Plano impedido

A

o final dos parabéns, um dos homens que Taylor viu no corredor foi até o bolo, cortou um pedaço e entregou ao rei, dizendo que ele deveria comer o primeiro pedaço. Taylor observou mais uma vez o outro homem e a expressão em seu rosto deixou Taylor apreensivo e preocupado.

Tem alguma coisa errada com esse bolo — afirmou Daimon na mente de Taylor.

Ele não sabia se aquela preocupação fazia parte do vínculo, mas se incomodava em pensar que Andriel pudesse se machucar de alguma forma. Assim que o rei estava prestes a provar o bolo, Taylor agiu impulsivamente.

— Espere! Não coma isso — falou Taylor, saindo do meio das pessoas.

A atenção de todos se voltou para ele, inclusive a de seus amigos, que não sabiam o que estava acontecendo.

— Quem é você? E por que o rei não pode comer? — questionou Perla.

Os seguranças da guarda real começaram a se movimentar na sala. Philip percebeu e se aproximou um pouco mais de onde seu Beta estava, caso ele precisasse de ajuda. Brian achou estranho o que Taylor disse e, por saber o que ele era para seu irmão, prestou atenção na reação dele.

— Pode haver algo no bolo, que foi colocado para ferir o rei — alertou Taylor.

Os murmúrios começaram na sala, alguns especulavam quem era aquele homem e do que ele estava falando, ainda mais que não era um Lycan.

— Como sabe disso? Por acaso foi você quem tentou ferir nosso rei? — perguntou o homem que Taylor ouviu a conversa. — Guardas, segurem esse homem.

Os guardas agiram rapidamente e seguraram Taylor, usando a força para fazê-lo se ajoelhar. Philip, vendo o que estavam fazendo, tentou interferir, mas também foi contido.

Uriel percebeu que a situação estava prestes a se tornar um desastre e aproximou-se para interceder pelos dois. Brian notou a tensão em seu irmão e deu uma ordem.

— Parem com isso, eu conheço os dois.

O pedido não foi suficiente para acalmar seu irmão, que abandonou o bolo que segurava e avançou rapidamente em direção ao Lycan que segurava firmemente o braço de Taylor, começando a machucá-lo.

— Solte-o, ou arranco sua cabeça aqui mesmo — afirmou Andriel, sua voz saindo quase em um rosnado, enquanto segurava o pescoço do guarda.

Os olhos de Andriel estavam vermelhos e, como ninguém sabia o motivo da reação do rei, apenas julgaram que era mais uma crise. O guarda não teve outra opção senão soltar o braço de Taylor, e o outro fez o mesmo, não querendo receber o mesmo tratamento. Taylor se levantou e Andriel soltou o pescoço do homem.

— Você está bem? — perguntou Andriel, encarando Taylor.

— Sim, está tudo bem — afirmou ele, desviando o olhar para evitar revelar demais.

Brian estava preocupado de que seu irmão acabasse revelando mais do que deveria com aquela preocupação, então decidiu intervir.

— Andriel, eu resolvo isso. Volte para perto da nossa mãe.

— Não. Quero entender o que está acontecendo aqui e quero ouvir a explicação do Taylor — insistiu Andriel.

Philip notou como o rei olhou para seu Beta, franziu a sobrancelha e estava sem entender como eles pareciam se conhecer, mas tinha certeza de que nunca haviam se visto antes.

— Por que disse que poderia haver algo no bolo? — questionou Andriel.

— Ouvi uma conversa estranha entre duas pessoas no corredor e achei muito suspeito o que eles diziam — respondeu Taylor.

— Acha que pode estar envenenado? — perguntou Brian.

— Não sei o que pode ser, eles não deixaram claro — respondeu Taylor.

— As duas pessoas que você viu estão aqui? — Uriel também interferiu.

Taylor olhou na direção do homem, que estava tentando sair do salão.

— Aquele homem que está saindo e o que lhe entregou o bolo — confirmou Taylor, olhando para Andriel.

Hugo estava atento a tudo o que estava acontecendo, agindo com rapidez. Ele segurou o homem que estava tentando sair e o levou até perto deles, obrigando-o a se ajoelhar.

— O que tem no bolo? — perguntou Andriel, demonstrando impaciência.

— Não sei do que ele está falando, senhor. Faço parte do conselho e que motivos eu teria para fazer mal ao nosso rei? — defendeu-se o homem.

— Então não se importaria de comer o pedaço que era para ele comer, não é? — Taylor o questionou, recebendo um olhar nada amistoso do homem.

— Não me importo, se isso provar minha inocência — respondeu ele.

Brian pediu para o homem que cortou o bolo levar o pedaço até eles. O homem concordou e entregou o bolo, mas Uriel percebeu que ele parecia muito nervoso para alguém que não tinha nada a esconder. O membro do conselho comeu um pedaço do bolo, olhando diretamente para Taylor com confiança.

A confiança do homem deixou Taylor em dúvida, fazendo-o pensar se havia se precipitado em fazer aquela acusação.

— Satisfeito? Não me aconteceu nada, o bolo não tem nada de errado — afirmou o homem.

O falatório recomeçou, e Taylor sentiu-se envergonhado pela cena que criou. Uriel ainda não estava convencido da inocência daquele homem, assim como Arne em sua mente.

— Então arruinou a festa do meu filho por uma acusação sem provas e tendenciosa? — Perla interveio mais uma vez.

— Sinto muito. Apenas fiquei com medo de que fosse algo que pudesse te ferir — desculpou-se Taylor com Andriel.

Aquela interação deixava Philip muito curioso, pois não entendia como os dois pareciam tão íntimos. Brian observava a reação das pessoas ao redor, pronto para intervir mais uma vez, mas Uriel se adiantou.

— Espere um minuto, me dê o bolo — disse Uriel.

Uriel pegou o bolo e cheirou, era bom com aromas e sabores. Ele provou o bolo e olhou para os dois suspeitos, em seguida falou com o amigo.

— Tem muita noz nesse bolo.

Taylor, assim como outras pessoas, ficaram sem entender qual o problema com as nozes, mas quem era íntimo do rei sabia que ele tinha uma alergia muito severa a nozes. Poucas pessoas tinham conhecimento dessa informação, justamente porque poderiam usá-la contra ele.

Andriel se aproximou do conselheiro ainda ajoelhado e segurou seu queixo, fazendo com que ele o olhasse nos olhos.

— Então planejou tentar me matar no dia do meu aniversário? Só não esperava que alguém descobrisse seu plano.

Taylor olhou para Uriel, que explicou, pois não adiantava mais esconder aquela informação diante do que todos viram.

— O rei tem uma alergia muito forte a nozes, que poderia matá-lo antes de conseguirmos fazer alguma coisa. Você salvou a vida do rei, Taylor.

Diante do que Uriel disse, Taylor sentiu um alívio por impedir que aquilo acontecesse e por saber que não atrapalhou o aniversário do rei em vão.

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