas, todas com aparência parecida e sorrisos em seus rostos bonitos.

– Certo, está vendo elas? – Alie aponta para as garotas e eu assinto. – O seu trabalho é servir as pessoas que estão jogando e não deixar faltar bebida em suas mãos. Repita o que as outras estão fazendo, sorria e não diga nada, além de oferecer a bebida. É terminantemente proibido falar com as pessoas, guarde isso bem. O chefe não gosta. Apenas faça seu trabalho e vai receber muito bem no final da noite. Se for bem hoje, eu te contrato.

Penso nas minhas contas acumuladas e em como estou precisando de algumas coisas novas e é suficiente para me fazer concordar com veemencia.

– Vou fazer tudo direito, prometo – digo sorrindo na esperança de que isso a convença, mas ela apenas assente.

– Isso é bom. Observe o rodízio das garotas e entre na fila, quando seu turno acabar eu virei avisar, então antes disso você está terminantemente proibida de parar. Você tem uma pausa de dez minutos a cada hora para tomar água ou ir ao banheiro, então avise-me sempre que for fazer sua pausa. Estarei daqui supervisionando seu trabalho.

Concordo com tudo que ela diz.

– Certo, pegue aquela bandeja. Seu trabalho começa agora – Ela aponta para a bandeja livre e eu a pego como se fosse a minha vida.

Respiro fundo e começo a circular no salão, e com um sorriso ofereço a bebida. Não demora muito até a minha bandeja estar vazia e eu voltar para pegar mais. Não é um trabalho difícil, é mais fácil do que pensei e acho que realmente posso me dar bem nesse trabalho. Para quem está acostumada a limpar o chão com muito esforço até vê-lo brilhando, o que estou fazendo é muito tranquilo. Ando pelo salão por uma hora inteira até fazer a minha pausa e aviso a Alie que vou ao banheiro. Lá, faço minhas necessidades, lavo minhas mãos e confiro se está tudo em ordem. Sorrio para o meu reflexo antes de andar para fora do banheiro e ainda estou sorrindo quando chego até o bar, porém meu sorriso morre quando vejo Alie me olhando com uma expressão muito dura. Merda, o que eu fiz de errado? Repasso mentalmente tudo que fiz na última hora e não encontro nenhum erro.

– Você, acompanhe esse homem até o andar de cima. O chefe quer falar com você – Ela aponta para o enorme homem parado ao seu lado e eu tomo um susto. O homem é maldosamente grande e eu me pergunto o quão concentrada eu estava em Alie para não percebê-lo parado bem ao lado dela.

– O chefe? O que ele poderia querer comigo?

– Apenas obedeça. Ele é um homem muito sério e não gosta de ficar esperando.

O segurança pega no meu braço e me puxa em direção aos elevadores. Começo a tremer o joelho de nervosismo e quero roer as unhas.

O que o dono de tudo quereria comigo?

Sou empurrada para dentro do elevador e me encolho num canto enquanto o segurança aperta o botão do elevador e as portas se fecham. Assustada e pálida, eu respiro fundo, arrumo a minha roupa e digo a mim mesma que tudo vai ficar tranquilo e que não preciso me preocupar.

– Esse emprego é meu e não importa o quê, vou continuar nele. É questão de honra – sussurro para mim mesma na esperança de que o segurança não tenha ouvido.

Como eu estava errada.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo