No escritório, Zelda observava as duas mulheres à sua frente. — Quero que imprimam todos os documentos relacionados ao Grupo Montenegro do último ano e os entreguem na minha mesa. Vocês têm meia hora — disse Zelda com uma voz calma, mas carregada de autoridade.Uma das mulheres se aproximou, visivelmente contrariada. — Srta. Zelda, não é muita coisa para imprimir? Um ano inteiro de documentos? — disse, com uma pontada de insatisfação na voz.Zelda arqueou uma sobrancelha, olhando para ela com firmeza. — Se vocês querem trabalhar aqui, farão o que eu mando. Caso contrário, podem voltar para a Ada. Não preciso de assistentes desobedientes — sua voz era firme e inquestionável.As duas trocaram olhares e saíram do escritório. O tempo foi passando e, ao fim da meia hora, elas ainda não haviam voltado. Apenas uma hora depois, apareceram carregando algumas pastas.Zelda franziu levemente as sobrancelhas ao ver a quantidade de documentos. — Srta. Zelda, a copiadora da empresa está q
Zelda se adaptou rapidamente ao trabalho. Em uma semana, as assistentes enviadas por Ada já haviam se ajustado e começaram a agir conforme as regras. Naquele dia, Zelda pediu ao assistente para finalizar o expediente e saiu do escritório um pouco mais cedo. Assim que colocou os pés fora do prédio do Grupo Montenegro, avistou um carro esportivo de edição limitada estacionado na entrada. Zelda escolheu ignorá-lo e, com tranquilidade, pegou o celular para ligar para o motorista. Porém, antes mesmo de completar a chamada, Vicente já havia saído do carro e estava à sua frente. A figura imponente dele projetava uma sombra sobre Zelda. Da sua perspectiva, ela podia ver claramente a linha bem definida do queixo dele. — Entre no carro — disse Vicente, com os olhos profundos fixos nela.Zelda deu um pequeno passo para trás, mantendo uma distância segura de Vicente. — Sr. Vicente, não quero que os funcionários interpretem isso de forma errada — respondeu com calma.O gesto de Zeld
— Sr. Vicente, esse vestido já foi reservado — disse o gerente, com um cuidado evidente na voz, temendo desagradar Vicente.— Já pagaram o sinal? — Vicente perguntou, sem rodeios.O gerente balançou a cabeça. — Não, foi apenas uma reserva verbal. Mas ela é uma cliente fiel, sempre reservamos as novas coleções para ela. Além disso, esse é o único modelo em toda Cidade Nuvemis — explicou o gerente, ansioso.Vicente, impassível, ordenou: — Traga o vestido.O gerente hesitou, mas sabia que não podia contrariá-lo. Já estava de costas para buscar o vestido quando Zelda interrompeu: — Espere um momento.Vicente arqueou uma sobrancelha. — O que houve?— Nosso gosto nunca foi o mesmo — respondeu Zelda, desviando o olhar para o gerente. — Escolho outro. Não quero mais esse.O gerente, embora surpreso pela mudança repentina, suspirou aliviado. — Senhorita, garanto que temos outras peças exclusivas igualmente lindas...— Ela é minha esposa — interrompeu Vicente, com um tom seco, corrigi
Embora o vestido não fosse muito revelador, ao ver Vicente, Zelda imediatamente cobriu o peito.— Saia daqui. — Zelda falou, com as sobrancelhas franzidas.— Não vai fechar o zíper? — Vicente respondeu com uma calma irritante, enquanto seus olhos escuros, com uma sombra de mistério, se fixavam nela.O olhar intenso dele fez Zelda se sentir desconfortável.— Sr. Vicente, aqui é o provador feminino. Se quer me ajudar, chame uma funcionária.— O branco realmente combina com você. — Vicente ignorou o pedido dela e, em vez de sair, deu um passo à frente.A distância cada vez menor permitiu que Zelda sentisse o perfume amadeirado de cedro que vinha dele.Ele estava fazendo de propósito?Com as sobrancelhas mais franzidas, ela avisou em tom frio:— Se não sair agora, vou chamar alguém!Vicente apenas deu de ombros.— Já disse, sou seu marido.Quando ele se sentou tranquilamente na cadeira ao lado, com os olhos ardentes ainda fixos nela, Zelda sentiu que ia enlouquecer.— Você! Funcionária! —
A gerente logo entrou no provador com outro vestido.Quanto ao estilo e tecido da roupa, Zelda não se importava nem um pouco, deixando todas as escolhas nas mãos da gerente. Depois de vestir o novo traje, a gerente também fez questão de preparar uma maquiagem suave e elegante, com toques de sofisticação. Seu cabelo, preso em um coque baixo e despretensioso, exalava uma mistura sutil de graça e sedução.— Sra. Barros, a senhora está deslumbrante. — A gerente comentou, admirada, com um tom de leve inveja na voz.O título "Sra. Barros" fez Zelda franzir o cenho de imediato. Ela se deu conta de como antes adorava ser chamada assim, e agora o quanto isso lhe causava aversão e desprezo.Vicente entrou em seguida e foi direto até Zelda.— Vamos. — disse, enquanto o suave cheiro de tabaco envolvia o ar à medida que ele se aproximava.Ele esteve fumando lá fora? Mas ele não costumava odiar cigarros?Zelda, com uma leve expressão de dúvida em seus olhos, seguiu Vicente para fora da loja de vest
O grito de Ester atraiu a atenção de todos no salão. Olhares de escárnio e risadas abafadas se voltaram para ela, deixando seu rosto alternando entre tons de vermelho e verde de tanto constrangimento.— Zelda, você... — Ester avançou furiosa, pronta para atacar Zelda.— Sua maquiagem borrou. — Zelda disse calmamente, cortando qualquer avanço.Ester parou no mesmo instante, apavorada. Ela pegou um punhado de guardanapos da mesa próxima. Quando viu as marcas de maquiagem nos papéis, ela engoliu em seco. Sabia que estava em um estado lamentável.Sem outra opção, começou a limpar todo o rosto, removendo o restante da maquiagem. Ouvindo as risadas e cochichos ao redor, Ester ficou furiosa.Ela tentou se controlar, e com um sorriso forçado, agarrou o braço do homem de meia-idade ao seu lado.— Querido, eu fui humilhada! Sou sua acompanhante, e ela está claramente me desrespeitando. Você... precisa me defender. Sua voz, cheia de falsa doçura, ecoou aos ouvidos do homem. O homem, ao ver
O tom ameaçador dele fez com que o rosto de Ester ficasse ainda mais pálido. Sem outra escolha, ela engoliu o orgulho e se aproximou de Zelda.— Desculpa... — murmurou, envergonhada.Aqueles que haviam testemunhado a postura arrogante de Ester, momentos antes, não puderam deixar de comentar ao vê-la agora, tão submissa. Os cochichos encheram o salão.Ester, incapaz de suportar tanta humilhação, saiu correndo. O homem, com medo de que Vicente pudesse culpá-lo, pediu desculpas repetidamente antes de sair cabisbaixo.A cena ficou gravada na mente dos presentes, levando muitos a se perguntarem... Será que esta mulher tem mais importância para o Sr. Vicente do que a própria Ada?...Ao lado da mesa:— Obrigada por me salvar, Sr. Vicente. Agora, será que pode me soltar? — Zelda disse, com um tom quase ríspido, virando o rosto para ele.Vicente sorriu de canto.— Eu estou abraçando minha esposa...— Senhorita Violeta. De repente, um grupo de pessoas se aproximou, interrompendo Vicente. Um
Zelda jamais imaginou, nem em seus piores sonhos, que Vicente faria algo tão impulsivo e fora de controle. Ele a via como o quê? Um simples passatempo? Ou um substituto para Ada?A raiva de Zelda cresceu como fogo, e ela tentou esbofeteá-lo. Mas no segundo seguinte, Vicente agarrou seu pulso, prendendo suas mãos acima da cabeça com firmeza.Zelda lutou, empurrando-o com força, mas nada parecia capaz de detê-lo. Seu rosto endureceu.Vicente sentiu a súbita cessação da resistência dela e, ao levantar o olhar, encontrou os olhos frios de Zelda, cujo olhar gelado fez sua excitação se congelar instantaneamente. Ele recuou um passo, mas seus olhos negros continuaram fixos nela.— Você me odeia tanto assim? — Sua voz saiu rouca, mas controlada.Zelda o encarou, sem um pingo de calor em seus olhos.— Sim. Você me dá nojo.A frieza nas palavras dela fez uma sombra escura cobrir o rosto de Vicente.— Na festa, você me usou até a última gota, garantindo que todos vissem como eu estava ao seu l