A noite havia caído completamente quando Lis e Matthew deixaram a cabana. O ar fresco da floresta os envolvia, carregando o perfume sutil da terra molhada e das folhas. Acima deles, o céu estrelado parecia infinito, cada ponto de luz pulsando com uma energia que, de alguma forma, parecia ecoar dentro de Lis. Era difícil acreditar que, depois de tudo o que enfrentaram, ela finalmente podia respirar, mesmo que apenas por um instante.Caminhavam lado a lado, sem rumo definido, os passos sincronizados como se sempre tivessem pertencido àquele lugar. O silêncio entre eles não era desconfortável; pelo contrário, era como se uma conversa muda acontecesse, feita de olhares e gestos. Havia tanto que poderia ser dito, mas as palavras, naquele momento, pareciam desnecessárias.Finalmente, Matthew parou no meio de uma clareira e ergueu os olhos para o céu.— Olhe isso.Lis seguiu seu olhar e prendeu a respiração. Acima deles, o céu noturno era uma tapeçaria viva de estrelas, mais brilhante do que
O amanhecer pintava o horizonte com tons suaves de laranja e dourado quando Lis abriu os olhos. A cabana estava mergulhada em um silêncio tranquilo, o crepitar da lareira sendo o único som preenchendo o ambiente. Ela sentiu o calor reconfortante do corpo de Matthew ao seu lado, seu braço repousando sobre sua cintura em um gesto protetor e natural.Por um momento, ela ficou ali, apenas observando a forma como ele respirava, o movimento rítmico que parecia ecoar com o dela. Era raro ter um instante de paz como aquele, e Lis se permitiu absorvê-lo.Finalmente, ela se mexeu levemente, o suficiente para Matthew acordar. Seus olhos se abriram devagar, e um sorriso suave curvou seus lábios quando ele a viu.— Bom dia, dorminhoca. — ele disse, a voz rouca pelo sono.— Você também não estava exatamente em alerta.Matthew riu, um som baixo e genuíno, e passou a mão pelos cabelos bagunçados.— Acho que todos merecemos um descanso de vez em quando. Especialmente você.Lis sorriu, mas havia algo n
A noite já havia descido como um véu escuro sobre a floresta quando Lis e Matthew retornaram à cabana. O crepitar da lareira encheu o ambiente com um calor acolhedor, dissipando a umidade fria que eles haviam trazido consigo ao entrar. Do lado de fora, o vento assobiava suavemente, como se a floresta murmurasse segredos que apenas a noite podia ouvir.Lis sentou-se em uma poltrona próxima ao fogo, as chamas dançando e refletindo nos seus olhos. Seu olhar estava fixo, mas perdido, enquanto seus pensamentos vagavam por memórias recentes e inquietações futuras. Ao lado dela, Matthew estava inclinado sobre a pequena bancada da cozinha, preparando duas canecas de chá com as ervas que haviam encontrado mais cedo na clareira. Seu semblante estava tranquilo, mas Lis sabia que ele também carregava um turbilhão de pensamentos.O silêncio entre eles não era desconfortável, mas tinha um peso, como uma presença invisível que ambos sentiam. Não precisavam dizer nada para saber que os dois estavam pr
Meses haviam se passado desde a batalha que marcara um novo começo para a matilha. A floresta, antes uma testemunha de guerras e intrigas, agora parecia respirar alívio. O som dos pássaros voltara, e as trilhas outrora desertas estavam repletas de vida. A paz, embora frágil, começava a parecer possível.Lis e Matthew haviam trabalhado juntos para reconstruir a confiança e a unidade entre os membros. Com cada decisão tomada em conjunto, Lis conquistava mais o respeito e a admiração daqueles ao seu redor. E, sem que ela percebesse, a conexão entre ela e Matthew florescia em algo mais profundo.Agora, naquela manhã clara e ensolarada, a clareira estava decorada com flores silvestres colhidas pelos membros da matilha. Pequenas tochas estavam posicionadas em círculo, dando um toque místico ao local onde se reuniriam para um evento que marcaria a história: o casamento de Matthew e Lis.Lis estava dentro de uma das cabanas maiores, cercada por Sophia e outras mulheres da matilha. Elas ajustav
A clareira estava envolta por uma calma quase sobrenatural na manhã seguinte à celebração do casamento de Lis e Matthew. O ar parecia carregado com a energia residual da noite anterior, como se as canções e os risos ainda pairassem entre as árvores. No entanto, a matilha nunca parava. A união entre Luna e Alfa havia renovado os espíritos do grupo, mas também trazia responsabilidades que precisavam ser assumidas imediatamente.Lis despertou ao som dos pássaros, os raios de sol filtrando-se pelas frestas da janela. A cabana ainda carregava o calor das festividades, mas Matthew já havia saído cedo, como sempre fazia. Ao seu lado, sobre a cabeceira de madeira, encontrou um bilhete com a caligrafia firme dele:— "A clareira é sua hoje, minha Luna. Nos vemos no Conselho."Um sorriso escapou de seus lábios enquanto dobrava o papel e o guardava consigo. A referência ao Conselho encheu seu peito de expectativa. Não seria apenas sua primeira participação oficial como Luna ao lado de Matthew, mas
Os primeiros raios do sol filtravam-se pelas folhas densas das árvores, banhando a clareira com uma luz dourada. O ar era fresco, carregado com o cheiro de terra úmida e a promessa de um novo dia. Após semanas de guerra, finalmente havia paz. O território estava calmo, e a matilha podia respirar, curar-se e reerguer-se.A clareira estava viva com atividade. Membros da matilha trabalhavam lado a lado, restaurando partes do território que haviam sido danificadas nos conflitos. Alguns plantavam árvores para substituir as que haviam sido derrubadas, enquanto outros reforçavam as cabanas com novas estruturas de madeira. Crianças brincavam ao redor do lago próximo, suas risadas ecoando pelo ar. Famílias compartilhavam histórias e risos ao redor das fogueiras, criando um ambiente acolhedor e cheio de vida.Lis caminhava pelo coração da clareira, seu vestido simples movendo-se suavemente com a brisa. Ela sorria ao cumprimentar os membros da matilha, ouvindo breves relatos sobre o progresso e a
A clareira estava em sua melhor forma naquela manhã. A paz havia se tornado parte do cotidiano, trazendo uma sensação de plenitude que a matilha não conhecia há anos. Lis acordou cedo, ouvindo o sussurro do vento nas árvores e os sons suaves da vida ao redor. O aroma de flores frescas misturava-se ao cheiro da terra úmida, tornando o amanhecer ainda mais revigorante.Matthew ainda dormia ao seu lado, seu braço descansando sobre a cintura dela. Lis sorriu, observando-o por um momento antes de se levantar com cuidado para não o despertar. O dia prometia ser cheio de atividades, mas também de pequenas alegrias que Lis aprendera a valorizar.Ao sair da cabana, Lis encontrou Sophia e Ryan já ocupados organizando os grupos para as tarefas diárias. Havia muito a ser feito, desde caçadas até o reforço das barreiras naturais ao redor do território.— Bom dia, Luna, — cumprimentou Sophia, com um sorriso. — Hoje planejamos revisar a área leste. Há sinais de que cervos estão voltando. Podemos orga
A clareira permanecia envolta em tranquilidade, mas havia uma tensão sutil que pairava no ar. A paz era bem-vinda, mas frágil, como vidro fino prestes a trincar. Matthew e Lis sentiam isso de forma palpável. O passado nunca desaparecia completamente, e o receio de que antigas rivalidades ou novos perigos emergissem era como um sussurro constante ao fundo.Lis estava sentada à beira do pequeno lago, observando as ondulações que se espalhavam suavemente pela superfície. Seu reflexo olhava de volta para ela, os olhos refletindo tanto força quanto uma inquietação velada. A brisa brincava com seus cabelos soltos, enquanto Rose, em sua forma lupina, repousava próxima, os olhos dourados sempre atentos.— Você está inquieta hoje, Lis, — comentou Rose em sua mente, com a calma que era sua marca.Lis suspirou, afagando o pelo macio de sua companheira.— Estou apenas pensando... Trabalhamos tanto para construir isso. Mas, às vezes, sinto como se algo estivesse à espreita, esperando o momento cer