Ponto de Vista de Samuel

Hoje era o terceiro dia.

Fazia três dias desde minha última noite de sono. Três dias desde o último avistamento conhecido da minha companheira.

Já se passaram mais de setenta e duas horas. Quatro mil trezentos e vinte minutos.

Duzentos e cinquenta e nove mil segundos — todos passados em um estado de agitação; um inferno mental no qual eu continuava voltando às várias maneiras em que eu havia falhado com minha companheira.

Enquanto eu caminhava rapidamente pelo caminho que levava ao meu escritório, pensei em como isso parecia ser um tema recorrente em nosso relacionamento, como eu constantemente ficava aquém de Maria.

Como agora, por exemplo.

Ela poderia estar em qualquer lugar do mundo passando por todo tipo de horrores inimagináveis. No entanto, aqui estava eu, correndo pela minha Alcateia como um idiota.

Nos últimos dias, tentei descartar a possibilidade de seu desaparecimento ser um trabalho interno.

Fazer isso significou interrogar as pessoas na vida de Mar