- "Eu realmente preciso ir" ela murmurou, tentando puxar sua mão para fora do alcance do desconhecido.A salvação parecia estar tão perto, e ao mesmo tempo tão longe. As portas do elevador continuaram abertas, e permaneceriam da mesma forma até que o mesmo fosse acionado novamente. Blair olhava para seu pulso, não para o homem. Os gatilhos que aquela situação lhe causava ficavam piores a cada segundo.- "Creio que ouvi a senhorita pedir para soltá-la" ambos olharam para fora do elevador quando uma voz masculina soou.Blair reconhecia aquele som de outros dias. Alex, o segurança pessoal de Ethan, estava parado em frente às portas metálicas. Ele encarou com firmeza o aperto do desconhecido no pulso de Blair, e isso foi suficiente para o fazer soltar a mulher.- "É claro que sim. Estávamos apenas nos conhecendo" o sujeito murmurou com um leve sorriso, não demonstrando qualquer emoção além de tédio.E assim que viu-se livre, Blair agarrou a barra de seu vestido e caminhou rapidamente para
Ethan não costumava ser o homem que se explicava. Ele simplesmente não se importava com o que as pessoas pensavam. Mas com aquela mulher, ele não conseguia pensar em outra coisa senão sua aprovação. Era como se precisasse da aceitação dela.- "Não faça acusações, por favor. Eu não..." Ethan estava prestes a completar sua frase, mas então, só então, ele olhou para seu segurança.A postura e olhar de Alex estavam mais atentos do que o normal. Era como se o perigo estivesse à espreita. Ethan não entendeu aquela situação, até porque, minutos antes, tudo que sua mente conseguia processar era a necessidade de encontrar Blair.- "O que aconteceu?" a pergunta foi direcionada ao segurança.- "Um imprevisto no elevador, mas já foi resolvido"- "Imprevisto?"- "Um homem abordou a Srta. Collins"O sangue de Ethan ferveu no instante em que aquelas palavras chegaram aos seus ouvidos. Ele sentiu uma dor quase física ao pensar em qualquer pessoa machucando Blair. A única coisa que seu cérebro foi cap
O sol de Nova Iorque nunca fora tão vívido, e o calor agradável deixava o clima ainda melhor. Blair estava dirigindo uma Ferrari Califórnia em sua cor favorita, o vermelho. O esportivo de luxo brilhava sob o belo dia na capital econômica. A ruiva olhou através do vidro escuro do carro, diretamente para a igreja diante de si, e comentou:- "Eu não acredito que estamos aqui"- "Fomos convidados e comparecemos" Drake respondeu.Ele estava ao lado da amiga, no banco passageiro. Naquela situação, o homem vestia um belo smoking de cetim cinza e óculos escuros. Ele também olhou para a construção religiosa, e sorriu ao pensar no que se passava dentro dela. Drake alinhou a própria roupa.- "Você é péssimo" Blair murmurou.- "Por isso combinamos" o amigo rebateu.- "Bem, vamos fazer o que viemos fazer"Blair usava um longo vestido preto. O tecido era maleável e abraçava seu corpo por inteiro. Havia uma sutil fenda em sua perna direita, e isso tornava a visão memorável.A ruiva desceu do esporti
Após a cerimônia matrimonial, os convidados dirigiram-se para o jardim da igreja, onde a festa de casamento aconteceria. O gramado estava bem aparado e as árvores decoravam o ambiente de maneira delicada. Alguns arranjos de rosas amarelas estavam em pontos estratégicos do jardim, complementando o dia ensolarado.Drake e Blair acompanharam os convidados, resguardando alguma distância para não parecerem intrusos. Diante do cenário claro e límpido, a ruiva parecia estar destoando com seu vestido preto. Alguns diriam que ela era a ex que nunca superou o término, outros apostariam que ela estava se vingando.- "Quer beber algo?" Drake perguntou.- "Água" ela respondeu, sorrindo como forma de agradecimento.Drake caminhou até uma das mesas dispostas pelo jardim. Enquanto isso, Blair caminhou pelo espaço, avaliando a decoração simplista e delicada. Pelo pouco que a ruiva conhecia de Rose, poderia dizer que ela havia escolhido tudo. Elas eram colegas de faculdade antes de Rose despertar inter
E no instante em que a ruiva caminhou para perto da noiva, atrás da grande mesa, cheia de doces e flores frescas, o silêncio foi ensurdecedor.Trevor desejou com todas suas forças que aquele momento não fosse real, mas havia nada que ele pudesse fazer para impedir aquela ruiva de arruinar sua vida. Ele permaneceu imóvel, mesmo quando sua noiva o abraçou com força, visivelmente intimidada.- "Um brinde" Blair pegou uma das taças de espumante sobre a mesa.Ela olhou para Trevor, depois desviou os olhos para a plateia que se estendia pelo colorido jardim. Um de seus dedos casualmente circulou a borda da taça de cristal, e ela sorriu como se fosse desejar o melhor para os recém-casados.Drake, conhecendo sua amiga e todos os sentimentos que ela nutria por seu ex-namorado, balançou a cabeça em negativa. Ele concordava em ir ao casamento de Trevor, em agir como se fosse superior, em usar um vestido preto como se fosse um funeral. Mas ele não concordava com a ideia de destruir a cerimônia.-
O Japão era um país mundialmente conhecido pelo estilo de vida bem-sucedido. A cidade de Tóquio, em específico, era a movimentada capital do país, e combinava o estilo ultramoderno com o tradicional, desde os arranha-céus iluminados por neon até os templos históricos.Nos acentos traseiros do SUV, Banks e seu advogado faziam os últimos trabalhos do dia após uma reunião. O carro deslizou pelas ruas de Meguro, o bairro onde o empresário tinha um apartamento. Uma bela paisagem se desenrolava do lado externo, com cerejeiras floridas, mas eles estavam envoltos demais em seus celulares para perceberem.O celular de Banks começou a vibrar com a chegada de uma chamada de sua mãe, Dorothy.- "Eu quero o número de telefone de Blair, ou seu endereço" a matriarca disse assim que seu filho atendeu.Ethan quis revirar os olhos, contudo, apenas suspirou. Ele conhecia sua mãe, e sabia que ela era obstinada suficiente para ignorar quaisquer palavras contrárias à sua vontade. O homem pensou nas razões p
Ethan percebeu o tom animado de seu amigo, e logo não gostou dele. Banks sabia que Carter era festeiro, do tipo que não desperdiçava as oportunidades que tinha para gastar dinheiro com mulheres caras e bebidas mais caras ainda. Ethan alinhou o terno, mesmo já estando perfeito, e então afirmou:- "Não quero meu apartamento cheio de mulheres, Carter"- "Prefere que esteja cheio de homens?" Joseph brincou.- "Desde que eles não me atrapalhem"As portas de aço voltaram a se abrir no quadragésimo andar. Ethan partiu para fora do elevador antes que pudesse ouvir mais uma sátira. Joseph o seguiu, sorrindo para o mau-humor evidente do amigo. Eles caminharam juntos pelo corredor do prédio.- "Aquela ruiva estragou você, não é mesmo?" Joseph perguntou, mas poderia facilmente estar afirmando.- "Tenha em mente minhas regras. Não quero que transforme meu apartamento em uma boate" Ethan ignorou a fala anterior de seu amigo, pois decidiu que não queria falar sobre o assunto de olhos azuis e fios aco
- "Oi... sim, sou eu" a voz suave e delicada atingiu o homem com força suficiente para o desmontar.Ouvir aquela voz fez o sistema nervoso dele girar. Ethan não sabia que queria ter aquele som ecoando em sua cabeça até tê-lo. Ele fez um cálculo rápido do fuso horário, e percebeu que ainda era madrugada nos Estados Unidos. Para Blair fazer uma ligação àquela hora, algo estava estranhamente errado.- "Onde você está?"- "Em uma rua de Nova Iorque. Me diga, por que me ligou?" Blair perguntou, com a fala arrastada e o tom alterado.- "Você me ligou. Você bebeu?"- "Não muito"- "Quanto?"Ethan pôde ouvir os sons urbanos da cidade que tanto conhecia. Pelo barulho dos carros, ele supôs que Blair estivesse em uma rua movimentada. O homem sentiu uma súbita necessidade de proteger aquela mulher, como se ela fosse uma responsabilidade sua. E ele sabia que sua necessidade de proteção estava o dominando, porque havia deixado seu segurança pessoal na América apenas para manter Blair sob sua vigilân