Helena Dcastelli
Lucas me fitava com um ar de interrogação na cabeça. Não compreendia o que eu sentia por ele, tinha tanto medo. Tinha medo de destruí-lo. Aproximei-me dele, coloquei as mãos ao redor do seu pescoço e o beijei, e pensei que nunca fosse fazer isso, porque não posso aceitar amá-lo, pois a única coisa que um monstro sabe fazer é destruir, e é absolutamente isso o que eu faço. Eu destruo as pessoas.
Lucas colocou a mão na minha cintura e me puxou para mais perto, podia sentir seu coração batendo tão intensamente quanto o meu, parei o beijo e colei minha testa na dele, senti ele pressionar as mãos na lateral do meu corpo, como uma súplica para que eu não me afastasse e voltasse a ser a Helena indiferente e fria.
— Carjás não pode encontrar você — sussurrei.
Carjás nos ensinou sobre o destino, sobre ter um destinado. Ele nos contou histórias trágicas sobre o laço do destino, se ele descobrir que tenho um destinado, e que ele é um lobisomem, será um caos, eu vi isso, e terminará com Lucas morto aos meus pés. O destino para Carjás é uma praga, ele nunca acreditou no amor, ele não nos ensinou a amar, o único laço mais próximo de amor que tenho é a minha parceria com Heitor, isso é a única coisa que nos distancia de sermos como Carjás, e talvez nem isso seja o suficiente.
— Helena, não me peça para deixá-la ir — Lucas me entendia, mesmo que não soubesse o que eu realmente pretendia. Olhei para a janela e vi o tempo completamente parado, uma folha flutuava bem na nossa janela, Lucas percebendo isso se dirigiu à janela e pegou a folha, percebi seu espanto ao olhar para fora e ver tudo paralizado, mas alguns dos lobos que estavam transformados, ainda perambulavam no lado de fora, confusos com o que estava acontecendo.
— O que você fez?
— O tempo parou o suficiente para eu conversar com você — Os olhos dele tornaram-se vermelhos, sinalizando que iria se transformar e eu não poderia deixar isso acontecer, caso contrário meus feitiços não funcionariam nele. Franzi o cenho, concentrando-me em paralisá-lo e impedir a transformação.
— Diga aos seus lobos para se tornarem humanos novamente, só assim poderei ajudá-los — Ele negou — Lucas, por favor!
— Ahhhh — ele rugiu tentando se mover, fui arrastada para trás pela força com que ele lutava contra o poder.
“Helena tem muitos lobos aqui, não consigo sair! Carjás está mais próximo, como faremos o feitiço?”. Perguntou Heitor em minha mente.
—
Lucas! Pare de lutar — Ele era forte. Um lobo muito forte e estava lutando contra meu poder. Estendi a outra mão para continuar prendendo-o no lugar, mas fui arrastada até bater na parede com violência.Ele começou a se contorcer.
— Lucas! Muitos vão morrer se você não parar!
Ele estava se transformando, apontei as duas mãos para ele, desencostei-me da parede e fui empurrando-o com a força do pensamento. O feitiço começou a dar certo, as mãos dele sumiram e em seguida o braço até se espalhar pelo corpo todo.
Fechei os olhos e coloquei as mãos juntas na minha frente, na direção do peito como se estivesse rezando, quando voltei a abri-los estava do lado de fora, tranquei toda a cabana, até que ela também desapareceu. Lucas estava lutando para se libertar da paralisia e talvez conseguisse.
Caminhei na direção de alguns dos lobos. Eles pareciam não ter percebido minha aproximação.
— Quero que vocês fujam para longe — Gritei, e assim capturei a atenção deles.
“Não devemos respeito a você” — Um deles rosnou na minha mente em sua forma lupina, os lobos pareciam se comunicar assim também, mas apenas quando estavam transformados. Isso quase era uma ofensa para Heitor e eu, já que era uma de nossas habilidades.
Uma cabana um pouco mais distante explodiu, quando a fumaça cessou, vi Heitor, segurando uma mulher loba em sua forma humana.
— É melhor fugirem! Se não...— Disse ele com um sorriso irônico.
“Olivia, soltem-na!” — Gritou o mesmo lobisomens que conversava comigo, em seguida ele voltou a sua forma humana.
— Eu acho que não — Subi minhas mãos e fiz um fogo surgir ao redor de nós.
Heitor estava respirando com dificuldade e eu também, estávamos sustentando muitos feitiços ao mesmo tempo e já estávamos cansados antes disso. Afastei as cabanas e fiz o fogo destruir tudo ao redor, Heitor capturou toda a fumaça usando o elemento ar e a fez desaparecer. A ideia era sumir com a alcatéia, mas ela inteira demandava um feitiço muito longo e o que menos tínhamos agora era tempo, então escolhemos a opção dois, sumir com os lobos e destruir toda a alcatéia, mas eles não cooperavam e já estávamos sendo muito legais em não tentar matá-los.
— Voltem à sua forma humana.
Em vez disso, eles correram até Heitor e um deles o atacou, machucando-o no ombro e na cabeça, Heitor caiu no chão incosciente. Olívia aproveitou o momento e correu para se transformar, mas eu a paralisei, assim como o seu companheiro.
Fiquei muito sobrecarregada, eram muitos feitiços ao mesmo tempo, e sem Heitor tudo ficava ainda mais pesado de carregar. Caí no chão, então tudo cessou, o tempo voltou a correr, o vento se espalhou pela alcatéia que agora consistia em apenas um campo e destroços, olhei para trás e percebi que consegui manter o feitiço em Lucas.
Meu ombro começou a doer profundamente, Heitor deve estar ferido, nesse instante, os lobos fugiram para o bosque ao nosso redor.
— Lobos corram! — Era Silas, ele também havia se libertado do feitiço, antes que ele me visse, tornei Heitor e eu invisíveis, os lobos que o atacaram fugiram, fiz um último esforço, nos teletransportando para o mais distante dali, levando a cabana de Lucas conosco, porém o feitiço era muito complexo e exigia uma demanda muito grande de energia, por conta disso, uma luz envolveu todo o campo e sumiu conosco como um flash, a intensidade do poder foi tão exagerada que nos fez ir para lugares diferentes.
Senti quando os feitiços que prendiam Lucas se desfizeram.
“Não!”
“Helena…”— gritou Heitor em meus pensamentos.
“Estou cansada” — Disse eu com voz quase desaparecendo.
“Helena!”
E tudo o que pude sentir foi....Nada.
(...)
NOTA DA AUTORA: Se tiver gostando da história, deixe seu comentário! Ajuda muito para história chegar em mais leitores :)
Heitor Dcastelli.O plano era tornar toda a alcatéia invisível, mas os lobos idiotas tinham que ter dificultado tudo. Gemi de dor tentando estancar o sangue com um pedaço da camisa que havia rasgado. O lobo não chegou a me morder mesmo, mas ganhei um belíssimo arranhão no ombro, que estava bem feio e profundo. Minha cabeça doía bastante.Era uma vergonha para mim ter me rebaixado tanto, ao ponto de ter sido ferido por um lixo de lobisomem. Quando consegui estancar o sangue, procurei algumas ervas na floresta em que havia parado, tinha certeza que era no sul da alcatéia, pois sou muito bom em sentir as pessoas e os lugares, sou um caçador nato, ou como Helena diz, um Google maps ótimo. Tinha a habilidade de ter sensações, sentia a presença e os sentimentos das pessoas ao meu redor. Era por isso que Silas cismou comigo, etambém esse era o motivo de Helena ter ficado frustrada quando não a alertei sobre a presença de Lucas, não que tenha sido proposital, mas tem algo em Zelda que não
Lucas Santory.Estava amanhecendo. Peguei uma rocha com as mãos e joguei no rio frustrado por não saber de Helena.— Isso não vai adiantar — Disse Heitor bocejando. Ele inha tirado um bom cochilo, ao contrário de mim.— Qual é a sua? Não parece nenhum pouco preocupado!— Se ela estivesse sofrendo ou morta eu saberia.— Droga! Cadê ela? — joguei-me de joelhos no chão e comecei a terra. Heitor ignorou meu ataque de raiva, virando-se para o outro lado, impaciente fui até ele e o virei com violência na minha direção, dei um soco no chão a centímetros do rosto dele, ele apenas me encarou com tédio. Otário! A insensibilidade dele me tirava do sério.— Ela é minha destinada, porra! — Ele se sentou e sorriu.— Isso não significa nada para os bruxos. É perda de tempo, no seu lugar, quando eu descobrisse que Helena é minha destinada tinha sumido do mapa faz tempo. — Seu... — Ele levantou as mãos em rendição.— Se eu fosse o destinado de alguém pediria para ele sumir também, acredite — Suspirou
Helena Dcastelli O lugar era escuro. Onde eu estava? “Heitor! Heitor!” Andei pelo quarto onde estava, tentando achar uma brecha para sair, estava muito fraca para usar um feitiço, e isso não é nada bom. Caí no chão com o peito doendo, era uma dor insuportável, comecei a sentir um gosto estranho na boca, era sangue, e mais sangue começou a sair pelo meu nariz, ouvidos, olhos e unhas. — Não! — Olhei para a porta de ferro que foi aberta, alguém se colocou na minha frente e quando ergui o olhar vi quem menos esperava. — O que fez comigo? — Gemia pela dor que se espalhava pelo meu corpo. — Estou destruindo vocês antes que destruam tudo o que eu consegui até agora — Disse ele. — Ahhhh — Gritei, era muita dor. Muita dor. — Ela vai morrer? — Alguém perguntou. Era um homem, acho que o amigo de Lucas. James. — Ainda não, quero os dois — Respondeu outra voz. Que ódio! Esse homem nunca foi confiável. Pena que Lucas foi incapaz de enxergar isso. Meus olhos estavam fechados, nesse momento
Lucas SantoryEstava em Nabor, sentia-me completamente perdido, levaram Heitor há dois dias e agora estou num orelhão levando bronca da minha mãe por ter deixado-a sem notícias, minha mãe sabia dos lobisomens, mas desde que briguei com o meu pai pelo título de alfa, ela não foi mais a alcatéia, porém, com o meu desaparecimento, Robert e ela foram lá e viram apenas um grande gramado.Parece que todos os lobos seguiram Silas e eu precisava saber para onde.— Sim, mãe, eu estou bem! — Disse pela décima vez — também amo você.— Juízo, e volte logo — Ela passou o telefone para meu pai.— Eu te avisei — Revirei os olhos — foi sua culpa, disse que era perigoso, era óbvio que Carjás viria atrás deles, e aquele idiota do Silas sabia o que estava fazendo — Franzi o cenho..— Do que está falando? Diga!— Agora que é tarde quer me escutar? — debochou.— Fale! — Rosnei e usei minha voz de alfa.— Silas é inimigo de Carjás há muito tempo, e ele queria os gêmeos.— Ele queria os gêmeos, por quê?— T
Helena DcastelliEnquanto encarava o teto e observava a brecha que existia lá. Forcei uma ventania intensa, escutei os gritos das pessoas no acampamento. Ainda estava na minha prisão, eu não consegui fazer magia dentro, mas fora sim, resultado: Não consigo fugir, e isso é frustrante.— Pare Helena — Era ela novamente, abaixei a cabeça e a empurrei com a força do pensamento na parede do corredor, era uma espaço pequeno entre a grade da minha prisão e a parede no lado oposto.— Você não vai fazer aquilo de novo comigo — Ela engoliu em seco, e saiu da parede, senti a pontada na cabeça e a minha pele começou a arder.— Não! — Gritei me levantando e indo cambaleando até a grade, fechei a boca dela, assim ela parou o feitiço.Ela tentou falar, mas eu estava conseguindo mantê-la calada.— Eu não vou ser torturada por você.Ela negou.— Deixe-me ir embora, mostre que se importa comigo, me deixe ir atrás de Heitor, sei que ele está em perigo, eu o vi sozinho, e ele estava fraco, isso que faz e
Lucas Santory — Nós a transformamos — Repetiu como se ela mesma não acreditasse. — Como? — Assim como Frank criou os vampiros a muitos anos e se transformou em um — Helena respirou fundo — Não foi difícil para Heitor e eu. Isso continuava confuso. Realmente nada era o que parecia ser e cada vez que eu descobria alguma coisa, algo mudava dentro de mim. — Mas, vocês foram mandados por Carjás para matá-la! Isso é uma espécie de jogo para ele? — Ele não sabe. Espero que ainda não. Nós.....bem, não a matamos — Franzi o cenho ainda confuso com a revelação. Carjás não sabe nada, ele pensa que os gêmeos nada tem haver com o desaparecimento de Sofia Lorson? Mas como? Será que esse era o plano cruel que Heitor e Helena tinham? — Estamos caçando-a, acontece que Sofia não é quem todos pensavam, ela é manipuladora. Sofia disse que sabia sobre nossa mãe. A mais pura verdade é que nunca acreditamos que nossa mãe havia morrido, mas sabíamos que os lobos estavam envolvidos, e sabíamos sobre a c
Heitor Dcastelli— Passou sua dor — Disse Katie — Parece que sua irmãzinha conseguiu se livrar do feitiço de sangue. Ele é realmente doloroso. Mas, agora você e ela estão livres de Carjás.Franzi o cenho, sabia que mesmo assim Carjás nunca desistiria, ele era nossa sina.— Por que está aqui? E com vampiros! — Disse mudando de assunto, afinal Katie poderia saber algo sobre Helena.— Sei que você e Helena estão com meu irmão. Ele é apenas um menino. Nunca deveriam ter tocado nele.— Raul já tem 17 anos. Não é nenhuma criança. É tão novo quanto nós, olha como são as coisas? — Disse com ironia, pois do jeito que ela falava, parecia que Raul era um garoto ingênuo.Katie respirou fundo.— Eu sei, mas sei que com o treinamento de vocês, mal tiveram tempo para serem crianças. Vocês são coisas e não...— Pessoas? — Balancei a cabeça negativamente, comecei a observar o quarto em que me encontrava, não havia nenhum feitiço ali. O quarto parecia mais como um filme de terro, o teto era de madeira,
Helena DcastelliEstávamos tomando café, estava um clima completamente estranho, e Lucas parecia muito irritado. Levantei-me da mesa antes de Raul se sentar e saí para o lado de fora da casa.— O que está fazendo? — Disse Lucas, ele obviamente havia me seguido.— Preciso que vá embora Lucas! Que desapareça.— Está brincando comigo?— Não, eu não brinco, realmente preciso que você vá, agora você e eu precisamos seguir com os nossos planos.Lucas franziu o cenho e assentiu, em seguida caminhou até mim, passou os braços ao redor da minha cintura e me beijou com fervor. Afastou-se olhando nos meus olhos, como se buscasse alguma resposta, depois soltou a minha mão.— Sabe que voltarei — Disse ele, virando-se para a floresta e correndo, dando um impulso e saltando, ele transformou-se no ar e adentrou a escuridão da mata. Olhei na direção da casa.Raul saiu da casa, ele disse que não estava disposto a confraternizar com um lobisomem que claramente o odiava, ele percebeu que Lucas estava com