No dia seguinte Paula levantou cedo e preparou o café, acordou com a corda toda, o café já estava pronto quando Ulisses levantou, ele estava acostumado com a governanta servindo café e desta vez ele foi surpreendido vendo Paula de bermuda e uma blusa simples para o desespero de Ulisses que nunca tinha visto tanta beleza, ela sem maquiagem ficava mais linda com o cabelo preso e com a espontaneidade. Espantado vendo ela servir o café como se ela estivesse morando a muitos anos naquela mansão, estava difícil Ulisses não fazer comparação entre Paula e Luana. Ele ficou deprimido em ter que perceber as diferenças de uma com a outra, por mais que ele tentava fugir, embora Paula fosse de classe média e se tivesse formado uma médica, mas que agia espontaneamente. Ele não resistiu e chamou ela para seu escritório após eles terem tomado café. — Preciso falar com você urgentemente, Paula! — O que aconteceu, meu marido de mentirinha? — Dessa vez Ulisses deu um sorriso que deixou Paula de pernas
Paula pediu licença e saiu deixando Ulisses pensativo. Aquela palavra que Paula dissera: ela foi programada para ser a sua esposa como você queria e não como ela gostaria, ela te amava, então fazia tudo para lhe agradar. Ulisses se deu conta o quanto foi egoísta, sentiu remorso ao lembrar de que ele nunca deixou ela fazer nada por excesso de preocupação e zelo, deu proteção demais. Tratou como criança mimada e não como mulher, é bem verdade que nunca foi um carrasco e violento, mesmo assim, se deu conta do erro grave que cometeu por nunca ter perguntado do que ela gostava, e tentava fazer com Paula a mesma coisa, mas com Paula isso não funcionou. E agora descobriu que transformou Luana numa mulher inútil? Ficou se questionando se foi certo ter tanta preocupação? Colocou ela numa jaula igual uma prisioneira do amor. Atormentado por algumas palavras de Paula, Ulisses descobriu toda a verdade, e que seu casamento com Luana foi uma ilusão. Será que ele amou ela como uma mulher de verdade?
Ainda em choque, Ulisses pediu para que o detetive investigasse a fundo a morte de sua esposa Luana. Nada fazia sentido sua esposa ser assassinada sem motivo? — Pode deixar senhor Ulisses assim que eu tiver mais novidades eu entro em contato? — Quero que essa investigação seja sigilosa, não quero que a imprensa saiba disso. — Farei isso, senhor Ulisses. — Disse o detetive Alexandre. — Para Ulisses essa notícia não podia ser revelada pela imprensa que seria um choque se os pais de Luana soubessem que a filha na verdade foi assassinada. Eles já estavam sofrendo muito com a ausência da filha, a única filha herdeira. Ulisses sentado na sua cadeira atordoado sem condições psicológicas para ir trabalhar. As palavras de Paula martelando em sua cabeça quando acreditava que sua esposa poderia ter tentado suicídio por sofrer aquele acidente quando queria saber de Verônica a melhor amiga de Luana e de repente descobre que ela viajou para os Estados Unidos. Saiu do país sem dar satisfação, que
Por um momento Paula se calou sem entender porque aquela palavra confiar em mim despertou interesse em querer saber mais a respeito de Luana. E mais espantada ficou quando ouviu aquele nome Verônica. — Não sei porque tenho a sensação de que já ouvi falar dessa tal Verônica! — Como assim? — Perguntou espantada Maria. — Às vezes tenho um lapso de memória do que já vivi nessa mansão. — Deixando Maria mais intrigada. Quando veio ao encontro delas, Jéssica, que saiu correndo para os braços de Paula que imediatamente retribuiu com o mesmo gesto abraçando forte Jéssica provocando uma emoção estranha em Paula. Que dissera: — Que saudade minha filha! — Filha? — Disse Maria espantada com a cena que ela viu diversas vezes quando Luana abraçava a filha da mesma forma quando voltava de viagem com seu marido, que costumavam viajar muito pela Europa e Estados Unidos e outros países e Maria tomava conta de Jéssica. Até mesmo Paula estranhou que aquela palavra filha tenha saído da sua própria boca
Misteriosamente Paula ficou abalada com a notícia, se perguntando: “Como assim assassinada?”. Sentiu falta de ar sem entender porquê?E Ulisses percebeu que ela estava pálida e pediu para que ela se sentasse e ele foi buscar um copo d'água. Após ela beber água, se sentia melhor. — Aconteceu alguma coisa? — Perguntou Ulisses. — Não sei explicar, de repente quando me disse que sua esposa foi assassinada senti uma dor no peito sem entender porque. — É muito estranho você se sentir assim, é como se ela fosse alguém importante na sua vida? — Na verdade, quando me relatava o que aconteceu com ela eu tive a sensação de que vi toda a cena, o carro descendo a uma ladeira abaixo caindo dentro do rio em uma forte correnteza levando o carro. Eu vi o rosto dela ensanguentado. — E o que mais você viu? — Perguntou ansioso Ulisses. — Eu vejo ela tirando o cinto e com uma mão no volante, está desesperada gritando por socorro. Depois não vejo nada.
Quando ouviu aquela palavra que Ulisses gostaria de casar de verdade, Paula sentiu uma cratera se abrindo abaixo dos seus pés. Justamente ela que não pensava em se casar justamente agora. A convivência com Ulisses mudou radicalmente sua opinião. — Porque está querendo casar comigo? — Querendo ainda não sei se é bem isso! — Agora sou eu que não está entendendo? — Como eu disse: depois que você apareceu na minha vida tudo mudou, não sinto mais aquela solidão que eu sentia antes. Eu me sentia um miserável que perdeu todo sentido da vida. Teve momentos que eu quis me matar, mas aí tinha que pensar na minha filha e nos meus pais e meus sogros que tem em mim como filho. — Seus sogros não colocaram a culpa em você pela morte de sua esposa? — E porque eles fariam isso? — Isso é normal, a maioria dos sogros agem com a emoção por não se conformar com a morte da filha, então jogam frustrações em alguém mais próximo. — Não, eles sempre foram
Paula ficou espantada com a reação de Ulisses quando ouviu aquela palavra “o que?”.E o clima que era de excitação tornou-se em frustração. Ela saiu do escritório entre lágrimas sem entender porque ele agiu daquela forma, ela teve vontade de jogar tudo para o alto e sair daquela mansão maldita. Uma dor no peito, que fez ela sentir falta de ar sem entender porque estava se sentindo tão vulnerável. Arrependida por ter se deixado levar pelos encantos de Ulisses, ela subiu até seu quarto e fechou a porta deitando sobre a cama, não querendo conversar com ninguém, de amor e carinho por Ulisses virou ódio. Ela se deu conta que estava sendo usada por ele para esquecer a falecida esposa Luana. Uma raiva se instalou dentro dela que a única forma de poder extravasar, então começou a socar o travesseiro com toda raiva para descarregar o que sentia, diversos sentimentos se misturavam. Ódio, desejo, paixão, amor e arrependimento. Por ter se deixado levar pelos encantos de Ulisses, não era essa a in
Quem Ulisses estava amando? Paula ou Luana? Ele jurou que não ia mais fazer comparação. É possível duas mulheres serem iguais? Agir da mesma forma na hora de fazer amor? Embora Paula fosse mais ousada com instinto mais selvagem do que Luana, que era mais tímida por ser educada assim pelo conceito da sociedade? Os beijos ardentes eram igual as carícias também. Ulisses preferiu não lembrar mais do passado. A primeira coisa que ele pretendia fazer era pedir ela em casamento e deixar de ser um marido de mentirinha e ser um marido fiel e apaixonado. Agora ele podia dizer que estava livre dos fantasmas do passado. Quando casados com Luana, eles viviam um costume conservador, gostavam de sair em festas sociais, porque como um homem de negócios, Ulisses precisava ter uma postura de um homem sério e conservador. Agora com Paula não estava mais com vontade de viver aquela vida chata de ter que dar satisfação a todos da sociedade que adoram julgar pelas aparências. Com Paula tudo estava sendo d