Cássia entrou no quarto e fechou a porta atrás de si com um suspiro pesado, encostando-se contra a madeira como se precisasse de apoio para não desmoronar. Seu coração ainda batia forte, suas bochechas estavam em chamas, e todo o seu corpo parecia ter sido eletrificado pelo pequeno embate com Charles. — Ai, meu Deus… — murmurou para si, passando as mãos pelo rosto. Era oficial: ela estava completamente ferrada. Porque uma coisa era admitir para sua amiga, entre risinhos e emojis sugestivos, que Charles era um colírio para os olhos. Outra coisa completamente diferente era sentir, na pele, o efeito que ele tinha sobre ela. E o pior? Ela tinha certeza de que ele sentia o mesmo. O jeito que ele ficou rígido quando ela encostou nele na cozinha. O olhar que ele lançou para ela quando leu a mensagem. O maldito sorrisinho torto, cheio de provocação. Ah, ele sabia. Ele sabia exatamente o que estava acontecendo. Cássia fechou os olhos e balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos in
Cássia tocou no peitoral de Charles com as pontas dos dedos, ela sentiu o peito dele estremecer. O toque de Cássia era leve, hesitante, mas carregado de um perigo silencioso. Charles sentiu. Seu peito tremeu sob os dedos dela, um reflexo traidor de tudo o que ele estava se obrigando a ignorar. O banheiro, já abafado pelo vapor quente, parecia agora uma câmara de tortura. A umidade no ar misturava-se ao calor crescente entre os dois, tornando a atmosfera insuportável. Charles prendeu a respiração. — Se ao menos o problema fosse só o calor... pensou ele. Mas não era. Ele ouvia a respiração acelerada de Cássia, captava o cheiro suave de sabonete misturado ao perfume natural da pele dela. O corpo pequeno e delicado tão próximo ao seu o fazia perder completamente o foco. Ela estava perto demais. E Charles, por Deus, ele lutava contra cada impulso de agarrá-la e beijá-la ali mesmo. Mas ele não podia. Ele sabia que não podia. Ele era um profissional. E estava ali para protegê-la,
Quando chegou à cozinha, ele viu uma sombra se movendo rapidamente do lado de fora. Alguém estava ali.Mas antes que pudesse persegui-lo, um cheiro forte atingiu suas narinas. Gás. — Merda! — xingou baixinho, correndo até o fogão. O cano de gás estava rompido, vazando uma quantidade absurda. Aquilo podia explodir a qualquer momento. Sem perder tempo, ele correu de volta para o quarto e sacudiu Cássia. — CÁSSIA, ACORDA!Ela abriu os olhos lentamente, piscando várias vezes, visivelmente confusa. — O quê? — murmurou, bocejando. — Você tá maluco? — Precisamos ir! AGORA! — ele praticamente rugiu, puxando as cobertas de cima dela. — Mas... — Cássia sentou-se na cama, esfregando os olhos. — Já é de manhã? Eu juro que só pisquei e...— CÁSSIA, O GÁS! A CASA VAI EXPLODIR! Ela pulou da cama na mesma hora, esquecendo completamente o sono. Começou a enfiar tudo na bolsa de qualquer jeito, pegando roupas, celular, até um tubo de creme dental sem tampa. — O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! — ela pe
Depois de horas intermináveis, finalmente chegaram ao destino. A cabana ficava na cidade ao sul da floresta. Era pequena, isolada e cercada por um matagal tão alto que parecia abandonada há décadas. Cássia saiu do carro primeiro, olhando ao redor com desconfiança. — De todas as opções possíveis, você escolheu a versão assassino em série do Airbnb? — É segura. — Charles respondeu, saindo do carro e pegando as sacolas. — Só se estivermos fugindo da civilização. — retrucou, chutando um galho no chão. Ele ignorou o comentário, foi até a entrada, pegou um vaso ao lado da porta, tirou uma chave escondida embaixo dele e abriu. — O quarto fica lá em cima. Se quiser descansar, os lençóis estão na cômoda. Cássia revirou os olhos. — Ah, que romântico. Eu quero descansar depois de fugir de uma explosão e perder meu celular para sempre. Mas, apesar da ironia, ela realmente estava exausta. Subiu as escadas e entrou no quarto sem nem olhar para trás. Charles percebeu, ele viu os olhos dela
A conexão entre eles era mais do que desejo, era algo intenso e inegável. Tudo o que existia era como seus corpos se encaixavam, como se fossem feitos um para o outro.Cássia respirou fundo, sentindo o peso do corpo de Charles sobre o seu, mas era um peso que ela não queria que desaparecesse.Seus dedos se entrelaçaram nos cabelos dele, puxando-o para mais perto, como se temesse que ele pudesse se afastar a qualquer momento. Seus lábios se encontraram novamente, em um beijo que era, ao mesmo tempo, doce e desesperado, como se ambos tentassem comunicar algo que as palavras não conseguiam expressar.— Charles... — Ela sussurrou, quebrando o silêncio entre eles, sua voz uma mistura de hesitação e necessidade.Ele parou por um instante, se afastando o suficiente para olhar em seus olhos. Seu rosto estava sério, mas havia uma sombra de dúvida que ainda o corroía.— Cássia... — Ele respondeu com a voz rouca. — Não deveríamos fazer isso.Ela sentiu um nó se formar em sua garganta, mas não de
Retirando sua calcinha com uma lentidão torturante, Charles ergueu o olhar para ela, e Cássia sentiu a respiração falhar. A ansiedade a fazia morder o lábio inferior com mais força do que deveria.Não se lembrava de nenhuma vez em que seu marido tenha feito isso com ela, e entendendo que ele estava prestes a fazê-lo a deixava à beira da loucura.Quando finalmente se viu completamente exposta, Charles abriu suas pernas com cuidado, e desviou o olhar para ela, como se estivesse prestes a adorar algo sagrado.— Linda. — Ele murmurou, sua voz carregada de admiração e desejo.Então, ele desceu.Assim que sua boca se fechou nela, Cássia arqueou o corpo, um gemido escapando de seus lábios. Charles a sugava com gosto, sua língua explorando cada centímetro, provocando ondas de prazer que a faziam se contorcer. Ele ergueu suas pernas, aprofundando o contato, e então introduziu dois dedos dentro dela, movendo-se em um ritmo que fez suas pernas tremerem.— Char... Charles… — O nome dele escapou d
Charles virou-se para Cássia, seu olhar intenso percorrendo cada detalhe de seu rosto. Com a ponta dos dedos, traçou suavemente o contorno de seu queixo, como se quisesse decorar cada milímetro dela. Ele queria beijá-la de novo e recomeçar. Mas, antes que ele pudesse sequer se inclinar, Cássia arregalou os olhos e sentou-se na cama num pulo, como se tivesse levado um choque. — Meu Deus! Esqueci completamente! Charles piscou algumas vezes, tentando acompanhar a mudança brusca de clima. — O quê? — perguntou, confuso. Cássia jogou a cabeça para trás e suspirou dramaticamente. — Quando você destruiu meu celular! Charles ainda não entendia aonde ela queria chegar, mas ao ouvir a palavra ‘celular’, automaticamente revirou os olhos. — Ah, lá vem você de novo com essa história... Cássia puxou o lençol que ainda estava dobrado sobre a cama e se enrolou nele, levantando-se com uma expressão de pura frustração. — Minha amiga estava me contando algo importante antes de você decidir trans
Charles franziu o cenho, sem esconder a surpresa. — Que pergunta é essa do nada? Você quer me contratar para outro serviço, é isso? — Ele olhou para ela rapidamente antes de voltar a atenção à estrada. Cássia ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços. — Só estou curiosa.Charles soltou um suspiro, meio rindo. — Bom, se quer saber... Um colega meu comentou sobre o trabalho. Ele disse que tinha alguém precisando de proteção e perguntou se eu estava disponível. A princípio, achei que fosse algo simples, tipo vigiar um escritório ou escoltar um figurão até uma reunião. — E aí? — Cássia incentivou, inclinando-se ligeiramente em sua direção. — Aí eu fui me encontrar com Henrique numa cafeteria. Ele estava nervoso, meio paranoico até. Disse que andava recebendo ameaças, me mostrou umas cartas bem dramáticas, sabe? Tipo vilão de novela mexicana. — Nossa! — Cássia arregalou os olhos. — "Vou acabar com você, Henrique! Assinado: O Seu Maior Pesadelo." Algo assim? — Exatamente! — Charles