DILAN..O homem que estava na nossa frente estava completamente perdido, nós estávamos jogando uma bomba atrás da outra em cima dele, e cada uma delas fazia um grande estrago.— Quando a mãe da Kyra morreu, uma assistente social ligou pra sua família, eu não sei bem como aconteceu, isso ainda é uma incógnita pra Kyra, mas o que ela sabe, é que a sua mãe disse que não queria ficar com a kyra, nós nunca entendemos o porquê não entraram em contato com você, pois você é o pai, e está vivo, então você deveria ter sido o primeiro a saber.Com a recusa da sua mãe, ligaram pra vó materna da Kyra, e foi ela quem a criou.Paulo: Minha mãe a criou de forma bem diferente como nos criou, ela deu amor, educação, pagou a faculdade, fez de tudo por ela.Fernando: Eu não estou acreditando nisso. Eu não sei mais o que pensar. Eu tentei proteger a vida e o coração da minha filha, e mesmo assim ela sofreu isso tudo, e eu não estava por perto pra ajudá-la. Paulo: A kyra é uma moça excepcional Fernando
Ela ficou pensativa, se levantou da cama e ficou andando de um lado pro outro. Cris: Eu não sei o que fazer Dilan, o que eu faço?— Se eu fosse você, viria com a gente.Vocês poderiam conversar no avião e até mesmo quando chegarmos lá, e poderia também conversar com a Kyra e confirmar as suspeitas dela.Cris: Você tem razão, eu não posso também ficar me escondendo, pois esse encontro iria acontecer de uma forma ou de outra.— Pois eu vou pro meu quarto e te aviso quando o Fernando ligar.Vai logo deixando suas malas prontas.Cris: Certo, combinado. Já estava no fim da tarde, e como eu havia dormindo pouco durante a manhã quando chegamos de viagem, o meu corpo já estava pedindo por descanso. Tomei um banho, pedi comida pra mim e pros outros quartos, e depois de comer, deitei na cama pra cochilar.Acordei com o celular tocando do meu lado, era de um número desconhecido.— Alô?Fernando: Dilan, passo por aí daqui a 30 minutos.— Tudo bem.Desliguei a ligação, e fui avisar ao Paulo e a
Peguei o meu celular, e liguei, e ela atendeu imediatamente. Kyra: Dilan? Graças a Deus, deixa eu me explicar por favor. — Escuta Kyra, presta bastante atenção no que eu vou falar pra você, entendeu?Kyra: Sim, eu estou ouvindo. — Você confia em mim?Kyra: Que pergunta é essa Dilan? Você sabe que eu confio. Eu não estou entendendo onde você quer chegar com isso, eu preciso me explicar. — Não precisa me explicar nada, mas se você quiser ter um futuro comigo, você vai precisar fazer exatamente o que vou te pedir.Kyra: Eu estou ouvindo.— Preciso que você vá até o Rafael, e diga pra ele que não vai mais se casar com ele. Kyra: Como você sabe o nome dele? Como descobriu? Eu não posso fazer isso Dilan, falou nervosa.— Kyra, me escuta por favor. Eu estou aqui com o seu tio, com a Cris e com o seu pai.E nós estamos indo pra Minas Gerais ajudar você a sair dessa situação, entendeu?Ela ficou em silêncio, como se tivesse ainda tentando absorver o que eu tinha acabado de dizer. Kyra:
KYRA..Eu já tinha ocupado a minha cabeça de todas as formas, almocei com a minha vó, depois fui lavar as minhas roupas que estavam sujas que eu não havia lavado ainda, ela foi pro quarto dela descansar e eu fui pro meu.Eu tentei não chorar, mas não consegui.A minha cama era o único lugar onde eu podia expressar toda a minha dor.Eu tinha apenas um dia pra revelar pra minha vó sobre o meu casamento, e teria também que falar toda a história que vivi com o Rafael nesses quatro anos que passei com ele.Eu tinha certeza que ela ficaria magoada por eu não ter dito que estava namorando na época, e o fato de eu magoá-la, fazia o meu coração doer mais ainda.Decidi dormir, pro tempo passar mais rápido, não havia nada que eu pudesse fazer, além de esperar.Quando acordei, já estava de noite, então decidi ver se a Lúcia havia chegado, para que eu pudesse ligar pro tio Paulo e falar sobre o ultimato do Rafael. Infelizmente eu teria que falar tudo pra minha vó sem a presença dele, ou teríamo
Ouvir a Lúcia falar tudo aquilo, me fez lembrar do sonho que o meu tio teve, a minha mãe pediu pra ele não interferir nas minhas escolhas, ele não interferiu, mas as minhas escolhas o fizeram agir de uma outra forma que me ajudou.Fechei os meus olhos, e agradeci a minha mãe mentalmente, apesar de ser um pouco incrédula quanto a isso, eu sabia que existia algo de sobrenatural conduzindo toda a situação. Quando terminamos de conversar, a vó apareceu na cozinha pra deixar a xícara. Vó: Eu vou deitar um pouco, minhas costas não estão me dando descanso.Eu dei um beijo nela e ela foi pro quarto.A cada minuto que passava, a minha ansiedade só aumentava.Eu olhava no relógio a cada cinco minutos, então com um tempo decidi ir pra sala, quando escutei alguém abrindo a porta, me levantei do sofá e quando o meu tio entrou, eu vi o Dilan logo atrás dele, e eu corri pra abraçá-lo.Parecia que eu estava saindo de um enorme pesadelo.Chorei de alívio e felicidade, ao sentir o toque dele, o cheir
Todos nós ficamos aliviados por ter a permissão dela pra prosseguir com o plano, mas ela olhou pra mim, e o olhar dela me disse muitas coisas. Vó: Minha filha, eu sou sua vó, e jamais iria julgar você, por favor, não esconda mais nada de mim. — Me perdoa vó. Era so isso que eu podia dizer. Ela me abraçou, e eu me senti mais aliviada.Dilan: Bom, amanhã provavelmente o defensor irá entrar em contato com o Paulo, avisando sobre a reabertura do processo. Precisamos esvaziar a casa antes disso.Eu vou só ligar pro Fernando pra saber sobre o próximo passo.O Dilan pegou o celular, conversou com o meu pai, e logo depois desligou.Dilan: Amanhã bem cedo, um caminhão passará aqui para buscar as coisas da casa e levar pra um depósito, enquanto vocês irão ficar hospedados em um hotel, até o Fernando resolver o assunto da compra da casa.Todos concordamos.Apesar da minha vó já ser uma mulher de idade, ela era muito ativa e sóbria. Ela entendeu perfeitamente tudo o que foi conversado com e
DILAN..Meu nome é Dilan Colin, tenho 28 anos e moro em Ilha Bela - SP desde o dia em que nasci. Eu cresci cercado pelo mar, pelo cheiro da brisa salgada e pelo balanço das ondas que parecem dançar ao ritmo dos meus pensamentos. O mar sempre foi o meu refúgio, meu terapeuta silencioso. Basta me sentar diante dele para sentir que todas as respostas que procuro virão com o som das ondas quebrando na areia. Mas há uma pergunta que nem o mar conseguiu responder. Uma lembrança que o tempo jamais apagou. Ela tem um nome. Kyra. Eu era só um menino quando a conheci. Oito anos de inocência e sonhos. Ela tinha a pele morena, os cabelos ondulados, um sorriso encantador e um olhar tão doce que parecia carregar segredos do universo. Nos tornamos inseparáveis. Todos os dias corríamos descalços pela areia, construíamos castelos, mergulhávamos no mar e inventávamos histórias onde éramos os protagonistas de um mundo só nosso.Lembro-me perfeitamente do dia em que fizemos uma promessa. Estáv
KYRA..Eu me chamo Kyra, tenho 27 anos, e sou formada e designe de moda.A vida nunca foi fácil pra mim, desde muito cedo eu tive que aprender a me virar sozinha. Perdi os meus pais muito cedo, eu ainda era um bebê quando meu pai morreu, eu não senti tanto, por não entender o que se passava na época, mas quando perdi minha mãe, foi uma dor irreparável. Eu tinha apenas 10 anos quando ela passou mau, e simplesmente morreu.Eu não tive controle sobre nada, não sabia como agir, não sabia o que seria de mim sem ela.Eu lembro daquele dia com muita dor no coração, e o que aconteceu depois disso, deixou em mim marcas que carrego até hoje.É difícil lembrar de tudo, sem sentir meus olhos marejarados pelas lágrimas. Eu conheci um garoto, e ele se chamava Dilan, e era o meu melhor amigo.Minha mãe trabalhava na praia e eu aproveitava pra brincar com ele.Eu tinha apenas 7 anos quando brincamos pela primeira vez. Ele era carinhoso, atencioso, divertido, e tinha os olhos mais lindos que já