- "Nada importante"Mariah não era a namorada de Ethan, sequer chegava perto de ser. Ela era um caso esporádico, alguém com quem ele saía quando estavam na mesma cidade. A loira tinha expectativas com relação a ele, e isso era reforçado pela mídia, que sempre insinuava um envolvimento amoroso.- "Você parece estar preocupado" ela posicionou a mão no bíceps de Ethan, algo que considerava ser íntimo.- "Não estou"Preocupação não era o sentimento correto. Talvez agitado, inquieto ou pensativo. Tudo tinha relação com Blair Collins. Ethan estava certo quando disse que a ruiva acabaria com sua vida, pois, de fato, era o que ela estava fazendo. Com a sensualidade, com o beijo inesquecível, com o corpo definido, com os lábios volumosos.- "Mas está pensando demais, e sua expressão entrega tudo. Não está pensando em mim" e então, só então, Mariah ganhou a total atenção do homem.Ele olhou para ela, talvez pela primeira vez no dia, ou na semana. Quando estavam juntos, Mariah usava a boa imagem
A Semana da Moda havia chegado ao fim. Blair estava em Las Vegas novamente na semana seguinte. E dizer que muitos de seus pensamentos continuavam em Nova Iorque seria eufemismo.Após algumas ligações, alguns relatórios entregues e conversas breves, Spencer convidou Blair para o departamento. Haviam detalhes que precisariam ser discutidos pessoalmente.- "E então ele comprou as ações da empresa?" o inspetor questionou, inclinando-se para frente em sua mesa desorganizada.- "Sim. A justificativa é que ele não estava pronto para se afastar completa e subitamente" a ruiva relatou.Blair estava de frente para Spencer em seu escritório bagunçado. Ela usava roupas comuns; jeans escuro, casaco com capuz e tênis práticos; o possível para passar desapercebida. Àquela altura, ser descoberta seria como atear fogo na investigação.- "Alguma parte da história é uma inverdade" Blair divagou.- "Por que?" o inspetor demonstrou interesse.- "Ele alega que não estava pronto para abandonar as pistas. No
Blair seguiu Spencer pelo corredor do departamento de polícia. Ainda era muito cedo, e sequer metade dos agentes haviam chegado. Eles caminharam lado a lado até o fim do corredor, em um silêncio religioso enquanto cada um pensava em suas próprias teorias.- "Esta é nossa área de treinamento" Spencer explicou ao abrir a porta.- "Nunca pensei que conheceria uma"O ambiente revelado era uma sala ampla. A área de treinamento consistia em uma sala com isolamento acústico. Todas as ações executadas por agentes poderiam e deveriam ser treinadas ali; luta corporal, tiro ao alvo, manuseio de armamento, entre outros.- "Eu não pretendia que você conhecesse, mas as coisas podem ficar mais violentas. E, se for o caso, você precisa estar preparada"Os olhos da ruiva varreram toda a extensão da sala, onde apenas Colton estava. Ele estava carregando seu revólver, puxando o gatilho e mirando. Nunca atirando. Logo após, ele retirava a munição e repetia o processo.- "Colton" Spencer chamou, e obteve
- "Ela consegue. E mais, ela tem motivos pessoais para estar ao meu lado. Eu confio nela, porque não tenho outras opções. Agora volte para a sala e treine a garota"- "Espero que o tiro não seja na minha testa" Colton murmurou, e então voltou a caminhar para a área de treinamento antes de ouvir uma resposta.Dentro da sala, Blair analisava o revólver sobre a bancada. Ela sabia o básico sobre armas, mas isso não garantia que ela saberia manusear uma, caso fosse necessário. A ruiva notou a presença do agente quando a porta foi fechada, e analisou a expressão pouco contente dele ao se aproximar.- "Eu sei que você não confia em mim" Blair disparou.- "Não é pessoal"- "Se fosse pessoal, você não admitiria"Colton parou em frente à Blair. Somente olhando para ela, ele podia jurar que via a traição brilhar em seus olhos. No entanto, o homem apenas pegou o revólver e afastou da ruiva, o colocando em seu coldre.- "Eu posso fazer uma pergunta?"- "Sim" Blair respondeu, cruzando os braços dia
"Como quiser. Vamos focar no trabalho, pois Michele estará no escritório em alguns minutos, e precisamos estar prontas"- "Prontas para o quê?" Blair franziu as sobrancelhas.- "Para tudo. Michele exige até mesmo a alma de seus funcionários"Lembrando-se da conversa que teve com Michele, alguns dias antes, Blair não estava certa de que seu profissionalismo seria explorado. Sua posição social, talvez. A ruiva sabia identificar alguém com interesses, e as pessoas em Vegas agiam de tal maneira. Sempre por poder. Sempre por dinheiro. Sempre por mais.- "Espero não desapontá-la. Podemos ir?"Ambas dirigiram-se para fora do escritório de Blair. A agência estava relativamente vazia, pois os modelos estavam dispensados. Após a semana da moda em Nova Iorque, não havia muito que eles pudessem fazer até a próxima coleção. Isso incluía Drake.Quando alcançaram a recepção da agência, elas notaram que Michele Brian já havia chegado. Ela estava sentada em um dos sofás, com a expressão pouco amigáve
- "O que teria em troca do investimento em mim?"Blair sabia que sua presença no escritório de Michele tratava-se de uma camuflagem. Poucas pessoas sabiam seu real serviço naquela empresa. Ela sabia que Spencer era ex-cunhado de Michele, mas não sabia até que ponto eles eram próximos. E também não sabia se sua chefe tinha relação com a investigação.- "Esta é a razão pela qual estamos aqui. Sei que a proposta não é muito honesta, mas a farei. Quero fechar um negócio com certo empresário, apenas um, mas ele nunca demonstrou interesse. Não tenho armas para convencê-lo, mas você, certamente, tem"A mulher pensou, por um instante, em tudo que havia ouvido. A proposta para induzir alguém e garantir o negócio de sua chefe era tentadora. A confiança que Michele depositaria em Blair seria imensurável. Mas, por outro lado, aquele poderia ser apenas um teste de caráter.- "Para me tornar a mulher poderosa que você é, preciso ser desonesta?"- "Você precisa ser tudo que repugna"- "Então não é n
Do outro lado do escritório consideravelmente grande, Michele estava se organizando para receber uma visita. Ela era uma mulher genuinamente bonita, apesar dos seus quase quarenta anos. Sua personalidade era reprovável, porém as coisas que ela havia conquistado eram admiráveis. Após o falecimento do marido, ela tomou posse de uma fortuna, e fez dela algo muito maior.Houveram batidas na porta e, depois, Ethan Banks adentrou a sala. Era a segunda vez em sua vida que ele estava no prédio, e, embora fosse uma de suas propriedades, o motivo de sua visita não era o negócio que tinha. O motivo tinha olhos claros e fios cobreados.- "É sempre um prazer vê-lo, Sr. Banks"- "Fico lisonjeado, Sra. Brian. Ao que devo o convite?"Na medida que Ethan caminhava para dentro do espaço, sua presença preenchia e dominava o ambiente. Ele era o dono, mas o que lhe fazia exercer poder ia além de um contrato. Michele estava recostada sobre a mesa, em uma posição agradável aos olhos.- "Eu soube que estava
5 anos antes...POV BLAIRA dança é uma prática que acalenta a alma. Quando movo meu corpo de acordo com um som ritmado, sinto-me como um pássaro. Eu juro, posso alcançar o céu. Consigo desligar minha mente e conectar o corpo com o melhor de mim. E, mesmo quando acaba, continuo sentindo asas em minhas costas e a leveza do pouso nos pés.Após sair da academia de dança, que, além de ser uma terapia, é meu local de trabalho, decido fazer uma visita à minha madrinha. Nós moramos na mesma rua, no entanto, a casa dela parece um castelo de doze décadas atrás. Mirtes nunca, nunca faz reformas. Ela deixa a casa que herdou de seus avós exatamente da mesma forma, como uma relíquia de família. O lugar vale milhões, mas ela jamais venderia.Por outro lado, a casa que aluguei para morar com Drake é pequena e moderna. Faz quase dois anos que moramos por aqui, em um dos bairros mais interessantes de Filadélfia, e amamos este lugar. Drake faz estágio na nossa antiga escola, o que é ótimo, e assim vive