- "Foi bom para me acostumar com a nova vida"- "Ouvi dizer que não é uma vida ruim"Blair sentou-se em sua cama, analisando o horizonte através das portas de acesso à sacada. De fato, não era uma vida ruim, mas ela não sabia até que ponto poderia dizer que era boa.- "Tem novidades?" a ruiva questionou.- "Estou fazendo algumas análises, conversando com conhecidos e pedindo favores, mas espero que as reais novidades venham de você" diante das palavras de Spencer, Blair pôde o imaginar erguendo as sobrancelhas.- "Michele conversou comigo sobre meu pai, e eu anotei todos os pontos importantes da conversa"Spencer não gostava de compartilhar informações virtualmente. Ele era um homem mais velho, e não confiava na tecnologia. Assim sendo, preferia que Blair escrevesse manualmente todas as informações que julgasse ser importantes.- "Boa garota. Algo mais?"- "Bem... eu fui abordada em frente ao meu prédio" ela disse baixo, com medo de que as lembranças tivessem um impacto forte demais.
- "Acredite, eu estou orgulhoso de você" Drake murmurou, jogando-se contra o sofá da sala como se fosse uma piscina olímpica.- "É apenas um perfil em uma rede social" Blair fez pouco caso, mas sabia que aquilo significava mais do que admitiria. Na terapia, seria chamado de progresso.- "Você sabe que significa bem mais"A mulher caminhou até o sofá, ainda usando seu pijama confortável, e aninhou-se ao lado do amigo. Por mais que tivessem desavenças, e tinham, ela o amava como um irmão.- "Eu cansei de me esconder do mundo" aquilo era parte da verdade, porém uma parte importante.Blair pensou no que Spencer diria. Talvez ele fosse reprovar sua conduta, pois perfis em redes sociais significavam exposição, e uma investigação não precisava de exposição. No entanto, por outro lado, era preferível que ela vivesse uma vida comum, assim estaria acima das suspeitas.A ruiva desejou compartilhar aquele pensamento com seu amigo, mas sabia que seria antiético de sua parte, então apenas o guardou
E quando a manhã seguinte chegou, o dia estava propício ao divertimento ilimitado que as pessoas encontravam apenas em Vegas. Blair Collins levantou-se de sua enorme cama, em frente a uma lareira invernal, sentindo-se a mulher mais privilegiada da cidade por ter aquela visão.Blair vestiu seu robe de seda fina e caminhou para fora do quarto. A manhã ensolarada brilhava fora do apartamento, iluminando os pecados de Las Vegas, dourando sua imagem promíscua. O ambiente era repleto de amplas janelas, todas voltadas para a parte mais cobiçada da cidade, a Strip.Mesmo com o brilho ofuscante do sol, seu dia ganhou sombras ao chegar na sala do apartamento e encontrar seu pai. Jean Collins estava sentado em um dos sofás da sala de estar, ao lado de um homem engravatado e Drake. Seu amigo parecia um surfista ao lado de dois mercenários; completamente deslocado. Ele vestia um pijama enquanto os homens usavam ternos escuros. A imagem dizia claramente que Blair e Drake haviam sido abordados sem q
Drake desviou seus olhos para Blair. A mulher estava impassível, achando toda aquela preocupação desnecessária. Poderiam ser coincidências. Para ela, Jean estava apenas inflando o próprio ego. Era mais fácil agir como se alguém o odiasse do que admitir que era um diretor com fama temporária. Ela não queria palpitar, pois lhe parecia ridículo. Sua vontade era levantar-se, tomar seu café com leite amendoado e trabalhar. Nada mais.- "E então, o que será feito?" ela perguntou, apenas para não parecer desinteressada.- "Precisamos de um plano para atrair atenção. Talvez um evento, ou uma festa aberta ao público. A pessoa, seja ela quem for, precisa sentir-se confortável para atacar" o segurança explicou calmamente, ganhando a atenção e indignação de todos.- "Expor minha filha para um maníaco em potencial? Não, obrigado" Jean foi o primeiro a discordar.Já lhe bastava que Blair fosse distante emocionalmente, e ele não queria correr o risco de perder sua presença também. O homem não arrisc
No dia seguinte, Blair sentia-se energizada. Não precisaria trabalhar, pois os preparos finais para a Fashion Week cabiam apenas aos estilistas. Havia combinado um almoço com Daliah e Drake, para que pudesse apresentar um ao outro. Para ela, era importante que o amigo conhecesse as pessoas que entravam em sua vida.- "Tem certeza de que não quer abrir um vinho?" Drake perguntou pela terceira vez, olhando para o suco de frutas sobre a mesa na sala de jantar.- "É segunda-feira" ela revirou os olhos, sorrindo internamente para a sede insaciável de Drake por vinhos.- "Está certa" ele deu-se por vencido, erguendo os braços.Ambos estavam descontraídos, usando roupas leves e descalços. Era a primeira vez que a mulher se sentia à vontade naquele enorme lugar, cercada pela noção de que seu pai era um homem muito rico.- "Eu quero falar sobre algo" Blair olhou para o amigo, admirando a energia positiva e suave que emanava dele. Era como se Drake fosse seu ponto de luz.- "Certo" ele cruzou o
- "Me conte mais sobre a Costa Rica" Drake pediu, olhando fixamente para os olhos castanhos de Daliah.- "Aquele país subdesenvolvido? Não mesmo. Estamos em Vegas, querido. Vamos falar sobre esse paraíso" ela respondeu séria, porém fez Drake gargalhar.- "Meu Deus, ela é incrível" ele disse, olhando para Blair com uma expressão de contentamento.- "Bem, estou curiosa com a relação de vocês. Moram juntos, se olham com carinho e demonstram uma intimidade e química incríveis. Como podem ser apenas amigos?" Daliah estava surpresa com a proximidade entre os amigos.- "Blair é tudo que eu tenho, e eu a amo como uma irmã. Sou um cara legal, sei disso, e seríamos o casal do século. Mas eu vejo algo nela que vai além de atração e romance. Somos família" Drake murmurava suas palavras de carinho enquanto olhava o horizonte se estendendo pela janela, inspirando seu pensamento em momentos que viveu com a ruiva ao seu lado.- "Não tem atração. Então você é gay?" Daliah franziu as sobrancelhas perfe
Ele era centrado, esbanjava controle em cada gesto econômico e preciso. Diante da própria reação, Blair preferiu guardar alguns centímetros de distância entre eles.- "Agradecimentos devem ser feitos pessoalmente, Angel" a voz grave e rouca lhe atingiu, desrespeitando a distância e inflando o desejo que a mulher tentava reprimir.Dizer para si mesma que aquela conexão não poderia existir era ineficaz. Ela existia. Para Blair, apenas a beleza do homem não era suficiente para provocar aquele efeito devastador. Ele tinha algo a mais, e aquilo fazia a temperatura da mulher subir.- "Eu sei, e concordo. Mas você aparece e some... como um cavaleiro da noite" a todo instante, Blair percorria os olhos por Ethan, em seguida para o chão. Não era capaz de ver os olhos azuis esverdeados sob os óculos de aviador, porém queria.- "Então você quer que eu fique por mais tempo?" apesar do tom forte, a expressão de Ethan era acompanhada por um leve sorriso lateral e sarcástico, com uma dose sutil de ma
Ouvindo aquela afirmação convencida, Ethan sorriu. Não era uma brincadeira, porém a maneira como ela insistia em nadar contra a correnteza parecia uma piada pronta. Então ele retirou os óculos, lhe dando a visão dos olhos preciosos que brilhavam perante o desafio mais do que tentador.- "Perdão. Eu pedi por isso?" ele ironizou.Ela suspirou, lembrando-se que ainda precisava respirar. Em frente a Ethan, até suas funções motoras involuntárias estavam comprometidas. Sua resistência não era suficiente para aplacar a insistência do homem; ela soube no mesmo segundo.- "Você é quem vai pedir por isso, Angel. E não precisa ser hoje, eu tenho paciência"As pupilas dos olhos de Blair dilataram com intimidação. Ela conhecia as intenções de Ethan, mas não sua determinação.- "Não sei se as coisas podem funcionar desta forma. Mas, como eu disse, tenho compromisso" a voz aveludada e calma carregava altos níveis de nervosismo, ainda mais sob o azul turmalina dos olhos de Ethan.- "E, como eu disse,