Seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas, mal dando visão para quem estava em sua frente. — Larissa, entra rápido!— Ao ouvir a voz do Gabriel amigo do João, ela volta a respirar, entrando no carro pela porta de trás, e ficando abaixada.— Por favor, fica em silêncio, tem vários carros lá na frente, o condomínio inteiro está fechado. Larissa deita no banco com Poliana, que ameaça começar a chorar, ela tira seu seio e amamenta a bebê, que suga desesperada pela fome.Gabriel fala no celular com alguém, Larissa presta atenção em cada palavra, ela não sabia ao certo se podia confiar nele, mas João confiava, então seguiu seu coração. Se passou uma hora dentro daquele carro, Gabriel colocou em pratica o plano que João havia falado para ele. João arrumou um carro velho e no necrotério de um amigo, encontrou uma mulher com as características de Larissa, desenterrou um tumulo de um bebê e colocou junto no carro, fazendo o mesmo pegar fogo, ele sabia que era errado, um tanto quanto macabro,
Dora diz que ela é sua nora, o médico não desconfia, pois ela estava com a bebê no colo. A enfermeira entrega a bolsa com os pertences de Larissa, passa no quarto e vê a jovem mãe tão frágil, sem reação. Dora não sabia o que fazer, deixando sua bolsa em cima do criado. Ela sai, andando pelas ruas, e se desespera ao ver que está com a bebê em seus braços.— Meu Deus! O que vou fazer com essa criança?— Dora anda sem rumo pelas grandes ruas dos Estados Unidos. Poliana começa a chorar ela cai no choro também. Dora tem pouco mais de 45 anos, sempre foi muito determinada. Tem apenas um filho que está estudando direito, mas com a correria do trabalho e a faculdade, ele quase não vê seus pais. Sua única preocupação agora é como ela vai aparecer em sua casa com uma criança pequena nos braços. Como ela vai explicar para seu marido que o único dia que ele precisou da sua ajuda, ela perde o carro, que era o único ganho da casa, e traz mais uma boca para alimentar? Em seu nervosismo, Dora faz uma l
Foram alguns minutos de carro. Larissa estava completamente fora de si e já não sabia mais nem o que estava falando, até que Dora estaciona e olha pela janela. — Deixei ela aqui.— Dora fala com remorso. Parada na frente da mansão, Larissa desce do carro sem pensar duas vezes. Já era tarde da noite e todos estavam dormindo. Num movimento rápido, Dora puxa Larissa para dentro do carro novamente e imediatamente travou as portas quando avista um segurança se aproximando. — Abre a merda dessa porta! — Larissa grita, ela estava sem controle. Larissa só queria ter a sua filha nos braços, cuidar e amamentar sua filha. Foi aí que ele se sente estranha, num impulso ela passa a mão nos seus seios e percebe que eles não estão doloridos como antes, e entende que seu leite havia secado, o que a faz se sentir destruída. — Se quer morrer, continua fazendo isso. Essa é a casa do homem que faz a lei por aqui, e todos que têm um pingo de juízo pensariam antes de fazer o que você pretendia.— Dora di
De longe ela vê vários seguranças, todos estão armados e com os olhos atentos. Um calafrio percorre seu corpo ao perceber que não é qualquer homem que ela irá enfrentar. Ouvindo as outras mulheres saindo de dentro da mansão, falando e demonstrando o quanto estão horrorizadas, Larissa fica com medo do que está por vir.Sem conseguir se mexer ela fica ensaiando na sua cabeça o que vai dizer para ele, mas se assusta com uma mão em seu ombro.— Moça?— Patrícia fala se mostrando curiosa.— Oi? Nossa, você me assustou. — Larissa diz virando-se para Patrícia, com as mãos no peito pelo susto que levou.— Desculpa, não foi minha intenção te assustar.— Imagina! Não foi nada. — Diz ela com um sorriso.— Você veio para a vaga de babá? — Babá...— Larissa encara Patrícia sem saber o que responder, até que ela para pra pensar por uns segundos. — O senhor Sammer já está no seu limite. Tantas garotas lindas, mas nenhuma tem experiência em cuidar de crianças. O que elas querem mesmo é chamar a atençã
Depois de agradecer várias e várias vezes, Larissa sai da mansão esperançosa e grata por ele a proteger tão fielmente. Chegando em sua pequena casa, ela dá uma organizada para deixar as coisas mais à sua cara, toma um banho demorado pensando em como ele é diferente da família Blayller. Ao fechar os olhos, ela lembra-se que ele era o moço dos olhos de esmeraldas que a hipnotizaram tanto. Após se vestir, ela resolve ir ao mercado que tinha próximo dali para comprar algo para comer.Caminhando pelas ruas e conhecendo melhor a cidade, ela para numa praça e observa as crianças brincando.— Logo será você, filha, que estará aí andando e brincando.De longe, alguém a observando, Ramon, sem muita demora depois que ela saiu da mansão, pediu para um dos seus seguranças segui-la. Ele estava intrigado com aquele olhar, mas não se lembrava de onde os viu. Assim que o segurança falou que ela estaria morando numa simples casinha próxima dali, ele resolveu ficar de olho.Ramon ficou assim somente com
Depois que Larissa saiu da mansão, ela não parava de pensar em como é maravilhoso ter sua filha nos braços novamente. A única certeza que ela tem é que fará o possível e o impossível para estar sempre ao seu lado.Na manhã seguinte, ela levanta antes do amanhecer, veste um dos conjuntos que comprou, faz um rabo de cavalo e sai esperançosa. Chegando na mansão, é revistada. Larissa já está acostumada a ver como eles, no meio da máfia, costumam agir, então ela não se importa. Ramon já estava esperando por ela no escritório. Sem muita demora, Larissa entra e se senta em sua frente.— Bom dia, senhor Sammer!— Bom dia, senhorita Dum. Vejo que está mais calma. — Ramon passa seus olhos analisando minimamente seu rosto, percorre suas vestes e dá um sorriso ladino, como se gostasse do que vê. Apesar de estar usando uma roupa formal, ela está muito bem vestida, e o vermelho cai como uma luva nela, realçando ainda mais sua beleza. Logo, seu olhar cai nos olhos de Larissa.— Sim! Ontem não foi um
Na mansão de Dom Carlo, ele se vê amargurado, sem conseguir entender o porquê de Larissa ter feito aquilo. Ter matado Luana foi o menor dos seus problemas. Joseph caiu no vício da bebida ao perder a mulher que diz amar. Ele não consegue se perdoar por não ter lutado por Larissa. Hoje, ele usa as mulheres como nunca fez antes. A notícia da morte de sua esposa espalhou-se e muitas querem ocupar o seu lugar. Nem sabem elas o inferno que é essa mansão Blayller. Ninguém descobriu absolutamente nada sobre a fuga. A única pessoa que sabe é a ex-namorada de Gabriel.Luana foi enterrada em uma das covas que tem nos fundos da mansão. Sua morte não foi divulgada. Hoje, ela foi substituída por Medusa, uma morena com um corpo escultural. O que ninguém sabe é que, antes de se aproximar, ela fez várias cirurgias para mudar os detalhes do seu rosto. Ela precisava ficar do jeito que Dom gosta. Medusa é meia-irmã de Luana e são muito parecidas. Com o sumiço dela, Medusa se infiltrou na mansão para desco
Larissa nervosa, não sabendo o que vestir, até que decide arriscar e escolher um elegante vestido.— Ai, Deus, será que é um encontro?— Ela fala sozinha, assim que termina de se arrumar e se olha no espelho. — acho que ficou bom!Agora ela mora na mansão. Ramon viu o amor que há entre ela e Poliana, não quis separar as duas. Mesmo que Ramon insista em dar sábado e domingo de folga, Larissa não aceita. Ela fica todos os momentos possíveis perto da filha. No começo, ele ficou com um pé atrás. Até chegou a pensar que ela poderia ser alguém infiltrado a mando de algum inimigo, mas descartou essa possibilidade conhecendo e observando Larissa melhor. Tanto que no primeiro instante em que ela disse que iria se mudar para um pouco mais longe da mansão, pois a dona da casa havia a vendido, Ramon a chamou para morar em sua casa.Ao passar no quarto de Poliana para ver se sua pequena já havia acordado para arrumá-la, Larissa se surpreende ao ver que ela não estava lá. Se fosse em outra circunstâ