Na calada da noite, enquanto a floresta ao redor parecia suspender a respiração, Gloria corria com o coração batendo descompassado, cada passo afastando-a do encontro tumultuado com Edgar. Chegando ao local onde havia escondido suas roupas antes de sua transformação, ela rapidamente voltava à forma humana, o processo ainda doloroso ressoando em cada músculo e osso de seu corpo.Vestindo-se às pressas, o tecido das roupas roçava de forma desconfortável contra a nova marca em seu pescoço, um lembrete constante da mudança irrevogável em sua vida. Ela reentrava em sua casa pela janela, o mesmo caminho secreto de sua fuga, movendo-se com uma cautela que contrastava com a corrida frenética de antes.O quarto de Gloria, mergulhado na escuridão da noite, refletia o turbilhão de emoções que ela sentia. Ela caminhava silenciosamente em direção ao banheiro, seus dedos trêmulos tocando a marca que Edgar havia deixado. A marca era linda, intricada, mas a lembrança da rejeição e desespero de Edgar
Na casa de Gloria, o dia amanheceu com uma nova energia. A jovem loba acordou sentindo-se revigorada, como se o vínculo completado, mesmo nas circunstâncias tumultuadas da noite anterior, tivesse desencadeado uma transformação interior. Ela se esticou na cama, sentindo uma leveza que não experimentava há dias.Quando a mãe de Gloria, Silvia, bateu suavemente na porta do quarto, ela não esperava a resposta que recebeu:"Sim, claro, estou faminta. Vou só escovar os dentes e já desço," disse Gloria com uma voz cheia de energia, algo que não ouvia de sua filha desde que os problemas com Edgar começaram.Silvia suspirou aliviada ao ouvir a resposta entusiasmada. Era um alívio ver a filha voltando a se alimentar bem. Enquanto esperava, Silvia começou a preparar o café da manhã, ocupando-se na pia com as laranjas frescas, espremendo-as para fazer suco, esperançosa de que a nova atitude de Gloria significasse uma virada para melhor em sua vida emocional.Gloria, por sua vez, desceu as escadas
Na sala tensa, as emoções estavam à flor da pele Silvia vendo a cara embasbacada com a qual Glória encarava as costas de Edgar , tenta chegar nela mais uma vez. Edgar, com uma postura de defesa feroz, encarava Silvia:"Ela é minha companheira, a rainha dos vampiros. Toque nela e morrerá," avisou com uma voz que carregava não só ameaça, mas também um tom inabalável de posse e proteção. As palavras ecoaram pelo espaço, marcando um ponto de virada significativo para todos os presentes.Gloria, ainda processando a rapidez dos eventos e a intensidade da situação, sentia-se dividida entre a lealdade à mãe e o vínculo recém-formado com Edgar. A expressão dela era uma mistura de confusão e surpresa, suas emoções tumultuadas pelo conflito interno. Ao seu redor, a atmosfera carregava um peso quase palpável, refletindo as complexas dinâmicas de poder e afeto em jogo.Silvia, percebendo finalmente a seriedade da declaração de Edgar, parou em seu ímpeto. A realidade de que sua filha era agora a ra
Edgar se sentou no carro, aguardando com uma expressão fechada enquanto Luke colocava as malas no porta-malas. O silêncio entre eles era pesado, carregado com o peso das recentes revelações e decisões apressadas. No banco de trás, Gloria e Hellen entravam, ambas envoltas em seus próprios pensamentos e preocupações.Luke, numa tentativa de aliviar a tensão que sufocava o interior do veículo, falou com uma voz tentando ser neutra. "Hellen, você vai com Gloria até a casa onde Edgar está. Nós temos um assunto urgente no escritório para resolver." Hellen apenas assentiu, reconhecendo a gravidade da situação. Ela não deixaria Gloria sozinha, especialmente após os eventos tumultuados daquela manhã.O carro deslizava pelas ruas de Forks em silêncio. Edgar não desligou o carro quando chegaram; seu rosto estava imóvel, esculpido em uma máscara de indiferença forçada. Com um breve aceno, ele indicou que era hora de Gloria e Hellen saírem.Hellen, embora quisesse confrontar Edgar novamente por su
Na casa onde os vampiros estavam instalados, o ambiente estava carregado de emoção e tensão. Hellen observava Gloria, que chorava ininterruptamente enquanto tentava arrumar suas roupas no armário do quarto que agora compartilharia com Edgar. Para seu desgosto, não havia espaço suficiente; o armário ainda estava repleto de vestimentas e pertences da falecida Ravena, a antiga companheira de Edgar.Hellen, prática e decidida a ajudar, começou a retirar cuidadosamente as roupas de Ravena, dobrando-as com respeito. Ela planejava pedir a um dos empregados vampiros que as guardasse em um quarto vago, até que Edgar decidisse o que fazer com elas. Após esvaziar o armário, colocou as roupas de Gloria cuidadosamente no espaço liberado.Enquanto trabalhava, Hellen observava Gloria, que permanecia imóvel, olhando pela janela, as lágrimas correndo livremente por seu rosto. Finalmente, com um suspiro pesado, Hellen se voltou para Gloria e disse:"Chorar não vai adiantar, Gloria. Como você mesma diss
No calor da brincadeira, Vanessa eleva a voz com um brilho de entusiasmo nos olhos, exclamando:"Protejam sua Suprema Luna!" E imediatamente, as crianças, embaladas pela diversão e inocência, ecoam em uníssono: "Sim, protejam a Luna das Lunas, Vanessa!"O sorriso que adornava o rosto de Hellen se desfaz como uma folha arrancada por um vento repentino. A atmosfera de diversão dá lugar a uma tensão palpável. O título de "Suprema Luna" pertencia exclusivamente a ela, um reconhecimento de sua posição e autoridade máxima entre os lobisomens. Vanessa, inadvertidamente ou não, havia pisado em um terreno sagrado e pessoal, desafiando uma tradição que Hellen guardava com orgulho e honra.Sally, a loba interior de Hellen, responde com uma ferocidade instintiva. O controle escapa das mãos de Hellen, não completamente por acidente, pois parte dela sentia-se traída e ultrajada. Com um rosnado baixo que carrega toda a fúria e o ultraje de seu ser, Hellen avança. Seus movimentos são um borrão para a
Na creche, o ar estava carregado de tensão e medo após o ataque impulsivo de Hellen a Vanessa. A situação já era grave, e a atenção de todos se voltava para a cena dramática que se desenrolava. Vanessa, aproveitando o momento, continuava seu teatro, arrastando-se para longe de Hellen enquanto as crianças, chorando e assustadas, corriam para abraçá-la. Com a voz ainda trêmula, mas claramente encenada, Vanessa assegurava às crianças:"Estou bem, crianças, estou bem."Virando-se para encarar Hellen com uma expressão de falsa inocência, Vanessa disse, com sua voz ainda entrecortada pela emoção fingida:"Era apenas uma brincadeira, Suprema Luna. Ninguém aqui quer tomar seu lugar."Antes que pudesse se conter, Hellen emitiu um rosnado baixo, suas emoções ainda à flor da pele. Foi neste exato momento que Luke chegou, sua expressão carregada de preocupação e autoridade:"O que está acontecendo aqui?" ele perguntou, sua voz firme cortando a tensão como uma lâmina.O diretor da creche, um homem
Na floresta densa e sombria, Hellen caminhava lentamente, cada passo marcado por um peso que parecia arrastar-se junto a ela. Não havia se transformado; apenas andava, imersa em um mar de culpa e confusão, permitindo que as lágrimas escorressem livremente por seu rosto. Ela remoía os acontecimentos recentes, as expressões de medo e decepção das crianças ainda vívidas em sua mente. Como tinha ido de tia Hellen, a favorita, para a figura de uma antagonista de contos de fadas em seus olhos?A imagem de Vanessa invadia seus pensamentos frequentemente, incitando um rosnado silencioso de Sally dentro dela. Havia algo em Vanessa que não lhe permitia confiar plenamente. Algo em sua intuição lhe sussurrava que Vanessa poderia estar trabalhando para minar sua posição na comunidade. Mas sem provas, qualquer acusação só serviria para deteriorar ainda mais sua situação.Enquanto ela absorvia a solidão da floresta, os passos de alguém se aproximando chamaram sua atenção. Virando-se, ela deu de cara