Ela ficou pensativa, se levantou da cama e ficou andando de um lado pro outro. Cris: Eu não sei o que fazer Dilan, o que eu faço?— Se eu fosse você, viria com a gente.Vocês poderiam conversar no avião e até mesmo quando chegarmos lá, e poderia também conversar com a Kyra e confirmar as suspeitas dela.Cris: Você tem razão, eu não posso também ficar me escondendo, pois esse encontro iria acontecer de uma forma ou de outra.— Pois eu vou pro meu quarto e te aviso quando o Fernando ligar.Vai logo deixando suas malas prontas.Cris: Certo, combinado. Já estava no fim da tarde, e como eu havia dormindo pouco durante a manhã quando chegamos de viagem, o meu corpo já estava pedindo por descanso. Tomei um banho, pedi comida pra mim e pros outros quartos, e depois de comer, deitei na cama pra cochilar.Acordei com o celular tocando do meu lado, era de um número desconhecido.— Alô?Fernando: Dilan, passo por aí daqui a 30 minutos.— Tudo bem.Desliguei a ligação, e fui avisar ao Paulo e a
Peguei o meu celular, e liguei, e ela atendeu imediatamente. Kyra: Dilan? Graças a Deus, deixa eu me explicar por favor. — Escuta Kyra, presta bastante atenção no que eu vou falar pra você, entendeu?Kyra: Sim, eu estou ouvindo. — Você confia em mim?Kyra: Que pergunta é essa Dilan? Você sabe que eu confio. Eu não estou entendendo onde você quer chegar com isso, eu preciso me explicar. — Não precisa me explicar nada, mas se você quiser ter um futuro comigo, você vai precisar fazer exatamente o que vou te pedir.Kyra: Eu estou ouvindo.— Preciso que você vá até o Rafael, e diga pra ele que não vai mais se casar com ele. Kyra: Como você sabe o nome dele? Como descobriu? Eu não posso fazer isso Dilan, falou nervosa.— Kyra, me escuta por favor. Eu estou aqui com o seu tio, com a Cris e com o seu pai.E nós estamos indo pra Minas Gerais ajudar você a sair dessa situação, entendeu?Ela ficou em silêncio, como se tivesse ainda tentando absorver o que eu tinha acabado de dizer. Kyra:
KYRA..Eu já tinha ocupado a minha cabeça de todas as formas, almocei com a minha vó, depois fui lavar as minhas roupas que estavam sujas que eu não havia lavado ainda, ela foi pro quarto dela descansar e eu fui pro meu.Eu tentei não chorar, mas não consegui.A minha cama era o único lugar onde eu podia expressar toda a minha dor.Eu tinha apenas um dia pra revelar pra minha vó sobre o meu casamento, e teria também que falar toda a história que vivi com o Rafael nesses quatro anos que passei com ele.Eu tinha certeza que ela ficaria magoada por eu não ter dito que estava namorando na época, e o fato de eu magoá-la, fazia o meu coração doer mais ainda.Decidi dormir, pro tempo passar mais rápido, não havia nada que eu pudesse fazer, além de esperar.Quando acordei, já estava de noite, então decidi ver se a Lúcia havia chegado, para que eu pudesse ligar pro tio Paulo e falar sobre o ultimato do Rafael. Infelizmente eu teria que falar tudo pra minha vó sem a presença dele, ou teríamo
Ouvir a Lúcia falar tudo aquilo, me fez lembrar do sonho que o meu tio teve, a minha mãe pediu pra ele não interferir nas minhas escolhas, ele não interferiu, mas as minhas escolhas o fizeram agir de uma outra forma que me ajudou.Fechei os meus olhos, e agradeci a minha mãe mentalmente, apesar de ser um pouco incrédula quanto a isso, eu sabia que existia algo de sobrenatural conduzindo toda a situação. Quando terminamos de conversar, a vó apareceu na cozinha pra deixar a xícara. Vó: Eu vou deitar um pouco, minhas costas não estão me dando descanso.Eu dei um beijo nela e ela foi pro quarto.A cada minuto que passava, a minha ansiedade só aumentava.Eu olhava no relógio a cada cinco minutos, então com um tempo decidi ir pra sala, quando escutei alguém abrindo a porta, me levantei do sofá e quando o meu tio entrou, eu vi o Dilan logo atrás dele, e eu corri pra abraçá-lo.Parecia que eu estava saindo de um enorme pesadelo.Chorei de alívio e felicidade, ao sentir o toque dele, o cheir
Todos nós ficamos aliviados por ter a permissão dela pra prosseguir com o plano, mas ela olhou pra mim, e o olhar dela me disse muitas coisas. Vó: Minha filha, eu sou sua vó, e jamais iria julgar você, por favor, não esconda mais nada de mim. — Me perdoa vó. Era so isso que eu podia dizer. Ela me abraçou, e eu me senti mais aliviada.Dilan: Bom, amanhã provavelmente o defensor irá entrar em contato com o Paulo, avisando sobre a reabertura do processo. Precisamos esvaziar a casa antes disso.Eu vou só ligar pro Fernando pra saber sobre o próximo passo.O Dilan pegou o celular, conversou com o meu pai, e logo depois desligou.Dilan: Amanhã bem cedo, um caminhão passará aqui para buscar as coisas da casa e levar pra um depósito, enquanto vocês irão ficar hospedados em um hotel, até o Fernando resolver o assunto da compra da casa.Todos concordamos.Apesar da minha vó já ser uma mulher de idade, ela era muito ativa e sóbria. Ela entendeu perfeitamente tudo o que foi conversado com e
DILAN..Depois que a Kyra contou pra vó dela tudo o estava acontecendo, tudo ficou mais fácil.Começamos a colocar o plano em ação, tiramos tudo da casa, e fomos pra um hotel.Não demorou muito pro Rafael reabrir o processo da forma como foi prevista. Ele fez uma última tentativa de fazer a kyra aceitar a proposta dele, mas ficou frustrado por não conseguir e avisou que venderia a casa, o que também era previsto, e fazia parte do plano.Tudo estava voltando pros seus devidos lugares, inclusive, o Fernando pôde finalmente rever a Kyra, e eu fiquei muito emocionado ao presenciar esse encontro, havia muito a ser explicado, mas ainda precisávamos recuperar a casa da vó da Kyra, então isso ficaria pra depois.Fernando: Dilan, vou agorar mesmo me passar por comprador.Dilan: Mas não está muito em cima da hora? Ele pode desconfiar. Fernando: Não, um dos meus seguranças ficou vigiando a casa a distância, pra ver se o rapaz iria lá, e ele está lá agora mesmo.Vou aproveitar, passar por lá
A medida que ele ia falando, a Kyra se deixava levar pelas lágrimas, e pelos soluços que eu tentei acalmar.Fernando: Depois de tudo o que o Dilan me revelou, eu fui pra minha casa, e entrei em um grande confronto com a minha mãe.O maior medo dela, é que eu desista dos negócios do meu pai, pois ela sabe que ninguém conseguirá comandar as empresas além de mim.Então, eu precisei ameaçá-la, pra que ela me falasse a verdade, ou então eu iria embora, e deixaria tudo pra trás. Por ela já ser uma senhora de idade, ela ficou com medo de ficar sozinha, então ela falou tudo.Eu sei que esse deveria ser um momento de comemoração, mas eu preciso ter a chance de recomeço com vocês, então apesar da dor que isso possa causar, é necessário falar.Cris, a minha mãe descobriu que eu estava me envolvendo com a sua mãe, e a chantageou, e disse que ou ela saia da minha vida por bem, ou sairia por mau.Sua mãe já conhecia a minha história com a mãe da Kyra, inclusive era ela que mandava pra sua mãe Kyra
DILAN..Meu nome é Dilan Colin, tenho 28 anos e moro em Ilha Bela - SP desde o dia em que nasci. Eu cresci cercado pelo mar, pelo cheiro da brisa salgada e pelo balanço das ondas que parecem dançar ao ritmo dos meus pensamentos. O mar sempre foi o meu refúgio, meu terapeuta silencioso. Basta me sentar diante dele para sentir que todas as respostas que procuro virão com o som das ondas quebrando na areia. Mas há uma pergunta que nem o mar conseguiu responder. Uma lembrança que o tempo jamais apagou. Ela tem um nome. Kyra. Eu era só um menino quando a conheci. Oito anos de inocência e sonhos. Ela tinha a pele morena, os cabelos ondulados, um sorriso encantador e um olhar tão doce que parecia carregar segredos do universo. Nos tornamos inseparáveis. Todos os dias corríamos descalços pela areia, construíamos castelos, mergulhávamos no mar e inventávamos histórias onde éramos os protagonistas de um mundo só nosso.Lembro-me perfeitamente do dia em que fizemos uma promessa. Estáv