No exterior, em um hospital particular, dentro da sala de cirurgia.— Tesoura... — Pinça... — Pressão arterial do paciente? — perguntou o médico, com uma expressão séria, enquanto realizava os procedimentos com habilidade. A enfermeira verificou o monitor e, com um semblante igualmente grave, respondeu: — Pressão normal, mas o batimento cardíaco está acelerando. Ao ouvir isso, o médico franziu as sobrancelhas e acelerou os movimentos. O tempo passava lentamente, e a tensão dentro da sala de cirurgia aumentava. A enfermeira mantinha os olhos fixos nos aparelhos, monitorando tudo cuidadosamente.Do lado de fora, Jonas não conseguia tirar os olhos da porta da sala de cirurgia, sua preocupação era evidente. Sempre tão calmo, agora ele andava de um lado para o outro, com as mãos inquietas. — Fofinha, você precisa ser forte. Eu prometo, se você superar essa, vou realizar todos os seus desejos... — Jonas rezava silenciosamente. Lembrando-se do jeito carinhoso com que Fofinha
Zelda estava prestes a perguntar mais detalhes para Fofinha quando viu Vicente se aproximando da mesa de jantar. Ela ficou tensa. "Maldição, desde quando ele está aqui?" Zelda pensou, nervosa, enquanto se apressava em terminar a ligação com a filha. — Desculpe, querida, eu preciso resolver uma coisa agora. Ligo para você mais tarde, tá bom? — disse ela, suavemente, antes de desligar rapidamente o celular, com medo de que Vicente percebesse algo. — Com quem você estava falando? — perguntou Vicente, em um tom que parecia casual, mas carregado de curiosidade. O sorriso radiante que Zelda mostrava no telefonema tinha despertado nele um ciúme inesperado, uma pontada de inveja em relação à pessoa do outro lado da linha. Zelda arrancou um pedaço do pão e respondeu friamente: — Não preciso relatar minhas conversas ao Sr. Vicente, preciso? Sua voz era distante e fria. Vicente franziu a testa, visivelmente incomodado. — Nós precisamos continuar nos tratando assim? — questionou e
Escritório, Grupo Montenegro. Ada andava de um lado para o outro, agitada, com uma mistura de ansiedade e expectativa. Marilia, percebendo seu nervosismo, aproximou-se e a puxou para sentar. — Você agora é a pessoa no comando da empresa, Ada. Precisa manter a calma e mostrar sabedoria para todos. Não pode perder a compostura — lembrou Marilia, com uma expressão de leve preocupação.Ada agarrou o braço de Marilia, quase desesperada. — Vicente vai chegar a qualquer momento. Como posso não estar nervosa? Desde que saímos do hospital, ele não atende minhas ligações. Tenho tanto medo que ele me ignore... Finalmente, ele está vindo hoje — a voz de Ada estava cheia de empolgação.Marilia deu um leve tapinha nas costas de Ada, tentando acalmá-la. — Vá para a sala de reuniões. Talvez o Sr. Vicente já esteja te esperando lá — sugeriu Marilia, com suavidade.Ada assentiu rapidamente e saiu do escritório com passos apressados. Quando chegou à sala de reuniões, Vicente ainda não tinha ap
Zelda percebeu o rosto sombrio de Vicente pelo canto dos olhos, fingiu não notar. — Até logo, Sr. Bento, nos falamos em breve — disse ela, educadamente, antes de desligar o celular.Vicente se aproximou, olhando diretamente para ela. Zelda manteve seu olhar firme, encontrando o dele sem hesitar. Vicente apertou os punhos, soltou-os em seguida, mas, no fim, não disse nada. — O escritório já foi preparado para você. Se precisar de mais alguma coisa, pode me ligar diretamente — sua voz saiu calma, sem nenhuma emoção aparente.— Obrigada, Sr. Vicente — respondeu Zelda com tranquilidade, logo em seguida e saindo.Sr. Vicente? Vicente ficou parado, os lábios apertados em uma linha tensa....Zelda não se importava com o que Vicente pensava. Toda sua atenção estava voltada para o Grupo Montenegro. Assumir uma posição ali era o primeiro passo para o sucesso. Rapidamente, encontrou seu novo escritório. Com um olhar rápido ao redor, notou que estava satisfeita com a decoração e
No escritório, Zelda observava as duas mulheres à sua frente. — Quero que imprimam todos os documentos relacionados ao Grupo Montenegro do último ano e os entreguem na minha mesa. Vocês têm meia hora — disse Zelda com uma voz calma, mas carregada de autoridade.Uma das mulheres se aproximou, visivelmente contrariada. — Srta. Zelda, não é muita coisa para imprimir? Um ano inteiro de documentos? — disse, com uma pontada de insatisfação na voz.Zelda arqueou uma sobrancelha, olhando para ela com firmeza. — Se vocês querem trabalhar aqui, farão o que eu mando. Caso contrário, podem voltar para a Ada. Não preciso de assistentes desobedientes — sua voz era firme e inquestionável.As duas trocaram olhares e saíram do escritório. O tempo foi passando e, ao fim da meia hora, elas ainda não haviam voltado. Apenas uma hora depois, apareceram carregando algumas pastas.Zelda franziu levemente as sobrancelhas ao ver a quantidade de documentos. — Srta. Zelda, a copiadora da empresa está q
Zelda se adaptou rapidamente ao trabalho. Em uma semana, as assistentes enviadas por Ada já haviam se ajustado e começaram a agir conforme as regras. Naquele dia, Zelda pediu ao assistente para finalizar o expediente e saiu do escritório um pouco mais cedo. Assim que colocou os pés fora do prédio do Grupo Montenegro, avistou um carro esportivo de edição limitada estacionado na entrada. Zelda escolheu ignorá-lo e, com tranquilidade, pegou o celular para ligar para o motorista. Porém, antes mesmo de completar a chamada, Vicente já havia saído do carro e estava à sua frente. A figura imponente dele projetava uma sombra sobre Zelda. Da sua perspectiva, ela podia ver claramente a linha bem definida do queixo dele. — Entre no carro — disse Vicente, com os olhos profundos fixos nela.Zelda deu um pequeno passo para trás, mantendo uma distância segura de Vicente. — Sr. Vicente, não quero que os funcionários interpretem isso de forma errada — respondeu com calma.O gesto de Zeld
— Sr. Vicente, esse vestido já foi reservado — disse o gerente, com um cuidado evidente na voz, temendo desagradar Vicente.— Já pagaram o sinal? — Vicente perguntou, sem rodeios.O gerente balançou a cabeça. — Não, foi apenas uma reserva verbal. Mas ela é uma cliente fiel, sempre reservamos as novas coleções para ela. Além disso, esse é o único modelo em toda Cidade Nuvemis — explicou o gerente, ansioso.Vicente, impassível, ordenou: — Traga o vestido.O gerente hesitou, mas sabia que não podia contrariá-lo. Já estava de costas para buscar o vestido quando Zelda interrompeu: — Espere um momento.Vicente arqueou uma sobrancelha. — O que houve?— Nosso gosto nunca foi o mesmo — respondeu Zelda, desviando o olhar para o gerente. — Escolho outro. Não quero mais esse.O gerente, embora surpreso pela mudança repentina, suspirou aliviado. — Senhorita, garanto que temos outras peças exclusivas igualmente lindas...— Ela é minha esposa — interrompeu Vicente, com um tom seco, corrigi
Embora o vestido não fosse muito revelador, ao ver Vicente, Zelda imediatamente cobriu o peito.— Saia daqui. — Zelda falou, com as sobrancelhas franzidas.— Não vai fechar o zíper? — Vicente respondeu com uma calma irritante, enquanto seus olhos escuros, com uma sombra de mistério, se fixavam nela.O olhar intenso dele fez Zelda se sentir desconfortável.— Sr. Vicente, aqui é o provador feminino. Se quer me ajudar, chame uma funcionária.— O branco realmente combina com você. — Vicente ignorou o pedido dela e, em vez de sair, deu um passo à frente.A distância cada vez menor permitiu que Zelda sentisse o perfume amadeirado de cedro que vinha dele.Ele estava fazendo de propósito?Com as sobrancelhas mais franzidas, ela avisou em tom frio:— Se não sair agora, vou chamar alguém!Vicente apenas deu de ombros.— Já disse, sou seu marido.Quando ele se sentou tranquilamente na cadeira ao lado, com os olhos ardentes ainda fixos nela, Zelda sentiu que ia enlouquecer.— Você! Funcionária! —