Os conselheiros do reino não queriam deixar Victor sair de Dourado para procurar o antídoto com Luna, Gabriel e Kalleb, em uma grande cruzada pelos morros mais perigosos da região.— Vossa Majestade estaria deixando todo mundo vulnerável aos ataques do Rei Daniel de Flora. Eles invadiram nossos portões com tanta facilidade, mesmo com toda a segurança que pensávamos ter, se o rei não estivesse aqui — disseram.Victor respondeu:— Vou nomear Gabriel como Sentinela do reino enquanto estou na missão com Luna, Kalleb e alguns guerreiros.Um dos conselheiros se levantou, deu alguns passos ao redor da enorme mesa onde estavam reunidos naquela manhã e falou:— Esse rapaz não mostrou lealdade suficiente para que Vossa Alteza confie nele uma responsabilidade tão grande. Permita-me ficar à frente de tudo até seu retorno.Antes que o rei pudesse responder, Luna entrou na sala já com seu grande manto de pele de urso e pronta para partir em sua jornada para encontrar uma cura para as pessoas amaldiç
Depois de um dia cansativo procurando o antídoto, Luna, Gabriel e Kalleb se sentaram ao redor da fogueira. O calor do fogo contrastava com a tensão no ar, resultado da batalha recente e do medo de não conseguirem trazer a cura a tempo.Em silêncio, Luna quebrou a introspecção do grupo com uma pergunta:— Kalleb, o antídoto que estamos procurando... pode curar parte da maldição que eu carrego?Kalleb, com uma expressão séria, pensou um pouco antes de responder.— Luna, o antídoto é para a mordida de lobisomem e pode salvar quem foi afetado por ela. Mas a sua situação é diferente. Acredito que seu sangue carrega a linhagem original de lobisomem através do seu pai, Daniel, uma força que vai além do que conhecemos. Por isso, temo que o antídoto não tenha efeito sobre a maldição que está com você.Luna ouviu atentamente, olhando para as chamas que dançavam. Parte dela queria ser normal, mas outra parte sabia que só poderiam enfrentar os desafios com seus poderes.Gabriel, vendo a expressão
Continuando a jornada, o grupo caminhava pela floresta escura, seguindo as instruções de Kalleb. O caminho parecia cada vez mais estranho, e a luz parecia diminuir a cada passo. Em determinado momento, eles chegaram a um penhasco íngreme que precisava ser atravessado.Kalleb os alertou:— Este é o lugar. Precisamos passar por essa passagem.Eles concordaram, o penhasco era bem íngreme e a altura da queda poderia ser fatal para quem caísse.Quando chegaram ao topo, avistaram uma grande formação de cavernas, parecendo que as entranhas da terra se abriam para a morte. A formação rochosa lembrava grandes dentes caninos prestes a devorá-los.Gabriel perguntou a Kalleb:— Tem certeza de que precisamos ir para lá?— Sim, não há outra escolha — respondeu o mago.Vendo que estavam com medo, Luna tomou a frente e entrou na escuridão da caverna com seu cavalo, e os outros a seguiram.Ao entrarem na caverna, começaram a sentir que havia magia ali e algo começou a envolvê-los. Uma luz estranha ilu
No final da jornada, ao amanhecer, Kalleb estava à frente da busca. Todos estavam exaustos, mas sabiam que faltava pouco para voltarem ao Reino Dourado.Luna tentava se concentrar, com a mente dividida entre encontrar o antídoto e o que Gabriel havia dito. Ela sabia que a verdade podia ser dolorosa, mas também podia trazer clareza.Depois de um longo percurso, chegaram a uma cachoeira. O mago parou em frente a ela, ouvindo apenas o som da água, que escondia o lugar certo.Luna perguntou:— Este é o lugar certo, Kalleb?Kalleb olhou o pergaminho antigo, nervoso por achar que poderia ter levado todos para o lugar errado. Seguindo as instruções, ele assobiou alto. O eco fez a água parar de cair e revelou uma entrada com runas luminosas. Ele então decifrou o que precisava.Kalleb sussurrou para o grupo:— Este é o local onde a criatura que guarda o antídoto descansa. É uma besta única, uma Leonareria, que nasceu da fusão de uma leoa e uma criatura mágica.Luna olhou ao redor, ansiosa, enqu
Luna andava pelos corredores do castelo com passos firmes. Após sonhar que havia sido abandonada pelo rei para que o Reino Dourado tivesse uma nova rainha, levantou-se da cama suada e determinada a esclarecer suas suspeitas sobre o relacionamento entre Victor e Britney. Sua mente estava uma confusão de emoções, mas uma coisa era certa: precisava saber quais eram as intenções de Victor com aquela jovem.Quando chegou à sala do trono, encontrou Victor conversando com Britney de um jeito muito íntimo para o gosto de Luna. Ela respirou fundo para controlar a raiva que estava subindo e entrou na sala com passos decididos.— Victor — disse com firmeza — precisamos conversar, a sós.Victor se virou, surpreso com a seriedade na voz dela.— Luna, minha querida, o que houve?Britney também virou para olhar, com um brilho curioso e talvez um pouco de malícia nos olhos, ao perceber que ontem eles haviam dormido em quartos separados.Victor disse, com um tom confuso:— Britney, você pode nos deixa
Luna cresceu em um ambiente hostil e sombrio, onde seu cruel pai, Daniel, espalhava ódio e morte por onde passava. A morte da esposa de Daniel parece ter sido o início de sua transformação em um homem vicioso e cruel, que não poupava aqueles que o desafiavam. Apesar do trauma e da tristeza que cercavam sua vida, Luna tentava encontrar alegria e felicidade onde podia. Ela recordava com nostalgia os tempos em que sua família era unida e feliz. Seu pai, antes bondoso, era seu herói na infância, mas agora Luna se encontrava em um dilema interno, questionando se seu pai ainda merecia sua lealdade e amor. Enquanto lutava para encontrar vivacidade em sua rotina monótona, Luna também sentia uma urgência crescente dentro de si, um sentimento de que sua vida precisava mudar, que ela precisava fazer algo significativo para si mesma e para os outros. Luna sentia que precisava encontrar seu verdadeiro chamado, embora não soubesse ao certo o que isso significava. Era como se uma voz dentro dela s
Víctor, um jovem rei forçado a assumir o trono aos 20 anos de idade, estava a caçar com os seus guerreiros longe do reino. Enquanto exploravam a floresta em busca dos melhores servos para caçar, depararam-se com o belo cavalo de Luna, que estava mal amarrado e caminhava sozinho. Preocupado com a segurança do animal, Víctor pediu aos seus súbditos que o amarrassem e decidiu dar um passeio solitário pelo bosque. Aí encontrou Luna a dormir tranquilamente, encostada a um carvalho. Impressionado com a beleza da jovem, decidiu se aproximar dela, mas apenas se escondeu entre os arbustos e a observou de longe, esperando que ela acordasse para se aproximar.Luna acordou de repente, assustada e com a sensação de estar a ser observada. Quando se virou para olhar para a árvore onde o seu cavalo estava amarrado, ficou assustada ao perceber que este tinha fugido. Agora estava sozinha em território hostil e sem o seu meio de transporte, o que só aumentava a sua angústia e medo.Determinada a encontr
Luna se viu diante de uma dolorosa encruzilhada, tendo que escolher entre viver com o rei a quem fora designada para assassinar ou fugir para um destino incerto. Ela sabia que não queria se casar e que seu verdadeiro desejo era viver livremente, ajudando aqueles necessitados no reino. No entanto, a maldição que a afligia a impedia de interagir com os outros, tornando seu sonho quase inatingível. Estava enfrentando uma combinação mortal de licantropia e uma sede de sangue da qual não tinha consciência.Com uma expressão cansada e conflituosa, Luna expressou sua necessidade de tempo para pensar. A próxima lua cheia estava se aproximando rapidamente, em apenas seis dias, e se o feiticeiro fosse capaz de encontrar uma poção que controlasse sua maldição, então ela poderia considerar a proposta de casamento de Victor.― Eu preciso de tempo. A próxima lua cheia virá em seis dias. Se até lá seu feiticeiro desenvolver uma poção para aprisionar a maldição, então eu posso considerar sua proposta