— Bom dia! Em que posso ajudar?perguntou a recepcionista.— Gostaria de alugar um quarto.- disse um pouco nervosa.— Para quantos dias?— Um dia e uma noite! - Carlos respondeu de longe com suas duas mãos nos bolsos da calça.— Tem algum que não tenha banheira?- Era estranho sempre perguntar aquilo, mas não suportava ficar muito tempo em um quarto que tivesse banheira.— Temos.— Então iremos ficar com esse.A recepcionista entregou a chave do quarto e os dois se dirigiram até ele.— Até que não é tão ruim.- disse ao ver o quarto.— Mas por que um quarto sem banheira?- esperou sua resposta.— Porque não gosto.- colocou sua bolsa sobre o pequeno sofá que ali tinha.— Pelo jeito existem muitas coisas que você não gosta, senhorita Ana.- ele se jogou na cama.— Estou morto! Quase não dormi ontem a noite.- tirou os seus sapatos e deitou novamente.— Vai dormir?— Um pouco! Venha.- Bateu na cama chamando-a para se deitar.— Aproveita e descansar também. — Ao seu lado?- já sabia a resposta, m
Ana não sabia ao certo quando ela conseguiu adormecer com Carlos a abraçando e nem o porquê de não tê-lo afastado. Talvez seja por conta do vinho ou pela carência de não ter alguém ao seu lado a bastante tempo. Mas de uma coisa ela tinha certeza, podia sentir o arrependimento bater à porta ao sentir a mão dele em sua barriga por dentro da camisa que ela estava usando.Ela nunca pensou um dia em se relacionar com nenhum de seus chefes, se bem que ele não era seu chefe, mas mesmo assim ter um relacionamento com alguém com quem estava trabalhando era um pouco estranho para ela.Sem contar que a fama de mulherengo dele não era nem um pouco agradável e não queria fazer parte das diversas mulheres de apenas uma noite que ele orgulhosamente colecionava.Sem que ele acordasse ela conseguiu sair da cama e foi em direção ao banheiro onde tomou um banho e vestiu suas roupas.Assim que ela saiu do banheiro ele já estava de pé apenas a esperando, mas ela evitou olhar para ele.— Bom dia! - a abra
— Querido! — O que está fazendo aqui?- ele a afastou.— Esperei me ligar depois de passarmos a noite juntos e como não ligou resolvi vir até aqui te chamar para repetir a dose novamente. Com certeza de todos os momentos constrangedores que Ana já passou aquele era o pior de todos.— Até amanhã.- assim que o elevador chegou ela entrou nele.— Espera, Ana.— Ana? Então ela é a secretária que quase nos atrapalhou naquela noite?— Peço desculpas por isso, não vai se repetir. - o elevador se fechou fazendo com que Carlos ficasse a sós com Samantha e Ana aliviada por não ter cedido na noite anterior.Apesar de toda insistência de Samantha para que os dois passassem outra noite juntos, Carlos se negou a isso.Sobre sua cama, Ana pensava sobre o que teria feito se ela tivesse cedido a Carlos e ele ficasse de chamego no outro dia com outra mulher. E chegou a conclusão mais uma vez que fez o certo em não ter ido para cama com ele.— Ana?- aquela voz feminina era bastante conhecida e Ana sabi
— Cara, não acredito que você a levou lá! A estufa que Carlos a levou era o lugar preferido de Lisa e também o sonho que foi interrompido cruelmente.— Tudo faz parte do meu plano, e eu acho que finalmente estou conseguindo dar alguns passos.- falava enquanto terminava de abotoar a sua camisa.— E como tem tanta certeza se até agora ela não te deu uma resposta.- brincava com um dos carrinhos que Carlos colecionava.— Pela expressão do seu rosto.- ele riu.— Precisava ver como ela ficou depois da minha falsa declaração...ela virá e não vai demorar. Carlos estava confiante que Ana o aceitaria e quando esse momento chegasse faria a desejar ter morrido naquele acidente.— Só espero que você não se arrependa, meu amigo.- Marcos sabia que fazer com que Carlos desistisse dessa vingança seria uma batalha perdida, mas não podia deixar de expor o que pensava disso.— Arrependimento terei se a deixar ser feliz enquanto Lisa não teve essa oportunidade. Arrependimento terei se a deixar construi
— Carlos! - estava surpresa já que não o estava esperando e também porque não falava com ele desde a sexta-feira.— Vai a algum lugar? - ele se aproximou dela.— Sim, ao cinema.— Não sabia que gostava de ir ao cinema.— Eu te disse naquele dia.— Disse? Devo ter esquecido.- sorriu sem graça.— Vamos, eu te acompanho.— Não, obrigada! Não irei sozinha.— Alguma amiga? - aquela resposta despertou sua curiosidade.Antes que ela pudesse responder, Henrique a chamou.— Ana está pronta? - perguntou sem notar que ela estava falando com Carlos.— Sim! - Demonstra entusiasmo.— Ana, quem é?- Carlos os interrompeu.— Ah, já ia me esquecendo, Carlos esse é Henrique, filho de um amigo do meu pai. Henrique, esse é Carlos o homem para quem presto serviços de secretária.— Prazer, Henrique.- Carlos apertou a mão dele com um pouco de força.— O prazer é meu.- apertou um pouco mais forte.- Vamos, Ana?A forma que ele estava olhando para Ana não estava agradando a Carlos que auto se convidou para ir c
Na manhã seguinte, Ana despertou com o celular tocando.— Alô? - atendeu com os olhos ainda entreabertos.— Ana?- era Marcos.— Marcos?- ela estranhou ele a está ligando até perceber que ela tinha atendido o celular de Carlos ao invés do seu. — Carlos, Carlos!-ela tentava o despertar, mas ele apenas colocou o seu rosto entre os seus seios a abraçando novamente. — Carlos! - ela deu um tapa nas suas costas o fazendo acordar.Assim que percebeu que estava ao lado dela se assustou.— Ana? - por um momento havia se esquecido que tinha dormido na casa dela.— O Marcos na ligação.- passou o celular para ele.— O que quer?- perguntou com a voz rouca.— Não é querendo atrapalhar o seu momento, mas já se esqueceu que hoje é segunda e que tem uma reunião super importante?— E daí!— E daí que já são quase 10 horas e nem um dos dois está aqui.— Como assim quase 10 horas?— 10 horas?- a voz alta de Ana demonstrava o seu espanto.— Inventa uma desculpa que daqui a pouco estamos aí.- Carlos desligou
— Carlos, o que faz aqui?- se aproximou dele.— Por que não atendeu às minhas ligações?O que a estava mantendo tão ocupada ao ponto de não atender às minhas ligações? Já sei que estava com ele, não é?— De que você está falando?— Existe alguém mais além do Henrique e não estou sabendo?— É sério isso? Veio a essa hora dizer isso?- suas palavras a deixou chateada.— Quer saber, boa noite, Carlos.- entrou no hotel.Carlos entrou junto e a acompanhou até o elevador.— Vai me deixar falando sozinho?— Ainda não foi embora?- disse séria.— Olha Carlos mesmo tendo visto outra agarrando você não fui te cobrar nada, sabe por quê? Porque não temos nada...agora se me der licença o elevador chegou.- estava tão brava que não conseguia esconder.— Não ter nada é o problema? - entrou no elevador juntamente com ela.— Você não entende nada!- disse enquanto apertava o botão do seu andar.— Vai droga!— O que eu deveria entender?- tirou a mão dela do botão e depois ele mesmo apertou e o elevador subiu.
Na manhã seguinte ao despertar não o encontrou ao seu lado e ao olhar o seu celular em busca de alguma mensagem dele também não encontrou nenhuma.Carlos havia saído antes do dia amanhecer e sem ao menos se despedir a deixou dormindo.Em seu apartamento Carlos pensava no que havia feito e principalmente em como por um momento todo o seu corpo a desejou.Naquele momento ele percebeu que a sua razão dizia uma coisa, mas o seu corpo pedia outra.Não podia deixar aquele desejo atrapalhar o seu plano de vingança, não podia deixar a sua luxúria esquecer o que ela havia feito com a mulher que ele havia escolhido passar todos os dias da sua vida. Com a mulher que ele sonhou em vê-la dizer sim em uma igreja cheia enquanto ele a admirava em seu vestido de noiva. Com a mulher que ele sonhou em ter vários filhos de preferência todos parecidos com ela, pois aos seus olhos ela era a mulher mais linda que ele já tinha conhecido.Naquela manhã ele estava decidido a executar o seu plano com perfeição.