A noite já havia descido como um véu escuro sobre a floresta quando Lis e Matthew retornaram à cabana. O crepitar da lareira encheu o ambiente com um calor acolhedor, dissipando a umidade fria que eles haviam trazido consigo ao entrar. Do lado de fora, o vento assobiava suavemente, como se a floresta murmurasse segredos que apenas a noite podia ouvir.Lis sentou-se em uma poltrona próxima ao fogo, as chamas dançando e refletindo nos seus olhos. Seu olhar estava fixo, mas perdido, enquanto seus pensamentos vagavam por memórias recentes e inquietações futuras. Ao lado dela, Matthew estava inclinado sobre a pequena bancada da cozinha, preparando duas canecas de chá com as ervas que haviam encontrado mais cedo na clareira. Seu semblante estava tranquilo, mas Lis sabia que ele também carregava um turbilhão de pensamentos.O silêncio entre eles não era desconfortável, mas tinha um peso, como uma presença invisível que ambos sentiam. Não precisavam dizer nada para saber que os dois estavam pr
Meses haviam se passado desde a batalha que marcara um novo começo para a matilha. A floresta, antes uma testemunha de guerras e intrigas, agora parecia respirar alívio. O som dos pássaros voltara, e as trilhas outrora desertas estavam repletas de vida. A paz, embora frágil, começava a parecer possível.Lis e Matthew haviam trabalhado juntos para reconstruir a confiança e a unidade entre os membros. Com cada decisão tomada em conjunto, Lis conquistava mais o respeito e a admiração daqueles ao seu redor. E, sem que ela percebesse, a conexão entre ela e Matthew florescia em algo mais profundo.Agora, naquela manhã clara e ensolarada, a clareira estava decorada com flores silvestres colhidas pelos membros da matilha. Pequenas tochas estavam posicionadas em círculo, dando um toque místico ao local onde se reuniriam para um evento que marcaria a história: o casamento de Matthew e Lis.Lis estava dentro de uma das cabanas maiores, cercada por Sophia e outras mulheres da matilha. Elas ajustav
A clareira estava envolta por uma calma quase sobrenatural na manhã seguinte à celebração do casamento de Lis e Matthew. O ar parecia carregado com a energia residual da noite anterior, como se as canções e os risos ainda pairassem entre as árvores. No entanto, a matilha nunca parava. A união entre Luna e Alfa havia renovado os espíritos do grupo, mas também trazia responsabilidades que precisavam ser assumidas imediatamente.Lis despertou ao som dos pássaros, os raios de sol filtrando-se pelas frestas da janela. A cabana ainda carregava o calor das festividades, mas Matthew já havia saído cedo, como sempre fazia. Ao seu lado, sobre a cabeceira de madeira, encontrou um bilhete com a caligrafia firme dele:— "A clareira é sua hoje, minha Luna. Nos vemos no Conselho."Um sorriso escapou de seus lábios enquanto dobrava o papel e o guardava consigo. A referência ao Conselho encheu seu peito de expectativa. Não seria apenas sua primeira participação oficial como Luna ao lado de Matthew, mas
Os primeiros raios do sol filtravam-se pelas folhas densas das árvores, banhando a clareira com uma luz dourada. O ar era fresco, carregado com o cheiro de terra úmida e a promessa de um novo dia. Após semanas de guerra, finalmente havia paz. O território estava calmo, e a matilha podia respirar, curar-se e reerguer-se.A clareira estava viva com atividade. Membros da matilha trabalhavam lado a lado, restaurando partes do território que haviam sido danificadas nos conflitos. Alguns plantavam árvores para substituir as que haviam sido derrubadas, enquanto outros reforçavam as cabanas com novas estruturas de madeira. Crianças brincavam ao redor do lago próximo, suas risadas ecoando pelo ar. Famílias compartilhavam histórias e risos ao redor das fogueiras, criando um ambiente acolhedor e cheio de vida.Lis caminhava pelo coração da clareira, seu vestido simples movendo-se suavemente com a brisa. Ela sorria ao cumprimentar os membros da matilha, ouvindo breves relatos sobre o progresso e a
A clareira estava em sua melhor forma naquela manhã. A paz havia se tornado parte do cotidiano, trazendo uma sensação de plenitude que a matilha não conhecia há anos. Lis acordou cedo, ouvindo o sussurro do vento nas árvores e os sons suaves da vida ao redor. O aroma de flores frescas misturava-se ao cheiro da terra úmida, tornando o amanhecer ainda mais revigorante.Matthew ainda dormia ao seu lado, seu braço descansando sobre a cintura dela. Lis sorriu, observando-o por um momento antes de se levantar com cuidado para não o despertar. O dia prometia ser cheio de atividades, mas também de pequenas alegrias que Lis aprendera a valorizar.Ao sair da cabana, Lis encontrou Sophia e Ryan já ocupados organizando os grupos para as tarefas diárias. Havia muito a ser feito, desde caçadas até o reforço das barreiras naturais ao redor do território.— Bom dia, Luna, — cumprimentou Sophia, com um sorriso. — Hoje planejamos revisar a área leste. Há sinais de que cervos estão voltando. Podemos orga
A clareira permanecia envolta em tranquilidade, mas havia uma tensão sutil que pairava no ar. A paz era bem-vinda, mas frágil, como vidro fino prestes a trincar. Matthew e Lis sentiam isso de forma palpável. O passado nunca desaparecia completamente, e o receio de que antigas rivalidades ou novos perigos emergissem era como um sussurro constante ao fundo.Lis estava sentada à beira do pequeno lago, observando as ondulações que se espalhavam suavemente pela superfície. Seu reflexo olhava de volta para ela, os olhos refletindo tanto força quanto uma inquietação velada. A brisa brincava com seus cabelos soltos, enquanto Rose, em sua forma lupina, repousava próxima, os olhos dourados sempre atentos.— Você está inquieta hoje, Lis, — comentou Rose em sua mente, com a calma que era sua marca.Lis suspirou, afagando o pelo macio de sua companheira.— Estou apenas pensando... Trabalhamos tanto para construir isso. Mas, às vezes, sinto como se algo estivesse à espreita, esperando o momento cer
A clareira permanecia envolta em tranquilidade, mas havia uma tensão sutil que pairava no ar. A paz era bem-vinda, mas frágil, como vidro fino prestes a trincar. Matthew e Lis sentiam isso de forma palpável. O passado nunca desaparecia completamente, e o receio de que antigas rivalidades ou novos perigos emergissem era como um sussurro constante ao fundo.Lis estava sentada à beira do pequeno lago, observando as ondulações que se espalhavam suavemente pela superfície. Seu reflexo olhava de volta para ela, os olhos refletindo tanto força quanto uma inquietação velada. A brisa brincava com seus cabelos soltos, enquanto Rose, em sua forma lupina, repousava próxima, os olhos dourados sempre atentos.— Você está inquieta hoje, Lis, — comentou Rose em sua mente, com a calma que era sua marca.Lis suspirou, afagando o pelo macio de sua companheira.— Estou apenas pensando... Trabalhamos tanto para construir isso. Mas, às vezes, sinto como se algo estivesse à espreita, esperando o momento cer
A clareira estava envolta em uma calma estranha, uma paz que parecia prestes a ser interrompida por algo invisível. As folhas das árvores sussurravam com a brisa, e o canto distante dos pássaros dava um toque de serenidade ao ambiente. Mas havia algo no ar que Lis não conseguia ignorar, uma sensação inquietante, como se o equilíbrio conquistado com tanto esforço estivesse prestes a desmoronar.Lis caminhava ao lado de Matthew, seus passos ecoando suavemente no chão coberto de folhas secas. A luz suave da manhã filtrava-se através das copas das árvores, criando padrões dançantes no solo. Embora tudo parecesse normal, Lis sentia que algo estava prestes a mudar.— Você está preocupada, Lis? — perguntou Matthew, seu olhar atento ao ver a expressão distante da esposa.Lis olhou para ele, forçando um sorriso.— Só tenho essa sensação... Como se estivéssemos à beira de algo grande, algo que não podemos prever.Matthew parou de caminhar, virando-se para ela com uma expressão séria.— Eu també