Na calada da noite, a floresta sob a lua cheia guardava segredos e sussurros entre suas árvores centenárias. Gloria, transformada em sua forma lupina de pelagem cinza, jazia ao lado de um lago tranquilo, seu olhar perdido nas profundezas prateadas do céu. O uivo que ela soltara era carregado de uma angústia profunda, uma lamentação que se espalhava pela noite, tocando o coração da floresta com sua melodia dolorosa.O lago refletia a luz da lua, criando um cenário quase etéreo, onde a água parecia uma extensão do céu. Gloria estava imersa em seus pensamentos, cada uivo uma liberação de sua dor e solidão. As estrelas acima brilhavam com intensidade, testemunhas silenciosas de sua angústia.Enquanto isso, Edgar, ainda em casa, foi arrebatado pelo som penetrante do uivo de Gloria. A urgência e o desespero naquele chamado o impeliram para fora, fazendo-o correr em direção à fonte, impulsionado por uma força que ele mal compreendia. Descalço e apenas vestido com uma calça de moletom, ele at
Edgar podia sentir o corpo nu de Glória pressionado contra o seu, a pele quente dela contrastando intensamente com a sua pele fria de vampiro. O cheiro dela invadia seus sentidos, uma mistura inebriante de desejo e medo, e a forma como ela o olhava, com olhos ardentes e cheios de expectativa, o enlouquecia. Soltando mais um palavrão, ele não conseguiu se conter e a beijou.No começo, o beijo foi lento, exploratório, como se ele quisesse memorizar cada detalhe dos lábios dela. Seus lábios moviam-se suavemente sobre os dela, saboreando o gosto doce e a textura macia. Mas a intensidade entre eles crescia rapidamente, e em pouco tempo, o beijo tornou-se urgente. Edgar envolveu Glória em seus braços, puxando-a para mais perto, suas mãos percorrendo o corpo dela com uma necessidade crescente.Ele traçou a linha do ombro de Glória, descendo pela curva de suas costas, sentindo cada músculo tenso sob seus dedos. As mãos dela, hesitantes no começo, começaram a se mover pelas costas largas de Ed
A floresta, com sua calma etérea sob o luar, tornou-se palco de uma reviravolta emocional avassaladora. Edgar, ainda sobre Gloria, sentiu uma compreensão abrupta e dolorosa atravessar sua mente como um raio cortante. Num instante, a tensão em seu corpo aumentou exponencialmente, e ele rapidamente se afastou dela, um olhar misturando raiva, desespero e uma culpa profunda emergindo em seu rosto.Enquanto se afastava, Edgar encarou, quase que com horror, a marca que agora adornava o pescoço de Gloria. Um gesto quase automático levou sua mão ao próprio pescoço, tocando a marca recíproca que ela havia deixado. Em um ato impensado e carregado de consequências, ele a havia marcado, traído a memória de Ravena, que ainda estava tão fresca em sua dor e luto. A culpa por não ter transformado Ravena, uma decisão que havia custado a vida dela, agora se entrelaçava com a culpa de ter marcado outra enquanto o luto ainda cobria seu coração.Gloria, observando a mudança drástica na expressão de Edgar,
Na calada da noite, enquanto a floresta ao redor parecia suspender a respiração, Gloria corria com o coração batendo descompassado, cada passo afastando-a do encontro tumultuado com Edgar. Chegando ao local onde havia escondido suas roupas antes de sua transformação, ela rapidamente voltava à forma humana, o processo ainda doloroso ressoando em cada músculo e osso de seu corpo.Vestindo-se às pressas, o tecido das roupas roçava de forma desconfortável contra a nova marca em seu pescoço, um lembrete constante da mudança irrevogável em sua vida. Ela reentrava em sua casa pela janela, o mesmo caminho secreto de sua fuga, movendo-se com uma cautela que contrastava com a corrida frenética de antes.O quarto de Gloria, mergulhado na escuridão da noite, refletia o turbilhão de emoções que ela sentia. Ela caminhava silenciosamente em direção ao banheiro, seus dedos trêmulos tocando a marca que Edgar havia deixado. A marca era linda, intricada, mas a lembrança da rejeição e desespero de Edgar
Na casa de Gloria, o dia amanheceu com uma nova energia. A jovem loba acordou sentindo-se revigorada, como se o vínculo completado, mesmo nas circunstâncias tumultuadas da noite anterior, tivesse desencadeado uma transformação interior. Ela se esticou na cama, sentindo uma leveza que não experimentava há dias.Quando a mãe de Gloria, Silvia, bateu suavemente na porta do quarto, ela não esperava a resposta que recebeu:"Sim, claro, estou faminta. Vou só escovar os dentes e já desço," disse Gloria com uma voz cheia de energia, algo que não ouvia de sua filha desde que os problemas com Edgar começaram.Silvia suspirou aliviada ao ouvir a resposta entusiasmada. Era um alívio ver a filha voltando a se alimentar bem. Enquanto esperava, Silvia começou a preparar o café da manhã, ocupando-se na pia com as laranjas frescas, espremendo-as para fazer suco, esperançosa de que a nova atitude de Gloria significasse uma virada para melhor em sua vida emocional.Gloria, por sua vez, desceu as escadas
Na sala tensa, as emoções estavam à flor da pele Silvia vendo a cara embasbacada com a qual Glória encarava as costas de Edgar , tenta chegar nela mais uma vez. Edgar, com uma postura de defesa feroz, encarava Silvia:"Ela é minha companheira, a rainha dos vampiros. Toque nela e morrerá," avisou com uma voz que carregava não só ameaça, mas também um tom inabalável de posse e proteção. As palavras ecoaram pelo espaço, marcando um ponto de virada significativo para todos os presentes.Gloria, ainda processando a rapidez dos eventos e a intensidade da situação, sentia-se dividida entre a lealdade à mãe e o vínculo recém-formado com Edgar. A expressão dela era uma mistura de confusão e surpresa, suas emoções tumultuadas pelo conflito interno. Ao seu redor, a atmosfera carregava um peso quase palpável, refletindo as complexas dinâmicas de poder e afeto em jogo.Silvia, percebendo finalmente a seriedade da declaração de Edgar, parou em seu ímpeto. A realidade de que sua filha era agora a ra
Edgar se sentou no carro, aguardando com uma expressão fechada enquanto Luke colocava as malas no porta-malas. O silêncio entre eles era pesado, carregado com o peso das recentes revelações e decisões apressadas. No banco de trás, Gloria e Hellen entravam, ambas envoltas em seus próprios pensamentos e preocupações.Luke, numa tentativa de aliviar a tensão que sufocava o interior do veículo, falou com uma voz tentando ser neutra. "Hellen, você vai com Gloria até a casa onde Edgar está. Nós temos um assunto urgente no escritório para resolver." Hellen apenas assentiu, reconhecendo a gravidade da situação. Ela não deixaria Gloria sozinha, especialmente após os eventos tumultuados daquela manhã.O carro deslizava pelas ruas de Forks em silêncio. Edgar não desligou o carro quando chegaram; seu rosto estava imóvel, esculpido em uma máscara de indiferença forçada. Com um breve aceno, ele indicou que era hora de Gloria e Hellen saírem.Hellen, embora quisesse confrontar Edgar novamente por su
Na casa onde os vampiros estavam instalados, o ambiente estava carregado de emoção e tensão. Hellen observava Gloria, que chorava ininterruptamente enquanto tentava arrumar suas roupas no armário do quarto que agora compartilharia com Edgar. Para seu desgosto, não havia espaço suficiente; o armário ainda estava repleto de vestimentas e pertences da falecida Ravena, a antiga companheira de Edgar.Hellen, prática e decidida a ajudar, começou a retirar cuidadosamente as roupas de Ravena, dobrando-as com respeito. Ela planejava pedir a um dos empregados vampiros que as guardasse em um quarto vago, até que Edgar decidisse o que fazer com elas. Após esvaziar o armário, colocou as roupas de Gloria cuidadosamente no espaço liberado.Enquanto trabalhava, Hellen observava Gloria, que permanecia imóvel, olhando pela janela, as lágrimas correndo livremente por seu rosto. Finalmente, com um suspiro pesado, Hellen se voltou para Gloria e disse:"Chorar não vai adiantar, Gloria. Como você mesma diss