Na floresta densa e sombria, Hellen caminhava lentamente, cada passo marcado por um peso que parecia arrastar-se junto a ela. Não havia se transformado; apenas andava, imersa em um mar de culpa e confusão, permitindo que as lágrimas escorressem livremente por seu rosto. Ela remoía os acontecimentos recentes, as expressões de medo e decepção das crianças ainda vívidas em sua mente. Como tinha ido de tia Hellen, a favorita, para a figura de uma antagonista de contos de fadas em seus olhos?A imagem de Vanessa invadia seus pensamentos frequentemente, incitando um rosnado silencioso de Sally dentro dela. Havia algo em Vanessa que não lhe permitia confiar plenamente. Algo em sua intuição lhe sussurrava que Vanessa poderia estar trabalhando para minar sua posição na comunidade. Mas sem provas, qualquer acusação só serviria para deteriorar ainda mais sua situação.Enquanto ela absorvia a solidão da floresta, os passos de alguém se aproximando chamaram sua atenção. Virando-se, ela deu de cara
Na creche, a atmosfera ainda estava carregada pelo recente confronto. Luke, após ouvir a explicação do guarda sobre o incidente, voltou para dentro com uma expressão séria e decidida. Ele encontrou o diretor ainda visivelmente nervoso e preocupado com as consequências do ocorrido."Me desculpe pelo transtorno," Luke começou, sua voz firme, mas controlada. "Amanhã, Hellen virá aqui pessoalmente para se desculpar com as crianças. Ela sempre teve um bom relacionamento com elas, e é importante que entendam que o que aconteceu hoje foi uma exceção, não a regra."O diretor hesitou, claramente preocupado com a ideia de Hellen retornar tão cedo após o incidente. "Não sei se é uma boa ideia," ele murmurou, evitando o olhar de Luke.Luke fixou o diretor com um olhar penetrante. "Houve algum problema com ela antes deste incidente?" ele perguntou diretamente."Não, nunca," admitiu o diretor, finalmente encontrando coragem para encarar Luke novamente."Então, por que um erro deveria apagar tudo de
Na penumbra suave que acometia a floresta ao entardecer, Santos e Hellen avançavam por um caminho coberto de folhas outonais, o céu acima deles tingido com os últimos toques do pôr do sol. Conversavam com um tom suave, os passos ritmados marcando o compasso de suas palavras. Cada árvore que passavam parecia escutar, as sombras crescendo mais longas e profundas ao redor delas.Santos, com a sabedoria de anos enfrentando adversidades, ouvia Hellen desabafar sobre as pressões e os desafios de sua posição como Suprema Luna. Ele oferecia não só ouvidos, mas conselhos ponderados, tentando guiar a jovem loba através do labirinto emocional que ela enfrentava.“Você e Luke vão encontrar um caminho juntos,” Santos afirmou, a voz robusta e certa contra o crescer dos sons noturnos da floresta. “O amor dele por você é claro e verdadeiro, como a luz da lua em uma noite clara. É só uma questão de tempo e paciência.”Hellen absorvia suas palavras, o coração batendo com uma mistura de esperança e medo
Na pequena cozinha da cabana, a tensão entre Luke e Hellen era palpável. O ar estava pesado com a promessa de algo mais profundo e incontrolável. Quando seus lábios finalmente se encontraram, foi como um estopim que acendeu um fogo ardente. O beijo começou suave, exploratório, mas rapidamente se aprofundou. As línguas deles dançavam uma com a outra, em um ritmo intenso e apaixonado, explorando e reivindicando.Luke pressionou Hellen contra o balcão da pia que estava atrás dela, sua mão segurando firme sua cintura enquanto a outra se enroscava em seus cabelos. Seus corpos se colaram, a pressão entre eles aumentando o desejo. Ele mordiscou o lábio inferior dela, puxando-o levemente, provocando um gemido suave de Hellen que ecoou pelo pequeno espaço.Os dedos de Hellen encontraram o caminho para os cabelos de Luke, puxando-os com força, o que apenas aumentou a intensidade do beijo. Seus corpos estavam quentes, quase febris, cada toque, cada movimento alimentando o desejo crescente entre
Na sede dos vampiros, a tensão era palpável no ar enquanto Edgar enfrentava o conselho. A sala, geralmente reservada para ocasiões solenes, estava repleta de antigos e respeitados membros do conselho vampiro, cada um com séculos de experiência e uma presença intimidadora. As paredes de pedra, adornadas com tapeçarias que retratavam a história vampiresca, pareciam absorver o peso das palavras trocadas ali dentro.Edgar, de pé no centro da sala, com sua postura imponente e olhar determinado, enfrentava o mar de olhares inquisitivos e muitas vezes críticos. Ele sabia que, apesar de sua posição como rei, a aceitação de sua nova companheira não seria um processo simples ou descomplicado. A notícia de que Gloria, uma loba com uma rara condição de cura, tinha se tornado sua companheira de segunda chance e agora rainha dos vampiros, não havia sido recebida com entusiasmo.Os murmúrios entre os mais antigos eram audíveis. "Uma loba," resmungava um deles, o desgosto evidente em sua voz. "E aind
Edgar estava no banheiro, observando Glória com olhos que brilhavam com uma tonalidade vermelha intensa. Ela se movia desajeitadamente, tentando se livrar da roupa, e ele não conseguia desviar o olhar. Cada movimento dela parecia hipnotizá-lo mais, intensificando o desejo ardente que sentia.Ele ligou a torneira da banheira, decidindo que um banho rápido não seria suficiente. A água começou a encher a banheira, criando um ambiente acolhedor e quente. Naquele momento, nem mesmo a imagem de Ravena morta conseguia atormentá-lo; sua mente estava completamente dominada pelo desejo por Glória.Sem desviar o olhar dela, Edgar começou a se despir, cada peça de roupa caindo ao chão com um senso de urgência. Quando estava completamente nu, entrou na banheira, a água quente envolvendo seu corpo. Ele estendeu as mãos em um convite mudo para Glória, que agora também estava nua.Ela hesitou por um momento, seus olhos encontrando os dele, antes de aceitar o convite e entrar na banheira. Edgar se pos
Gloria emergiu do banheiro ainda envolta na nuvem de calor e intimidade que compartilhara com Edgar, mas a atmosfera mudou drasticamente quando ela o encontrou no armário, suas mãos trêmulas vasculhando freneticamente pelas prateleiras agora despidas das roupas de Ravena. Antes que pudesse compreender a situação, Edgar, consumido por uma tempestade de emoções conflitantes, se virou abruptamente, seu rosto uma máscara de dor e fúria.Agarrando-a pelo pescoço, a voz de Edgar era um rosnado rouco, quase inumano, impulsionado pelo desespero e pela perda. “Onde estão as coisas de Ravena? Pela deusa, juro que vou te matar se não me disser agora!” A ameaça era visceral, carregada de um luto não resolvido que o tornava irreconhecível para Gloria.Tremendo sob o aperto de Edgar, Gloria conseguiu murmurar através de lábios trêmulos:“Foi levada para um quarto vazio... por favor...” A realidade da situação a atingiu como um golpe — ela estava nas mãos de alguém que amava profundamente, mas que e
Na escuridão confortante da floresta, Gloria caminhava sem destino, seus pés descalços mal sentindo o toque das folhas caídas e galhos quebrados que marcavam seu caminho solitário. A lua, uma testemunha silenciosa em meio à copa das árvores, lançava um brilho suave que mal tocava sua figura trêmula. Em sua mente, um turbilhão de pensamentos e emoções se chocavam, cada um mais doloroso que o outro.Fisicamente ferida e emocionalmente dilacerada, Gloria sentia a presença de sua loba interior, mas apenas como um eco distante de choramingos e lamentos. A conexão que normalmente compartilhava com sua forma animal parecia tênue, quase inexistente naquele momento de profunda tristeza e isolamento. Ela não tinha forças para se transformar, cada tentativa anterior resultando em uma dor aguda que só ampliava seu sofrimento.Perdida em pensamentos, Gloria mal percebia para onde seus pés a levavam. A rejeição e humilhação que sofrera nas mãos de Edgar a marcaram profundamente, deixando-a sem sabe