Paula não escondeu nada de Teresa, como era da sua natureza que não gostava de fingir ser o que não era, sua maior qualidade era sua transparência. Contou seus medos, angústias e principalmente medo de se apaixonar. Até porque ela pouco conhecia o amor, ouviu falar, mas não experimentou a sensação de amar e ser amada, para Paula, tudo era novo em sua vida, não sabia decifrar que sentimento ela sentia por Ulisses? Se era gratidão, compaixão, compaixão por ele ter perdido sua esposa, carinho, amor. Tudo isso estava deixando ela perturbada, não tinha certeza se realmente havia possibilidade dela se apaixonar por ele, ou ele por ela. Para ela tudo era incerto, tudo era mistério, estava pisando num terreno desconhecido que ela não sabia qual seria o final desta história. A única coisa que deixou ela preocupada era deixar tudo organizado dentro da mansão. Teresa tinha certeza que Paula e Ulisses iam acabar se apaixonando e se casando. Ela conhecia a vida, sabia o que era amor. Satisfeita com
Olhando bem atentamente nos olhos de Paula tentando adivinhar o que ela estava pensando a respeito dele? E ele se deu conta de que sua mãe tinha razão, Paula era diabolicamente sedutora, envolvente e linda de morrer. Não era à toa que Rodolfo estava fazendo tudo por ela, é claro que ele não precisava jogar sujo como estava. Ao perceber que estava olhando demais para Paula, se sentiu traído quando jurou que nunca mais ia se apaixonar. Resistiu ao charme de muitas mulheres que tentavam se aproximar, e nenhuma delas conseguiu chamar atenção dele. Com Paula estava sendo diferente, sem fazer muito esforço, estava conquistando a confiança dele. Algo que nenhuma conseguiu. Era carinhosa com a filha e o fato dela ter conquistado a sua mãe? Isso deixou ele com sensações diferentes. Descobrindo coisas novas. E se questionava, será amor mesmo? Por que Paula estava fazendo tudo diferente? Por um momento ele imaginou ela como esposa dele. E temia tornar madura essa ideia de que a qualquer momento
Após Paula ter saído do seu escritório, Ulisses ficou sozinho pensando no rumo que a vida estava dando. Tirou da gaveta da mesa do seu escritório um porta retrato dele com a sua esposa e sua filha. Na medida que olhava aquela fotografia, alguma coisa estava mudando dentro dele, quando pensava que nunca mais ia se apaixonar desde aquele trágico acidente de carro de sua esposa. Aquela saudade que ele sentia toda vez que olhava não existia mais. Por hora estava se questionando se de fato esqueceu Luana? Porque Paula estava fazendo ele mudar de ideia? Tentava lembrar dos momentos que viveu com Luana, mas o esforço era inútil, como se nunca tivesse vivido um grande amor, não podia culpar ou odiar Paula pelo que estava acontecendo. Estava esperando um sinal de outra dimensão de sua falecida esposa Luana, o que ele deveria fazer diante dessa dúvida cruel? Quando se ofereceu para ajudar, Paula, não imaginava que pudesse ser traído pelos seus sentimentos, afinal ele estava acostumado ser assedi
Maria a governanta da casa deu toda atenção para que Paula guardasse bem na memória qual seria a rotina do dia a dia. Ela percebeu que Paula estava ansiosa para colocar a mão na massa como se diz na gíria popular. Maria entendeu porque seu patrão estava encantado por Paula, por ela tomar iniciativa de tudo. “É essa mulher que o patrão precisa para fazer ele feliz”. Pensava em silêncio. Maria também percebeu que Paula estava focada em fazer as coisas para agradar seu patrão. — Quem cuida do jardim? — Perguntou Paula. — O jardineiro Pedro Henrique, ele daqui a pouco estará chegando. — A senhora gosta de jardinagem? — Eu amo, só acho que vamos ter que fazer algumas mudanças! — Como assim? A senhora vai demitir o Pedro Henrique? — Não, imagina isso não passa pela cabeça, não tenho essa autoridade! — Se a senhora for esposa do patrão terá o poder para demitir e contratar. — Não é isso que estou pensando, apenas dar algumas suges
No dia seguinte Paula levantou cedo e preparou o café, acordou com a corda toda, o café já estava pronto quando Ulisses levantou, ele estava acostumado com a governanta servindo café e desta vez ele foi surpreendido vendo Paula de bermuda e uma blusa simples para o desespero de Ulisses que nunca tinha visto tanta beleza, ela sem maquiagem ficava mais linda com o cabelo preso e com a espontaneidade. Espantado vendo ela servir o café como se ela estivesse morando a muitos anos naquela mansão, estava difícil Ulisses não fazer comparação entre Paula e Luana. Ele ficou deprimido em ter que perceber as diferenças de uma com a outra, por mais que ele tentava fugir, embora Paula fosse de classe média e se tivesse formado uma médica, mas que agia espontaneamente. Ele não resistiu e chamou ela para seu escritório após eles terem tomado café. — Preciso falar com você urgentemente, Paula! — O que aconteceu, meu marido de mentirinha? — Dessa vez Ulisses deu um sorriso que deixou Paula de pernas
Paula pediu licença e saiu deixando Ulisses pensativo. Aquela palavra que Paula dissera: ela foi programada para ser a sua esposa como você queria e não como ela gostaria, ela te amava, então fazia tudo para lhe agradar. Ulisses se deu conta o quanto foi egoísta, sentiu remorso ao lembrar de que ele nunca deixou ela fazer nada por excesso de preocupação e zelo, deu proteção demais. Tratou como criança mimada e não como mulher, é bem verdade que nunca foi um carrasco e violento, mesmo assim, se deu conta do erro grave que cometeu por nunca ter perguntado do que ela gostava, e tentava fazer com Paula a mesma coisa, mas com Paula isso não funcionou. E agora descobriu que transformou Luana numa mulher inútil? Ficou se questionando se foi certo ter tanta preocupação? Colocou ela numa jaula igual uma prisioneira do amor. Atormentado por algumas palavras de Paula, Ulisses descobriu toda a verdade, e que seu casamento com Luana foi uma ilusão. Será que ele amou ela como uma mulher de verdade?
Ainda em choque, Ulisses pediu para que o detetive investigasse a fundo a morte de sua esposa Luana. Nada fazia sentido sua esposa ser assassinada sem motivo? — Pode deixar senhor Ulisses assim que eu tiver mais novidades eu entro em contato? — Quero que essa investigação seja sigilosa, não quero que a imprensa saiba disso. — Farei isso, senhor Ulisses. — Disse o detetive Alexandre. — Para Ulisses essa notícia não podia ser revelada pela imprensa que seria um choque se os pais de Luana soubessem que a filha na verdade foi assassinada. Eles já estavam sofrendo muito com a ausência da filha, a única filha herdeira. Ulisses sentado na sua cadeira atordoado sem condições psicológicas para ir trabalhar. As palavras de Paula martelando em sua cabeça quando acreditava que sua esposa poderia ter tentado suicídio por sofrer aquele acidente quando queria saber de Verônica a melhor amiga de Luana e de repente descobre que ela viajou para os Estados Unidos. Saiu do país sem dar satisfação, que
Por um momento Paula se calou sem entender porque aquela palavra confiar em mim despertou interesse em querer saber mais a respeito de Luana. E mais espantada ficou quando ouviu aquele nome Verônica. — Não sei porque tenho a sensação de que já ouvi falar dessa tal Verônica! — Como assim? — Perguntou espantada Maria. — Às vezes tenho um lapso de memória do que já vivi nessa mansão. — Deixando Maria mais intrigada. Quando veio ao encontro delas, Jéssica, que saiu correndo para os braços de Paula que imediatamente retribuiu com o mesmo gesto abraçando forte Jéssica provocando uma emoção estranha em Paula. Que dissera: — Que saudade minha filha! — Filha? — Disse Maria espantada com a cena que ela viu diversas vezes quando Luana abraçava a filha da mesma forma quando voltava de viagem com seu marido, que costumavam viajar muito pela Europa e Estados Unidos e outros países e Maria tomava conta de Jéssica. Até mesmo Paula estranhou que aquela palavra filha tenha saído da sua própria boca