SARAHPor que ele está agindo assim?Não consigo compreender o que está acontecendo. O que passa pela cabeça dele para se comportar dessa maneira comigo agora?Estou vulnerável, quase sem roupas, com ele sobre mim, meus seios expostos, e suas mãos deslizando pelo meu corpo com uma provocação deliberada. Ele está prestes a me tomar, mas hesita. A tensão no ar é densa, quase tangível. Sinto o peso de seu desejo, a rigidez de seu corpo contra o meu, mas, por alguma razão, ele se contém.Estou perdida entre o medo e a incerteza. Será que ele vai me forçar? Mas, apesar da excitação clara, ele evita tocar em minhas partes íntimas. Apenas acaricia, beija meu pescoço, e seus lábios se aproximam perigosamente do meio dos meus seios. Quem nos visse nesse momento, pensaria que estamos em plena relação.Tudo mudou quando Nicholas entrou. Seus olhos se fixaram em nós, atônitos, observando Felipe entre as minhas pernas, despido. A cena é incrivelmente íntima e não há como justificá-la sem que par
SARAH Já se passaram três semanas e meu namorado desapareceu completamente. Não fez contato, não deixou nenhum recado explicativo, e estou perplexa com essa atitude, já que nunca se comportou dessa maneira anteriormente.Tia Mara mencionou que alguém da família o levou.Contudo, de que forma.Ele omitiu o fato de possuir parentes e de informar sua partida.Por que razão ele agiu dessa maneira em relação a mim?Partiu dessa forma, enganando e insistindo que eu era sua prioridade, o que revela que seu amor não era verdadeiro.Não compreendo essa situação e continuo chorando desde aquele dia.Estou experimentando sensações desconfortáveis e nauseantes, tudo o que ingiro acaba sendo expelido e não tenho ideia do motivo.Acredito que estou enfrentando algum problema de saúde.É importante mencionar que estou me sentindo indisposto para às minhas tias, talvez esteja com uma enfermidade transmissível e não desejo que as crianças contraiam.Que horror, que doença será não posso chegar perto
SARAHImagino que todos já saibam da minha relação com Nicholas. Assim como devem estar cientes de que ele simplesmente me abandonou sem uma única explicação.Eu te odeio!— O que foi, querida? — a voz carregada de ironia de Raíssa me atinge como um golpe. — Está sentindo falta do Nicholas? Acha que ele nunca mais vai voltar porque agora tem uma vida muito melhor do que a sua?A raiva fervilha dentro de mim. Apenas encaro aquela garota que sempre fez questão de me desprezar sem motivo algum.— Você sabe onde ele está, não sabe, Raíssa? — pergunto, tentando manter a calma. — Pode me dizer, por favor?Ela sorri, um sorriso frio e venenoso.— E se eu soubesse? — Ela dá de ombros, se divertindo com a minha angústia. — Não te contaria, sua patética.Por que essa garota me odeia tanto? O que foi que eu fiz para merecer essa hostilidade? Sempre foi assim. Desde o primeiro dia em que nos conhecemos.Ignoro a dor crescente no peito e me afasto, ocupando-me com as tarefas do dia. O tempo passa,
SARAAinda não sei qual será minha estratégia, mas sei que preciso ser forte."Tenha pensamentos positivos, Sarah. Isso só trará benefícios para você."Respiro fundo e tento manter essa ideia na mente.O abrigo onde estou agora não é bonito, mas ao menos tenho um teto sobre minha cabeça. Isso já é um alívio. Meu plano é conseguir um trabalho, economizar e, com o tempo, alugar um lugar para viver com meu bebê.Já faz uma semana que estou aqui. Tenho comida, um lugar para dormir, mas ainda não encontrei um emprego. Minha idade dificulta as coisas. Cada dia sem uma solução me deixa mais ansiosa.Preciso agir.Uma senhora do abrigo concordou em me levar até a escola para tentar fazer minha matrícula. Preciso concluir meus estudos. A educação sempre foi importante para mim, e se quero um futuro melhor para mim e meu filho, preciso lutar por isso.Quando chegamos à escola, a funcionária da administração me olha de cima a baixo, com uma expressão séria.— Documentação? — ela pergunta.— Eu…
SARAHO tempo passou, e meu ventre começou a crescer, tornando impossível esconder a evidência de uma nova vida se formando dentro de mim. Cada vez que olhava para minha silhueta no espelho, sentia uma mistura de medo e encantamento. Era real. Eu carregava um filho no ventre, um ser que não tinha pedido para vir ao mundo, mas que já era tudo para mim.A surpresa nos olhos das pessoas era inevitável, mas ninguém demonstrou tanto espanto quanto Michelle. Eu não tive coragem de contar sobre a gravidez antes, e quando ela finalmente descobriu, sua expressão foi um misto de choque e empolgação. Para minha surpresa, ao invés de me julgar, ela sorriu com sinceridade e disse, com entusiasmo, que adoraria ser madrinha do bebê.A senhora Adriana, no entanto, ficou boquiaberta. Ela não disfarçou a incredulidade ao saber que eu, tão jovem, estava prestes a ser mãe. Seu olhar era um misto de preocupação e compaixão, mas diferente do que eu esperava, ela não me condenou. Pelo contrário, logo se pro
SARAHNa sala de aula, os olhares curiosos me acompanhavam a cada movimento. Algumas colegas cochichavam, disfarçando sorrisos maldosos. Eu era a única jovem grávida da escola, e isso parecia dar a elas o direito de me julgar.Não era preciso ouvir as palavras para entender o que diziam. "Piranha", "irresponsável", "se meteu nessa sozinha". Eu já conhecia todos esses rótulos.Mas não me importava.Ergui a cabeça, segurei o lápis e me concentrei nos estudos. Eu não precisava da aceitação delas. Meu foco estava em garantir um futuro digno para mim e para meu bebê.Assim que a aula terminou, peguei meus materiais e saí sem olhar para ninguém. Nenhuma delas fazia questão de falar comigo, então por que eu deveria me importar?A verdade é que, por dentro, havia momentos em que queria gritar, confrontá-las, jogar suas palavras venenosas de volta. Mas não valia a pena. Eu não podia me permitir esse tipo de estresse. Meu bebê precisava de tranquilidade, precisava de uma mãe forte.Os meses se
SARAHDez anos depois...Aos vinte e seis anos, posso finalmente dizer que alcancei um dos meus maiores sonhos. Conquistei meu diploma em gastronomia e hoje sou chef em um dos restaurantes mais renomados da cidade. Cada prato que criei carrega o peso da minha jornada, das dificuldades que enfrentei, das noites sem dormir e das lágrimas que derramei pelo caminho.Mas a maior de todas as minhas conquistas não está na cozinha. Ela tem um nome, um sorriso iluminado e olhos azuis que brilham como o céu ao amanhecer. Lunna. Minha filha. Minha razão de existir.Ela é inteligente, esperta e amorosa. Tão jovem e já é capaz de cativar todos ao seu redor. Suas tias, Michelle e as outras meninas, são completamente apaixonadas por ela, e não é para menos. Lunna tem um jeito único de enxergar o mundo, e a cada dia me ensina mais sobre a vida do que qualquer diploma poderia.Mas, como sempre, a sociedade insiste em problematizar aquilo que não entende.— Nossa, que menina linda! Mas não parece nada
SARAHDesconheço a razão pela qual Lunna tem essa necessidade de ter um pai presente, de conhecê-lo. Esse desejo vem desde muito pequena. Ela nunca deixou de questionar sobre ele, e eu sempre respondi com a verdade: não sei onde ele está, se está bem ou se algo de ruim aconteceu com ele.E, apesar de tudo, desejo que ele esteja bem. Nunca o odiei. Nunca desejei mal algum a ele, mesmo que tenha escolhido se afastar.— Perdão, meu amor, esses dias o restaurante está uma loucura e acabo chegando tarde… Mas fique tranquila, vai melhorar, eu te prometo. Suas tias estão cuidando bem de você, te mimando e te buscando na escola — digo, tentando mudar o foco da conversa.Evito mencionar o pai. Não quero pensar nele.Lunna cruza os braços e suspira.— Mamãe, você sempre fala isso…Seus olhos azuis carregam um leve tom de frustração. Sei que ela sente minha ausência, mas o que posso fazer? Trabalho duro para garantir que ela tenha tudo do bom e do melhor.— Agora vou terminar de ver meu filme so