Após entregar o relógio para Spencer, Blair desejava com todas suas forças que as informações incriminassem outra pessoa, não Ethan. Ela sabia que não conseguiria se perdoar caso tivesse que escolher entre a investigação ou o projeto de romance que estava vivendo, pois ambos tinham peso em sua vida.Drake colocou-se em uma posição sentada, para conseguir olhar diretamente para Blair. Ele segurou as mãos de sua amiga, quase irmã, e a encarou enquanto via a confusão espelhada nos belos olhos azuis.- "Daqui há cinco anos, Ethan ainda será importante?"- "Provavelmente não" Blair odiava saber que aquela resposta era sincera.Ela queria muito que Ethan fosse alguém com quem pudesse compartilhar algo mais do que prazer. Contudo, ela sabia que não era o amor da vida do homem. No máximo, seria o amor de sua cama. Isso se Ethan nunca chegasse a descobrir a verdade.- "Então não perca sequer cinco minutos pensando sobre ele"- "Quando você se tornou um filósofo?" ela sorriu para aliviar o clim
Lana precisou voltar ao mundo real, e apenas levantou-se. Ela caminhou para fora do escritório recebendo tanta atenção quanto em sua entrada. A verdade era que Banks não tinha tempo para distrações enquanto trabalhava. Comandar um império exigia tudo de si, sem falhas.Ethan desviou os olhos do computador quando viu as grandes portas de sua sala serem abertas novamente. Sua secretária não fez um anúncio formal, e a pessoa não bateu na porta antes de entrar. Era Joseph Carter, pois nenhum outro homem seria tão petulante quanto aquele.- "Bater na porta é sinal de educação, Carter" o homem de terno escuro atrás da mesa comentou, e não expressou qualquer sinal de humor em sua fala cética.- "Me desculpe, não fui educado em Harvard"- "Harvard não é uma creche" Ethan murmurou, voltando a olhar para a tela do computador.Joseph caminhou até a cadeira em frente à mesa de Banks e sentou-se. Ele carregava uma pasta, e a colocou sobre a mesa do amigo. A verdade era que Carter não tinha modos q
- "Esse país tem um péssimo clima, não?" o homem comentou, analisando a postura rochosa de Banks enquanto este olhava a pista de pouso através da janela.- "Ameno, eu diria"- "Rivera foi encontrado"Ethan foi atingido por aquelas palavras de maneira negativa. Foi como um alerta disparado em seu cérebro. Ele virou-se lentamente para o homem no carro e buscou em seu rosto cético algum indicio de inverdade; não encontrou.- "Até ontem, Rivera estava morto. Agora eu estou curioso. Rivera desapareceu naquela noite, e o relógio também. Agora ele reaparece, mas o relógio..." o homem continuou.- "Talvez ele tenha usado o relógio para salvar a própria vida" Banks sugeriu.O contato visual entre os homens era como uma guerra fria. Nenhum deles ousaria olhar para outro lado. Dos olhos azuis de Ethan para os olhos âmbar do homem; ambos tinham poder suficiente para sustentar aquela pequena afronta.- "Ou para salvar a vida da filha. Aliás, você sabia que Rivera tem uma filha? É uma garotinha de
A ruiva estava perdida em seus próprios pensamentos quando um carro estacionou em frente ao grupo. Foi impossível não dirigir um olhar curioso para a máquina. Aliás, todas as pessoas que caminhavam pela calçada foram obrigadas a olhar para a Lamborghini. O carro era como uma serpente negra; algo bonito aos olhos, admirável aos bolsos e fantasioso à mente.Blair não precisou de muito esforço para identificar o dono do carro. Ele combinava perfeitamente com a máquina.Banks desceu do veículo com ar de superioridade, depois caminhou em direção à ruiva. Não parecia menos do que imponente. A verdade era que, diante daquele homem, as pessoas sequer se consideravam dignas de dividirem o mesmo ar.- "Olá, Angel" ele cumprimentou. A presença de quaisquer outras pessoas, naquele momento, foi indiferente.- "Boa noite, Sr. Banks" Daliah o saudou por dois motivos. Em primeiro lugar, não queria ser pouco educada. E, em segundo, queria aumentar seus pontos com alguém que sua chefe idolatrava.- "Bo
Todos os rumores ao redor daquele homem; o quanto ele era bonito, o quanto era charmoso e galanteador, o quanto era habilidoso e meticuloso. Blair não precisava imaginar, pois ela sabia a verdade. Ela não sabia o poder que Ethan tinha até ver-se desejando que ele não saísse de seu lado. Ele poderia não ser o homem certo, mas a mulher não pensava nas variáveis quando sentia o aroma do corpo dele.Blair avançou sobre Ethan, montando sobre ele sem muita dificuldade. O interior do carro tinha espaço suficiente para tal. Ele recebeu o corpo da ruiva sobre si, e não podia esconder a ansiedade impermeando seu cérebro. Não era a primeira vez que a tinha, e certamente não seria a última, mas, ainda assim, Ethan sentia borboletas no estômago.O encaixe, como sempre, era mais do que perfeito. E quando Ethan tinha Blair sobre si, a única coisa que seu cérebro processava era a beleza dela. Compará-la à um anjo seria eufemismo, nem parecia suficiente.Ela levantou o vestido até a cintura para facil
Os homens trocaram um rápido olhar, mas foi suficiente para Banks supor os pensamentos de David. Ele poderia apostar que não seriam amigos.- "Estamos lisonjeados, Sr. Banks" Mirtes disse.- "Me chame de Ethan, por favor"- "Bem, Ethan, não irei atrapalhar vocês. Tenham uma boa noite"Sem mais preâmbulos, Blair segurou a mão de Ethan e começou a caminhar em direção ao quarto. O tempo em que ela devia satisfações à alguém havia passado.- "Obrigado" Ethan agradeceu.De fato, o homem estava aliviado em sair daquele ambiente. A pressão sobre seus ombros era enorme. Porque, na cabeça dele, não tratava-se apenas de uma mulher que estava lhe conhecendo. Era parte da família de Blair. Pela primeira vez em sua vida, ele estava conhecendo a família de uma mulher com a qual tinha algo.- "Boa noite, madrinha".*Na manhã seguinte, quando Blair despertou, sentiu seu corpo pesado e mais quente do que o normal. Ela suspirou, e junto ao oxigênio inspirou um aroma amadeirado. Ela abriu os olhos, e p
E enquanto Colton pensava a respeito da Sra. Brian, a porta do escritório foi aberta. Spencer passou pela mesma, e seu semblante descaído não dizia que ele tinha boas notícias. O oficial vestia jeans, camiseta simples e casaco, algo que definia policiais mais do que os próprios distintivos.- "Eu entrei em contato com o departamento de Los Angeles. Eu queria intimar Connor Rivera para depor oficialmente"- "Mas?" Colton incentivou.- "Rivera foi encontrado morto"- "E quanto à garota?"Spencer caminhou até sua mesa e sentou-se em sua habitual cadeira desconfortável. Ele colocou sobre a madeira alguns papéis que tinha em mãos. O inspetor precisou reunir todas suas forças para continuar:- "A garota foi asfixiada até a morte, e Rivera teve uma overdose após engolir trinta comprimidos"Embora tivesse passado muitos anos enfrentando guerras, mortes e suicídios em sua vida, Colton não lidava bem com a morte. Não era algo com que ele pudesse se acostumar. E sempre que uma criança morria, al
- "Eu... eu posso fazer uma pergunta?" a ruiva perguntou, com a voz sussurrada de alguém que tinha medo.- "Sempre, minha querida" Michele respondeu, ainda prestando toda sua atenção ao computador.- "É você?"Blair estava aflita com a possibilidade de sua chefe ser a mandante de todas as flores e recados que recebeu. Ela tinha medo de que Michele fosse mais intimidadora do que parecia ser. Ela temia que aquela mulher soubesse mais do que deveria.Entretanto, naquele momento, Blair não via outra opção além de provocar aquela conversa. E o que lhe confortou foi saber que o gravador estava posicionado no bolso interno de seu casaco.- "Você precisa ser um pouco mais específica, Blair" Michele desviou os olhos para sua funcionária, e avaliou a expressão dela. Parecia ser uma criança indefesa e, em partes, ela era.- "É você quem tem me enviado flores?" a voz de Blair estava por um fio.- "Bingo, minha querida!"Um sorriso diabólico rastejou pelos lábios de Michele. Ela pensou em todo tra