O homem pensou, por um momento, que estava entrando em um lugar do qual não conseguiria sair. Olhar para a expressão afetada de Blair havia se tornado sua nova religião. Ele sabia que não precisaria de muito para viciar-se nela, no perfume dela e, logo mais, em seu sabor.- "Não, não tenho" ela finalmente respondeu, com os lábios rosados e desenhados movendo-se com graciosidade.Ethan segurou o queixo de Blair entre os dedos de uma mão enquanto segurava seu sutiã com a outra. Ele sabia que estava colocando as mãos em seu próximo erro, seu melhor erro. Ela inclinou o rosto até virar-se para ele, frente a frente com os olhos azulados que tanto perseguiam seus sonhos.- "Sim, você tem"Ethan viu nos olhos azuis de Blair o quanto ela o queria. Na mesma proporção, ou até mais do que ele a queria. Os olhares nunca mentiam. Ele desceu os olhos para a garganta da mulher, saudando algumas noites anteriores, depois para os seios dela. O perfeito arredondado sob a camiseta era convidativo, mas n
Blair recebeu a mensagem de Spencer cinco minutos antes de adentrar o elevador. Ela teclou o painel, indicando que desceria até o subsolo. A ruiva recostou as costas na parede de aço, e suspirou enquanto o elevador descia para o estacionamento. Ela levava consigo uma pequena pasta, com as anotações que fez durante os dias de silêncio de Spencer.A verdade era que aqueles relatórios eram superficiais. Não continham o real desejo que ela sentia pelo homem, nem os olhares intensos, nem as vontades em comum. Não existia forma correta para descrever aquele sentimento crescendo em seu peito.E quando as portas do elevador voltaram a se abrir, no subsolo, Blair partiu para fora, já com uma decisão em mente. Seria impossível conciliar Ethan com a investigação. Ela não poderia continuar sendo leal a Spencer, não quando todo seu corpo vibrava ao lado de outro homem.A ruiva avistou o inspetor encostado em um pilar de sustentação, analisando seu derredor despretensiosamente. Ao avistar Blair, Sp
- "Eu vou ajudar você. Me desculpe por desistir, eu não conhecia suas motivações" ela garantiu, apertando a mão do homem.- "Todos temos nossas dores" ele murmurou.A partir daquele momento, Blair comprou a luta de Spencer, pois gostaria que alguém tivesse feito o mesmo por sua mãe. Ela pensou em como aquele homem se sentia, tendo que conviver com a possibilidade de vingar seu irmão, mas nunca chegando perto suficiente.- "Sim, todos temos nossas dores"*Blair Angel Collins era uma mulher adulta, com vinte e três anos de experiências traumáticas. Em sua infância, havia sofrido com a violência e perda da mãe, depois passara alguns anos em um orfanato. Seu pai foi ausente, mesmo quando estava por perto.Quando finalmente encontrou a luz, ou pensou ter encontrado, ela se enganou. Blair fora morar com sua tia, irmã de sua mãe, porém percebeu que isso não facilitou sua vida.Morando com a tia, Blair sofreu com a negligência. A mulher pensava que aquela pequena criança era responsável pela
Blair precisou de um segundo para pensar sobre aquela pergunta. Ela tinha uma relação estável com o pai, talvez razoável. Não envolvia amor ou afeto, mas ambos tinham as partes que lhe cabiam da relação. Ele tinha a presença da filha, e ela tinha a ajuda financeira dele.- "Pode parecer ridículo, mas eu não sei. Não nos falamos muito"- "Não é ridículo. Você tem o direito de não querer se aproximar" a madrinha respondeu.Melhor do que qualquer outra pessoa, Mirtes entendia que o relacionamento entre pai e filha não era fácil, muito menos amoroso. Haviam raízes de magoa que jamais seriam cortadas, e aquilo envenenava os frutos da relação.- "Eu sei. Enfim, não quero falar sobre Jean. Me fale sobre os seus negócios"- "Oh, ninguém aqui está ficando mais novo, e eu preciso cuidar da minha velhice. Estou pensando em vender os vinhedos e investir o dinheiro"- "Por que venderia? Faz pouco tempo desde que começou a trabalhar com as uvas"- "Realmente. Mas estou ficando mais cansada a cada d
O grande dia havia chegado. A Fashion Week era a realidade de cinco das maiores capitais do mundo da moda. Em Nova Iorque, no centro de Manhattan, estava concentrada a celebração de vestuário do universo. A cidade iluminada por riqueza e bom gosto era exclusiva, naquele momento, para todos os modelos vestindo milhares de dólares em forma de roupas.O evento contava com presenças ilustres, a atração durava sete dias. Em cada extremo do salão bem iluminado haviam pessoas entendidas sobre o assunto, esperando ansiosamente pelo momento em que a mágica começaria.A passarela situada no centro do salão, como atração principal, ainda não havia sido inaugurada naquele ano. Suas luzes estavam apagadas, pois as pessoas teriam um momento de ambientação antes do espetáculo. A música de fundo era um som calmo para aplacar o vazio enquanto, em seus próprios círculos, as pessoas mantinham conversas particulares.- "Eu estou tremendo de nervosismo" Drake comentou, e então bebeu seu último gole de suc
- "Você precisa se acostumar a ser o chaveiro por aqui" ela piscou um olho, gesto que faria qualquer outro homem ajoelhar-se aos seus pés.- "Blair" ao ouvir aquela voz, um tanto quanto conhecida, a ruiva sentiu um nó apertar sua garganta.Ela virou-se lentamente para encontrar Lana Glover caminhando em sua direção. Com um vestido verde moderno demais para os padrões de Blair, Lana parecia linda e elegante.- "Lana" ela respondeu, usando o mesmo tom educado.- "É sempre bom ver você" a loira sorriu ao olhar para Drake.Para ela, aquela companhia significava muitas coisas. O homem era inegavelmente bonito e, ao lado de Blair, parecia ser o parceiro perfeito. Eles tinham química.- "Sim, sempre bom" Blair olhou para Drake de uma forma que ele entendia bem; ela não estava confortável.- "Este é seu namorado?" Lana não preocupou-se em parecer indelicada. Ela queria saber até que ponto Blair seria uma ameaça.Drake sorriu, soltando um pouco de ar. Aquela seria uma boa brincadeira antes do
O smoking bem preenchido pelo corpo forte do homem era uma visão contemplável, e ela preferiu admirar aquela parte primeiro. Imaginar como aqueles músculos eram rígidos era inevitável, e todas as coisas que eles poderiam fazer sobre ela também.- "Angel"Blair levantou o queixo até encontrar o azul turmalina nos olhos de Ethan, e o que aquela cor fez no sistema da mulher foi equivalente a um curto-circuito.- "Ethan"Para além da impassibilidade de sempre, os olhos dele estavam cheios de raiva contida. Sua expressão fechada apenas reforçava essa ideia. Ele estava irritado com a possibilidade de não tê-la por completo. A ideia de que outro homem tivesse vantagens que ele não tinha o tirava de sua órbita, e não tratava-se de ciúmes. Significava que ela não estava tão entregue quanto parecia.Por um momento atípico de descontrole, Ethan segurou o braço de Blair e a puxou para a entrada à esquerda, rumo ao corredor restrito. A luz forte do salão foi deixada para trás, juntamente com os bu
Ela ergueu o queixo, aproximando seus rostos de uma forma perigosa. Ethan era perigoso apenas por ser poderoso. Ele fazia o que queria, sempre, sem restrições. Seu costume de importar-se pouco com outras pessoas fazia dele um predador. Por outro lado, a forma como estava atraído por Blair fazia dela um perigo ainda maior. Ela era quem podia aprisionar o predador.- "Eu nunca neguei o quanto quero foder você" ele manteve a proximidade, garantindo que ela sempre pudesse olhar em seus olhos.Blair segurou o colarinho da camisa preta de Ethan e puxou para si. Com o impulso, os lábios macios roçaram a boca do homem e, naquele momento, o apoio de suas mãos na parede serviu para compensar a fraqueza nas pernas dele. E com os lábios colados aos de Ethan, ela sussurrou:- "Então vem"A forma como aquelas palavras chegaram ao sistema do homem acabou com as estruturas dele. Banks poderia jurar que explodiria em desejo se não tivesse algo daquela mulher, qualquer coisa. Ficar imaginando detalhes