MARCO POLO
Eu recebi a xícara de chá e olhei para a mulher na minha frente.
– Você foi incrível! – Era a centésima vez que ela falava aquilo e parecia normal a fala dela.
– Esse é o último caso do gênero que vou atuar – Suspirei, pegando a xícara.
– Você é bom nisso, não devia parar.
– Lembra do convite que recebi? Vou aceitar, mas tenho que encerrar seu caso primeiro, depois eu aceitarei – Eu sorri. – Pensei em abrir meu escritório, mas acho que eu devo ir, poderei fazer mais coisas, isso é uma coisa ampla e objetiva para mim. Isso veio no momento mais oportuno para mim.
– Depois de hoje eu vi o que você pode fazer, Marco, você em poucos minutos fez algo virar ao nosso favor, tem noção disto? – A voz dela era pura empolgação e confiança, eu havia gostado daquilo, mas do que devia.
– Temos mais coisas para fazer, na próxima eles vão atacar, eu sei o que podem querer fazer, conheço e já trabalhei com casos específicos – Ela sorria enquanto eu
MARCO POLODuas horas e dez minutos excitado, eu começo a ficar triste comigo mesmo, porque era para as coisas fluir normalmente, mas não dava, nunca dava, não quando acontecia aquilo comigo.Ela estava colocando a mesa e eu estava sentado, terminando de picar o tomate, eu me levantei duas vezes, não conseguir nem ir no banheiro, estava tudo muito ruim para mim, eu tinha medo que ela visse aquilo em mim e me achasse alguém ruim.– Pronto – Ela colocou a tigela de vidro com um risoto na mesa, logo uma outra menor com uma porção de carne, com um molho branco, colocando dois pratos e temperando a salada, pegando os tomates e misturando junto.– Você está quieto.– É fome – Não era totalmente mentira.– A torta ficou perfeita – Ela sorriu e suspirou fundo. – Ficou perfeito.– Tudo muito lindo – Sorri para ela, olhando para a comida principal, que não era ela.– Vamos ao que interessa – Ela pegou o prato e começou a servir, me entregando pr
MARCO POLOEu beijei ela de novo.Não dava para voltar.Eu não conseguia.Eu parei de beijar Alex, me afastei um pouco e olhei pare a boca vermelha dela, tinha uma cor diferente, os cabelos dela estavam bagunçados e ela mantilha os olhos fechados e completamente inertes, não se mexia e não falava nada, era como se ela tivesse se entregado de uma vez, dado a permissão para ter ela, para tocar, eu queria me sentir livre para aquilo.– Eu quero isso Alex, você tem certeza que quer isso? – Ela abriu os olhos e olhou para mim, com os olhos castanhos mais escuros. – Eu quero isso, mas eu também sou seu advogado, tenho que tentar ser ético com você, eu não quebro regras.– Só hoje – Ela me beijou de novo, um beijo que mergulhou tudo de novo.Eu não aguentaria.Eu não aguentei.Coloquei meu corpo colado no dela e deslizei às mãos direto, sentindo cada parte dela, segurei seu quadril e senti ela diminuir o beijo, eu levei a mã
MARCO POLOEu me levantei e sai do quarto com todas as minhas coisas, fechei a porta e assim que cheguei na sala eu comecei e me vestir.Era quase três da madrugada e eu estava acordado, havia feito ela cair no sono comigo dentro dela, não gostava daquilo. Era um problema quando eu queria mais e a outra não, dessa vez era Alex, eu me xingava mentalmente, cada palavreado era merecido por mim.Eu passei na cozinha e coloquei a torta na geladeira e as coisas que precisavam, organizei ali e peguei a chave no bolso da calça, suspirei fundo e verifiquei as coisas e fui saindo em silêncio, sem fazer nenhum barulho. Até que eu atravessei a porta e pude soltar um palavrão alto e sair dali, quando cheguei no meu carro eu me senti observado, senti um clique em mim, algo que piscou, eu olhei para os lados, desci do carro e vi um barulho próximo, eu andei para onde surgia, quando vi olhei para umcara dando as costas e se virando, disfarçando e escondendo a câmera.– Da pa
MARCO POLOMe levantei da cama e fiquei por algum tempo ali parado, tentando me localizar no tempo e espaço, minhas coisas estavam na mesinha e minhas roupas dobradas, eu suspirei, me levantei e olhei para a luz forte que vinha da janela.Vi a cama bagunçada, mas sem Alex ali, eu saí do quarto e segui para a sala, atravessando e chegando na cozinha, onde eu a vi sentada, olhando fixamente para a xícara de café.– Alex? – Ela ergueu o olhar, olhar vacilante e logo com um sorriso dela, devagar, calmo. – Oi.– Oi – Foi o que ela falou. – Café? É amargo – Eu balancei a cabeça e me aproximei, me sentando e olhando para ela, sem conseguir desgrudar os olhos dela. – Não quis acordar você.– Tudo bem – Ela me entregou a xícara e foi a vez dela ficar me olhando, fazendo um clima diferente entre mim e ela. – Você está bem?Eu não conseguia pensar direito, apenas ficar, milimetricamente parado, enquanto segurava a xícara de café e esperava a resposta d
Senti o olhar dela sobre mim, enquanto eu me aproximava com um belo lanche, ela estava com os meus óculos e sorria, eu também fazia aquilo, embora para mim as coisas eram bem mais complicadas, porque só ela dava na minha cabeça.– Eu adoro seus óculos, esses são os mais escuro – Ela falou e eu entreguei o pacote para ela e um copo de suco grande. – Aqui – Ela tirou os óculos e me entregou, enquanto olhava para o lanche dentro do saco. – Temos um grave vício nessas barracas, quem vê pensa que é um dia normal.– Não é? – Perguntei.– Tenho que encarar ele, não é normal isso para mim, o dia que eu não tiver mais que fazer isso, ai sim, o dia vai ser normal.– Está nervosa? – Ela pegou o sanduíche e eu fiquei olhando. – Não precisa ficar nervosa.– Eu sei, mas agora tudo isso, ficar sem fazer nada o dia todo, depender de você para comer e meio complicado.– Eu gosto de alimentar você – Eu sorri. – Embora eu não devesse te encher de lanche.– Bem
ALEX PADILHAAs coisas pareciam mais favoráveis para o meu lado, era uma volta muito grande que as coisas davam, mas eu fiquei mais confiante quando entrei naquela sala e vi George sentado, ao lado do advogado, com um sorriso irônico na boca e uma pose de poder que ele não tinha mais diante mim.Vi Marco puxar a cadeira e eu me sentei, o vi fazer o mesmo e fica ao meu lado, era a única coisa que eu tinha agora e eu tinha orgulho daquilo, porque ele era diferente e depois de uma noite eu poderia jurar que não era só eu encantada por ele, mas ele por mim.Era ilusão talvez, mas para enfrentar aquilo isso era válido.George olhou para mim, eu ignorei, então eu olhei para Marco que não tinha nenhum abalo por estar ali.– Onde está o juiz? – Perguntei para ele, embora eu estivesse preocupada mesmo em ficar quase sozinha com aquele homem, um que ainda estava calmo demais naquela altura do campeonato, mas eu sabia que não seria os dois guardas na porta e Marco
MARCO POLOPuxei o ar lentamente e pude sentir a ansiedade que emanava de mim com facilidade, eu olhei para Alex sentada ao meu lado, ela tinha um olhar contente no rosto, eu estava mais tenso que o normal depois da audiência, mas, mesmo assim, eu já nem tentava esconder o que eu queria.Senti quando ela se aproximou de mim e segurou minha mão que repousava sobre a macha do carro que ia devagar.– O que tem nos outros envelopes? – Eu suspirei. – Não pode falar?– Um tem fotos suas em uma fazenda, você está com hematomas – Eu apertei o volante com mais força. – O outro e mensagens dele ameaçando você, tirei a partir do que você me deu no cartão de memória, tem um quarto, mas esse e o último e o que pode difamar e tirar a palavra dele diante o juiz e quem está fora do juiz.– Isso é perigoso – Ela sussurrou e eu olhei para ela, movendo minha mão e colocando na coxa dela, sorrindo, como um bom jogador. – Você não tem um pingo de medo, não é?–
MARCO POLOEu tinha um lugar grande para viver, um lugar grande e que agora não parecia muito vazio, eu suspirei fundo e puxei a vasilha e a chaleira para a mesa da cozinha, eu vi Alex atravessar a porta, vestindo um roupão e com os cabelos castanhos molhados.– Você gosta muito do frio – Ela sorriu. – Aqui é gelado.– Posso baixar o ar, aqui é climatizado – Eu vi os olhos delas brilhantes.– Não, tudo bem, gosto desse clima – Ela se aproximou e se sentou, enquanto eu puxava duas xícaras do armário. – Aqui é enorme, você mora mesmo sozinho?– Sim, você olhou tudo?– Sim, tudo muito bonito, Marco – Entreguei a xícara para ela e me sentei. – Três quartos enormes, o escritório, uma sala vazia, lavanderia, sala, sala de jantar e a cozinha – Ela olhou para os lados e voltou a olhar para mim. – É muito grande esse lugar e parece tudo tão limpo e organizado.– Sim, gosto da organização e limpeza – Puxei a chaleira e aí servi o chá de camomila. – O