VIOLLETA.Abro meus olhos lentamente, me levanto e fico sentada na cama, minha cabeça lateja com o movimento precipitado, sinto uma forte ardência na minha nuca. Meus seios doem e quando abro a blusa vejo que estão enfaixados. As lágrimas descem com as lembranças que vêm de uma vez só do que tinha acontecido horas atrás, aquele monstro me marcou como um animal, sem se importar com minha dor ou mesmo minha fragilidade. Na minha cabeça tudo iria sair na mais perfeita condição, todos estavam em seus devidos quartos, só precisava conseguir pular aquele muro, mas sou baixa demais. Não sei onde estava com a cabeça, nunca conseguiria fazer aquilo, aquele muro é para manter quem está fora longe, e quem está dentro seguro, mas eu precisava tentar alguma coisa para sair desse pesadelo. Errei drasticamente e agora sentia as consequências disso. Daria tudo para não ter saído daquele orfanato, tudo!Esqueço minhas lamentações quando vejo Sandra sair do banheiro.— Eu sinto muito, querida. — Ela s
VIOLLETA.Acordo com batidas na porta, fico esperando, mas não ouço mais nada então acho que a pessoa pode ter ido embora. Devagar, estico minhas pernas, e meus braços para me espreguiçar e me levanto indo para o banheiro, tomo meu banho com cuidado, para não molhar minha nuca. Quando saio levo um susto ao ver Sandra sentada na cama.— Mi scusi se a assustei, eu vim refazer o curativo!— Eu que estava distraída. Depois que Sandra refaz meu curativo descemos juntas para tomar o café da manhã, quando chego na cozinha todos estão sentados nos seus devidos lugares, assim que me sento Ettore se levanta. — Quando terminar vá ao meu escritório! — Diz, me olhando, depois se vira para o irmão e diz: — Mostre a ela onde fica, Pietro!Ele apenas assente, não parece nada feliz e não é o único.Fico apreensiva, porém, tentando não demonstrar isso, continuo a tomar meu café em silêncio, sem me importar com os olhares que o pai de Ettore me lança. Ele até agora não me dirigiu uma única palavra,
ViolletaAbro meus olhos, mas continuo deitada na cama, para minha infelicidade o restante da semana passou extremamente devagar. Hoje é o dia em que toda minha desgraça se tornará permanente, tentei me preparar para esse momento e tudo que viria depois dele, mas não é preparação o que preciso, e sim de muita força para passar por isso sem deixar que Ettore me mate. Preciso ser forte, porque eu sei que vou ter minha vingança, custe o que custar.Levanto e vou até a varanda, vejo cerca de cinco pessoas cuidando do altar no imenso jardim enquanto outras estão fazendo a decoração, toda a cerimônia será feita ao ar livre, mas a festa vai ser em algum outro local, onde costumam fazer as festas da organização, não me interessei muito quando Sandra me disse, não me importo com nada, estou sendo forçada a tudo, nada disso me faz feliz, ou me deixa minimamente contente. Ouço uma batida na porta, me viro e vejo minha futura sogra com Bianca ao seu lado.— Ragazza, você ainda está assim? — Sand
ViolletaJá era tarde quando finalmente consegui me levantar da cadeira e massageio meu bumbum, que está dolorido de tanto ficar sentada. — Está muito bonita, querida. — Sandra fala sorrindo, mas quando me vê, sem expressão, desfaz seu sorriso. — Seja forte, tudo bem? Sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas somos mulheres e é nosso dever te apoiar.— Eu sinto como se fosse meu último dia de vida na Terra… — Venha cá! — Me puxa, me abraçando, enquanto me acompanha pelo quarto.Olhei-me no espelho tentando conter as lágrimas para não arruinar a maquiagem, mas tive que admitir que nunca me vi tão bonita. Sandra fez uma ótima escolha de vestido. Um tomara que caia, bem volumoso, rendado, com linhas prateadas, e com cristais por todo o corpo, até onde apertava minha cintura, e de joia, um lindo colar de esmeraldas para realçar minha pele branca. Olhando para o espelho não me reconheço, tudo estava um verdadeiro deslumbre em contraste com minha alma partida. Sandra já tinha descido, m
ViolletaDepois de passar longas horas me despedindo dos convidados, me sento em umas das cadeiras vazias que estão no salão. Encho uma taça até a boca com champanhe e já me preparo para bebê-la inteira num só gole.— Vamos querida, o carro está a nossa espera! — Sandra me chama e eu a acompanho até o carro, mas antes, tenho tempo de ver Ettore entrar no seu carro com a loira com a qual estava dançando. Entro no carro, e me acomodo virando para o lado oposto ao que está o carro dele. Sandra vai na frente com Domenico, que está conduzindo o carro. Fico entre Bianca e Pietro, encosto minha cabeça no banco fechando os olhos para descansar um pouco até chegarmos em casa. Chegando em casa, vou direto para o quarto. Ettore entrou na casa de mãos dadas com a loira, mas eu não disse uma palavra, apenas fingi não estar vendo nada. Sento na cama tirando meus sapatos, massageio meus pés para passar o desconforto que sinto, resultado de horas em cima daquele salto. Espero que ele fique onde está
Ettore FerrariViolleta não deixou se abalar diante da afronta de Rebecca, continuava a mostrar suas garras sem medo mesmo depois do que fiz. Gosto disso, porém ela não pode confundir as coisas, não comigo, não dou abertura para esses seus desacatos, mas com Rebecca ela pode falar, xingar, o quanto quiser, quero ver até onde isso vai.Deixei Rebecca no quarto de hóspedes e caminho de volta para o meu, onde não dormia desde que trouxe Violleta para morar aqui. Entro usando a chave reserva já que a mesma tinha trancado a porta por dentro, olho para a cama e assisto-a dormir, seu corpo está descoberto deixando à mostra suas curvas bem desenhadas e salientes, de longe, é a mulher mais bela que já vi.Seu cabelo esconde um lado do seu rosto, e me lembro do quanto chamou minha atenção naquele primeiro dia no escritório. Imagino o momento em que a terei embaixo de mim, ou por cima, gemendo no pé do meu ouvido, enquanto enfio meu pau com força na sua abertura. Vou fodê-la com gosto, dia e noi
Ettore FerrariEntro na empresa pelo elevador do estacionamento, e assim que adentro minha sala peço para Carlota vir me passar os relatórios dos últimos dias que fiquei fora. Passo toda a manhã lendo relatórios e fechando contratos de vendas de ações, subsidiárias e mais uma infinidade de coisas que mantinham a organização funcionando. Quando termino vou para o meu restaurante no bairro velho. Assim que peço minha refeição, ligo para Pietro avisando que estou indo para a sede ver o maldito russo. Hoje cabeças vão rolar, e muitas outras rolarão quando eu souber o paradeiro dos coleguinhas dele. Espero que o que meu irmão achou seja quente o suficiente para pressioná-lo.Entro no carro indo em direção ao meu parque de diversões, mas antes, olho meu celular para ver o que Violleta está fazendo, de cara vejo que ela não está no quarto, olho nos outros cômodos, mas não a encontro. Que porra é essa? Vou avançando, cômodo a cômodo, e finalmente a vejo. Ela está deitada em uma espreguiçade
Ettore FerrariEle não fala nada, somente me olha com um sorriso de canto, cagando para que estou dizendo. Se o choro e a cara fodida da própria mãe não o estava encorajando a falar, eu sabia bem o que encorajaria. Fiz um sinal para Pietro, e imediatamente ele e o outro soldati seguraram bem os pulsos da mulher. Ele se remexia na cadeira, impotente e desesperado enquanto eu me aproximava com um facão de carne muito bem afiado.— “Не давайте им ничего!” — “Não dê nada a eles!”, gritou a mãe.— “Em italiano, porra!” — ordeno também em russo e desço o facão com força sobre o pulso direito da mulher. Seu grito ecoa pela sala, estridente, medonho junto com o do filho. — Estenda as mãos dele também.Fazem o mesmo com os braços do homem, e assim que ficam frente a frente deslizo o facão ao longo da pele suada e marcada de sangue e tatuagens. Ele está chorando, desesperado vendo a mãe tremer de dor. Ela fica pálida e desmaia.— Há uma regra muito sutil nesse jogo, Dmitri. Se não consegue prot