Leandro se levantou e olhou novamente para os pais, incrédulo com o que estavam fazendo com ele, não entendia como tiveram a audácia de forçá-lo a se casar com a irmã de Mila.
Só de pensar nisso era uma loucura, porém tudo fazia sentido quando seus pais ainda estavam por trás do poder e não se importavam com seus sentimentos.
- Como podem ser tão egoístas? Só porque concordei em me casar com Mila, não significa que concordarei em me casar com Erika — ele rugiu, ainda processando o fato de que todos haviam planejado tal atrocidade que ele não estava disposto a cumprir, ele não se importava se tivesse que se voltar contra sua própria família.
Erika com seus enormes olhos cinzentos apontados para ele, colocando-se perto dele.
- Não vê que tudo isso é para o bem das duas famílias? Não seja tão mau comigo, Leandro-ele pronunciou o nome devagar e o estômago do homem virou.
De repente, ela estava se comportando como uma harpia e não estava interessada em sua dor.Ela não se importava que ele ainda estivesse com o coração partido pela perda da mulher com quem se casaria. O que mais os Strousmans precisavam, até mesmo sua própria família? Eles tinham tudo, mas queriam acumular mais, a ambição e aquele desejo covarde os arrastavam para baixo.
Naquele momento, Paulette interveio, colocando-se em pé de igualdade com a filha, em sua defesa.
- Leandro, querido, Estamos arrasados com a morte da Mila, mas temos consciência da importância do companheirismo, tenho certeza que minha filha entenderia e aprovaria, por que você se opõe a um casamento que será benéfico para ambas as partes? - explicou aquela mulher que trouxe à tona seu lado mais egoísta e frio, embora admitisse sentir falta da filha, na verdade era apenas uma interessada.
"Filho, faça o que eu peço - disse Renard, exigindo.
- Não farei nada para agradá-los desta vez. Me desculpe, mas não vou fazer parte dessa farsa toda, não dá para dar outro nome, mais do que isso, uma mentira danada da qual não vou participar — rugiu cheio de muita raiva, antes de sair e deixar todos chocados.
Paulette tapou os lábios, assim como a mãe de Leandro, que se envergonhava com os Strousmans, pela atitude hostil e relutante do filho.
Ele não esperava.
Ainda Enfurecido, ele se trancou em seu quarto. O italiano ignorou cada uma das ligações para o pai, mesmo quando ameaçou arrombar a porta. Ele a ignorou e continuou lá, sem sair.
Não foi até a noite que ele foi lá fora, precisando limpar sua mente.
Enquanto isso, Milenka caminhava sem rumo lidando com os terríveis sintomas da gravidez, ela entrou em uma loja de conveniência para comprar ramen, um desejo noturno.
Ela sabia que a noitada poderia deixá-la em apuros, mas não aguentou mais e no meio da noite saiu em busca de comida coreana.
Ele não resistiu.
Ele comeu até se fartar.
Ao sair, ele olhou para todos os lugares, certificando-se de que ninguém era estranho naquele momento; estar do lado de fora era perigoso.
Ele ficou tão entretido com as lanternas que iluminavam as ruas no meio da noite fria, que acabou esbarrando em alguém. Aquele cara estava usando um suéter com capuz e ele olhou para ela mal por causa de sua falta de jeito. Mas ela não viu a identidade dele e correu para chegar em casa.
Seu coração ficou um pouco chateado.
Tinha sido Leandro, que após a discussão com os pais, bebeu muito, portanto se embriagou e vagou por aí.
(...)
No dia seguinte, Leandro estava com uma dor de cabeça insuportável, a ressaca o matava, mas ele mesmo a trouxera por beber muito álcool.
O Tylenol foi a solução.
No final ele estava deitado no sofá da sala, seu pai logo apareceu arruinando a manhã que na verdade não era nada boa.
- Você ainda vai fugir? Leandro... - ela ligou para ele. Faço tudo isso também para o seu próprio bem, aceite esse casamento ou negarei sua entrada na empresa. Você sabe que eu consigo.
- O quê? - ele ficou de pé. Pai. Por que você está fazendo isso comigo, hein? Não consigo entender.
- Case e não vai perder nada, tenho que ir trabalhar. Até logo.
Em vez disso, ele estava incrédulo.
Ele estava entre uma pedra e um lugar duro ao pensar em seu futuro, ele precisava estar na companhia de seu pai, essa era sua única chance, ele tinha que aproveitá-la. Na noite daquele dia ele disse aos pais que concordou em se casar e assim que os pais souberam, mobilizaram tudo para iniciar os preparativos, e o quanto antes realizar a festa de noivado.
Erika não poderia estar mais feliz do que agora, porque ela alcançou seu objetivo.
Paulinha também estava comemorando.
Mila foi esquecida pela própria família.
Mas Leandro, em seu quarto, voltou a chorar, sofrendo silenciosamente sua ausência, sentia-se um traidor, até mais um de seus pais, inclinado ao que mais o beneficiava.
Isso não fez dele uma pessoa má?
1 semana depois...
Ela não podia mais continuar usando aquela cinta para evitar que a gravidez fosse notada. Isso não fez bem ao bebê. Milenka permaneceu sentada na beira da cama, hesitando em ir ou não para a faculdade, não sentia vontade de nada.
Naquela época, seus pais já estavam do lado de fora. Papai no trabalho e sua mãe fazendo as compras. Tudo bem se ele não fosse estudar, por isso decidiu fugir para a cidade.
Ela estava decidida a contar aos pais sobre a gravidez, não ia adiar mais. De manhã à noite Ele ficava do lado de fora e não atendia o telefonema da mãe, embora fizesse questão de mandar uma mensagem para que ela não se preocupasse devido à sua longa ausência.
Ela acabou em uma farmácia, precisando comprar algo para azia, mas ficou olhando as coisinhas que vendiam para bebês.
- Milenka?
A voz dele perfurou sua cabeça, ela nem queria virar os calcanhares e vê-lo.
Mas ele enfrentou.
- Alexandre-ela parecia frívola.
- Por que você está segurando uma garrafa?
Ela o deixou no lugar dele.
- Devo-lhe uma explicação? Simplesmente desapareça da minha vida.
Ela ia recuar, mas ele segurou seu antebraço.
Seus olhos afiados a perfuravam.
- Estive te observando, porque te vejo agindo de forma estranha. Por que a náusea? Y... Você não odiava morangos? no entanto, você comeu um bolo de morango — ele estreitou o olhar —. Está grávida?
Ela sacudiu o aperto dele, engoliu com força.
Finalmente ele exalou.
- Eu te diria, agora que você descobriu, o que você vai fazer?
Ele soltou uma risada.
- Faça um aborto, Milenka, não quero um filho.
- O quê? Não vou fazer isso-tremeu a voz dele. Você é um monstro, sabe de uma coisa? Nós não precisamos de você, você pode ir para o inferno.
Ela saiu de lá chorando.
- Você está cometendo um erro! Tem que se livrar do problema, caramba - gritou.
Milenka estava despedaçada, imersa em seu mundo, a ponto de poder ter um incidente.
Por outro lado, já estava acontecendo a festa de noivado, onde os convidados, a família Strousman e Montavani desfrutariam de uma boa refeição. O único era Leandro, que ainda não havia chegado, quando a festa já durava quase uma hora desde que começou. Erika continuou andando de um lado para o outro, irritada com a demora. Sua mãe estava quase arrancando os cabelos, enquanto tentava acalmá-la. - Onde está aquele sacana?! Remi entrou na sala. "Mantenha a compostura, Erika -" ela repreendeu a filha borbulhante. Com raiva, ela jogou um vaso no chão. - Erika! Do lado de fora, Renard ligava para o filho. Os convidados começaram a tagarelar entre si, surpresos porque o jovem não apareceu. Leandro acabou desligando o celular, de qualquer forma já estava dirigindo para o local onde estava sendo realizada a festa. Mas uma mulher que desconhecia o perigo estava atravessando a rua, pisou no freio e saiu do carro às pressas. Milenka ainda estava paralisada. - Você está bem? Antes que e
A mãe de Erika, além de chocada e furiosa, quase desmaiou, não dando crédito à humilhação que sua filha e toda sua família estavam passando, uma loucura. - Quem é você?! Mulher fedorenta, insignificante e sacanagem-ele a ofendeu depois de lhe dar aquele golpe, claro que a citada ainda não sabia o que dizer, ela não tinha culpa de nada ela estava apenas sendo usada por aquele estranho. Ela se sentiu uma completa tola por ter concordado com isso, mesmo não sabendo ao certo no que estava se metendo e só então a alcançou. A festa de noivado era desse cara do Leandro! O italiano, ele não achava que a mãe de Erika ousasse tanto. E quando a mulher tentou dar um tapa em Milenka novamente, ela agarrou seu braço. - Para com isso, Paulette! Não se atreva. Mas ela parecia uma cobra raivosa por causa do que estava acontecendo, e mais ainda por causa da atitude de Leandro e sua insistência em Salvar a mulher. Só não entendi como diabos os planos se desfizeram da noite para o dia, além de ser
- Apenas me diga, eu vou aceitar. Espere um minuto... - ele se abaixou para o rosto dela, ela prendeu a respiração, tê-lo tão perto a desestabilizou, e virou as pernas gelatinosas. Leandro inspecionou a bochecha. Sinto muito, a culpa é minha. Vamos para o meu carro, sempre trago pomada comigo. Milenka o seguiu, ela só olhou para trás uma vez; mesmo à distância, o lugar lhe dava calafrios. Ele voltou naquele carro. O cara também fez e pegou o creme. Então ele passou no dedo, enquanto Milenka passava saliva com dificuldade, sozinha ela poderia cuidar disso. Mas Leandro já deslizava os dedos por sua pequena bochecha carmesim. Ele estava cheio de culpa novamente. - Desculpe, dói muito? —Não, só queima um pouco - " admitiu pigarrear. Posso fazer uma pergunta? - Você já está fazendo isso, vá em frente. Ele deixou o ar sair sonoramente. - Por que você parou seu noivado? Ninguém faz isso, e a sua noiva? Ela saiu furiosa. — Meu noivado não significa nada, é um relacionamento arranjado
Ela acordou cedo e se arrumou, sua aula começou às dez da manhã, mas ela queria estar fora de casa o máximo possível. Ele desceu para tomar o café da manhã que sua mãe havia preparado para ele; Aleksei, seu pai, já havia saído para o trabalho. - Aqui vai, aveia, torrada, geléia E... A mãe fez uma pausa ao vê-la cobrindo a boca. Infelizmente, o enjoo matinal começou quando ele viu os flocos de aveia, como se fosse a coisa mais nojenta que ele já tinha visto na vida. Diante da ânsia horrível que tinha e evitando vomitar sobre a mesa, correu assim que suas pernas lhe permitissem ir ao banheiro principal. Klara deixou o prato em cima da mesa e foi com a filha com medo de que algo estivesse errado. - Milenka, você está bem? Não me diga que comeu algo ruim por lá, eu te conheço, você gosta de fazer compras nesses lugares anti-higiênicos. Ela revirou os olhos ainda agachada na frente daquele vaso sanitário. Sua mãe chamou os locais de fast food de "insalubres". Queria que fosse uma dor
O contato entre seus dedos brilhou, ela ficou atordoada com o súbito aperto de ferro que deu mais realismo à cena. Até ela caiu na atuação, na forma como Leandro executou bem seu papel. Mariola olhou para eles incrédula. Em que momento sua filha terminou o relacionamento com Alexandre?! Ela não conheceu outro cara naqueles meses, na verdade foi Alexandre seu primeiro namorado. - Milenka e eu também não esperávamos um filho, mas aceitamos juntos e decidimos assumir a responsabilidade. Renard quase teve um infarto. - Decisão? Aceitar? respirou fundo e olhou para a filha. O que é isso tudo? Você está na faculdade!"Pai, me perdoe", ela soluçou. Ela foi tola por acreditar que o italiano seria seu apoio e tornaria o problema mais leve, mas mais idiota ela que caiu nos encantos de um cretino e covarde como seu exnônio. Ele não a merecia! - Milenka, mas você estava com Alexandre. Seu pai porque ele passa o tempo todo trabalhando sem parar, mas eu estou mais ciente de você, eu sei que
O imóvel tinha mais de cento e cinquenta metros quadrados, quartos anexos a um banheiro suíte e closet. As vistas panorâmicas que eram oferecidas, também eram fabulosas. Ele podia ver que havia muitas pinturas com luz focada, as paredes eram em sua maioria pintadas de branco e algumas partes dos quartos de um azul escuro, quase como o céu sendo oprimido pela tempestade. Talvez seja por isso que um arrepio percorreu sua nuca. Na verdade era luxo em todos os lugares, ainda assim, senti que era necessário algum calor feminino. Ficou tão marcado o fato de que só ele morava ali, solitário e com frio? Sua casa era a de um solteirão, um homem ordeiro, de bom gosto e viciado em qualquer coisa que gritasse suntuosidade. Ainda assim ele não tinha uma objeção, não é como se ele tivesse o direito, porque ela era apenas uma convidada passageira, uma intrometida em sua vida e espaço. Ela estalou a língua. Ela não deve se sentir mal no final. Foi ele quem a jogou nisso tudo. Ficou na cama e ol
Os raios de luz intervieram em seu sonho, ele abriu as pálpebras lentamente, encontrando a intensidade do sol já alta, e se transformou em outro dia em que ele teve que lidar com sua situação. Queria sinceramente ficar para dormir por muito tempo, mas ocupando um lugar que não lhe pertencia, não se olhava com esse direito; acabou se livrando dos lençóis e daquela sonolência que ficava aprisionando seus membros, logo direcionou seus passos para o banheiro, alguns segundos distraída com cada detalhe dentro dele, tudo era diferente do que conhecia. A casa de seus pais e seu quarto poderiam ser algo simples comparado ao apartamento de Leandro. Ela se enrolou em uma toalha quente e ficou do lado de fora pensando que deveria usar as mesmas roupas. Ele fez beicinho, teria que colocar o moletom de volta e aquele jeans todo gasto. Nem pensar. Assim que ele pegou, houve uma batida na porta, duas torneiras secas do lado de fora. Eu sabia que era sobre o cara. Ele já estava lá para acordá-
Ela atravessou o corredor da universidade e todo mundo estava olhando para ela, ela pensou que algo estava errado com suas roupas, mas ela não conseguiu nada de estranho, ela não entendeu por que tantos pares de olhos a colocaram no centro; Sara pulou em cena e imediatamente se pendurou em seu braço. —Eu ainda não aceito que você vai me deixar em paz, você até me fez uma promessa de estar sempre junto em momentos e lugares importantes, deveria ser uma lembrança inesquecível também, mas você não quer — ela fez olhos de cachorrinho.Só então ela percebeu que todas essas pessoas estavam observando-os, especialmente sua amiga. - Tenho alguma coisa na cara? Todo mundo me vê. - Olha, é ela, a pobre menina foi traída pelo namorado, agora ela vai ser motivo de chacota de toda a Universidade — comentou uma menina que passava, maliciosamente. Ela engoliu em seco e verificou o celular. Tinha muitos comentários, notificações que chegavam, achava que ia explodir o celular a qualquer momento.