- "Bem, eu falei com um amigo detetive sobre as flores que você recebeu. Ele pediu para reforçar a segurança e mantê-lo informado. Eu enviei o número de telefone dele para seu celular"- "Tudo bem. Obrigada"Jean abriu o paletó, e retirou o que parecia ser um pequeno envelope do bolso interno. Tinha o tamanho de uma carta, e estava um tanto quanto amarelada. Ele pensou, por um instante, em não entregar o envelope. Entretanto, Jean sabia que as mentiras assombravam seu relacionamento com a filha, e que estava na hora de mudar as coisas.- "Eu recebi esta carta, mas tem seu nome"Blair estendeu a mão e pegou a carta, abrindo o envelope sem preâmbulos. Ela sabia que o remetente era o mesmo que lhe enviara lírios. Não tinha motivos para ser outra pessoa. E então Blair começou a ler:Eu posso ser luz para seu caminho,mas preciso que me deixe ser.Não confie nele.Guarde nossos segredos,e eu lhe farei revelações.Quando estiver longe de casa,não confie em estranhos que dizemsaber o cami
- "Não é sobre precisar, é sobre querer. Eu quero algo que não venha de outras pessoas"- "Eu sei, eu sei. Me desculpe por ser insensível. Eu passei a semana pensando em muitas coisas"- "No que esteve pensando?"- "Primeiro, fiquei preocupado com você. Depois, acho que aquela noite na boate não foi boa para meu coração"Blair se lembrou da noite do último sábado. Ela estava dançando, sentindo a música contagiar sua mente e aflorar seus sentidos. Todo seu corpo estava entregue ao som. Ela mal teve tempo de notar o homem que tentou se aproximar, pois Ethan foi bem mais rápido ao impedir. Parecia que ele já estava pronto.- "Por que?"- "Porque eu dancei com Daliah, e depois sonhei com ela. Nós trocamos mensagens, e agora eu estou sentindo algo depois de quase quatro anos" Drake disse, franzindo a testa em seguida.Era estranho pensar em quanto tempo ele havia estado solteiro, sem nunca assumir uma relação realmente séria. No entanto, era reconfortante para ele saber que ainda existia u
- "Certo. Com licença" ele confirmou com um aceno.Banks estava atrás de sua mesa de comando, de onde ele coordenava grande parte da economia do Estado. Porque não era novidade que o dinheiro estava concentrado nas contas bancárias de grandes empresários. Ele voltara os olhos para o dossiê em sua mesa quando houveram batidas na porta e, com sua autorização, esta foi aberta.- "Com licença, Sr. Banks" Lana, sua assistente pessoal, adentrou o escritório.- "Sim" ele respondeu, sem retirar os olhos da papelada aberta em sua mesa.- "O carregamento de tequila chegou na Califórnia" ela anunciou.- "Carregamento de quê?" e então, só então, Ethan subiu os olhos para Lana.- "De tequila. Para seu aniversário"- "Quem solicitou?"- "Sua mãe, a Sra. Banks. Ela está organizando os preparativos à semanas, inclusive a lista de convidados"Ethan deslizou uma mão pelos seus escuros fios de cabelo, sentindo uma sensação não muito agradável de perda de poder. Sua mãe não costumava tomar providências,
- "Sim, claro" ela acenou.- "Diga que eu tenho dois convites para uma comemoração hoje, na boate de um amigo, e gostaria muito de levar a filha dele comigo"Ao ouvir aquelas palavras, que mais pareciam ser uma cantada, Blair sorriu. Sua risada foi espontânea, tanto que chamou a atenção de duas ou três pessoas no ambiente. Ela sabia que Justin não valia muito, e que provavelmente não era capaz de pensar em alguém além de si mesmo. Mas ela ficou tentada a aceitar.- "Ele receberá o recado" garantiu.- "Ótimo. Se ele concordar, ela deve estar pronta às nove"*Blair usava um vestido vermelho sanguinário, com decote generoso e abertura nas laterais. Era a personificação da sensualidade, ou da libertinagem; isso dependia da mente de quem a visse. Sobrava muito pouco para a imaginação, já que todas as linhas de seu corpo estavam à mostra.Enquanto ela caminhava por entre as pessoas, atraía tantos olhares que seria impossível dizer que não era a mulher mais atraente do local. Não tratava-se
E quando alcançou Justin novamente, a mulher percebeu que ele havia terminado de fumar o cigarro. Justin se levantou e aproximou-se. No primeiro instante, Blair não soube distinguir se gostava ou não do cheiro que o homem exalava. Era uma mistura entre seu perfume caro e nicotina. No entanto, ela permitiu que ele segurasse sua cintura e levasse seu corpo para mais perto.Justin sorriu, hipnotizado pela beleza da ruiva. Na verdade, ele a admirava desde a primeira vez que a viu.Eles dançaram juntos, com os corpos próximos e os olhares fixos. O azul dos olhos dela eram cativantes, uma verdadeira armadilha. Um homem poderia ver a beleza de um anjo através deles, mas também poderia ver as faces do diabo.E no instante em que Justin inclinou o rosto e roçou os lábios na mandíbula de Blair, outro alguém adentrou o clube. Ele beijou a pele dela e desceu, sequer importando-se com as outras pessoas. Porque, no lugar dele, elas fariam o mesmo.- "Seu perfume é bom" o homem sussurrou, e deixou u
- "Obrigado, Alex" Ethan falou com seu segurança, porém olhou para a ruiva.- "Não por isso, senhor" Alex abriu espaço para que Blair adentrasse o quarto, e ela o fez.O fator interessante da história era que Alex havia abordado Blair, e ela sempre soube que seria levada até Ethan. Era uma equação simples; Banks estava interessado demais para abrir mão.A mulher caminhou para dentro da suíte, passando por Ethan e evitando o contato visual, aquele que parecia ser capaz de unir até as almas. Ela seguiu até a janela que separava os bilhões de Ethan do restante da cidade, e observou aquele lugar sob seus pés, que parecia ser o mundo inteiro. Porque, para uma garota que cresceu tendo pouco, estar naquele ambiente era como alcançar o pedestal.- "A vista é muito bonita" ela comentou.A suíte era dividida em três ambientes; o quarto, o banheiro e uma sala. O primeiro ambiente tinha sofás em couro escuro e uma lareira acesa. O local, em si, parecia ser exatamente algo que Banks produziria. As
- "Por que eu faria isso?" ele franziu a testa, em uma clara expressão de confusão.- "É o que você faz com suas conquistas"- "São indiferentes"- "É isso que eu vou ser. Indiferente"- "Se você pudesse ser indiferente, eu não estaria obcecado" naquele instante, Ethan emoldurou o rosto de Blair entre suas mãos. Ele desejou que ela estivesse sóbria suficiente para reagir a um beijo, mas achava que ela não estava.- "Enquanto você insistir em um contrato, em me levar para seu abatedouro ou em agir como se fôssemos bons amigos, eu não acredito"Ethan pensou nas palavras que ouviu enquanto escrutinava os lábios que queria beijar. Ele tinha regras, tinha normas, tinha horários, tinha compromissos e tinha uma vida. Nenhuma mulher poderia atrapalhar o andamento do que funcionava para ele.Mas, diante de Blair, Ethan percebeu que o contrato não importava tanto quanto deveria. Ele percebeu que estava cedendo, mesmo inconscientemente. Naquele instante, o homem soube que deveria colocar um bast
- "Não é assim que policiais costumam agir"- "Eu nunca disse que sou uma policial"- "Então você está com eles"Blair pensou no que aquelas palavras poderiam significar, e não conseguiu entender metade delas. Eles; Ethan, Spencer, algum outro? A ruiva não sabia discernir, e não tinha o privilégio de perguntar. Para aquele homem, ela devia mostrar que sabia tudo.E então, quando Blair preparou-se para murmurar sua próxima mentira, a maçaneta da porta do banheiro foi girada, porém a porta estava trancada por fora. Ela olhou para a porta de madeira talhada, e então olhou para Rivera, entendendo que ele tinha muito o que esconder.- "Papai?" uma doce e feminina voz soou, um tanto quanto assustada.- "Só um minuto, querida. Ainda estou ocupado" o homem respondeu no segundo seguinte.Foi então que Blair entendeu a incógnita. Rivera estava escondido naquele hotel de luxo, em um dos quartos mais comuns, porque tinha algo a ser preservado, uma vida a ser cuidada. Aquele homem carregava muitos