Ana despertou com Carlos dormindo com sua cabeça sobre a maca do hospital enquanto segurava sua mão.Não entendia aquele tipo de comportamento já que ele demonstrava ser inconstante com o que sentia. Em um momento estava abraçada a outra e em outro momento estava lá dormindo ao seu lado em um quarto de hospital.Tentou tirar a mão dele da dela sem que ele percebesse, mas assim que ela tocou nele o despertou.— Ana, tá melhor?- perguntou preocupado.Era nítida a diferença do Carlos de antes com o de agora. O de antes estava possesso e fora de controle enquanto o de agora só demonstrava preocupação.— Estou!- não queria falar com ele.— O médico me disse que esteve aqui antes, mas acabou fugindo… por que não me disse antes?- Apesar de estar chateado com aquilo preferiu manter sua voz calma para não a agitar novamente.— Carlos, não estou a fim de ouvi-lo... então, por favor, vai embora.- virou seu rosto.— Ainda tá chateada pelo que viu em frente ao meu apartamento?- por não receber um
Desde que Carlos atendeu a ligação que era para Ana, Miguel não parava de pensar que havia finalmente encontrado algo que tirasse Carlos do sério e estava disposto a pagar o preço para ver isso.Não que Ana não fizesse seu tipo, mas não estava acostumada com mulheres como ela "certinhas" demais. Que ele precisasse de tempo para levar para cama, mas não podia perder a oportunidade de ver Carlos perder a linha como da última vez.Apesar de se conhecerem há bastante tempo e sempre terem suas desavenças, Carlos nunca tinha ido para cima dele daquela forma e Miguel não iria perder a oportunidade de revidar aquilo por nada.— Posso saber o que está pensando?Perguntou a mulher enquanto desabotoava sua camisa.— Em algo muito interessante — passava seu indicador em sua sobrancelha esquerda.— Mais interessante do que estamos fazendo agora? — a mulher beijou seu peitoral.— Quer mesmo saber a resposta, Samantha? — puxou o cabelo dela para trás— Não! — sentou sobre ele e apoiou suas pernas so
— Espero que tenha bons advogados… vai precisar — disse Miguel tirando o relógio do pulso e o colocando sobre o balcão — Espero que seus advogados sejam bons porque os meus são ótimos e eu não me importo de pagar qualquer preço que seja contanto que eu arrebente a sua cara hoje — sorriu o provocando.Ao ouvir aquilo a ira do homem se acendeu mais ainda o fazendo se aproximar de Miguel tentando o acertar novamente, mas acabou sendo surpreendido ao ter sua cabeça acertada por uma garrafa.— Maluco dos infernos! — pensou Carlos ao ver Miguel acertar o homem com a garrafa.Carlos não podia negar que embora não suportasse Miguel o seu jeito louco de resolver as coisas o divertia bastante, e talvez seja por isso que até o momento não tinha parado de falar com ele.Assim que o outro homem viu Miguel acertar seu amigo com a garrafa foi para cima dele, mas Carlos o parou lhe dando um soco.— Essa doeu — disse sacudindo a sua mão. Foi questão de segundos para ele também ser atingido por um soc
No dia seguinte todos da empresa olhavam para Carlos e Marcos como se eles fossem a grande atração do dia.— Se um dia eu te chamar para sair eu deixo de ser gente!- sussurrou Marcos sentindo vários olhares sobre ele.— E se eu aceitar eu é que não sou gente!- sussurrou de volta.— Estava pensando em como Miguel deve Estar — abriu a porta da sala de Carlos— Se não quebrou o nariz andou perto — concluiu.— Maluco… doido varrido! Aquele dali quando nasceu deve ter caído do berço — sentou no sofá da sua sala.— Estão falando de mim? — Miguel invadiu a sala de Carlos.— Além de maluco é sem educação… quem disse que pode invadir a sala de outra pessoa assim?— Não vi ninguém lá fora e pensei… porquê não?— sentou ao lado de Carlos.— Cara, você tá acabado — disse Marcos ao vê-lo com seu nariz roxo e um pouco inchado.— Você também… tem alguma bebida que tenha álcool? — Aqui é uma empresa, não um bar… tem certeza que não fraturou o nariz? — perguntou enquanto se levantava.Carlos foi até a
Pelo menos uma vez na semana Ana ia em encontros que seu pai organizava na esperança de que ela encontrasse alguém que lhe interessasse e a fizesse pensar em um futuro casamento.Sua saúde já não era mais a mesma e carregava dentro de si muitos arrependimentos dos quais ele sabia que só poderia sercessados se ele pudesse voltar ao tempo, mas como ele sabia que isso não seria possível não queria deixar a sua filha sozinha novamente.— John, querido! — Marta entrou no escritório que havia em sua casa encontrando John pensativo — No que está pensando?— Nada querida! Aqueles eram um dos poucos dias em que Marta estava ativa e quase gozando plenamente das suas faculdades mentais.— As meninas ainda não voltaram, acho que elas estão demorando.— Devem a estar se divertindo com suas amigas!—seguia apenas o curso daquela conversa.— Espero! — Disse demonstrando preocupação.No escritório Carlos despejava sobre Marcos o seu descontentamento dos encontros que Ana estava tendo.— Cara, não sei
Na manhã seguinte Marcos o encontrou descontando todas as suas frustrações em quem passava perto dele.— Chupou limão, foi?— Não enche! — respondeu ríspido.— Discutiu com Ana, foi?— Vamos para a minha sala.— Vai, desembucha! — disse Marcos se sentando na poltrona.— Já sabe que Ana está indo a vários encontros marcados pelo seu, não é?— Sim, sei!— Adivinha quem foi o homem com quem ela teve que se encontrar ontem?— Não sei, não estava lá.— Miguel!— Esse cara tá em todo lugar, é?— Pois…— Espera… o pai dela pensou que Miguel fosse um bom partido para a filha dele, mas não pensou em você?— Não tinha parado para pensar nisso… por que ele não me escolheu? Não acha que eu não sou um bom partido para a filha dele? — Não era sobre isso que iria falar…— Tive uma briga feia com ela e ela me deu algumas condições.— Quais?— Ela quer que eu assuma o nosso relacionamento para o pai dela ou paramos com tudo.— Uma hora isso iria acontecer, ainda mais no caso dela que está tentando agr
Por mais que tenham feito as pazes, o prazo que ela o havia dado estava findando, e se ele não quisesse dar um passo a mais naquela relação que nem mesmo ela sabia definir, colocaria um ponto final naquele breve e intensa história que eles estavam vivendo.— Bom dia — se aproximou e a abraçou por trás enquanto sentia o cheiro do seu cabelo recém secado.— Bom dia! Com um pequeno sorriso o olhou pelo reflexo do espelho enquanto tentava pôr o outro brinco.— Quer ajuda?— Sim! — ficando frente a frente com ele o entregou o brinco — Aqui! — Deixa eu ver — afastou o cabelo dela para trás da orelha — Não é tão difícil assim! — sussurrou.— Nunca colocou um brinco antes, não é? Perguntou ao vê-lo olhar sua orelha como se estivesse criando todo um plano para conseguir realizar tal tarefa — Deixa que eu coloco — tentou pegar o brinco, mas ele afastou sua mão da dela.— Fica quieta que eu vou conseguir — disse concentrado.Ao vê-lo assim tão concentrado em uma tarefa tão simples fez com que el
Ana não esperava conhecer o seu sogro tão cedo, ainda mais naquele momento. Caminhando em direção a porta, Carlos deu passagem para que seu pai entrasse.— Pai! — sorriu sem graça, tentando disfarçar o que estava acontecendo.— Quanto tempo, meu filho! — O abraçou — Sua secretária disse que estava em reunião — Olhou para Ana que desviou o seu olhar ao vê-lo olhar em sua direção — Espero não estar atrapalhando… — disse percebendo o comportamento estranho dos dois.— Não, já terminamos… inclusive, ela já está de saída.— Sim, estou! — respondeu sem saber como deveria se comportar diante daquilo.— Agradeço pela proposta senhorita, assim que o contrato estiver redigido minha secretária entrará em contato com a sua.Carlos, ansioso para que aquilo terminasse, que sem ao menos perceber praticamente a expulsou do escritório sem sequer apresentá-la.— Acho que já tenho a minha resposta… — sussurrou em frente a porta.— Desculpa por antes! — disse a secretária a tirando dos seus pensamentos.