ZOE*Eu entrei no meu quarto de rainha, deitei na minha cama king e chorei nos meus travesseiros de pena de ganso. Um luxo que eu mesma poderia patrocinar no futuro.Aquela era a primeira vez que eu batia de frente com os meus pais, e eu não sabia de onde havia surgido tanta coragem. Eu tinha consciência que os pais queriam o melhor para seus filhos, mas querer o melhor não dava para eles o direito de escolher com quem eles iriam passar a vida, levando isso para a minha realidade, já estava na hora dos meus pais entenderem isso.Para mim, não importava se o meu futuro marido fosse um catador de latinhas, ou o homem mais rico do mundo, desde que ele me amasse, me respeitasse, e fizesse eu me sentir mulher.Eu não precisava de alguém que me desse o mesmo padrão de vida que os meus pais, pois eu mesma iria me dar esse padrão, sem viver na dependência do meu marido, eu queria uma relação que somasse, e não subtraisse. Se eu fosse seguir pela lógica deles, qual o sentindo de eu estudar me
VICTOR * Eu fiquei em silêncio, sentindo a pressão daquela pergunta, mas ela deu outro passo, e ficamos tão próximos que pude sentir a respiração dela no meu rosto, os olhos dela pareciam me enfeitiçar, aquela garota era o próprio diabo. — Você não vai me responder? Eu teria que dizer alguma coisa, eu não poderia ficar em desvantagem diante de uma garota que nem havia beijado na boca ainda. — Para alguém tão inexperiente, você tem atitudes de alguém que sabe exatamente o que está fazendo. Quantos filmes você assistiu até chegar nesse grau de segurança? O rosto dela endureceu, parecia que eu tinha agredido ela sem usar as mãos, e rapidamente ela se afastou. — Falei alguma coisa de errado, Zoe? — Não, eu só preciso de um momento, eu volto já. Ela saiu da biblioteca apressada, como se tudo o que ela quisesse fazer naquele momento fosse se esconder, e eu finalmente pude soltar o ar que estava preso em meus pulmões. Talvez eu tivesse perdido uma chance de ouro, obviamente
ZOE*Ultimamente eu estava provando ultrapassar limites, e eu não recuei ao tentar ultrapassar aquele limite de aluna e professor, não até o momento dele me dar um corte, como se eu fosse apenas uma garota carente de atenção, sem nenhum tipo de experiência, que buscava ajuda e segurança em filmes. Eu não sabia em quantos pedaços ele havia me partido naquele momento, a única coisa que eu sabia era que eu precisava sair dali o mais rápido possível.Toda a minha autoconfiança havia ido para o ralo, afinal o que eu estava pensando? Eu pedi um momento e me retirei da biblioteca, sentindo uma bagunça dentro de mim, como se eu fosse explodir a qualquer momento.Eu caminhei rápido até o quarto, deitei na cama, e gritei com a cara virada para o travesseiro, falando repetidas vezes o quanto eu era idiota de imaginar que conseguiria seduzir um homem como aquele, afinal eu era somente uma garota inexperiênte.Eu levei um tempo até recuperar o equilíbrio, não havia como fugir daquela vergonha, o
VICTOR * Voltamos para a biblioteca, onde finalmente eu fui apresentado a seção de medicina, ela se manteve calada, enquanto eu separava alguns livros. — Vamos sentar para estudar? Já perdemos bastante tempo hoje. Ela apenas balançou a cabeça e fomos para a mesa. Eu gostaria de saber o que ela estava pensando, mas, qualquer coisa que eu fizesse ou perguntasse, tornaria o restante do do dia ainda mais difícil. Sentei ao lado dela, comecei a abrir os livros, e tentei me concentrar no conteúdo, mas o cheiro dela, e os seios dela estavam me deixando completamente desconcentrado. — Porque você está com a respiração tão forte? Eu não achei que ela fosse perceber, mas ela percebeu, e não escondeu isso. — Pelo visto, a sua autoconfiança voltou com tudo, Zoe. — E você tirou essa conclusão só por conta de uma simples pergunta? Ela me encarou, e para mim era quase insuportável manter o olhar fixo nos dela, tudo nela me atraía como um ímã. — Eu acho melhor eu ficar em pé,
Havia uma mala média em cima da cama, de início, achei que eram roupas sujas que seriam levadas para a lavanderia, mas quando abri, havia muito dinheiro dentro. Fiquei uns segundos encarando aquilo, com mil pensamentos na cabeça sobre a procedência dele.Eu senti vontade de ligar para a Brenda e perguntar que dinheiro era aquele, mas não queria atrapalhar ela, então peguei a mala para guardar em um lugar seguro, mas quando eu a levantei da cama, havia um papel debaixo dela.Eu peguei o papel e li o que estava escrito com a letra da Brenda, e quase não acreditei.“ Aqui está o dinheiro de todas as bolsas e calçados que compramos ao longo desses três anos, é o suficiente para comprar um carro novo ou dar a entrada em um apartamento”.Imediatamente eu fui até o nosso closet, e as centenas de bolsas, carteiras, calçados havia sumido, havia um enorme buraco nele.Eu não sabia o que pensar, não sabia o que dizer, eu realmente não estava esperando por aquilo. Eu fiquei andando de um lado par
Eu não sabia o que pensar, eu estava me sentindo em um jogo do qual o placar havia virado no último tempo. Eu não estava esperando por uma mudança tão repentina, nem que eu iria realmente precisar sair do apartamento. Quando pensei no fim, eu imaginei que a Brenda fosse optar por um apartamento menor, que fosse de acordo com o orçamento dela, e eu não entendi como ela iria manter o mesmo padrão de vida que até aquele momento eu estava dando para ela. Não se comparava com o padrão dos pais dela, mais ainda sim, era alto pra ela bancar sozinha.Eu também não imaginei que ela desistiria tão facilmente dos 15 dias que ela pediu, e por mais que eu tentasse encontrar a lógica daquilo tudo, não havia nenhuma, eu não acreditava que tudo aquilo foi por conta das bolsas, e do padrão de vida que eu estava oferecendo. Se fosse por isso, porque ela iria esperar longos três anos para reclamar? Para jogar na minha cara o que eu havia prometido quando a pedi em casamento?Naquele momento, era eu que
Eu passei pela sala e fui direto para a cozinha, sem dizer nenhuma palavra, e logo em seguida ela foi atrás. Peguei os pratos, copos e talheres e coloquei na mesa, ela sentou, enquanto eu a servi, da mesma forma que ela fez comigo pela manhã.— Bom apetite.Falei depois de me sentar e antes de começar a comer.Ela deu a primeira garfada, enquanto me encarava, e eu, em nenhum momento desviei o meu olhar dela, mas então, como o esperado, o primeiro questionamento surgiu.— Um dia eu ouvi alguém dizer que três anos de casamento ainda era considerado periodo de lua de mel, no entanto, olha a gente aqui, parecendo que estamos juntos a dez anos.Eu soltei calmamente o talher, cruzei as mãos abaixo do queixo e mantive os meus olhos fixos nela, antes de responder aquilo que não parecia uma pergunta, mas que merecia muitas respostas.— É engraçado ouvir você falar assim, quando você tem pais que estão juntos a mais de 30 anos, e aparentemente vivem felizes.— Se eu tivesse o que a minha mãe te
ZOE *Havia acontecido coisas demais para uma única manhã e finalmente o Victor resolveu me ensinar.Eu mostrei para ele onde ficavam os livros de medicina, e depois dele separar alguns, fomos para a mesa.Eu não sabia se iria conseguir prestar atenção em alguma coisa, tudo o que eu conseguia pensar era que eu me tornaria uma destruidora de lares se levasse a sério os meus desejos. Eu comecei a questionar os motivos que me fizeram agir de forma tão precipitada, eu poderia ter ido com mais calma, ter escolhido uma abordagem menos agressiva, o jeito que eu agi parecia desespero. Talvez fosse realmente. Imaginar aquele homem dentro de mim fazia a minha pele inteira arrepiar. Eu sabia que ele era bem mais velho, mas o charme dele, a beleza dele superava qualquer idade.Enquanto ele abria os livros, ouvi a respiração forte dele, e foi impossível ignorar aquilo.Quando perguntei o motivo dele estar respirando tão forte, ele achou que a minha autoconfiança havia voltado.Talvez ele estives