O Sr. Bolas Azuis estava online, mas por algum motivo não me mandou mensagens. Eu esperei, recarreguei a página e nada. Estava cansada o suficiente, e quando capotei na cama, dormi agarrada com Chase.
— Oi, garotinho — ele escalou a cama, correu até mim e subiu em minha barriga, se acomodando, depois de girar algumas vezes sem sair do lugar. Eu acariciei seu pelo macio. — Está confortável aí?
— Miau.
Eu sorri.
Meu mini projeto de Chase.
Chase…
Visualizei-o tirando a camisa, botão por botão. Um calor subiu pelas minhas pernas e se intensificou na parte interna das minhas coxas. Será que ele notou como fiquei quase excitada?
Ah, Deus…
Chase começou a ronronar enquanto afagava sua barriga.
Pelo menos um deles gosta de mim.
Uma notificação apitou no meu notebook. Virei de lado, esquecendo que o gato estava sobre minha barriga, e ele caiu na cama. Ele miou e acertou uma patada na minha pele. Juntei as sobrancelhas.
Abusado.
O sr. Bolas Azuis mandou-me mensagens.
Sr. Bolas Azuis: O que diria se dissesse que meu dia foi uma merda?
A: Entre na fila.
Digitei.
Sr. Bolas Azuis: O que obrigaria você a ter um dia ruim?
A: Não o quê, quem.
Sr. Bolas Azuis: Me conta como foi seu dia, A.
A: A?
Sr. Bolas Azuis: Até segunda ordem, a chamarei de A.
A: Legal. Pode ser. Mas vou te chamar de Cretino Pervertido. Nome: Cretino. Sobrenome: Pervertido.
Sr. Bolas Azuis: Justo.
Eu sorri e Chase voltou a me escalar, dessa vez, ele subiu até meu peito.
A: Tirando o meu chefe, meu dia foi legal. Ele é um babaca.
Sr. Bolas Azuis: Quero saber mais. Sabe… eu não deveria contar, mas acabei de bater uma para a minha secretária. Eu ganho de você, até agora.
Eu sentei e dessa vez peguei Chase e o coloquei no colo. O acariciei delicadamente.
A: Parece interessante. Conte-me mais.
Sr. Bolas Azuis: Depois eu que sou o pervertido… bom… tudo aconteceu quando ela acidentalmente derramou café em mim, depois, tirei a roupa na frente dela e notei que… ela ficou meio excitada.
Ai, meu Deus!
Arregalei os olhos. Meus dedos travaram de repente, e minha garganta ficou seca.
— Chase?!
O outro Chase levantou a cabecinha e miou.
Uma onda de desespero atravessou o meu corpo. Meu coração acelerou, descompensado. Talvez eu estivesse apenas delirando. Estou grogue de sono, afinal. Esfreguei os olhos e li as mensagens novamente.
Não. Não estou delirando. É real!
A pessoa com quem estou falando num chat anônimo é… o meu chefe.
Sr. Bolas Azuis: Agora é a sua vez.
O que eu faço?
E se eu disser quem sou? A respiração começou a aumentar, o peito subindo e descendo, enquanto o frio na barriga tomava conta do resto do corpo. Fiquei paralisada. Envergonhada. Extasiada. E… excitada.
A: Tenho que dormir. Vou acordar cedo amanhã.
Sr. Bolas Azuis: Ah, não… nós nem falamos de como a bunda da minha secretária é gostosa. E eu sei… sou pervertido por dizer isso. Ela foi gentil comigo. Lavou o terno e veio entregá-lo.
Eu engoli em seco.
Eu mordi o lábio inferior.
A: Fale mais dela.
Eu não sabia exatamente onde aquele exato segundo iria dar, mas tive a impressão de que iria mudar a minha vida para sempre. E eu estava completamente certa.
Talvez eu estivesse um pouco enlouquecida, porque desde então, se passou um mês desde o pequeno incidente com o café, e meu abusado chefe ainda não me demitiu. Ainda. O pior foi descobrir que o cara de quem eu estava começando a me aproximar era, na verdade, o próprio Chase Ward. Durante um mês, trocamos mensagens diariamente. Passamos a falar mais do que apenas provocações — o que só por si já era estranho — e começamos a contar nossos desejos, prazeres, sonhos, vida. Eu não pude deixar de aproveitar tudo isso. A cada dia que passava, eu entendia cada vez mais Chase Ward, o Sr. Chefe Abusado. Enquanto escondia minha identidade secreta, percebia o quão louco ficava quando o provocava "inocentemente", sem que ele soubesse que eu era a A. Era muito, muito bom irritá-lo de vez em quando. Eu sabia que ele odiava espuma no café e, na semana passada, comprei seu café com bastante espuma. Nossa comunicação na agência
— Aproveita e reponha os dias perdidos, está precisando — eu disse, sentindo as bochechas corarem um pouco. Ela me chamou de pervertida e eu continuei: — enfim o Sr. Pau elétrico vai ter um descanso.— Anne! — Repreendeu.— Desculpa… mas é bom ver que estão se acertando de novo. Fico muito feliz.No último mês ela me visitou quase todos os dias. Ela dizia que ele estava se afastando, e que descobriu que a residente do hospital em que ele trabalhava era jovem e gostosa. Era difícil não chorar junto com ela, principalmente porque sou chorona e depois, eu não aguento ver pessoas tristes. Ainda mais a minha irmã. Eu não contei a ela sobre o Chase. Nem para Susan. Eu t
Eu cheguei no café em que Chase havia marcado. Alguns minutos depois, ele falou comigo pelo interfone e disse que sabia de um café aconchegante e agradável, no estilo de Dinner de cidade do interior.Sentada à mesa, cruzei as pernas e conferi a hora no celular. De repente, minha atenção foi tomada por uma nuvem de perfume. O cheiro dele. Eu aspirei o ar, como se estivesse asfixiada sem ele. Chase estava com o paletó no braço, segurando-o casualmente. Ele sorriu quando passou por mim e sentou-se à minha frente, erguendo uma sobrancelha e lançando um olhar que me fisgou completamente. O colete cinzento que abraçava o corpo malhado lhe dava um tom sexy. Ele girou na cadeira e pendurou o paletó. Quando voltou a olhar para mim, eu desviei o olhar, fitando um casal conversando. De repente me dei conta da nossa situação secreta.
Eram oito da noite e eu havia acabado de chegar no abrigo. Vi Abby carregando algumas caixas e Mike estava do seu lado, segurando uma panela. Corri até eles, e quando me aproximei, percebi que a fila se estendia da porta até a mesa.— Boa noite — Mike disse, colocando a panela em cima de uma das mesas do canto do salão. Abby depositou as três caixas que carregava numa cadeira. — Abby?Abby virou na direção de Mike e foi até ele, seu sorriso era definitivamente muito bonito. Eu fiquei feliz por vê-lo no rosto dela.— Pode entregar os bombons? — Perguntou Mike, apontando para as caixas. Ela fez que sim e eu me aproximei dele. Há um mês eu mal sabia que isso seria possível, e talvez, até estivesse enganado, mas, na verdade, me sentia extasiado. Eu esperava ansiosamente para chegar em casa todos os dias e conferir o Secret People Chat. Todos os dias. Tornou-se uma espécie de vício, onde eu era dependente de A. Eu tentei descobrir quem era, mas por algum motivo, ela não disse nada a respeito. Mesmo assim, eu estava começando a ter certeza de que poderia convencê-la de algo. Há um mês esta mulher me provoca com suas mensagens de duplo sentido, há um mês eu tento descobrir quem realmente é. As únicas coisas que sei são que: mora em Nova York, adora iogurte de morango e coleciona almofadas coloridas.Sorri.Esta mulher me excitou de tal maneira, com seu suspense quase deliranChase
Na terça-feira, eu estava sem paciência alguma quando encontrei minha secretária na minha sala, colocando papéis debaixo de algumas pastas. Ela estava distraída, observando os papéis espalhados pela mesa. Enfiei as mãos nos bolsos.Pigarreei alto o suficiente para que ela se assustasse e me olhasse espantada.— Srta. Hamilton, o que está fazendo na minha sala sem minha autorização? — Ela ficou parada, olhando para mim. Seus olhos se fixaram no meu corpo e eu me aproximei, com as mãos enfiadas nos bolsos. — Sabe, você deve ser a pior secretária que eu tive. É distraída, indelicada e curiosa. — Passei por ela, erguendo o queixo. Eu percebi quando engoliu em seco e olhou para os próprios pés.
Eu precisava respirar depois do que acontecera. Minha mente estava a mil, meu corpo estava descontrolado e não conseguia voltar a prestar atenção ao trabalho. Tudo parecia estar rodando, e cada vez que Chase saía de sua sala ou pedia para que eu fosse levar alguma coisa, meu coração parava de bater. Ele me causava aquilo. E eu sabia que estava perdendo de vez o controle, porque pensei em contar a ele que, na verdade, eu sou A. Sentir seu corpo no meu foi como me entregar de bandeja e quando percebi que não teria saída, fiquei desesperada.Agora era questão de tempo até que eu simplesmente cedesse.Às quatro horas, Chase me telefonou pelo interfone.— Srta. H
O sr. Sheppard, Alan Patrick, uma mulher elegante acompanhada de um homem chegaram. Eles andaram na nossa direção e ocuparam a mesa. Logo, o meu assunto com Chase morreu, perpetuando a pergunta do por que e como aconteceu. Eu não conseguia achar uma resposta certa, mas de acordo com o que disse, eu o ajudava de alguma forma. Nossa aproximação era muito confusa, visto que nos últimos dias ele me tratava cordialmente.Depois de me oferecer dinheiro para que eu fosse sua, minha opinião sobre Chase Ward mudara; ele era um babaca por fora e um bom homem por dentro, mas cavar até lá era complicado demais. Eu já havia desistido da ideia de que agradá-lo para manter meu emprego fosse uma boa opção, principalmente por ser tão cansativo. Eu tive que parar de falar com ele pelo chat anônimo, porque percebi que aquela atitude estava tomando mui